Escola Bíblica Dominical: Uma Salvação grandiosa - Se Liga na Informação

09/01/2018

Escola Bíblica Dominical: Uma Salvação grandiosa

TEXTO ÁUREO
“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram” (Hb 2.3).


Hebreus 2.1-4
“Esta é a primeira de sete passagens em Hebreus onde o autor combina uma urgente exortação com uma solene advertência a fim de mover seus leitores a uma confiança renovada, a uma esperança e fé perseverante em Cristo. Estas sete advertências não são divagações, no entanto se relacionam diretamente com o principal propósito do autor. A íntima conexão entre este parágrafo e a interpretação em 1.5-14 demonstra que a exposição bíblica do autor não era propriamente um fim, mas originou-se de sua preocupação por seus leitores e sua perigosa situação.



O rico vocabulário e os dons do autor como orador são novamente evidentes. A construção grega de 2.1-4 consiste em duas sentenças: uma declaração direta (2.1), seguida por uma longa sentença explicativa (2.2-4), que inclui uma pergunta retórica (‘como escaparemos nós?’) com uma condição (‘se atentarmos para [ou negligenciarmos] uma tão grande salvação’, 2.3a).

A expressão ‘Portanto’ (2.1) liga este parágrafo ao esplendor e à incomparável supremacia do Filho no capítulo 1. Pelo fato de o Filho ser superior aos profetas e aos anjos, se o que Deus ‘nos falou pelo Filho’ (1.2) for negligenciado, seremos muito mais culpáveis: ‘Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1549).

A salvação não é algo dado ao crente compulsoriamente. O cristão é exortado a ser vigilante e não negligente em relação a essa dádiva recebida.


Uma Salvação Grandiosa

Comentário de Hebreus 2.1 -18

No capítulo 1, o autor mostrou a superioridade de Jesus ê aos anjos. Neste capítulo, o autor demonstrará as implicações práticas daquilo que ele afirmara. Os intérpretes destacam que a superioridade de Jesus em relação aos anjos acontece em três aspectos:

1. Nenhum dos anjos podia trazer a nova relação entre irmãos (Hb 2.5-13);

2. Nenhum dos anjos podia livrar os homens do temor da morte (Hb 2.14-16);

3. Nenhum dos anjos podia realizar a obra da expiação pelos pecados (Hb 2.17-18).

“Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas" (v. 1). Aqui, o “portanto" (gr. dia touto) tem o sentido de "acordo com o que acabei de mostrar”. Nesse contexto, “portanto" é usado em referência à superioridade de Jesus sobre os anjos. Uma verdade de tão grande magnitude deveria ter recebido uma maior atenção por parte dos leitores. Eles deveriam ter atendido as verdades ensinadas com maior diligência. O termo grego prosechein, traduzido aqui como "atentar", tem o sentido de “prestar atenção a, atender, dar ouvidos".1  O termo é usado no sentido de dar uma resposta positiva ou negativa a uma mensagem recebida. É usado em Atos 8.6 para afirmar que as pessoas "atendiam” unânimes as palavras pregadas por Filipe. Por outro lado, em Tito 1.13,14, é usado para exortar os crentes a “não dar ouvidos” às fábulas judaicas. Em ambos os casos, a participação do ouvinte é requerida. Pedro afirma que seus leitores faziam bem em “atenderem” a palavra profética (2 Pe 1.19). Esse mesmo termo é usado por Lucas para narrar a conversão de Lídia (At 16.14). “Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia” (At 16.14 - ARA). Enquanto Paulo falava acerca do Reino de Deus, Lídia escutava a Palavra de Deus, e o Senhor abriu-lhe o coração para atentar (prosechein) àquilo que o apóstolo dizia.2

As Escrituras exortam o cristão a ser vigilante e batalhar pela fé que uma vez lhe foi dada (Jd 3). O autor não queria que os crentes aos quais ele escrevia ficassem desviados da fé. A palavra "desviar” (gr. pararreô) era usada em referência a um rio que corria fora do seu leito. Podia ser usada também em referência a uma pessoa que perdia a memória ou, então, a um navio que estava à deriva.3  Franz Delitzsch (1813-1890) destaca que está presente o sentido de obter ou encontrar a si mesmo em um estado de fluxo ou de passagem, isto é, em referência a um objeto que requer muita atenção; perder a posse de qualquer coisa por não conseguir segurar.4  Essas observações fazem-nos ver que a apostasia — um ensino que o autor de Hebreus voltará a falar mais adiante — é uma realidade possível e real. Se decair da fé ou se desviar não fosse uma possibilidade, essas exortações perderiam o sentido.

“Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição” (v. 2). Como já havia assinalado no versículo anterior, o autor refere-se, aqui, à Lei mosaica entregue no Sinai. George Wesley Buchanan destaca que havia uma tradição judaica antiga na qual se afirmava que a Lei fora entregue pelos anjos (Ant. XV. 136; Gl 3.19; Atos 7.53; Targ. Dt 33.2). Por haver sido mediada por anjos, a Lei era vista e observada meticulosamente pelos judeus. A conclusão a que o autor quer chegar é simples: ora, se a Lei, que fora entregue por anjos, merecia tanta atenção, então não merecia atenção maior ainda a palavra de Deus, que fora entregue por seu próprio Filho, o qual é infinitamente superior aos anjos? Se a palavra entregue por anjos provocou punição para quem a transgrediu, o que poderá acontecer com quem quebra a palavra falada pelo Filho?

“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram” (v. 3). Valendo-se de uma pergunta retórica, o autor indaga a seus leitores se haveria alguma chance de escape para quem fosse negligente e não atentasse para essa tão grande salvação. A resposta, evidentemente, é que não haveria chance nenhuma.

A palavra grega amelêsantes, traduzida como “atentar”, “negligenciar”, é um particípio que ocorre quatro vezes no Novo Testamento grego (Mt 22.5; 1 Tm 4.14; Hb 2.3; 8.9). Em Mateus, é usado no sentido de “não dar atenção”; em 1 Tm 4.14, é usado para exortar Timóteo a não "negligenciar” o dom de Deus; em Hebreus 8.9, é usado para dizer que Deus não “atentou” para os desobedientes.6  A salvação do cristão está condicionada à sua permanência em Cristo. Alguns creem que a salvação é dada por decreto. Nesse sentido, as pessoas eleitas serão salvas sem importar muito o que fazem ou deixam de fazer. No entanto, Richard Taylor destaca:

"A Bíblia mostra que a prática do pecado e o Filho de Deus são totalmente incompatíveis; e que a apostasia é uma possibilidade, ainda que não seja normal nem o que se espera na experiência cristã. O Novo Testamento sublinha que a fé evangélica é como um tempo presente, uma atitude contínua de confiança e obediência, ‘aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida’ (Jo 3.36; Tg 2.14-26)".7

"Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?" (v. 4). O escritor F. Dattier destaca:

“A insistência sobre os prodígios, Hb possui em comum com o 4° Evangelho onde tais fatos formam argumentos essenciais em abono da legitimidade de Jesus de Nazaré: Jo 1.14,51 ; 2.11,23; 3.2; 5.17-20,36; 6.14,26; 7.21,31; 9.3,16; 10.32,37,41; 11.47; 12.18,37; 14.10; 15.24. Com a morte de Jesus, os milagres não desapareceram; os discípulos fariam maiores ainda (Jo 14.12); maiores se não em qualidade, pelo menos em quantidade, como se vê nos Atos dos Apóstolos e na variedade imensa de carismas descritos em Rm 12 e 1 Cor 12." 8

