ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: A Salvação e o Advento do Salvador - Se Liga na Informação





ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: A Salvação e o Advento do Salvador

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TEXTO ÁUREO

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1.14)



VERDADE PRÁTICA

O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano divino para salvar a humanidade.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


João 1.1-14
1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 - Ele estava no princípio com Deus.
3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;
5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 - Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 - Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8 - Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,
10 - estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.


HINOS SUGERIDOS: 21, 315, 542 da Harpa Cristã



INTRODUÇÃO

Deus não abandonou o ser humano no pecado. Por isso, o nascimento de Jesus marca o início de uma nova era para a humanidade, em que a promessa de perdão e de salvação, por intermédio de sua encarnação, posterior crucificação e morte, foi efetuada por Ele na cruz a fim de nos redimir.


I - O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR



1. No Antigo Testamento (Lc 24.27).
O Antigo Testamento dá abundantes predições sobre a vinda do Messias ao mundo: na queda dos nossos primeiros pais, a vinda do Salvador foi apontada (Gn 3.15); no sangue de animais no umbral das portas na noite da Páscoa (Êx 12.1-13); no êxodo do povo judeu do Egito (Êx 12.37-51; 13.17-22); nos 26 salmos messiânicos (Sl 2.7; 16.10; 22.1ss; 35.19; 72.1ss; 118.22 e outros); na volta do exílio babilônico; e nos profetas, especialmente o livro de Isaías, denominado o livro messiânico do Antigo Testamento (Is 9; 11; 50).




2. Anunciado pelos anjos.
O anjo Gabriel apareceu a Maria e lhe deu instruções de como ela conceberia milagrosamente o menino Jesus (Lc 1.30-38). Quando os anjos anunciaram o nascimento do Salvador aos pastores, estes foram tomados de grande alegria e glória do Senhor (Lc 2.9), pois ao ouvirem palavras tão alentadoras e o coral de anjos cantando foram imediatamente à procura do Salvador (Lc 2.13-18).


3. Desfrutado pela humanidade.
A visita dos pastores e dos sábios simboliza toda a raça humana à procura de Deus. Essa visita não se deu num belo palácio ornado de ouro, mas numa simples manjedoura cheia de animais e palha; um lugar inóspito para o grande Rei e Salvador. Mas foi ali que Deus mostrou-se em toda sua singeleza e simplicidade, quando foi ao encontro do homem pecador uma vez perdido e entregue ao opróbrio do pecado (Jo 1.9).


II - A CONCEPÇÃO DO SALVADOR



1. Um plano concebido desde a fundação do mundo.
Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8), pois antes de o homem pecar, o Pai, em sua presciência, já havia provido um salvador. Isso significa que, quando o ser humano pecou, Deus não foi pego de surpresa. Entretanto, em seu eterno amor pela humanidade, o Altíssimo havia planejado o resgate dos pecadores mediante o advento da pessoa de seu Filho, Jesus Cristo (Ap 13.8).


2. O nascimento do Salvador.
O nascimento do Salvador é um evento emblemático e simbólico acerca do propósito que Ele veio realizar: salvar o mundo (Jo 3.16). Para isso o Filho nasceu longe de casa, peregrinou para Belém sem acomodações adequadas, num ambiente inóspito e extremamente humilde (Lc 2.1-7). Isso foi a demonstração da humildade divina, pois o Filho se esvaziou de sua glória para habitar de maneira humilde entre os homens (Fp 2.7). Que belo gesto de doação de si mesmo, pois não poderia haver maior entrega para mostrar esta verdade: Deus é amor (1 Jo 4.8)!


3. Um roteiro divino de vida.
Desde a fundação do mundo, Jesus foi o Salvador e, a partir de seu nascimento, essa realidade foi confirmada (Lc 2.10,11): Ele foi concebido por uma virgem, o que atesta o fato milagroso de ser o Filho de Deus incriado e gerado como homem pelo Espírito Santo (Lc 1.35); Jesus nasceu num contexto de pobreza, o que mostra sua humilhação e serviço aos desafortunados (Lc 4.18-21); o Filho de Maria cresceu numa família, o que mostra a importância que Deus dá à célula mater da sociedade (Lc 2.40). Assim, o ministério terreno de Jesus seria abrangente (Lc 2.49), mostrando que o Reino de Deus já havia chegado à Terra (Lc 10.9,11).


III - "O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS"



1. A encarnação do "Verbo".
A Bíblia afirma, reiteradas vezes, que o Filho de Deus se tornou "carne" (1 Tm 3.16; 1 Jo 4.2; 2 Jo v.7; 1 Pe 3.18; 4.1), ou seja, uma pessoa inteira, de carne e osso, em pleno uso de suas funções psíquicas. Sobre isso, o apóstolo Paulo escreveu que Jesus realizou a reconciliação "no corpo da sua carne" (Cl 1.21,22), isto é, quando se fez "carne" e habitou entre os homens, assumiu a humanidade juntamente com as fragilidades próprias dela. Por esse motivo, as Escrituras revelam que o nosso Senhor chorou em público (Jo 11.35), admitiu perdas e sentiu saudades (Jo 11.36), experimentou dor (Mt 27.50), sentiu tristeza de morte (Mt 26.38), sentiu-se cansado (Jo 4.6), teve sede (Jo 19.28), teve dificuldades familiares (Jo 7.3-5), foi tido como louco (Mc 3.21), mostrou que a privacidade e a oração são períodos essenciais para a sobrevivência espiritual (Mc 1.35; 6.30-32,45,46; Lc 5.16).


2. A humilhação do servo.
A humilhação de Jesus teve início com o esvaziamento de sua glória para tomar a forma de servo e culminou com o sofrimento na cruz (Fp 2.7,8). Sua humilhação está relacionada aos seus sofrimentos, como ao ser perseguido, desprezado pelas autoridades, discriminado (Jo 1.46), silenciado diante de seus acusadores, açoitado impiedosamente, injustamente julgado diante de Pilatos e Caifás e, finalmente, morto. Assim se cumpriu cada detalhe da profecia a respeito do Servo Sofredor (Is 53). 


