ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: JESUS E SUA INTERPRETAÇÃO DA LEI - Se Liga na Informação





ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: JESUS E SUA INTERPRETAÇÃO DA LEI

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TEXTO DO DIA
“Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo [...]” Fp 1.27.

SÍNTESE
Jesus expôs o que havia de mais profundo na Lei, pois Ele conhece a finalidade de cada mandamento.

TEXTO BÍBLICO

Mateus 5.21-48.
21 — Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
22 — Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raca será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno.
23 — Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 — deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta.
25 — Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
26 — Em verdade te digo que, de maneira nenhuma, sairás dali, enquanto não pagares o último ceitil.
27 — Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
28 — Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela.
29 — Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti, pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
30 — E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno.
31 — Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, que lhe dê carta de desquite.
32 — Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério; e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
33 — Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor.
34 — Eu, porém, vos digo que, de maneira nenhuma, jureis nem pelo céu, porque é o trono de Deus,
35 — nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés, nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei,
36 — nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
37 — Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna.
38 — Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente.
39 — Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
40 — e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa;
41 — e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.
42 — Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
43 — Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo.
44 — Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,
45 — para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.
46 — Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 — E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?
48 — Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.

INTRODUÇÃO
O Evangelho é superior a qualquer código de regras, pois o seu fundamento é a Boa Notícia de que, além de nos salvar, Deus, em Jesus, tornou-se modelo de ser humano para toda a humanidade (Mt 5.48). Esta é, basicamente, a próxima mensagem e lição do Sermão do Monte. Através de seis antíteses (teses contrárias, cf. vv.22,28,32,34,39,44), o Mestre demonstra que a observância mecânica dos mandamentos nada significa se o intento maior não for alcançado, ou seja, a transformação do caráter e da natureza, extirpando todo ódio, cobiça, desprezo, falsidade, vingança e egoísmo. Jesus mostra que a “justiça” dos escribas, doutores da Lei, estava muito aquém do real propósito da Lei, e também muito longe do que era esperado das pessoas que diziam crer em Deus como seu Pai (Mt 5.48).


I. NÃO ODIAR, COBIÇAR OU DESPREZAR

1. Mais que não matar, é preciso não odiar.
De acordo com a Lei, além de pecado, matar é crime passível de severa punição (Êx 20.13; 21.23-25; Lv 24.21; Dt 5.17). O Mestre, porém, toca no âmago do problema ao dizer que a raiva gratuita ou mesmo depreciações verbais, frutos do ódio, são condenáveis (v.22). Como o Templo ainda estava em atividade, Jesus diz que alguém que sabe que existe uma pessoa aborrecida por sua causa deve, antes de apresentar sua oferta ao sacerdote, procurar a pessoa em questão e reconciliar-se com ela, antes que seja tarde demais (vv.23.26 cf. Pv 18.19).

2. Não basta fugir do adultério, é preciso extirpar a cobiça.
Segundo a Lei, o adultério merecia uma punição exemplar e, por isso, os adúlteros recebiam a pena capital (Lv 20.10 cf. Êx 20.14; Dt 5.18). Jesus, contudo, ensina que não basta simplesmente não consumar o ato, antes, é preciso eliminá-lo em seu nascedouro, isto é, no “coração” ou na mente, onde tudo tem início (v.28). Uma vez mais, o Mestre lança mão de uma figura de linguagem para falar o quanto pode custar para nós libertar-se de desejos impuros. Todavia, é melhor livrar-se do prazer momentâneo, que experimentar a condenação eterna (vv.29,30).

3. Não é suficiente cumprir a legislação, antes é preciso não desprezar. 
Apesar de Jesus aludir a uma lei de Deuteronômio (24.1-4), que tinha como finalidade auxiliar a mulher para que ela não ficasse desassistida, sua reinterpretação é objetiva (v.32). O Mestre tem em conta a indissolubilidade do casamento, instituída pelo Criador no início de tudo, ponto que Ele tratou mais explicitamente por causa da insistência dos fariseus (Mt 19.1-9). Agindo dessa forma, não se preservava apenas o auxílio e o amparo necessários à mulher, mas resguardava igualmente o homem, posto que a separação deixa marcas dolorosas para ambas as partes.

Pense!
Você acha correto equiparar a intenção ao ato propriamente dito?

Ponto Importante
Antes que qualquer ato se materialize, ou venha se concretizar, invariavelmente, é precedido de elaboração mental, por isso Jesus trata do pecado nessa esfera e área.

II. NÃO JURAR, REVIDAR OU VINGAR-SE

1. Recuperando a credibilidade.
Conquanto jurar fosse prática comum (Lv 19.12; Nm 30.2), Jesus veda toda forma de juramento, quer apelando para Deus, quer utilizando qualquer outro recurso (o céu, a Terra, Jerusalém ou mesmo a própria pessoa; cf. vv.34-36). O Mestre ensina que a palavra deve ser sincera a ponto de corresponder à intenção. Somente assim, recuperando a credibilidade, é que quando alguém disser “sim” ou “não”, será aceito sem necessidade alguma de qualquer juramento. Para o Senhor Jesus, tudo o que passar disso é de “procedência maligna” (v.37).