A Igreja Primitiva, formada por crentes tanto da primeira como da segunda geração, estavam familiarizados com os carismas do Espírito. Para o autor, a Salvação não ocorreu apenas no plano subjetivo e teórico, mas também no objetivo e prático. O Espírito Santo, através dos discípulos, deu testemunho dessa salvação. Os termos gregos: semeiois (sinais), terasin(maravilhas) e dynamesin (poder, prodígios, milagres) são frequentemente usados nos Atos dos apóstolos (At 4.30,33; 5.12; 14.3,8-10). No Velho Testamento, o Espírito vinha sobre algumas pessoas especiais: o rei, o legislador, o profeta e o sacerdote. Todavia, na Nova Aliança, Ele foi derramado sobre toda a carne (At 2.17). Os crentes Hebreus possuíam consciência desses fatos, mas, mesmo assim, davam sinais de esquecimento.

Como de costume, o autor mais uma vez recorre a uma citação de um salmo (8.4-6) de natureza messiânica para validar sua argumentação. No judaísmo, esse salmo era um cântico que celebrava a criação, a tradição cristã; no entanto, devido à sua citação na carta aos Hebreus, associou-o à redenção. "Em vários períodos, o salmo foi usado para expressar o tema da imago dei no sentido de que a dignidade da humanidade é concedida e, em seguida, restaurada pela salvação/redenção”.9

C. S. Keener destaca que era uma crença do judaísmo antigo a de que Deus sujeitaria a seu povo o governo do mundo vindouro.10  O judaísmo dos dias neotestamentários alimentava essa esperança. “Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos” (v. 5). O fato em destaque pelo autor é que o mundo será, com efeito, submetido ao governo não angélico, mas humano. O autor afirma essa crença, porém destacando que essa promessa teve seu fiel cumprimento no Messias, que era divino e humano. O autor passa a citar o Salmo 8.

"Mas, em certo lugar, testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem, para que o visites?" (v. 6). Valendo-se da expressão “em certo lugar”, o autor não demonstra imprecisão na sua citação, mas, sim, o uso do método hebraico de interpretação conhecido como gezerah shavar, muito usado pelos escribas para unir duas porções das Escrituras.

“Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras de tuas mãos" (v. 7). Essa citação não é feita para depreciar o homem; pelo contrário, é usada para mostrar sua grandeza.11  O autor avança para o desfecho do seu comentário. "Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés" (v. 8). F. F. Bruce observa que “Quando o homem falha no cumprimento de seu propósito divino (como em alguma medida, todos o fizeram na época do Antigo Testamento), Deus levanta outro para que tome o seu lugar. Mas quem poderia tomar o lugar de Adão? Somente um que foi capaz de desfazer os efeitos da queda de Adão e, portanto, iniciar uma nova ordem do mundo”.12

“Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (v. 9). A palavra grega brachy, traduzida como “menor”, é usada aqui em relação ao tempo e significa temporariamente. Portanto, o texto afirma que, devido à sua humilhação, Jesus temporariamente foi feito menor do que os anjos, e não que Ele tornou-se menos digno do que os seres angélicos.13  Alguns autores interpretam esse texto no sentido de que a glória precedeu o sofrimento. Nesse aspecto, Jesus teria uma glorificação antecipada. Mas, como observa F. F. Bruce, essa não é a leitura natural do texto. O autor de Hebreus põe a glorificação como um evento que seguiu a humilhação de Cristo. Pela primeira vez, o autor cita aqui o nome "Jesus", o que é uma clara demonstração de sua humanização. "O Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). O autor usa o termo grego "graça” (gr. Xaris) pela primeira vez, e o seu sentido é de uma salvação para todos, universal e ilimitada.14  Ele sacrificou-se por todos e, como resultado de sua paixão e exaltação, sua morte é extensiva a todos os homens.15 Adam Clarke (1760-1832), renomado teólogo britânico, vê aqui um paralelo com o cálice da salvação a qual o Senhor Jesus referiu-se em Mateus 26.39:

"Meu Pai, se és possível, passa de mim este cálice. Mas, sem bebê-lo, a salvação haveria sido impossível; portanto, com júbilo o bebeu em lugar de cada alma humana, fazendo desta maneira sacrifício por todo o pecado da totalidade do mundo; e isto Ele fez por graça, misericórdia ou infinita bondade de Deus”.16

"Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação deles" (v. 10). Esse versículo é uma referência à missão salvífica do Filho e faz um paralelo com 2 Coríntios 5.19. O escritor Neil R. Lightfoot observa que alguns comentaristas dizem que o texto quer dizer simplesmente que, através da sua morte, Jesus completou sua obra na terra e que, por isso, teria Ele superado todas as suas limitações. Todavia, Lightfoot destaca que "a palavra aperfeiçoar (traduzida aqui como consagrar), que, com seus cognatos, é característica da epístola, exige mais do que isso. No geral, ela significa concretização ou inteireza; completar algo, pôr em efeito; acabar, por exemplo, uma torre ou obra de arte. Mas o significado aqui é determinado pela Septuaginta, que usa regularmente o termo no Pentateuco para referir-se à consagração dos sacerdotes (Êx 29.9, 29.33,35, etc.). Da mesma forma que, no Velho Testamento, os sacerdotes eram aperfeiçoados ou consagrados por vários rituais, também Cristo, no Novo, foi aperfeiçoado, consagrado ou qualificado. A ideia é que, em separado do sofrimento, Cristo não poderia ter-se tornado um Líder inteiramente eficaz, perfeito, do seu povo".17

"Porque, assim o que santifica com o os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos” (v. 11). Aqui, o autor mostra a fonte de santificação do crente: Cristo. É o sangue de Cristo que nos purifica de todo pecado. Posteriormente, ele vai afirmar que, sem a santificação, ninguém verá o Senhor.

“Dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação” (v. 12). O autor novamente recorre a textos messiânicos para corroborar sua argumentação. No primeiro texto, ele usa o Salmo 22.22. Os evangelistas relacionaram esse salmo com os eventos da crucificação (Mc 15.34). A identificação de Cristo com a raça humana está claramente demonstrada aqui na argumentação do autor de Hebreus. Jesus identifica-se com seus irmãos.

“E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu” (v. 13). O versículo 13 é uma citação de Isaías 8.17. No contexto do livro de Isaías, o profeta demonstra confiança em Deus, mesmo o povo tendo perdido as esperanças. É exatamente essa mesma confiança que o Filho de Deus demonstra. Por outro lado, o versículo 14 é usado pelo autor para, de forma contundente, demonstrar a plena natureza humana de Cristo.