3. O exemplo a ser seguido.
Quando andou na Terra, Jesus nos ofereceu o melhor exemplo, fazendo a vontade do Pai e amando o próximo com um amor sem igual (Jo 4.34; Lc 4.18,19). Logo, a partir da vida do Salvador, somos estimulados a priorizar o Reino de Deus, a pessoa do Altíssimo em todas as áreas de nossa vida, não permitindo que nada tome o seu lugar em nosso coração. Assim, somos instados a amar o próximo na força do mesmo amor que o Pai tem por nós (Mc 12.30,31).


CONCLUSÃO

As boas novas do Evangelho se materializaram em Jesus quando de seu nascimento em Belém. Sua obra salvadora foi profetizada ao longo de todo o Antigo Testamento, anunciada pelos anjos aos pastores e ecoa, de forma abrangente, por todo o Universo. Ele se encarnou, se humilhou, e finalmente, triunfou gloriosamente mediante a sua ressurreição para, assim, nos garantir a salvação.


PARA REFLETIR

A respeito da salvação e o advento do Salvador, responda:


Como os pastores receberam o nascimento de Jesus?



Qual foi o plano concebido por Deus desde a fundação do mundo?



O que a Bíblia afirma sobre a doutrina da encarnação?



Como aconteceu a humilhação de Jesus?



Qual foi o exemplo de Jesus para nós humanos?





A Salvação e o advento do Salvador


E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” Jo 1.14

A salvação e o advento do Salvador

Não há nada mais significativo nos Evangelhos do que a narrativa do advento de Jesus. Com advento nos referimos ao processo de encarnação do Deus Filho. Jesus é achado Filho de Deus em que sua concepção foi obra do Espírito Santo. As Escrituras afirmam que Maria, sua mãe, o concebeu virginalmente (Lc 1.26-35). Sobre esse milagre, diz o importante documento dos primeiros cristãos: “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria” (Credo Apostólico). O Deus Trino operou na encarnação do verbo divino!

Diferentemente dos deuses pagãos, o Deus da Bíblia buscou se revelar à humanidade como igual com ela. Sem deixar de ser divino e, igualmente, sem deixar de ser humano, pois as suas duas naturezas, humanas e divinas, não se misturam nem se separam; mas antes, se mostram como duas entidades que comungam da mesma natureza, propósito e missão. Foi pelo Filho que o Pai se deu a conhecer de uma vez por todas (Hb 1.1). Em Jesus, Ele se relaciona com os seres humanos de maneira amorosa, misericordiosa e justa (Mt 9.13). Logo, por meio de Cristo, o Pai chamou um povo e revelou-se a ele. Esse povo agora não tem mais características étnicas, geográficas ou culturais, pois em Jesus toda a parede que fazia separação entre judeus e gentios foi derrubada (Ef 2.14-16). A salvação anunciada pelo advento do nosso Salvador e experimentada por milhares de pessoas ao longo da história continua disponível hoje. É a tão bela e graciosa salvação provida por Cristo! Por isso amamos Jesus; vivemos em Jesus; devemos estar sempre em Cristo, o autor e consumador da nossa fé!

Igreja Cristã, ao longo desses 21 séculos de história, crê no evento de Cristo no mundo. Tendo no advento, crucificação, morte e ressurreição de Jesus a certeza de que é possível o ser humano ter uma nova vida com Deus mesmo num mundo decaído, onde habita pessoas de natureza decaída. A Palavra de Deus revela que fomos alcançados pela graça de Deus, um favor imerecido, uma provisão salvífIca maravilhosa e graciosa para nós. Tudo isso ocorreu a partir da obra salvífica de Jesus prenunciada em seu advento. Assim, a partir do que em teologia denominamos de “evento Cristo”, como o apóstolo Paulo, podemos dizer: “Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co 15.54,55). Cristo, o advento glorioso!  Revista Ensinador Cristão nº72

O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano divino para salvar a humanidade.

Prezado(a) professor(a), na lição de hoje estudaremos a respeito do nascimento de Jesus, o Filho Unigênito de Deus que veio ao mundo por amor e com a infalível missão de salvar a humanidade pecadora. O ministério terreno de Jesus teve início com o seu nascimento na cidade de Belém, cumprindo as profecias do Antigo Testamento. Depois de retornarem do Egito seus pais se estabeleceram na cidade de Nazaré, na Galileia, onde Jesus cresceu.


Jesus se fez homem, deixou parte da sua glória, se humilhou e se fez maldição por nós para que pudéssemos ter comunhão com o Pai e ter então direito legal à vida eterna. Como homem perfeito, Jesus é o nosso exemplo em todas as esferas da vida, por isso, precisamos olhar para Ele e seguir sempre os seus passos. Olhe firmemente para o Salvador e não permita que as dificuldades e tribulações da vida embacem os seus olhos e o leve a perder o alvo da vida cristã: Jesus, o Salvador.

Leitura Bíblica: João 1.1-14



A salvação é um ato divinamente iniciado na fundação do mundo e humanamente realizado por Cristo ao nascer em Belém. O verbo divino precisou tomar a forma humana e passar por todas as vicissitudes pertinentes a ela para satisfazer as exigências da redenção, tomando sobre si o pecado de toda humanidade. O nascimento de Jesus marca o início de uma nova era para a humanidade onde a promessa de perdão e salvação é efetuada por Cristo. Deus tomou a iniciativa da salvação antes mesmo que houvesse necessidade dela; assim, Deus pai decreta a salvação, o Filho efetua-a, e o Espírito Santo aplica-a.

O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR

O Antigo Testamento está repleto de profecias e vaticínios que apontam para o nascimento de Jesus, o Messias, como o Redentor. A própria vida de alguns profetas do A.T é um antítipo de Cristo como, por exemplo, Moisés e Elias, cujas vidas e obras apontam para a vida abnegada e sacrificial de Cristo, especialmente Moisés como o libertador nacional. Alguns reis de Israel também servem de figura para o Rei dos reis, cujas lideranças promoveram a união nacional e a expansão do povo de Deus. Davi pode ser colocado nesse grupo como um homem segundo o coração de Deus e pelas promessas que Deus fez-lhe como iniciador de uma dinastia de reis, apontando para Cristo, que nunca terminariam seu reinado (2 Sm 7.16; Sl 45.6). Até mesmo Ciro (Is 45.1), um rei pagão a quem Deus chama de “meu ungido”, tendo em vista seu trabalho de restauração da nação de Israel, pode ser uma figura profética de Cristo porque permitiu a restauração de Israel após o cativeiro. Dessa forma, vê-se, como em vários textos do A.T, que Cristo está presente (Lc 24.45; Gn 3.15; 22.18; 26.4; 49.10; Nm 21.9; Dt 18.15; Sl 16.9-10; Jr 23.5; Ez 34.23; Dn 9.24; Mq 7.20; Ml 3.1; Jo 1.45), como afirma o evangelista: “E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escritura” (Lc 24.27).

