Segundo ex-funcionário da Odebrecht, após ligação foram repassados ao parlamentar petista duas parcelas de R$ 500 mil.
O candidato derrotado à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), concede entrevista após o anúncio do resultado da eleição (Foto: Priscilla Mendes / G1) |
O ex-funcionário da Odebrecht José de Carvalho Filho afirmou em depoimento de delação premiada que recebeu ligação do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) em 2014, direto do gabinete do parlamentar, cobrando o pagamento de valor referente a propina relacionada à usina hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.
Documento anexado a inquérito autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin informa que, após a ligação de Chinaglia, foram repassados ao parlamentar, que em 2014 presidiu a Câmara dos Deputados, duas parcelas de R$ 500 mil.
“Em torno do segundo semestre de 2014, eu recebi uma ligação do deputado Arlindo Chinaglia, do seu gabinete. E ele falou que tinha uma situação aonde estava desconfortável e colocou... Que estava devendo valores a promessas feitas por conta da usina de Santo Antônio”, disse o delator (veja vídeo abaixo).
Inquérito 4461 - José de Carvalho Filho - Arlindo Chinaglia Júnior
Segundo José de Carvalho Filho, Chinaglia não informou como foi feito o acerto dele nem com quem, mas o delator disse que tomaria “providências”.
“Procurei o responsável pelo Santo Antônio energia, que era o senhor Roque, Augusto Roque, diretor responsável na companhia. Ele confirmou o fato, não me disse também em que circunstâncias essas pendências tinham sido contratadas. Apenas me pediu que transmitisse a ele que ia fazer o aporte da diferença”, contou.
Por meio de nota, Chinaglia informou que "são afirmações mentirosas, obviamente sem provas e serão desmascaradas ao longo da instrução".
O delator informou, ainda, que encontrou Chinaglia duas vezes depois desta conversa, e que o parlamentar lhe passou o endereço para onde o dinheiro seria levado. Ele disse ter “quase certeza” que se tratava de um endereço em São Paulo. O delator, no entanto, informou não saber a que se destinaria o dinheiro e informou não ter sido ele quem fez acordo com Chinaglia.
Propina na usina de Santo Antônio
Segundo os delatores, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, que integraram o consórcio da usina de Santo Antônio, pagaram pelo menos R$ 128,5 milhões em propina. Os valores foram repassados a políticos para garantir o andamento das obras.
Um dos delatores contou que acertou com o então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) o pagamento de R$ 50 milhões que teriam sido repartidos da seguinte maneira: R$ 20 milhões para o próprio Cunha -divididos com seus aliados; R$ 10 milhões para Arlindo Chinaglia, que presidia a Câmara; outros R$ 10 milhões para o senador Romero Jucá (PMDB-RO); e mais R$ 10 milhões para o então deputado Sandro Mabel (PMDB-GO).
Ao Bom Dia Brasil, Arlindo Chinaglia havia dito que vai buscar todas as informações junto ao STF. O Bom Dia Brasil não conseguiu contato com Sandro Mabel. Os outros políticos disseram que sempre atuaram dentro da lei.
Fonte: G1
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