“E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (v. 14). Fritz Laubach destaca:

"Cristo se tornou realmente humano. O Novo Testamento enfatiza: O Filho de Deus não permaneceu na glória eterna, mas de forma misteriosa unificou-se plenamente com nossa natureza humana. Cristo assumiu a nossa natureza, para que nós pudéssemos participar de sua natureza divina (2 Pe 1.4)”.18

A palavra "aniquilar" não tem o sentido de "destruir” no original grego, mas, sim, o de “tornar inoperante”, “anular”, "fazer como se não mais existisse”.19  Através da morte e ressurreição de Jesus, Satanás foi destronado (cf. Cl 2.15). A consequência imediata da vitória de Jesus está demonstrada no versículo 15.

“E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão" (v. 15). O cristão não deve mais temer a morte, embora seja ainda necessário passar por ela. Não há mais insegurança e incerteza, já que Jesus, através de sua morte e ressurreição, destronou o poder que ela detinha (1 Co 15.55; 2 Tm 1.10). Cirilo de Alexandria (378-444 d.C.), em seu comentário de Hebreus, escreveu: “Existindo essencialmente com vida, o Logos Unigénito de Deus uniu-se Ele mesmo à carne terrena e mortal, para que a morte, que perseguia o homem como um animal feroz, soltasse a sua presa”.20

“Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão" (v. 16). A morte de Jesus foi pelos homens, e não pelos anjos caídos.

“Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo" (v. 17). A identificação de Jesus com a humanidade é feita pelo autor através da expressão “em tudo, fosse semelhante aos irmãos”. Para salvar os homens, era necessário Jesus tornar-se como eles. Evidentemente, essas palavras do autor não devem ser tomadas em seu sentido literal, pois Jesus não cometeu pecados como os demais homens. Aqui, pela primeira vez nessa carta, o autor usa o termo “sumo sacerdote" em referência à pessoa de Jesus. Trata-se de uma preparação para o que ele tenciona dizer daqui para frente. Ao comentar esse texto, João Crisóstomo (347-407 d.C.) escreveu:

“Não há nos honrado somente com a fraternidade, senão também de diversas maneiras; assim quis se fazer sumo sacerdote ante o Pai, pois acrescenta: 'A fim ser misericordioso e sumo sacerdote fiel nas coisas que se referem a Deus’. Por isso, afirma — assumiu nossa carne não somente por benevolência, senão para ter misericórdia de nós. Certamente, não existe outra causa da redenção; essa somente! Com efeito, nos vê abatidos na terra, perdidos, tiranizados pela morte, e tem misericórdia”21.

“Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (v. 18). Aqui, o autor mostra Jesus como Sumo Sacerdote. Muito mais do que os sacerdotes no Antigo Testamento — que representavam os homens diante de Deus, fazendo intercessão e expiação por seus pecados — Jesus pode socorrer os crentes. Ele conhece nossas vidas e natureza e, por isso, está pronto a interceder por nós.

VERDADE PRÁTICA
A salvação não é algo dado ao crente compulsoriamente. O cristão é exortado a ser vigilante e não negligente em relação a essa dádiva recebida.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Hebreus 2.1-18.
1 — Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas.
2 — Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,
3 — como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram;
4 — testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?
5 — Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos;
6 — mas, em certo lugar, testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem, para que o visites?
7 — Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras de tuas mãos.
8 — Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas;
9 — vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.
10 — Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação deles.
11 — Porque, assim o que santifica como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos,
12 — dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação.
13 — E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu.
14 — E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo,
15 — e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.
16 — Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.
17 — Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.
18 — Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.

HINOS SUGERIDOS
35, 156 e 542 da Harpa Cristã.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), estudaremos a exortação do escritor de Hebreus a respeito da grandiosidade da salvação. Salvação essa que recebemos mediante a fé em Jesus Cristo. Ela é resultado da graça divina, mas Cristo pagou um alto preço. Por isso, no capítulo dois, o autor aos Hebreus faz uma séria advertência a respeito dos que negligenciam tão grande salvação. Para redimir a humanidade pecadora, Cristo assumiu a forma humana a fim de se identificar conosco e nos outorgar a salvação. Ele morreu por nós, mas ao terceiro dia ressuscitou coroado de glória e honra. Cristo também nos elevou a uma condição superior, a de filhos(as) de Deus. Jesus é superior aos anjos e a todas as coisas, e a salvação que Ele oferece é o maior bem que o ser humano pode obter, por isso não devemos negligenciar tal graça.

INTRODUÇÃO
O autor dá início à seção de Hebreus 2.1-18 com uma forte exortação. Era necessário, por parte dos crentes maior firmeza em relação às coisas espirituais. O que o autor observava entre eles era certa letargia e negligência diante de um fato de tão grande importância como é a salvação. Nesse aspecto a resposta devia ser dada por meio do retorno às verdades anteriormente ouvidas e que haviam sido esquecidas. Isso era de suma importância porque evitava que algum deles viesse a se desviar. De fato, o vocábulo grego usado pelo autor — pararreo —, traduzido como “desviar”, significa originalmente “perder o rumo”. O termo era usado também em relação a um barco que acidentalmente era desancorado e lançado à deriva em alto mar. No pensamento do autor só havia uma maneira de manter-se no rumo certo: ancorando o barco no porto seguro, Jesus.

I. UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA

1. Testemunhada pelo Senhor.
O autor faz um contraste entre as alianças do Sinai e do Calvário. Enquanto a Antiga Aliança foi intermediada por anjos (v.2), a Nova Aliança tinha Jesus, o Filho de Deus, como seu mediador. O autor, então, faz uma analogia entre as duas Alianças para que o contraste entre ambas fique bem definido. Foi Jesus, o Filho de Deus, e não os anjos, que anunciou essa tão grande salvação. Por serem mediadores da Lei, os anjos despertavam grande estima e respeito dos judeus por eles. Se uma Aliança firmada na Lei, mediada por anjos, imperfeita e transitória, requeria obediência por parte dos crentes, muito mais a Nova Aliança que é perfeita e eterna. Se quem não observava os princípios do Antigo Pacto, quebrando os seus preceitos, era punido de forma dura, que castigo merecia quem ultrajava a Nova Aliança, que em tudo era superior?

2. Proclamada pelos que a ouviram.
Essa salvação grandiosa foi primeiramente anunciada pelo Senhor e, posteriormente, por “aqueles que a ouviram” (Hb 2.3). Fica evidente nesse texto que o autor não foi uma testemunha ocular dos feitos de Jesus, mas recebera a Palavra por meio dos que a “ouviram”. Mesmo não tendo recebido a Palavra de Deus diretamente do Senhor, o autor não tem dúvida que a mensagem apostólica era essencialmente a mesma Palavra de Deus. Esse fato deveria fazer com que os crentes fossem mais diligentes na observância dos preceitos neotestamentários. De fato, a palavra bebaioô, aqui traduzida como “confirmar”, tem o sentido de algo que transmite segurança e confiança. Em outras palavras, o que o Senhor anunciou e que, posteriormente, foi proclamado por testemunhas oculares, deve servir de fundamento da nossa fé.