2. Não somente rejeitar a “lei do talião”, mas não revidar e ainda fazer o bem.
No mundo antigo era conhecida a “lei de talião” que, surgida na Caldeia, servia para inibir os crimes, pois aplicava pena proporcional à violência. A Lei de Moisés continha regra similar (Êx 21.24; Lv 24.20; Dt 19.21), a qual Jesus faz menção (v.38). O Mestre, contudo, contrapõe a lógica da retribuição, pois a justiça na perspectiva do Reino nada tem com a justiça no aspecto das relações sociais, tal como convencionado pelos homens. É assim que, conforme Ele ensina, ao prejuízo e perseguição perpetrados por alguém, a resposta deve ser o amor que constrange (vv.39-41). De maneira semelhante deve-se agir com quem quer algo emprestado ou solicita mesmo um simples favor (v.42). Tal postura realmente transcendia qualquer significado que pudesse ter o conceito de justiça na legislação, tanto do mundo antigo, quanto no mundo de então e até nos dias atuais (Mt 5.20).

3. Não apenas os de “casa”, mas amar igualmente os de fora e até mesmo os “inimigos”. 
De acordo com Levítico 19.18, havia a obrigatoriedade de se amar o “próximo”. Entretanto, “próximo” ali referia-se exclusivamente aos judeus. Nesse sentido, a antítese de Jesus é profunda e sem precedentes, pois como o “amor” de Levítico poderia não ser mais que bairrismo ou corporativismo, o Mestre afirma que somente amando os inimigos, bendizendo quem maldiz, fazendo o bem aos que odeiam e orando por quem maltrata e persegue, é que alguém pode considerar-se filho de Deus (vv.44,45). Isso porque, em uma cultura que considerava até mesmo o nome como algo que deveria seguir a linhagem paterna, não combinava com alguém que se dizia filho, comportar-se de forma tão diversa do pai (Lc 1.59-63). Assim, Jesus coloca quatro questões reflexivas que os leva a não ter outra conclusão (vv.46,47).

Pense!
Em uma sociedade competitiva, é possível viver da forma apresentada por Jesus Cristo?

Ponto Importante
A interpretação do Mestre transcende a mera observação compulsória da regra, pois atinge o ponto central e a fonte dos pecados humanos — o nosso “eu”.

III. PERFEITOS COMO O PAI

1. A perfeição.
A maior dificuldade com o versículo final desse capítulo é o significado mais popular da palavra “perfeição” em nosso idioma: sem defeito algum. Tal ideia faz com que as pessoas, diante da inevitável realidade de que todos temos defeitos, sintam-se perplexas e desanimadas.

2. Perfeição na Lei.
É interessante notar que o Mestre propõe, na perspectiva do Reino, o mesmo que a Lei também visava (Dt 18.13). Isso significa que a intenção do Filho de Deus não apenas convergia com o grande objetivo da Lei, mas que era a mesma do Pai (cf. Jo 10.30).

3. Perfeitos como o Pai.
A perfeição pronunciada pelo Senhor refere-se a ser íntegro, inteiro e coerente, tal como Deus, o Pai, o é (2Tm 2.13; 2Pe 3.9). Não está em pauta uma exigência de que as criaturas assemelhem-se ao Criador de uma forma absoluta, o que seria, obviamente, impossível (Is 55.9). A questão gira em torno da mudança de perspectiva que, só pode ocorrer de verdade, com uma profunda transformação da natureza e personalidade de cada um (v.48). Tal processo, é bom lembrar, dura a vida toda (Ef 4.12,13).

Pense!
É possível ser perfeito no plano terreno e em nosso corpo material?

Ponto Importante
A perfeição apresentada por Jesus não significa igualar-nos a Deus, antes, refere-se à identificação natural que cada filho deve procurar ter com o Pai.

CONCLUSÃO
A perfeição mencionada por Jesus demonstra claramente o que é mais importante na Lei, e na perspectiva do Reino, qual seja: as intenções. Tal justiça excede a dos escribas, doutores da Lei (Mt 5.20). Isso porque ser íntegro não apenas nas ações, mas também nas intenções, faz com que nos pareçamos com o Pai celestial.

HORA DA REVISÃO

1. Qual é o fundamento do Evangelho?
A Boa Notícia de que, além de nos salvar, Deus tornou-se modelo de ser humano para toda a humanidade (Mt 5.48).

2. Onde o pecado tem início?
No “coração” ou na mente.

3. Acerca do divórcio, Jesus diverge do que prescrevia a Lei. Isso representa um prejuízo ou um benefício para as mulheres? Explique.
Um benefício, pois não se preservava apenas o auxílio e o amparo necessários a mulher, mas resguardava igualmente o homem, posto que a separação deixa marcas dolorosas para ambas as partes.

4. O que é perfeição na perspectiva de Jesus?
Refere-se a ser íntegro, inteiro e coerente, tal como Deus, o Pai, o é.

5. Como é possível ser “perfeito” como o Pai?

Com mudança de perspectiva que, só pode ocorrer de verdade, com uma profunda transformação da natureza e personalidade de cada um (v.48). Tal processo, é bom lembrar, dura a vida toda (Ef 4.12,13).

Aula ministrada pelos Professores da Igreja AD em Criciúma - SC
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Aula ministrada pelo professor Gabriel Raso












Aula ministrada pelo professor Pr. Edvaldo Bueno (Igreja AD ministério Belém em Paulínia/SP)



Fonte: http://www.escola-dominical.com/




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