João Crisóstomo afirmou que “ler todos os livros proféticos sem enxergar Cristo neles seria extremamente insípido e sem graça. Ver Cristo neles revela sua fragrância”. Portanto, toda beleza poética e profética do A.T remete, aponta e prefigura o nascimento e obra de Cristo. A vinda do salvador é profetizada na Queda do homem (Gn 3.15); no sacrifício de Isaque; no simbolismo do êxodo na saída do Egito e no sangue de animais no umbral das portas na noite da páscoa; nos 26 salmos messiânicos, como veremos adiante; na volta do exílio babilônico e nos profetas, especialmente os messiânicos e, especificamente, em Isaías, num bloco dedicado ao Messias (Is 7.1-12.6), chamado “O livro do Emanuel”.

Do A.T, Isaías foi um dos profetas mais específicos, profícuos e profundos sobre o Messias. Suas predições estão repletas de poesia arrebatadora que fluem da inspiração divina de um profeta culto que se colocou inteiramente à disposição do Senhor para, com detalhes, vaticinar o nascimento e a vida de Cristo. Suas profecias são tão abrangentes que o livro de Isaías é chamado de “O evangelho do Antigo Testamento”, pois descortina diante do leitor a Cristo e seu evangelho 700 anos antes de Ele nascer.

Dentre os profetas, ele é o mais celebrado do Antigo Testamento, com muita profundidade teológica, especialmente na Soteriologia, na Cristologia e na Escatologia, tendo em vista sua grande capacidade literária em ser poeta e orador, um artista de palavras, um grande estadista, reformador e teólogo.29 Isso tudo torna seu livro extremamente gratificante de ler, mas também nos deparamos com a complexidade de seus vaticínios, cujo fio condutor aponta para o nascimento e vida do Salvador.

O tema central de Isaías é o amor de Deus demonstrado no socorro ao seu povo através do sacrifício do Servo Sofredor, ou seja, a grande salvação de Deus, apesar da situação calamitosa do povo de Israel. Por isso, um dos principais objetivos de Isaías ao escrever era, dentre outros, anunciar a vinda do Messias, o único que seria capaz de tirar o povo do pecado e trazer completa libertação. Em Isaías 6.13, Deus alerta o profeta para que não fique frustrado, pois sua mensagem não seria ouvida até que tudo ficasse desolado e desabitado, mas, depois, ela produziria resultados, e suas profecias seriam cumpridas. Foram 40 anos de ministério e grandes mensagens rejeitadas até que, finalmente, o tronco começaria a brotar na volta do exílio. Paradoxalmente, a frutificação a partir de troncos feios e queimados é um contraste humilhante diante da grandeza e glória do Deus que se revelou a Isaías. Sobraria uma floresta de troncos decepados, mas, desses troncos, brotaria uma semente que faria toda a diferença: Cristo, que salvaria não somente o povo de Israel, como também todo o mundo (Jo 3.16).

Além do profeta messiânico Isaías, temos outras profecias específicas que se cumpriram em Cristo, especialmente nos salmos messiânicos, os quais enumeramos abaixo, sendo a primeira referência a profecia, e a segunda, seu cumprimento:
o Messias, Jesus, seria Filho de Deus e declarado pelo Pai como tal (Sl 2.7 > Mt 3.17);
todas as coisas seriam postas debaixo dos pés do Messias (Sl 8.6 > Hb 2.8);
Jesus ressuscitaria da morte (Sl 16.10 > Mc 16.67);
Deus iria desampará-lo na hora da necessidade (Sl 22.1 > Mt 27.46);
seria zombado e insultado (Sl 22.7-8 > Lc 23.35);
suas mãos e seus pés seriam perfurados (Sl 22.16 > Jo 20.25,27);
lançariam sorte sobre suas vestes (Sl 22.18 > Mt 27.35-36);
não lhe seria quebrado nenhum osso (Sl 34.20 > Jo 19.32-33, 36);
seria acusado por testemunhas mentirosas e iníquas (Sl 35.11 > Mc 14.57);
seria odiado sem motivo (Sl 35.19 > Jo 15.25);
viria para fazer a vontade de Deus (Sl 40.7-8 > Hb 10.7);
seria traído por um amigo (Sl 41.9 > Lc 22.47-48);
seu trono seria eterno (Sl 45.6 > Hb 1.8);
assentar-se-ia à destra de Deus (Sl 68.18 > Mc 16.19);
o zelo pela casa de Deus consumi-lo-ia (Sl 69.9 > Jo 2.17);
receberia fel e vinagre para beber (Sl 69.21 > Mt 27.34);
teria um reino eterno (Sl 72.1-5, 17 > Lc 1.32-33) e mundial (Sl 72.8-11, 19 > Jo 1.5-9; At 13.47-48);
julgaria o povo e os pobres com justiça e equidade (Sl 72.2-4 > Lc 4.17-19);
falaria em parábolas (Sl 78.2 > Mt 13.34);
oraria em favor dos seus inimigos (Sl 109.4 > Lc 23.34);
o lugar do seu traidor seria tomado por outro discípulo (Sl 109.8 > At 1.20);
os seus inimigos seriam subjugados debaixo dos seus pés (Sl 110.1 > Mt 22.44);
seria um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110.4 > Hb 5.6);
seria a pedra angular (Sl 118.22 > Mt 21.42) e
viria em nome do Senhor (Sl 118.26 > Mt 21.9).