3. Confirmada pelo Espírito Santo.
A mensagem, que primeiramente fora anunciada pelo Senhor e testemunhada pelos que a ouviram, foi instrumentalizada pelo Espírito Santo. Nesse aspecto, as traduções — “distribuições feitas pelo Espírito Santo” ou “distribuições do Espírito Santo” (Hb 2.4) — expressam bem o que o autor quis dizer. O Espírito Santo é o agente por trás de cada milagre e sinal operados na história do povo de Deus, tanto do passado quanto do presente. O autor quer chamar a atenção de seu público leitor mais uma vez para a importância da mensagem recebida, ou seja, ela fora também testemunhada de uma forma concreta e palpável pelo Espírito Santo por intermédio da distribuição de seus muitos dons.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Hebreus 2.1-4
“Esta é a primeira de sete passagens em Hebreus onde o autor combina uma urgente exortação com uma solene advertência a fim de mover seus leitores a uma confiança renovada, a uma esperança e fé perseverante em Cristo. Estas sete advertências não são divagações, no entanto se relacionam diretamente com o principal propósito do autor. A íntima conexão entre este parágrafo e a interpretação em 1.5-14 demonstra que a exposição bíblica do autor não era propriamente um fim, mas originou-se de sua preocupação por seus leitores e sua perigosa situação.

O rico vocabulário e os dons do autor como orador são novamente evidentes. A construção grega de 2.1-4 consiste em duas sentenças: uma declaração direta (2.1), seguida por uma longa sentença explicativa (2.2-4), que inclui uma pergunta retórica (‘como escaparemos nós?’) com uma condição (‘se atentarmos para [ou negligenciarmos] uma tão grande salvação’, 2.3a).

A expressão ‘Portanto’ (2.1) liga este parágrafo ao esplendor e à incomparável supremacia do Filho no capítulo 1. Pelo fato de o Filho ser superior aos profetas e aos anjos, se o que Deus ‘nos falou pelo Filho’ (1.2) for negligenciado, seremos muito mais culpáveis: ‘Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas’” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1549).



CONHEÇA MAIS

Salvação
“1. Sõteria (σωτηρία) denota ‘libertação, preservação, salvação’. O termo ‘salvação’ é usado no Novo Testamento para se referir a: (a) o livramento material e temporal de perigo e apreensão: (1) nacional (Lc 1.69,71; At 7.25, ‘liberdade’); (2) pessoal, como do mar (At 27.34, ‘saúde’); da prisão (Fp 1.19); do dilúvio (Hb 11.7); (b) o livramento espiritual e eterno concedido imediatamente por Deus aos que aceitam as condições estabelecidas por Ele referentes ao arrependimento e fé no Senhor Jesus, somente em quem será obtido (At 4.12), e sob confissão dEle como Senhor (Rm 10.10); para este propósito o Evangelho é o instrumento de salvação (Rm 1.16; Ef 1.13 [...])”. Para conhecer mais leia Dicionário Vine, CPAD, p.967.

II. UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA

1. Por intermédio da humanização do Redentor.
Na seção vv.5-9, o autor toma o Salmo 8 como pano de fundo de seu argumento (Sl 8.4-6). Nesse aspecto, ele segue a Septuaginta que usa o termo “anjo”, em vez do texto massorético, que traz a palavra “Deus”. Na mentalidade judaica, da qual o autor participa, o homem foi feito como coroa da criação e a ele foi confiado todo o domínio. Todavia, devido à queda, esse domínio fora perdido. Na mente do autor dessa Escritura, portanto, o Salmo 8 não pode se aplicar a Adão, nem tampouco a raça pós-queda, mas a Jesus, o Messias, que por meio da cruz, veio restaurar a humanidade caída.

2. Por meio do sofrimento do Redentor.
Para um judeu do primeiro século era escandalosa a ideia de um Messias sofredor. Como então assegurar que Jesus era superior aos anjos se Ele morrera em uma cruz? O autor de Hebreus usa o versículo cinco do Salmo 8 para explicar esse aparente paradoxo. Sim, argumenta ele, Jesus de fato foi feito um “pouco” menor do que os anjos por causa da sua humanização. Os intérpretes entendem que as palavras “pouco” e “pouco tempo” (Hb 2.7,9) podem denotar posição ou tempo. Em outras palavras, Jesus se tornou “menor” que os anjos enquanto vivia os limites da condição humana e experimentou o sofrimento advindo desse estado de humilhação. Todavia, foi por meio deste mesmo sofrimento de Cristo que os homens tornaram-se livres.

3. Por intermédio da glorificação do Redentor.
Na mente do autor, Cristo não sofreu para ser glorificado, mas Ele foi glorificado porque sofreu. Foi por intermédio do sofrimento que Ele foi “coroado de glória e de honra, [...] para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 2.9). Para os crentes que viam no sofrimento algo incompatível com o viver cristão, e que, devido a isso estavam desanimados, essas palavras serviam de ânimo e consolo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Jesus, superior aos anjos em sua missão redentora (Hb 2.5-18)

Esta seção dá continuidade ao pensamento iniciado em 1.5-14 a respeito da superioridade do Filho em relação aos anjos, porém sob uma perspectiva diferente. No capítulo 1 a ênfase estava na divindade da natureza do Filho; aqui o enfoque está em sua humanidade e no sofrimento como componentes necessários de sua missão redentora. Os anjos, por um lado, são servos; sua missão para o homem como ‘espíritos ministradores’ é ‘servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação’ (1.14). O Filho, por outro lado, é o Salvador; sua missão para o homem como ‘o Príncipe da salvação deles’ (2.10) é ‘salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus’ (7.25). Entretanto, como Salvador, a missão redentora do Filho envolvia tanto a humilhação como a glória.

Como o homem perfeito, Jesus se tornou o verdadeiro representante da raça humana e o cumprimento absoluto do Salmos 8. Somente Ele poderia cumprir ‘o propósito declarado do Criador quando trouxe a raça humana à existência’. Mas, assim fazendo, Ele teve de se identificar plenamente com a condição humana, incluindo o sofrimento humano (cf. Hb 4.15,16; 5.6), a fim de ‘abrir o caminho da salvação para a humanidade e agir eficazmente como o Sumo Sacerdote de seu povo na presença de Deus’. Isto significa que Ele não é apenas aquEle em quem se cumpre a soberania destinada à humanidade, mas também aquEle que, por causa do pecado humano, deve concretizar esta soberania por meio do sofrimento e da morte. Portanto, o Filho, que já foi apresentado como superior aos anjos, teve de ser feito ‘um pouco menor do que os anjos’ (2.7a) antes de poder ser ‘coroado de glória e de honra’ (2.7b) como Senhor sobre todas as coisas” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2 Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.1551,52).

III. UMA SALVAÇÃO EFICAZ

1. Vitória sobre o Diabo.
Na conclusão de seu argumento o autor mostra os métodos e os resultados dessa grandiosa salvação. Para que a salvação se efetivasse o Salvador precisava sofrer e morrer pelos homens. Somente por meio da morte na cruz, o Diabo, arqui-inimigo dos homens, seria derrotado (Hb 2.14). O autor usa o verbo grego catargeo para se referir à derrota de Satanás. Esse verbo tem o sentido de “destronar” ou “tornar inoperante”. Por intermédio da cruz, Cristo destronou e desarmou Satanás das armas que este possuía. Foi na cruz que Ele despojou os principados e as potestades e nos garantiu a vitória (Cl 2.15).

2. Vitória sobre a morte.
Com a entrada do pecado no mundo a morte passou a ser um inimigo temido. Essa arma poderosa era usada por Satanás para manter os homens debaixo do jugo do medo (Hb 2.15). Todavia, ao morrer na cruz por todos os homens, Jesus venceu a morte. Os homens continuam a morrer, mas os que o recebem como Salvador tem a vida eterna, pois a morte não tem mais domínio sobre eles.

