O avião que levava o time da Chapecoense deveria ter combustível nos tanques para voar no mínimo por mais uma hora, segundo determina a regulamentação de tráfego aéreo da Bolívia. A aviação civil do país diz que além do combustível necessário para a rota definida, é preciso uma reserva de mais 5% – no Brasil é de 10% – do tempo total de viagem. Além disso, é preciso ter combustível suficiente para chegar a um aeroporto de alternativa e também suficiente para mais meia hora de voo. O voo entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia, com o Avro RJ-85 por cerca de 4h45. A reserva de 5% seria equivalente a 14 minutos. Com mais 30 minutos de autonomia exigidos pela legislação, seria necessário um total de 44,5 minutos. O cálculo também precisaria acrescentar o deslocamento para um aeroporto alternativo. As regras foram criadas para evitar que um avião fique sem combustível durante o voo quando enfrenta problemas climáticos, congestionamento no tráfego aéreo ou qualquer outro problema do tipo. A Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) sugere as bases para regulamentar a aviação em todo mundo, e cada país faz sua adequação como considerar melhor.Quando o avião que levava a Chapecoense chegou ao aeroporto de Medellín, precisou aguardar a liberação da pista para começar o pouso. Mesmo assim, caso estivesse seguindo a regulamentação, não deveria sofrer uma pane seca, que é a falta de combustível. Agora, a investigação apura se foi exatamente isso que aconteceu. “Não é esse tempinho que causaria uma pane seca. Se o avião estiver dentro do regulamento, tem tempo suficiente para aguardar a autorização de pouso”, disse ao Uol o comandante aposentado e instrutor do curso de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, Cláudio Scherer.
Correio*
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