O Novo Testamento diversas vezes afirma que Jesus reivindicou para si o título de Salvador (Jo 4.26; 6.35; 8.12,18,23; 11.25; 13.13,19; 14.6), como havia sido prometido no Antigo Testamento. Embora algumas profecias fizessem referência a Cristo como o Rei Vindouro, Jesus permaneceu longe das tentações do poder temporal e da política exploradora. Seu reinado seria eterno e atemporal (Jo 18.36). Seu Reino estaria no coração das pessoas e teria um alcance global (1Co 4.20). Algumas vezes, Ele até mesmo proibiu aqueles que foram curados de espalharem sua fama e seus feitos para que seu ministério não fosse mal interpretado por Roma (Mt 12.16),30 ou mesmo para manter seu ministério em caráter subversivo, sem estardalhaços nem exibicionismos (Lc 4.9). Na cruz e na ressurreição, Jesus venceu Satanás e os poderes demoníacos que escravizavam toda a humanidade oferecendo-nos a possibilidade da libertação e redenção. A dimensão da vitória de Cristo é fundamental para a teologia pentecostal.

A CONCEPÇÃO DO SALVADOR

Jesus foi anunciado pelos anjos, nasceu de uma virgem e foi celebrado entre os homens. Seu nascimento foi um divisor de águas na história da humanidade. Aquilo que havia sido profetizado e predito de várias formas no Antigo Testamento tornou-se realidade com o seu nascimento. A partir do nascimento do Rei Jesus — um evento único e não repetível —, há esperança para a humanidade e inaugura-se, assim, a chegada do Reino de Deus a terra, ainda que de forma invisível, porém plenamente factível nos corações, nas atitudes e nos caminhos que o ser humano pode percorrer tendo Ele como Rei.

Para alcançar essa realidade, Ele precisou vir ao mundo. Dessa forma, Ele nasceu longe de casa, peregrinando para Jerusalém, sem acomodações adequadas e num ambiente inóspito e extremamente humilde. Se fosse nos dias de hoje, talvez nascesse embaixo de um viaduto. Essa é a demonstração que Deus lançou mão para mostrar que, de fato, o Filho abandonou sua mais extrema glória para habitar entre os homens na mais extrema humildade e pobreza. Esse esvaziamento de Cristo (Fp 2.7) é um gesto extremo de doação de si mesmo, comprovando que não poderia haver maior entrega do que essa para anunciar ao mundo aquilo que Deus é: amor!

Uma pergunta que permanece quando se fala da concepção virginal de Jesus é: “Por que isso se fez necessário?” Uma resposta plausível é que o nascimento de Jesus é incomum no sentido de Ele ser pré-existente; os demais seres humanos são concebidos no ato sexual entre um homem e uma mulher; Cristo, porém, não precisou ser concebido, pois já existia como unigênito do Pai (1Jo 4.9) desde a interminável eternidade.31

A protagonista principal do nascimento do Salvador foi uma mulher. As mulheres eram consideradas uma propriedade do homem e não podiam tomar decisões a não ser que o marido autorizasse-as a fazer algo, mas Deus, querendo mostrar a importância e o lugar de igualdade da mulher (Gl 3.28), tomou a iniciativa de fazer o Salvador nascer sem que Maria tivesse relações sexuais com um homem. Dessa forma, já em seu nascimento, o Salvador estava libertando as mulheres do pesado jugo imposto pelos homens da época. Isso corrobora com a maneira gentil e acolhedora com que Jesus tratou as mulheres durante seu ministério.

A concepção virginal de Jesus atesta também para a infinita graça de Deus em dar seu único filho para experimentar as mesmas dores e dificuldades da raça humana e ser o seu Salvador, pois essa mesma raça jamais poderia ser salva por seus próprios esforços e méritos. Assim, o nascimento virginal do Salvador ocorre sem qualquer intervenção humana, atestando, além da graciosidade divina, seu ato milagroso.32 Sobre isso, Gruden escreve:

O nascimento virginal de Cristo é um lembrete inequívoco de que a salvação jamais pode vir por meio do esforço humano, mas deve ser obra do próprio Deus. Nossa salvação deve-se apenas à obra sobrenatural de Deus, e isso ficou evidente bem no início da vida de Jesus quando “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.”33

O intercurso sem contato físico entre a humanidade, representada em Maria, e a divindade possibilitou o nascimento de Cristo de forma a ser Ele completamente homem e completamente Deus ao mesmo tempo, numa paradoxal fusão e separação chamada de união hipostática. Assim, esses elementos unidos manifestaram sua divindade e sua humanidade, tendo a mesma substância que o constitui Deus infinitamente poderoso e a que nos constitui humanos;34  entretanto, essa união não produz um terceiro ser como se este fosse um híbrido humano divino, nem é uma metamorfose,35  mas, sim, um ser divino e humano ao mesmo tempo em plena manifestação de vida pessoal.

A Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil declara que:
As Escrituras Sagradas apresentam diversas características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...]. E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou de antemão sobre Emanuel: “manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15). Ele tornou-se homem para suprir a necessidade de salvação da humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio escritor sagrado traduziu por “DEUS CONOSCO” (Mt 1.23), mostra que Deus assumiu a forma humana e veio habitar entre os homens: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). A Bíblia ensina tanto a divindade como a humanidade de Cristo: “E todo o espírito que confessa que Jesus não veio em carne não é de Deus” (1Jo 4.3). A humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada natureza, o que está claramente expresso no seu nome Emanuel.36

“O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS”

Entre os títulos messiânicos da tradição veterotestamentária e interpretados como sendo de Jesus de Nazaré, um em particular recebe destaque: “Emanuel”, que, no hebraico, é a junção de dois termos: immánu, que significa “conosco” e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente “conosco [está] Deus”. O título foi uma apropriação teológica atribuída ao profeta Isaías, já que a expressão aparece em dois versículos e indiretamente em um versículo. Seguem:
(1º) “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14).
(2º) “[...] e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele, e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel (Is 8.8)”.
(3º) “Tomai juntamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco” (Is 8.10).37

O Emanuel é a garantia de que, assim como foi com o povo de Israel, Ele também está conosco, assim como Ele mesmo prometeu: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28.20). Assim se cumpre em nós a promessa messiânica de que Ele, de fato, estaria conosco.