3. Vitória sobre a tentação.
Pela primeira vez na epístola o autor usa a denominação “sumo sacerdote” em relação a Jesus (Hb 2.17). O tema do sacerdócio de Cristo será explorado pelo autor com maior profundidade em passagens posteriores (Hb 3.1; 4.14-16; 5.1-10; 6.20; 7.14-19,26-28; 8.1-6; 9.11-28; 10.1-39). Todavia, aqui o seu uso é justificado no contexto da identificação de Jesus com seus “irmãos”, os salvos. Esse sumo sacerdote é misericordioso e fiel. Por ter assumido a natureza humana, e se identificado com os homens nos seus limites, Ele sabe o que é ser tentado e por essa razão está pronto a ajudá-los.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“[...] Pela graça de Deus, Jesus provou a morte por todos os homens (Hb 2.9). Três verdades importantes estão sucintamente incorporadas aqui:

1. A morte de Jesus na cruz, para realizar a salvação, foi um ato da graça de Deus.

2. Sua morte foi em favor de (byper) cada pecador; um claro ensino de Hebreus é que sua morte foi uma expiação substitutiva pelo nosso pecado (cf. 5.1; 7.27).

Sua morte não foi uma ‘expiação limitada’ — isto é, para algumas pessoas seletas, como alguns reivindicam — mas Ele provou temporariamente a morte por todos os homens. Sua morte é de proveito para todo aquele que por fé se submete a Ele como Senhor e Cristo.

Para os judeus daqueles dias, a ideia de um Messias em sofrimento era detestável e a reivindicação cristã de que isto convinha, deveria ser vista contra este panorama. Qualquer que seja a razão para a cruz, não há dúvida alguma de que tais fatos revelam a natureza de Deus. É neste sentido que ‘convinha’ que as coisas ocorressem como de fato ocorreram” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.1553).

CONCLUSÃO
Por meio da sua humanização e humilhação Jesus se tornou o legítimo Sumo Sacerdote representante da humanidade. Os anjos de fato são seres especiais a serviço de Deus, entretanto, Jesus não veio socorrê-los, mas buscar a descendência de Abraão, os crentes. Por intermédio de seu sofrimento e morte, Ele pode dar vida aos que estão mortos.

PARA REFLETIR
A respeito de Uma Salvação Grandiosa, responda:

Segundo o autor aos Hebreus, qual a única maneira de manter-se no rumo certo?
No pensamento do autor só havia uma maneira de manter-se no rumo certo: ancorando o barco no porto seguro, Jesus.

Enquanto a Antiga Aliança foi intermediada por anjos, a Nova Aliança foi mediada por quem?
Enquanto a Antiga Aliança foi intermediada por anjos, a Nova Aliança tinha Jesus, o Filho de Deus, como seu mediador.

Como os homens tornaram-se livres?
Por meio do sofrimento de Cristo.

O que foi preciso ser feito para que a salvação se efetivasse?
Para que a salvação se efetivasse o Salvador precisava sofrer e morrer pelos homens.

Por que Jesus Cristo, o verdadeiro Sumo Sacerdote, sabe o que é ser tentado e, por isso, está pronto a nos ajudar nas fraquezas?
Por ter assumido a natureza humana, e se identificado com os homens nos seus limites, Ele sabe o que é ser tentado e por essa razão está pronto a ajudá-los.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Uma Salvação Grandiosa

Caro professor, prezada professora, com base no esboço acima, leve em consideração o objetivos geral e específicos da lição. Você deve explicar que a salvação não é algo dado ao crente compulsoriamente, por isso, ele deve ser vigilante e não negligenciar essa graça recebida (Objetivo Geral).

Seu aluno deve chegar a esse objetivo, por meio do recurso selecionado por você, a fim de fazê-lo (1) perceber a grandiosidade da salvação divina, (2) discutir a necessidade da salvação e (3) mostrá-los que a salvação pela fé em Cristo é eficaz.

Um ponto importante sobre o Tópico I
É importante ressaltar que Hebreus 2.1-4 é uma advertência em relação às coisas que a igreja havia ouvido “PARA QUE, EM TEMPO ALGUM, NOS DESVIEMOS DELAS” (v.1). Por isso é preciso — preste atenção as nestas expressões! - “atentar com diligência”, “como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação” (v.3). Esses quatro primeiros versículos do escritor aos Hebreus afirmam pelos menos duas verdades: [1] É possível o crente salvo e remido negligenciar, descuidar e faltar com interesse a respeito da verdade do ensino do Evangelho, o que seria desastroso demais; [2] todo cristão é tentado a tornar-se e a permanecer indiferente para com a Palavra de Deus. É notória a preocupação do escritor aos Hebreus acerca da possibilidade, de aos poucos, e paulatinamente, o crente salvo se distanciar do Filho de Deus, mergulhando na mais terrível apostasia. Essa preocupação, o autor de Hebreus desdobrará melhor nos próximos capítulos. Por isso, é importante você ressaltar esse ponto nesse primeiro tópico.

Sugestão Pedagógica
Ao final da aula, retome o ponto central da presente lição, conforme consta na sua revista de professor: “Precisamos ser vigilantes e não negligenciar a salvação divina”. Leia com a classe e, em seguida, ore com os alunos, rogando ao Pai por vigilância e perseverança em Cristo.

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INTRODUÇÃO 

A proclamação da salvação, através dos apóstolos, era caracterizada pelos constantes esforços dos crentes no cumprimento do "Ide" de Jesus (Mc 16.15,20). As proibições (At4.18; 5.28), as prisões (At 5.17-20),as ameaças de morte não puderam deter aqueles irmãos que, inflamados pelo poder de Deus e amor pelas almas perdidas, em nada tiveram suas vidas por preciosas, contanto que pudessem cumprir com alegria a sublime tarefa que lhes fora dada por Cristo (At 20.24). Constrangidos pelo amor de Jesus (2 Co 5.14),falaram intensamente do que tinham visto e ouvido. na mesma sequência, e algumas vezes, utilizando exatamente a mesma estrutura de palavras.  

I. UMA TÃO GRANDE SALVAÇÃO HB 2.1

1. Testemunhada Pelo Senhor .
“Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas” (Hb 2.1).
O escritor agora procura voltar a atenção para aquilo que acabou de ser dito no capítulo primeiro acerca da elevada dignidade de Cristo e sobre seu poder de salvar. Ele chama a atenção dos santos para que atentem “com mais diligência” para o grande valor da salvação que tinham recebido por meio do Evangelho da graça de Deus. As coisas que eles tinham visto e ouvido eram suficientes para lhes garantir a certeza de que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, e que seu sacrifício expiatório tinha selado um novo pacto, feito por meio do seu sangue. Desviar-se, portanto, destas coisas, era voltar as costas para o maior e melhor benefício de Deus a eles concedido, que doravante eram justificados em Cristo, sem o rigor da Lei (cf. Rm 10.4).  “Desviar-se” é o inverso de “enviado”, e a vontade de Deus no procedimento cristão é que cada crente seja um enviado. Assim falou o Senhor Jesus depois de sua ressurreição, quando dava instruções aos seus discípulos: “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20.21).

