ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: AS DUAS PORTAS E OS DOIS CAMINHOS - Se Liga na Informação

30/05/2017

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: AS DUAS PORTAS E OS DOIS CAMINHOS




Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” Jo 14.6

Entrai pela porta estreita (7.13,14)
A imagem fica mais clara no texto original. Devemos escolher entre dois caminhos. Um caminho é ‘apertado’ ou ‘difícil’ (tehlimmene, não ‘estreito’), e a porta a que ele leva é ‘estreita’ (stene). Assim, poucos o escolhem. Por outro lado, multidões fluem ao caminho que parece mais espaçoso e fácil, que leva a uma porta larga e de fácil entrada. Aqui, como sempre, as multidões estão erradas, pois é o caminho difícil e a porta estreita que levam à vida.
Se parece fácil, e é popular entre a multidão, é provavelmente a escolha errada” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.33).

Dois Caminhos (7.13,14). A ideia de dois caminhos é familiar no Antigo Testamento (cf. Sl 1; Jr 21.8). Mas Jesus chamou a atenção para as portas. Estreita (13); a mesma palavra do versículo 14. A tradução literal é ‘apertada’. O termo grego para larga significa ‘espaçosa’. O ‘cristianismo do caminho largo’ não levará ninguém para o céu. Este é um pensamento solene que Jesus declarou; poucos encontrariam o caminho que leva à vida” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph; SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon. Mateus a Lucas. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, pp.68-69).

SUBSÍDIO
Dois Caminhos: O Largo e o Estreito (7.13,14)
O caminho da morte e o da vida aparecem no Antigo Testamento, na literatura intertestamental, nos escritos de Qumran e na literatura cristã primitiva (Dt 11.26-28; 30.15-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8, 2 Enoque 30.15; Testamento de Aser 1.3,5; 4 Esdras 7.1-9; Didaquê 1.1; 5.1; Normas da Comunidade 3.20,21). Na literatura de Qumran os dois caminhos são expostos como o ‘caminho da luz’ e o ‘caminho das trevas’. Jesus, de forma típica, apresenta as opções diante da audiência em paralelismo antitético: uma porta para a vida ou uma porta para a morte. A maioria das pessoas toma o caminho fácil, o qual é desastroso. A porta para a vida é difícil e restritiva; os verdadeiros discípulos são minoria. Dado o contexto de Mateus, a dificuldade da porta estreita é o caminho da justiça, na qual Jesus há pouco instruiu as pessoas” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.61).

Seguir o fluxo é o comportamento normal e corriqueiro, porém, o discípulo é convidado a tomar o caminho da justiça do Reino.


O tempo atual não comporta a ideia de as coisas não darem certo. O pensamento corrente é que servir a Deus significar blindar-se ou proteger-se de todo e qualquer tipo de problema. Contudo, o caminho feito por Jesus Cristo evidencia uma trajetória que nenhuma semelhança tem com a época de hoje e a expectativa messiânica daquele tempo. Por mais que se queira romantizar, a vida cristã implica o esforço de seguir a Cristo, tomando decisões que leva o crente a fazer o mesmo caminho que o Salvador fez. Não apenas o caminho é apertado, mas a própria porta, que leva a este caminho, é estreita. Portanto, caminhar com o Mestre é estar disposto a entrar pela porta estreita. E a dificuldade não estará apenas na decisão de entrar por esta porta, mas durará por todo o caminho, pois “larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela”. A salvação não é uma conquista particular de quem quer que seja, pois foi conquistada na cruz por Cristo, mas a decisão de adentrar a porta da salvação, e a permanência no “caminho que leva à vida”, são de nossa livre e espontânea vontade e, por isso mesmo, “poucos há que a encontrem”.


TEXTO BÍBLICO  Mateus 7.13,14

13 — Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14 — E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.



INTRODUÇÃO

Encaminhando-se para o final do Sermão do Monte, o Mestre agora inicia seu apelo e desafio à escolha da justiça do Reino (Mt 7.13-27). Trata-se de um momento decisivo, pois Jesus Cristo não convida as pessoas para se reunir em torno dEle e, posteriormente, em seu nome a fim de discutir, teoricamente, o que foi ensinado. O convite é à prática, e isso ninguém pode fazer por outro, antes é uma decisão individual que interpela a uma ou a outra opção, sem meio-termo, pois essa possibilidade não existe (Jo 14.6).


I. A METÁFORA DA PORTA E DO CAMINHO

1. Uma metáfora conhecida.
Desde os tempos do Antigo Pacto, a imagem dos dois caminhos é muito conhecida (Dt 11.26,28; 30.11-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8). Trata-se de um recurso linguístico apropriado para se demonstrar a impossibilidade de se andar, simultaneamente, nos dois caminhos, ou de se pensar que possa existir um “terceiro caminho”. O raciocínio é simples, se o caminhante está em um não pode, automaticamente, estar no outro. O uso do plural também é recorrente e abundante, mas de igual forma, há caminhos do Senhor e há caminhos da perdição, isto é, existem apenas dois tipos de caminho (Dt 8.6; 10.12; 19.9; 26.17; 28.9; 32.4; Jz 2.19; 5.6; 1Rs 15.26; 2Rs 17.13 etc.).