O apóstolo João escreveu: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O verbo “habitar” (armar a sua tenda) utilizado por João tem o mesmo sentido que o Emanuel utilizado por Isaías, ou seja, Deus agora habita definitivamente entre seu povo através de Cristo e de seu sacrifício na cruz. “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm 8.11). O apóstolo Paulo refere-se à encarnação de Cristo como “aquele que foi manifestado na carne” (1Tm 3.16), como Ele sendo a “imagem de Deus” (2Co 4.4), que realizou sua obra de reconciliação “no corpo da sua carne” (Cl 1.22) e que Deus condenou o pecado na carne (Rm 8.3). Pedro afirma que Cristo morreu por nós na carne (1Pe 3.18; 4.1). Portanto, as Escrituras estão repletas de confirmações de Jesus como Deus encarnado. João avisa que o espírito do Anticristo atua naqueles que negam que Cristo veio em carne (1Jo 4.2; 2 Jo 7).

Quando Jesus tornou-se carne, Ele assumiu toda a humanidade com suas fragilidades próprias. Assim sendo, sua encarnação não foi uma farsa, mas, sim, a realidade concreta de que o ser divino excelso escolheu sentir toda a dor, toda a aflição e toda a tentação humana para, dessa forma, socorrer-nos em nossas fraquezas (Hb 4.15) e dar-nos a salvação “enviando o seu próprio filho em semelhança da carne do pecado” (Rm 8.3), condenando o pecado que nos afligia na carne. A encarnação de Jesus é a afirmação verídica de que Ele tornou-se completamente homem, mas que, ao mesmo tempo, não deixou de ser completamente Deus (Jo 1.1-3; 10.30; Fp 2.6). Portanto, sem ter deixado de ser Deus, Deus tornou-se homem.

A realidade de um Deus santo encarnar é completamente anormal e impossível — é um paradoxo. Por isso, Paul Tillich afirma que o “paradoxo cristológico [da encarnação] e o paradoxo da justificação do pecador são um único e mesmo paradoxo — o paradoxo do Deus que aceita um mundo que o rejeita”.38  Assim, diante da situação pecaminosa do homem e diante da necessidade de a expiação ser feita por um ser humano perfeito, somente uma solução foi possível: o Filho de Deus encarnar, ou seja, deixar sua glória e majestade e tornar-se como um ser humano comum e sujeito às mesmas falhas e erros, mas sem pecado (Lv 4.3; Hb 4.15). Para o plano de salvação ser aceito por Deus, ele deveria ser executado por alguém que pudesse ser Deus e homem ao mesmo tempo na função de mediador (1Tm 2.5), alguém que pudesse colocar-se entre Deus e a criatura pecadora e sem esperança; para ser mediador, teria que ser Deus; para representar a humanidade, teria que ser homem. Somente Jesus poderia preencher esses requisitos em sua automanifestação divina, demonstrando o paradoxo de que aquEle que transcende o universo aparece no universo e está sujeito às suas condições39  limitantes por decisão própria, embora, a qualquer momento, pudesse utilizar seus atributos divinos incomunicáveis40  (Mc 4.39).

Para Jesus cumprir a penalidade humana, Ele teria que morrer. Para morrer, Ele teria que ter um corpo (Jo 1.14).41  Assim, conforme afirma a Confissão de Fé das Assembleias de Deus:
A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão, assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. Em sua natureza humana, Jesus participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza moral e espiritual.42

As duas naturezas de Jesus permaneceram inalteradas em sua essência; são revestidas de seus atributos inerentes43  e apresentam Jesus como uma única pessoa indivisível na qual as duas naturezas estão unidas, constituindo uma pessoa com uma só vontade e consciência. Essa união somente é possível por causa do parentesco do homem com Deus, ou seja, Deus soprou no homem o seu próprio fôlego de vida, instilando nele a sua essência e semelhança. Ele não podia tornar-se árvore ou pedra, mas podia ser homem, pois foi feito à sua imagem. Assim como a imagem de Deus foi aviltada no homem pelo pecado, “Cristo, a imagem perfeita de Deus segundo a qual o homem foi feito, restaura aquela imagem perdida, unindo-se à humanidade e enchendo-a de vida e amor divinos”.44  A possibilidade da restauração da imagem de Deus, corrompida radicalmente pelo pecado, nos é dada novamente naquele que refletiu a perfeita imagem de Deus.

A plenitude da divindade (Cl 1.19; 2.9) encarnou em finitude humana na plenitude dos tempos (Gl 4.4). Isso torna possível que nós, simples mortais e sujeitos ao pecado, estejamos cheios de toda a plenitude de Deus (Ef 3.19) para refletir sua glória ao mundo através do amor com que nos amamos uns aos outros (Jo 13.35).

A encarnação foi a manifestação do Logos (Palavra) divino em Jesus como o Cristo. Por esse motivo, a Teologia cristã transcende outras teologias, pois “nenhum mito, nenhuma visão mística, nenhum princípio metafísico, nenhuma lei sagrada tem a concretude de uma vida pessoal [como a de Cristo]. Em comparação com uma vida pessoal, tudo o mais [outras teologias e religiões] é relativamente abstrato. E nenhum desses fundamentos relativamente abstratos da teologia tem a universalidade do Logos”.45

A encarnação da Palavra em Jesus não era automática, mas, sim, fruto da obediência ao Pai em tudo. Jesus disse: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30). Para obedecer à Palavra do Pai, Jesus teve que desobedecer às autoridades religiosas da época várias vezes. Ele teve momentos difíceis, em que orava: “Afasta de mim este cálice!” (Mc 14.36). Teve que pedir a ajuda dos amigos (Mt 26.38,40). Teve que orar muito para poder vencer (Hb 5.7; Lc 22.41-46). Apesar de tudo, Ele venceu! Ele mesmo o confirma: “Eu venci o mundo!” (Jo 16.33). Como diz a carta aos Hebreus: “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.7-8).

Teologicamente, afirma-se que o nascimento de Jesus é a sua encarnação e que sua morte é a expiação dos pecados. Assim, a humilhação de Jesus tem início com o seu esvaziamento ao tomar a forma de servo (Fp 2.7-8), culminando com seu sofrimento na cruz. Portanto, sua humilhação está relacionada aos seus sofrimentos: a perseguição, o desprezo das autoridades, a discriminação (Jo 1.46), o silêncio diante de seus acusadores, os açoites impiedosos, o julgamento diante de Pilatos e Caifás e, por fim, a sua morte. Em Jesus, cumpriu-se cada detalhe do Servo Sofredor (Is 53) e, por esse motivo, devemos agir conforme o texto adiante.