Aliança do Sinai.
 A passagem das Escrituras leva-nos à aliança de Deus com o povo de Israel, no Monte Sinai.
 Os versos de Êxodo 19 começam a contar a história sobre como a aliança foi dada ao povo. Israel é convidado a um relacionamento especial com Deus, descrito por três fases: uma propriedade peculiar dentre todos os povos, um reino de sacerdotes e uma nação santa. Israel deve ser separada de todas as outras nações para o serviço de Deus, assim como os sacerdotes eram separados dos outros homens. Como sacerdotes, deveriam ter uma qualidade de vida comparável à santidade da aliança que faziam com Deus. Israel aceita o convite para entrar em aliança com Javé, afirmado solenemente: “Tudo o que o Senhor falou, faremos (v. 8).


Aliança do Calvario .
Calvário ou Gólgota (em aramaico: Gûlgaltâ; em latim: Calvaria; em grego: Κρανιου Τοπος; transl.: Kraniou Topos) é a colina na qual Jesus foi crucificado e que, na época de Cristo, ficava fora da cidade de Jerusalém.
O termo significa "caveira", referindo-se a uma colina ou platô que contém uma pilha de crânios ou a um acidente geográfico que se assemelha a um crânio. 

O Calvário é mencionado em todos os quatro evangelhos quando relatam a crucificação de Jesus:
 «E eles chegaram a um lugar chamado Gólgota, que significa o Lugar da Caveira.» (Mateus 27:33), «E eles levaram-no ao lugar chamado Gólgota, que é traduzido por Lugar da Caveira.»(Marcos 15:22), «Então eles chegaram ao lugar chamado de Caveira.» (Lucas 23:33) e «E carregando ele mesmo a sua cruz, saiu para o assim chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota.» (João 19:17).

O Novo Testamento descreve o Calvário como "perto de Jerusalém" (João 19:20), e fora das muralhas da cidade (Hebreus 13:12). Isso está de acordo com a tradição judia, em que Jesus foi também enterrado perto do lugar de sua execução.  Os momentos que antecederam à prisão e julgamento de Jesus foram extremamente difíceis e penosos para Ele e seus seguidores. As autoridades judaicas já haviam decidido, em concílio, pela sua morte, e esperavam apenas o momento oportuno para isso. Não intentavam realizar o ato durante a Páscoa, para não causar tumulto. Nesse momento surge Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, com a proposta de entregar Jesus a esses líderes. E foi o que ele fez. As bênçãos desta aliança, como listadas em Êxodo  Veja 19:5-6.   Enquanto Jesus caminhava em direção à colina do Calvário, seguiam-no muitas mulheres, lamentando por Ele. A primeira vista, Cristo parecia vítima indefesa de circunstâncias esmagadoras. Mas o olhar da fé o vê como Vencedor mesmo em meio às agonias mais cruciantes.

A CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE JESUS 


O método.
 A pena capital imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da crucificação. Os pesquisadores são unânimes em afirmar que essa era a mais cruel e dolorosa forma de execução! Josefo, historiador judeu, informa que antes da execução, os condenados eram açoitados e submetidos a todo tipo de tortura e depois crucificados do lado oposto dos muros da cidade. Cícero, historiador romano, ao se referir à crucificação, afirmou que não havia palavra para descrever ato tão horrendo. A mensagem do Império Romano era clara — isso aconteceria com quem se levanta contra o Estado. Jesus, portanto, sofreu os horrores da cruz. De acordo com os Evangelhos, Ele foi açoitado, escarnecido, ridicularizado, blasfemado, torturado, forçado a levar a cruz e por fim crucificado (Jo 19.1-28).


O significado.
 Para muitos críticos, Jesus não passou de um mártir como foram tantos outros líderes judeus que viveram antes dele. Todavia, a teologia lucana depõe contra essa ideia. O que se espera da morte de um mártir não pode ser encontrado na narrativa da morte de Jesus. Para Lucas, Jesus morreu vicariamente pela humanidade. A relação que Lucas faz do relato da paixão com a narrativa do Servo Sofredor de Isaías 53 mostra isso. O Servo sofredor, Jesus, justifica a muitos. O caráter universal da salvação presente em Isaías 53 aparece também em Lucas. Jesus, portanto, é o Servo Sofredor que se humilha até à morte de cruz, mas é exaltado e glorificado por Deus pela obra que realizou.



Jesus  ao lado de duas pessoas mal feitores deu seu brado de vitória, ele foi Vitorioso na Morte.

O clamor final. A crucificação normalmente matava a pessoa por esgotamento; mas o grito final do Senhor é sinal de vitalidade abundante. Cristo despediu-se de seu espírito por um ato direto da sua vontade (Cf. Jo 10.18).


A oração final.
 “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” Nos dias de Jesus, esta oração tirada do Salmo 31 era usada especialmente por crianças na hora de dormir. Muito apropriada, portanto, a alguém prestes a fechar os olhos para o sono da morte. Como o ladrão arrependido, o oficial romano pôde vislumbrar a divina majestade do Sofredor. Era acostumado a execuções, porém jamais vira alguém morrer assim. Muitos dos que vieram movidos pela curiosidade, “para este espetáculo”, muitos. Lamentavam as ações, às quais os sacerdotes os tinham levado. O agir e o falar do Mestre, na cruz, encheu-os de temor.

 “A figura de um cordeiro ou cabrito sacrificado como parte do drama da salvação e da redenção remonta à Páscoa (Êx 12.1-13). Deus veria o sangue aspergido e ‘passaria por cima’ daqueles que eram protegidos por sua marca. Quando o crente do Antigo Testamento colocava as suas mãos no sacrifício, o significado era muito mais que identificação (isto é: ‘Meu sacrifício’). Era um substituto sacrificial (isto é: ‘Sacrifico isto em meu lugar’).

Embora não se deva forçar demais as comparações, a figura é claramente transferida a Cristo no Novo Testamento. João Batista apresentou-o, anunciando: ‘Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’ (Jo 1.29). Em Atos 8, Filipe aplica às boas novas a respeito de Jesus a profecia de Isaías que diz que o Servo seria levado como um cordeiro ao matadouro (Is 53.7). Paulo se refere a Cristo como ‘nossa páscoa’ (1Co 5.7). Pedro afirma que fomos redimidos ‘com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado’ (1Pe 1.19)”.  (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.352).

No calvário  Jesus através de sua Morte estabeleceu um meio para que pudéssemos reconciliar a nossa comunhão com o pai e nos proporcionando a tão grandiosa salvação (2 Co 5.19; 2 Pd 3.9).


2. Proclamada pelos que a ouviram (Hb 2.3).
  O tempo presente do verbo atentar sugere a necessidade de cuidado continuado e vigilante. Caso contrário, estamos correndo o risco de passar despercebidos por essas verdades do evangelho. Afigura é de um barqueiro descuidado e preguiço. correndo o risco de passar pelo porto seguro e ser levado pela correnteza.  A palavra “salvação” encontra-se nas páginas do Novo Testamento com profundo significado e infinito alcance, e no texto em foco seu significado assume uma posição ainda mais elevada pelo expressivo termo “grande”. Isso se deu porque mui grande foi o nosso pecado (SI 19.13). A redenção em Cristo, o perdão dos pecados, a transformação segundo a sua imagem através da santificação, a glorificação e toda a plenitude de Deus, e a vida última alcançada em Cristo, são razões que tornam a redenção em “grande salvação”, porque esta foi efetuada por um grande Salvador, Jesus Cristo, o nosso Senhor. Por esta razão podemos dizer: “Bendito o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo!
 