2. A metáfora da porta.
O Mestre utilizou a metáfora da porta para dizer aos seus discípulos que Ele era a “porta das ovelhas” (Jo 10.7) e reiterou: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9). A indicação é oportuna, sobretudo, se nos lembrarmos da lição passada que falou acerca de “bater” (Mt 7.7,8). Só se bate em uma porta, e essa porta que abre passagem para outra realidade, é o próprio Mestre e não algum conhecimento teórico de que alguns se acham proprietários (Lc 11.52). Quem se dirige a essa “Porta”, certamente encontrará a liberdade que procura (Jo 10.9).

3. A metáfora do caminho.
Jesus igualmente ensinou que Ele era o Caminho (Jo 14.6). O Mestre é a porta e o caminho que conduz ao Pai. Não existe qualquer subterfúgio ou atalho, é preciso comprometer-se em entrar por Ele, caminhar nEle e assim permanecer até o destino final (Mt 24.13).

Como porta e caminho de acesso a Deus, Jesus está à disposição de todos que quiserem aceitá-lo, pois Ele não é propriedade de ninguém.

II. A PORTA LARGA E O CAMINHO DA PERDIÇÃO

1. A opção pela porta estreita.
Antes de apresentar a porta larga e ao que conduz o caminho espaçoso, o Mestre convida os discípulos a entrar “pela porta estreita” (v.13). Por quê?

2. Porta larga e caminho espaçoso.
Sob qualquer ângulo que se analisar, é muito mais fácil que, entre uma porta larga e outra estreita e entre um caminho espaçoso e outro apertado, o caminhante opte pelos primeiros (v.13). O “normal” é seguir a multidão que, pelo próprio “tamanho” da porta e a largueza do caminho, é a maioria. No ensinamento de Jesus, tais metáforas representavam a religiosidade oficial de Israel que, com todo o seu legalismo, era incomparavelmente mais “fácil” de seguir que a justiça do Reino (Mt 15.14; Lc 11.52).

3. O destino final da porta larga e do caminho espaçoso.
Não obstante, serem a porta larga e o caminho espaçoso mais convidativos, o destino final de ambos é trágico, pois “conduz à perdição” (v.13). Muitos, porém, ignorando o destino, valorizam a facilidade do trajeto. Isso porque, no momento da peregrinação, não há necessidade alguma de renunciar a nada, e a aceitação popular acaba falando mais alto. Todavia, ao final a perdição será eterna (Lc 12.4-12 cf. Mt 10.16-30).

III. A PORTA ESTREITA E O CAMINHO DA VIDA

1. A conformidade com a porta larga e o caminho espaçoso.
O convite só acontece em relação à porta estreita e o motivo é óbvio: o estar na vida leva as pessoas a seguirem pelo rumo mais fácil. Neste caso, o da porta larga e do caminho espaçoso que, visivelmente, é mais bem popular (v.13).

2. Porta estreita e caminho apertado.
São poucos os que decidem por entrar pela porta estreita e andar pelo caminho apertado (v.14). A justiça do Reino exige renúncia. Mesmo tendo razão, abrir mão de si em favor dos outros, amar os inimigos e não retribuir o mal, ser rejeitado até mesmo pela família por causa da fé e assim por diante (Mt 5.20; Lc 14.25-27,33; Jo 15.18-21; 16.1-3, etc.). Em outras palavras, abrir mão de seguir o fluxo para tornar-se discípulo exige uma decisão radical.

3. A vida plena como destino final dos que são discípulos.
Como o próprio caminho e também a vida (Jo 14.6), Cristo promete vida em abundância (Jo 10.10). Tal vida inicia-se aqui e prolonga-se até a eternidade (Jo 4.13,14). Por isso, o discípulo é informado acerca dos percalços que certamente serão encontrados durante o trajeto. Nesse caso, não há uma negação mágica prometida pela religiosidade retributiva, onde o certo é feito para se obter o bem e o errado evitado apenas para não se atrair o mal. Na perspectiva da justiça do Reino, o bem é realizado sem que haja nenhuma expectativa de retorno ou reciprocidade, mas sim porque a nova natureza leva-nos a agir assim (Mt 5.13-16). Só é possível viver dessa forma sob a égide do Reino (Mc 8.34-38; Lc 9.23-26).

O caminho feito por Jesus Cristo — da rejeição popular e da aceitação e aprovação divinas — é o caminho que o discípulo deve também trilhar.



CONCLUSÃO

A mensagem do Mestre é clara e não permite devaneios linguísticos, quem quiser segui-lo o fará através da passagem por uma porta estreita e da permanência em andar em um caminho apertado. Já em seu tempo, relata-nos João em seu Evangelho, que “apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga” (Jo 12.42). Na verdade, informa-nos ainda o apóstolo do amor, tais pessoas não assumiram a fé no Mestre, “porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (Jo 12.43).


Fonte: Lições Bíblicas CPAD Jovens - 2º trim.2017 - O Sermão do Monte - A Justiça sob a ótica de Jesus - Comentarista César Moisés Carvalho 



Resumo Apresentado pelo Comentarista das Revistas Lições Bíblicas Jovens da CPAD, Pr. César Moisés Carvalho.










Aula ministrada pelo professor Pr. Edvaldo Bueno (Igreja AD ministério Belém em Paulínia/SP)











Aula ministrada pelos Professores da Igreja AD em Criciúma - SC
 Acesse (www.adcriciuma.com.br)










Aula ministrada pelo professor Gabriel Raso


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