E cabe a nós, igreja, anunciar ao mundo que em Cristo há um caminho para a salvação e para a vida abundante. Essa compreensão impele a igreja a um despertamento da necessidade de “sair para fora” e anunciar que há um juízo, mas que também há uma salvação em Cristo.46

Quando Jesus andou na terra, ofereceu-nos o melhor exemplo, pois assumiu a forma humana plena e conviveu humildemente com a fraqueza humana. Quando estava cansado, não sentiu vergonha de dormir na popa do barco. Ele sentiu fome, chorou diante da miséria humana, do sofrimento alheio e do seu próprio e tornou-se servo dos discípulos (Jo 13); na cruz, porém, deu o brado final “está consumado” para que hoje pudéssemos estar salvos. Dessa forma, devemos seguir o exemplo de humildade dEle e servir nossos irmãos. Basta-nos desfrutar dos benefícios de sua encarnação de maneira responsável e repartir essa benção infinita com o maior número possível de pessoas para que o Reino de Deus esteja entre os homens.


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“No Evangelho de João temos um retrato inigualável de nosso Senhor. Ele é tão preciso quanto os retratos dos outros Evangelhos, apesar de suas diferenças em estrutura e propósito. E ele nos lembra que, em Jesus Cristo, Deus não só revelou aos judeus como seu Messias, aos romanos como seu Homem de Ação ideal, e aos gregos como verdadeiro modelo de humanidade. Em Jesus Cristo, Deus se revelou em seu Filho, como absolutamente a única resposta para as necessidades mais profundas e universais de uma humanidade perdida.

‘No princípio, era o Verbo’ (Jo 1.1). É provável que João, conscientemente, tenha duplicado as palavras de Gênesis 1.1, ‘No princípio... Deus’. O ‘princípio’, em cada caso, nos transporta para o passado além da Criação, em uma eternidade que só era habitada por Deus, o agente ativo em todas as coisas que existia como Deus e com Deus.
Isto é enfatizado no texto pelo uso do termo em, ‘era’ e ‘estava’. João usa este termo três vezes neste versículo, o tempo imperfeito do verbo eimi, em vez de uma forma do verbo egenetoEimi e em simplesmente descrevem a existência contínua; ageneto significa ‘tornar-se’. No princípio o Verbo, como Deus, já desfrutava de existência infinita, sem início e sem fim. A tradução de Knox exibe o sentido deste verbo, quando ele traduz a frase seguinte: ‘Deus tinha o Verbo morando consigo’” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.193,195).

Encarnação
“Quando na plenitude dos tempos (Gl 4.4), o anjo Gabriel comunicou a Maria que ela seria o instrumento da encarnação de Jesus, disse-lhe: ‘Em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus’ (Lc 1.31). [...] Jesus, o ‘Deus bendito eternamente’ (Rm 9.5), fez-se homem. Esse mistério chama-se encarnação. A Bíblia diz: ‘grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne’ (1Tm 3.16). A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo o que o entendimento humano possa compreender; porém, desse milagre depende a substância do Evangelho da salvação e a doutrina da redenção”. Para conhecer mais leia Teologia Sistemática, de Eurico Bergsten, CPAD, pp.48-49.

O Nascimento Virginal
Provavelmente, nenhuma doutrina cristã é submetida a tão extenso escrutínio quanto a do nascimento virginal, e isto por duas razões principais. Primeiro, esta doutrina depende, para a sua própria existência, da realidade do sobrenatural. Muitos estudiosos, nestes últimos dois séculos, têm desenvolvido um preconceito contra o sobrenatural; e esse preconceito tem influenciado seu modo de analisar o nascimento de Jesus. A segunda razão para a crítica do nascimento virginal é que a história do desenvolvimento de sua doutrina nos leva para muito além dos simples dados que a Bíblia fornece. A própria expressão ‘nascimento virginal’ reflete essa questão. O nascimento virginal significa que Jesus foi concebido quando Maria era virgem, e que ela ainda era virgem quando Ele nasceu (e não que as partes do corpo de Maria tenham sido preservadas, de modo sobrenatural, no decurso de um nascimento humano).

Um dos aspectos mais discutidos do nascimento virginal é a origem do próprio conceito. Alguns estudiosos têm procurado explicá-la por meio de paralelos helenísticos. Os enlaces que os deuses e deusas mantinham com seres humanos, na liturgia grega da antiguidade, são alegadamente os antecedentes da ideia bíblica. Mas essa teoria certamente desconsidera a aplicação de Isaías 7, em Mateus 1.

Isaías 7, com sua promessa de um filho que nascerá, é o pano de fundo do conceito do nascimento virginal. Muitas controvérsias têm girado ao redor do termo hebraico ’almah, conforme usado em Isaías 7.14. A palavra é usualmente traduzida por ‘virgem’, embora algumas versões traduzam por ‘jovem’. No Antigo Testamento, sempre que o contexto oferece nítida indicação, a palavra significa uma virgem com idade para casamento" (HORTON, Stanley M. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.322).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O Verbo se Fez Carne
Ao encarnar, Cristo se tornou: (1) o Mestre perfeito — a vida de Jesus nos permitiu perceber como Deus pensa e, por conseguinte, como devemos pensar (Fp 2.5-11); (2) o Homem perfeito — Jesus é o modelo do que devemos tornar-nos. Ele nos mostrou como viver e nos dá o poder para trilhar esse caminho de perfeição (1Pe 2.21); (3) O sacrifício perfeito — Jesus foi sacrificado por todas as iniquidades do ser humano; sua morte satisfez as condições de Deus para a remoção do pecado” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1414).
Fonte: Livro de Apoio - 4º Trim/17 – A Obra da Salvação - Claiton Ivan Pommerening
Lições Bíblicas Adultos 4º trimestre/17 - A Obra da Salvação — Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida – Comentarista: Claiton Ivan Pommerening




Ebd Subsídio Conteúdo adicionais
valorizeaebd.blogspot.com.br
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTO 4º TRIM.2017
Comentário: Dc. Aildo Ferreira - AD Itapissuma III - IEADALPE 