E nos levantou uma salvação poderosa...” (Lc 1.68,69). Assim, “... onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 5.20,21). 3. Confirmada pelo Espírito Santo (Ler Hb 2.4). Aqui neste versículo está em foco a operação miraculosa do Espírito Santo em ambos os Testamentos, mas a ênfase maior recai do Pentecostes ao período quando esta epístola estava sendo escrita, quando as manifestações dos dons espirituais eram evidentes em cada reunião. Esta salvação, começando a ser anunciada pelo Senhor (3), foi depois, confirmada pelos apóstolos e outros discípulos; e seu testemunho foi apoiado pelo testemunho do próprio Deus, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo — “e com vários poderes e distribuições do Espírito Santo” — por sua vontade (4).
  A TÃO GRANDE SALVAÇÃO HB 2.1-4

“A Grandeza da Salvação”. Tão grande (3) sugere a magnitude inexprimível (cf. 2 Co 1.10; Ap 1.18). Sua grandeza é vista: 1) No Senhor que a deu (v. 3b) — sua pessoa, seu poder e sua paixão. 2) Nos acontecimentos sobrenaturais que lhe serviram de berço (v. 4). 3) Na gravidade excessiva do perigo do qual ela nos liberta — do pecado com sua culpa, poder, contaminação e punição eterna (7.27).

No “Perigo da Negligência” vemos que:

1) Os cristãos estão em perigo de negligenciar esta tão grande salvação
a) porque ela ainda é, em grande parte, invisível e espiritual,
b) por causa das influências perversas do mundo ao nosso redor,
c) por causa da tendência incrédula da mente carnal dentro do homem.

2) Os cristãos estão correndo o risco de negligenciar a salvação ao
a) ignorar os recursos da graça,
b) falhar em compartilhar o evangelho,
c) negligenciar em obter a completa salvação do pecado interior. 

“A Impossibilidade do Escape” sugere:
1) O perigo de atrofia espiritual que a negligência traz. 2) A ira divina em consequência da negligência (veja contexto; também 6.4- 6; 10.23-31; 12.1229). 

II. UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA

1. Por intermédio da humanização do Redentor (Hb 2.5-9). O escritor passa agora a lembrar seus leitores de que , apesar da posição de dignidade dos anjos , não é a eles que o mundo vindouro será sujeitado. Isto também ressalta a superioridade do filho, conforme demonstra a citação do Salmos 8.4-6. o pensamento chave é que Deus sujeito, ele tomou a iniciativa. A expressão “o mundo futuro” refere -se ao Reino futuro que Cristo iniciou e que herdará totalmente na sua segunda vinda. O mundo futuro não será controlado pelos anjos, mas por Cristo. Os anjos continuarão a servir como servos de Deus. Estas palavras enfatizam ainda mais a superioridade que o Filho tem sobre os anjos (1.13,14).


Em Hb 2.6-8 O escritor substancia as palavras de 2.5 citando aqui Salmos 8.3,4, um salmo que fala da insignificância dos seres humanos, assim como de sua grandeza. 
Deus também deu às pessoas a responsabilidade e uma tremenda autoridade sobre todas as coisas (Gn 1.28). Deus tinha reservado este papel principal para as pessoas. A frase “tu o fizeste um pouco menor do que os anjos” mostra a superioridade humana sobre todas as outras coisas criadas, exceto os anjos. Porém, devido aos pecados que praticaram, as pessoas fracassaram em viver à altura de seu potencial, cumprir corretamente esta responsabilidade, ou usar sabiamente a sua autoridade. 

Jesus cumpriu o papel e o destino originalmente pelo qual foi designado pelo pai (Jo 3.16). fazendo aquilo que os homens não foram capazes de fazer (Jo 15.13).
Jo1.1 Quando João escreveu a expressão “no princípio” estava imitando as palavras do relato da criação do mundo. João chamava Jesus de “o Verbo”. Ele não identificou essa mediatamente, mas descreveu sua natureza e propósito antes de revelar o nome (veja 1.17). Por ser o Verbo, o Filho de Deus transmite e comunica plenamente a pessoa de Deus. Teólogos e filósofos, tanto judeus como gregos, usaram o termo “verbo” ou “palavra” em uma variedade de formas. O termo grego correspondente é logos e podia significar os pensamentos ou o raciocínio de uma pessoa, ou podia se referir à fala ou expressão dos seus pensamentos. Na língua hebraica do Antigo Testamento, “o Verbo ou Palavra” é descrito como um agente da criação (SI 33.6), a fonte da 
mensagem de Deus ao seu povo através dos profetas (Os 1.2) e a lei de Deus, isto é, seu padrão de santidade (SI 119.11).


A descrição Que João faz nos 13 primeiros versículos mostra claramente que se referia a Jesus como um ser humano que conhecia e amava (veja especialmente 1.14), que era ao mesmo tempo o Criador do universo, a suprema revelação de Deus .  Leia em Jo. 1.14 A frase, o Verbo se fez carne é interessante e impressionante, apesar da sua familiaridade. Quando Jesus nasceu, Ele não era parte homem e parte Deus, Ele era completamente humano e completamente divino (Cl 2.9). Antes da vinda de Cristo, as pessoas só podiam conhecer a Deus parcialmente. Depois de Cristo, as pessoas podiam (e podem) conhecer a Deus plenamente porque Ele havia se tornado visível e tangível (Hb 1.1-3). Cristo é a perfeita expressão de Deus sob a forma humana.

Os dois erros mais comuns que as pessoas cometem a respeito de Jesus são minimizar sua humanidade ou minimizar sua divindade.  (Em Fp 2.5-11 Paulo estava se referindo ao estado de Cristo antes de vir a este mundo e assumir sua humanidade. Vários textos bíblicos comprovam a pré-existência de Cristo (Jo 1.1-3; 3.13; 17.5; 2 Co 8.9; Cl 1.15-17; Hb 1.1-3). Jesus é ao mesmo tempo humano e divino (veja Filipenses 2.5-9). Deus, através de Jesus, viveu  (habitou) na terra entre as pessoas. O homem que vivia com os discípulos era Deus encarnado! João ficou completamente dominado por essa verdade. Ele começa sua primeira carta descrevendo a experiência de ver, tocar e ouvir esse Verbo que havia se tomado carne e estava com eles (1 Jo 1.1-4).

Através de Cristo, Deus veio para encontrar o seu povo, e nós podemos encontrar Deus. Ele foi descrito por João como cheio de graça e de verdade. A palavra glória se refere à divina grandeza de Cristo e ao seu fulgente esplendor moral (para um exemplo específico de “vimos sua glória”, veja 2.11).  Esse é, provavelmente, o exemplo mais claro do que João estava pensando quando ele e dois outros discípulos viram a Transfiguração de Jesus (veja Mateus 17.1-13. Pedro comentou especificamente esse fato em 2 Pedro 1.16 - 18). Essa era a glória do unigénito do Pai. O Filho era o unigénito do Pai, o seu único Filho. 

