Brasil termina sua participação em Toronto sem bater metas
Graças ao vôlei masculino, o Brasil não ficou tão atrás da meta estipulada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, encerrados neste domingo, 26. Com a prata na final contra a Argentina, o país chegou à 141ª medalha, repetindo o número alcançado em Guadalajara-2011.
Para 2015, o COB esperava um aumento no número de pódios (sem especificar os tipos de medalha), e a continuação do terceiro lugar geral. A segunda meta foi atingida, apesar de Cuba ficar 'na cola'. A primeira não, já que o país não evoluiu na quantidade de medalhas (veja tabela abaixo).
Na qualidade, então, a situação foi de declínio: enquanto em 2011 foram 48 ouros, 35 pratas e 58 de bronzes, neste ano foram 41 ouros, 40 pratas e 60 bronzes. Se a comparação voltar a mais uma edição, em 2007, no Rio de Janeiro, a queda de rendimento é maior. Foram 163 medalhas: 56 de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. A posição no quadro geral, no entanto, foi a mesma.
Mesmo assim, o gerente-executivo do COB, Marcus Vinícius Freire, se disse "satisfeito" com o rendimento do Brasil e afirmou que, apesar de não ter superado o número de pódios de Guadalajara-2011, as metas foram alcançadas.
"Batemos nossas metas todas. Principalmente a de estar no top 3", avaliou, sem deixar de lado que existem problemas a serem corrigidos, a exemplo do atletismo. Em 2011, a modalidade obteve nove ouros, seis pratas e sete bronzes, contra um ouro, seis pratas e seis bronzes em Toronto.
"Existem pontos de atenção. Vamos conversar com o atletismo no Brasil. Os Mundiais ainda vão mostrar o caminho certo para a Olimpíada. Para o Rio desenhamos de 27 a 30 medalhas, nossa meta é estar no Top 10. E não importa com quantas medalhas vamos alcançar a meta. Aqui saio satisfeito", disse. Ainda não houve reunião entre o COB e os dirigentes do atletismo porque eles estão a caminho de Pequim, onde disputam o Mundial a partir de 22 de agosto.
Outra modalidade que não correspondeu como as edições anteriores foi o vôlei. Na quadra, os dois ouros de 2011 se transformaram em duas pratas, e, na praia, em uma prata e um bronze. Questionado se a falta de medalhas reflete uma queda do rendimento da modalidade, o dirigente da Confederação Brasileira de Vôlei, Ricardo Trade, disse que não.
"O vôlei de praia brasileiro manteve o nível de resultados no cenário internacional, indo ao pódio tanto no masculino, que foi prata, como no feminino, que foi bronze. São resultados importantes, que precisamos valorizar, tanto que parabenizamos de público nossos atletas e renovamos nossas expectativas em bons resultados também nos Jogos Olímpicos", afirmou.
Apesar da boa participação e ter conquistado as mesmas 13 medalhas da última edição, o judô foi outra modalidade que ficou com um gostinho de 'quero mais'. Em 2011 o Brasil foi para duas finais a mais do que em Toronto.
O gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson, acredita que o país manteve o bom nível, terminando em primeiro lugar da modalidade. "Era um desafio grande conquistar as 14 medalhas, já que viemos de 13 medalhas há algum tempo. Evoluímos em relação ao nosso principal adversário, que é Cuba. Duas medalhas de ouro é uma boa diferença. Na última vez, ganhamos só com um bronze", disse.
Boas surpresas
Com três medalhas de ouro, seis de prata e cinco de bronze, o Pan coroou a boa fase da canoagem brasileira. O tênis de mesa e tiro esportivo foram outras duas modalidades que cresceram no quadro geral.
Mas o badminton foi uma boa surpresa: pela primeira vez o Brasil foi a duas finais nas duplas - feminina e masculina - e conquistou duas pratas. Também ficou com um bronze nas duplas mistas. O diretor técnico da Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), José Roberto Santini, acredita que o resultado vem da mudança na gestão, que começou há cerca de dois anos.
"Se você for comparar, hoje recebemos até menos dinheiro do que há sete, oito anos. O que mudou foi a forma de investir, focando nos resultados. Hoje todos os atletas têm estrutura, acesso a material esportivo e viagens pagas. Mas não temos como enviar todos eles aos torneios importantes, o que dificulta conseguir boas colocações nos rankings", disse.
Por ser sede, o Brasil tem vagas nas simples para a Olimpíada, mas não nas duplas - justamente a modalidade em que o país se destacou. Assim, os atletas têm que se classificar pelo ranking. "Tenho os pés no chão quanto à Olimpíada. As meninas estão na 37ª posição, precisam chegar entre as 20 para se classificarem. É utópico pensar em medalha no ano que vem. Queremos classificar em 2020 sem convite e pensar em pódio em 2024".
Fonte: A Tarde!!
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