LIÇÃO 3: A SALVAÇÃO E O ADVENTO DO SALVADOR

INTRODUÇÃO
Lucas narra o nascimento de Jesus, situando-o no contexto das profecias bíblicas e do judaísmo dos seus dias. O “silêncio profético”, que já durava quatrocentos anos, foi rompido pelas manifestações divinas na Judeia. A plenitude dos tempos havia chegado e o Messias agora seria revelado!
O nascimento de Jesus significava boas novas de alegria para todo o povo. Os pobres e os piedosos seriam os primeiros a receberem a notícia. Dessa forma, Deus mostrava que a salvação, por Ele provida, alcançaria a todos os homens. Já no Evangelho de João conforme a leitura Bíblica em classe,  Veremos que o Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1.14). Chamamos esse evento de encarnação, através do qual Deus, em Cristo, tornou-se semelhante aos homens (Fp 2.7; Gl 4.4,5), ingressando no curso da história da humanidade. Trata-se de algo extraordinário: aquele por quem e para quem foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra (Cl 1.15,16), assume um lugar dentro da sua própria criação. O advento de Cristo entre os homens não é um mito, mas uma realidade.
 I. O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR

 1. No Antigo Testamento (Lc 24.27). Quando Deus, no dia da queda, prometeu o Redentor, revelou também de que maneira Ele viria ao mundo. Disse à serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). O profeta Isaías profetizou (Is 7.14).  Jesus nasceu, conforme a profecia, em Belém (cf. Mq 5.2).

2. Anunciado pelos anjos: Por que os pastores foram os primeiros a saber do nascimento do Messias?”; “Por que os sacerdotes e escribas não foram os primeiros a saber?”. Ouça os alunos e incentive a participação de todos. Explique que os pastores faziam parte de uma classe social bem simples. Eles eram pobres.
 As Boas-Novas de salvação não foram anunciadas primeiro aos poderosos e nobres, mas aos humildes, pobres, a pessoas comuns do povo, mostrando que Cristo veio ao mundo para todos. A mensagem angélica anunciada aos pastores que se encontravam no campo era que havia nascido na “cidade de Davi, [...] o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). Lucas lembra o fato de que Cristo nasceu em Belém, cidade de Davi, cumprindo dessa forma a profecia bíblica (Mq 5.2). Mas o Messias não apenas nasce em Belém, cidade de Davi, Ele também possui realeza porque é da descendência de Davi, como atesta a sua árvore genealógica (Lc 3.23-38;Lc 2.11).
3. Desfrutado pela humanidade.  O prólogo do Evangelho de João começa com a divindade de Jesus e conclui com a sua humanidade. O Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem. A sua divindade está presente na Bíblia inteira, de maneira direta e indireta, nos ensinos e nas obras de Jesus, com tal abundância de detalhes que infelizmente não é possível mencioná-los aqui por absoluta falta de espaço. A encarnação do Verbo significa que Deus assumiu a forma humana. A concepção e o nascimento virginal de Jesus (Is 7.14; Mt 1.123) são obra do Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Tal encarnação do Verbo é um mistério (1Tm 3.16).
 Assim como as Escrituras revelam a deidade absoluta de Jesus, da mesma forma elas ensinam que Ele é plenamente homem: “Jesus Cristo, homem” (1Tm 2.5). Há abundantes e incontestáveis provas de sua humanidade, ou seja, de que Ele nasceu, cresceu e viveu entre nós. Seu nascimento é contado com detalhes nos dois primeiros capítulos de Mateus e de Lucas. Ele cresceu em estatura física e intelectual (Lc 2.52); e sentiu fome, sede, sono e cansaço (Mt 4.2; 8.24; Jo 4.6; 19.28).

Jesus foi revestido do corpo humano porque o pecado entrou na humanidade por meio do casal Adão e Eva, seres humanos, e pela justiça de Deus o pecado tinha de ser vencido também por um ser humano (Rm 5.12,17-19). Jesus se fez carne. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem (Rm 8.3). A Bíblia mostra que todo o gênero humano está condenado; que o homem está perdido e debaixo da maldição do pecado (Sl 14.2,3; Rm 3.23; Is 43.11; At 4.12; 1Tm 3.16; Cl 2.14). 
II. A CONCEPÇÃO DO SALVADOR
1. Um plano concebido desde a fundação do mundo. Deus na sua onisciência viu, desde a eternidade, que o homem a ser criado cairia em pecado, ficando sujeito à perdição eterna. Ele então preparou um caminho de salvação, por meio do sacrifício de seu próprio Filho. Jesus participou e concordou e, desde então, já estava disposto a dar a sua vida por nós. Por isso, a Bíblia se expressa a respeito do “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (A p 13.8). A vida eterna é assim prometida “antes dos tempos dos séculos” (T t 1.2), quando Deus nos elegeu para, em Jesus, sermos santos e irrepreensíveis (cf. Ef 1.4). 

2. O nascimento do Salvador.  Pela concepção sobrenatural de Maria, Jesus herdou do seu Pai, pela operação do Espírito Santo (cf. Lc 1.35), a natureza divina com todas as suas características. De Maria Ele recebeu a natureza humana. As suas naturezas divina e humana se uniram na constituição de sua pessoa de modo perfeito. Jesus nasceu em Belém (Mt 2.1), mas viveu grande parte da sua vida na região da Galileia (Jo 4.3). Por ter sido criado em Nazaré (Lc 4.16), terra natal de José e Maria, chamavam-no de Nazareno (Mc 14.67; Jo 18.7). 

Era uma cidade pequena e de pouca importância, tanto que, ao receber o convite para seguir o Mestre, Natanael exclamou: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.46). Depois da sua rejeição nesta cidade (Lc 4.29), Jesus foi para Cafarnaum (Lc 4.31; Mt 4.13; 8.5), às margens do Mar da Galileia, onde realizou vários prodígios e maravilhas. As Escrituras ainda destacam outras cidades e vilarejos que o Mestre percorreu para anunciar o Reino de Deus e cumprir o seu ministério (Lc 7.11; 8.26), vindo a consumar a sua obra redentora em Jerusalém (Mt 20.18). A Bíblia revela que o Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1.14). Chamamos esse evento de encarnação, através do qual Deus, em Cristo, tornou-se semelhante aos homens (Fp 2.7; Gl 4.4,5), ingressando no curso da história da humanidade. Trata-se de algo extraordinário: aquele por quem e para quem foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra (Cl 1.15,16), assume um lugar dentro da sua própria criação. O advento de Cristo entre os homens não é um mito, mas uma realidade.