Embora todos os crentes sejam chamados de “filhos” (1.12,13), Jesus é o único filho que goza de um especial relacionamento com Deus. (Unigénito: único da mesma espécie e essência ). 2. Por meio do Sofrimento do salvador  (Hb 2.7,9). A salvação em Cristo alcança a todos (Jo 3.16). É tão eficaz que foi completada de uma vez por todas pelo “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Somente por intermédio de um Cordeiro tão perfeito, de um sacrifício tão completo e de um Deus tão amoroso se poderia realizar essa obra de maneira a raiar a luz para os que estavam em trevas (Mt 4.16). 


os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para a obra expiatória de Cristo, em que uma vítima inocente morreria pelo verdadeiro culpado a fim de remir o pecado e a culpa dele. Enquanto os sacrifícios do Antigo Testamento apenas minimizavam a situação do pecador, a obra expiatória de Cristo resolve de uma vez por todas o grave problema do pecado (Rm 3.23-25).

 Foi na cruz do Calvário o lugar em que se deu o sacrifício expiatório de Cristo, substituindo o pecador pelo justo Cordeiro de Deus que pagou em nosso lugar e, para sempre, a dívida do nosso pecado (Is 53). Esse ato é a suprema expressão do amor do Pai, por meio de Jesus Cristo, o seu Filho, para com todos os homens (Jo 3.16).

3. Por intermédio da glorificação do Redentor  (Hb 2.9). O Filho de Deus, quando se humanizou, despojou-se de toda a sua glória que tinha com o Pai. Por cuja razão Ele orou, dizendo: “... agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”. Mais adiante, continuando sua Oração Sacerdotal, nosso Senhor diz ao Pai que repartiu com seus discípulos a glória que dEle havia recebido: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (Jo 17.5,22). Portanto, este privilégio de se apresentar ao Pai levando consigo “muitos filhos à glória” lhe pertence por direito e por resgate. Uma vez que a missão de Cristo foi completada, Ele foi glorificado.  


 As palavras do salmo, que foram anteriormente aplicadas apenas aos homens, aqui são aplicadas ao Messias. Jesus tornou - se homem, feito um pouco menor do que os anjos. Ele foi o único que viveu a vida humana como planejado: sem pecado e em perfeita comunhão com Deus. Antes de Cristo, as palavras do Salmo 8 não tinham sido totalmente percebidas, mas elas foram completamente cumpridas em Cristo. Jesus não foi feito um pouco menor do que os anjos em sua categoria ou posição, mas Ele é descrito desta forma porque se tornou parte do mundo físico, isto é, Ele tornou-se humano. Por causa da vida perfeita de Cristo e de seu sacrifício pelos pecadores, Ele está agora coroado de glória e de honra. 

III. UMA SALVAÇÃO EFICAZ 

1.Vitória sobre o Diabo (Hb 2.14). O Diabo é citado em 7 livros do Antigo Testamento e em 19 do Novo Testamento. Porém, a única ocorrência que temos do seu nome na Epístola aos Hebreus é aqui no versículo 14. A humanidade de Jesus, que o possibilitou de participar “... da carne e do sangue” (tornar-se humano), foi necessária para Ele e benéfica para a humanidade. Somente através deste caminho de humilhação Ele tornou-se capaz de ‘... aniquilar o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”. Esse triunfo de Cristo sobre o Diabo e seu império de terror é enfatizado por Paulo, quando diz: “Havendo [Cristo] riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.14,15). A cédula que era contra nós era o “império da morte”. Com efeito, porém, este império.

2. Vitória sobre a morte (Hb 2.15). O pecado praticado pelo primeiro homem, Adão, furtou da humanidade a verdadeira vida de liberdade, impondo sobre cada criatura humana o silêncio da morte — assim a morte passou a todos os homens...” (Rm 5.12). Este estado de morte e servidão afetou toda a criação e esta passou a gemer. Por esta razão, há uma “... ardente expectação” de cada criatura, esperando a “manifestação dos filhos de Deus”.  Este gemido da criação é um gemido doloroso. No entanto, com a morte de Cristo na cruz, se inicia uma nova era de libertação: primeiro para todo aquele que crê no seu nome e aceita seu plano redentor; segundo, numa era futura, que será o Milênio. Deus, por meio de Cristo, libertará sua criação da servidão que o pecado lhe impôs. E em lugar da servidão que coloca sua criação num estado triste e inativo, estabelecerá seu Reino eterno de poder e glória, que terá início no Milênio e continuará por toda a eternidade (cf. Rm 8.18-23; 2 Pe 3.13).


3.Vitória sobre a tentação (Hb 2.17).
 O que é tentação. O termo empregado na Bíblia tanto no hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa “prova”, “provação” ou “teste”. A expressão pode estar relacionada também ao conflito moral, isto é, a uma incitação ao pecado.  “Não veio sobre vós tentação senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que possais suportar” (1Co 10.13). E nos escritos do apóstolo João ele nos mostra que as más inclinações do coração do homem estão perfeitamente alinhadas com “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida” (1Jo 2.16; ver Tg 1.14). Portanto, o maior problema do cristão é quando ele permite que a fraqueza da carne, a busca pelo prazer e a força da tentação vença a sua determinação de não ceder. Jesus foi provado assim como nós (Hb 2.18).
  “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15).
Jesus, em sua condição humana, foi capacitado pelo Espírito Santo para enfrentar Satanás. A capacitação de poder sobre Jesus revela o lado messiânico da sua missão. Na teologia lucana,  (Lc 4.1-13). o Messias seria revestido pelo Espírito para realizar a obra de Deus, e isso incluía desfazer as obras do Diabo.

A vitória de Jesus sobre a tentação é também a nossa vitória. Jesus, o homem perfeito, venceu a sedução do pecado com oração, com a Palavra e por andar no Espírito. Todos os que estão em Cristo podem sim, também, vencer a tentação (1Co 10.13). Jesus tornou-se semelhante a nós em tudo, exceto na natureza pecaminosa Jesus nunca compartilhou esta parte da humanidade (4.15; 7.26). Somente desta forma Ele poderia oferecer um sacrifício para expiar os pecados do povo. Este sacrifício foi a sua vida. 

CONCLUSÃO


O sacrifício do Cordeiro de Deus estabeleceu uma nova aliança com a humanidade caída. Uma aliança baseada não mais em ritos sacrificais, mas na sua graça, amor e misericórdia.  Desfrutamos em Cristo das Bênçãos da grandiosa Salvação, que também é ofertada a todos os que Creem e aceitarem  mediante a fé que Jesus Cristo é o Senhor e Salvador.

 
OBRAS CONSULTADA

Teologia do novo Testamento  Roy B. Zuck cpad  HORTON, Stanley M.
Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, Comentário aplicação Pessoal Novo Testamento  Vol. 2 cpad A Santa Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo” de Eurico Bergsten, CPAD
Comentário Bíblico Pentecostal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD.


Resumo Apresentado pelo Comentarista das Revistas Lições Bíblicas Adultos da CPAD, pastor José Gonçalves.







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