3. Um roteiro divino de vida. Foi por meio desse milagre que “o verbo se fez carne” (Jo 1.14), que Deus introduziu no mundo o Primogênito (cf. Hb 1.6), que Jesus veio em semelhança de carne (cf. Rm 8.3), que participou da carne e do sangue (Hb 2.14) e foi feito “descendência de Abraão” (Hb 2.16), “em tudo... semelhante aos irmãos” (Hb 2.17). Foi assim que Ele desceu do Céu (cf. Jo 6.33,38,41,42,51,58), e Deus lhe preparou um corpo (cf. Hb 10.5).
A encarnação deu a Jesus condições de ser o Mediador entre Deus e os homens (cf. 1 Tm 2.5), e ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, para expiar o pecado do povo (cf. Hb 2.17). Sendo homem, podia fazer reconciliação pelos homens; sendo Deus, a sua reconciliação fica com um inédito valor. A deidade de Cristo inclui sua coexistência no tempo e na eternidade, com o Pai e o Espírito Santo. Conforme indica o prólogo de João, o Verbo é eternamente preexistente. 

III. “O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS”

A encarnação do Verbo de Deus não é um mero conceito teológico; é um dos maiores mistérios das Sagradas Escrituras, sem a qual seria impossível a nossa redenção.
Abrindo o seu evangelho, escreve João: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Deixa o evangelista bem patente que o Filho de Deus, que se encontrava no seio do Pai, foi concebido pelo Espírito Santo para habitar entre nós (Sl 2.7; Is 7.14; Jo 1.18;3.16). Por que João denomina-o Verbo de Deus? Sendo Cristo o executivo do Pai, todas as coisas vieram à existência por intermédio dEle; sem Ele, nada do que é, existiria.

O uso do termo ‘Verbo’ (no grego, Logos) é significativo, visto que Jesus Cristo é a principal expressão da vontade divina. Ele não é somente o único Mediador entre Deus e a humanidade (1Tm 2.5), mas foi também o Mediador na criação. Deus, falando, trouxe o Universo à existência, através do Filho, a Palavra Viva. Porquanto, ‘sem ele nada do que foi feito [na criação] se fez’ (Jo 1.3). Colossenses 1.15 diz que Cristo é a ‘imagem do Deus invisível’. E a passagem de Hebreus 1.1,2 também proclama a grande verdade: Cristo é a mais completa e melhor revelação de Deus à humanidade. Desde o começo, o Verbo foi a própria expressão de Deus, e continua a demonstrá-lo. E então, ‘vindo a plenitude dos tempos’ (Gl 4.4), o ‘Verbo se fez carne e habitou entre nós...’ (Jo 1.14).

Antes de manifestar-se à humanidade dessa nova maneira, o Verbo esteve eternamente em existência como aquele que revela a Deus. É bem provável que as teofanias do Antigo Testamento fossem, na realidade, ‘cristofanias’, visto que em seu estado preexistente, os encontros com várias pessoas, pode revelar a vontade de Deus, estaria de pleno acordo com seu ofício de Revelador” (MENZIES, William; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.50).

O “Verbo” é a Palavra, do grego Logos. O termo “Deus” aparece duas vezes nessa passagem, uma delas em referência ao Pai: “e o Verbo estava com Deus”. Aqui temos uma indicação do relacionamento intratrinitariano, ou seja, entre a Trindade, antes mesmo da fundação do mundo. A preposição grega pros, usada para “com” nessa segunda cláusula, diz respeito ao plano de igualdade e intimidade, face a face, além de mostrar a distinção entre o Pai e o Filho. um golpe mortal contra o sabelianismo. (Sabelianismo “Heresia pregada por Sabélio, no III século, cuja principal tônica era a negação da Santíssima Trindade”).
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 A segunda referência, “e o Verbo era Deus”, aponta para o Filho. Não se trata de acréscimo de mais um Deus aqui, posto que ao apóstolo foi revelado, pelo Espírito Santo, que o Verbo divino está incluído na essência una e indivisível da Deidade, embora seja Ele distinto do Pai (Jo 8.17,18; 2Jo 3). 

2. A humilhação do servo. Fl 2.5 -11 . Na Epístola aos Filipenses, lemos: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (v.5). Este texto reflete a humilhação de Cristo revelada antes da sua encarnação. Jesus Cristo é o modelo perfeito de humildade. O apóstolo Paulo insta a que os filipenses tenham a mesma disposição demonstrada por Jesus.

 “Que, sendo em forma de Deus” (v.6). A palavra forma sugere o objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma essencial da divindade. Cristo é Deus, igual com o Pai, pois ambos têm a mesma natureza, glória e essência (Jo 17.5). A forma verbal da palavra sendo aparece em outras versões bíblicas como subsistindo ou existindo.

Cristo é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em forma de Deus”. Os líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele dizia ser “igual a Deus”. A Filipe, o Senhor afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A divindade de Cristo é fartamente corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.8; Ap 21.7). Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não de sua divindade, mas de sua glória é importante compreendemos isso.

 Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6). Isto significa que o Senhor não se apegou aos seus “direitos divinos”. Ele não agiu egoisticamente, mas esvaziou- se da sua glória, para assumir a natureza humana e entregar-se em expiação por toda humanidade.  O termo para esvaziamento é KENOSIS: [Do gr. kenós, vazio, oco, sem coisa alguma] Termo usado para explicar o esvaziamento da glória de Cristo quando da sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor retrata a kenósis de Cristo. Segundo vaticina o profeta, em Jesus não havia beleza nem formosura. Nesta humilhação, porém, Deus exaltou o homem às regiões celestes. a kenósis de Cristo não implicou no esvaziamento de sua divindade, mas apenas no autoesvaziamento de sua glória.

 O que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o seu amor pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza terrena. Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do pecado.

A auto-humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém jamais perdeu o foco da sua missão: cumprir toda a justiça de Deus para salvar a humanidade. (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc 14.60,61).

Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8). O Mestre amado foi obediente à vontade do Pai até mesmo em sua agonia: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). No Getsêmani, antes de encarar o Calvário, Jesus enfrentou profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus, acatando-lhe a vontade soberana. Quando enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo da sua humilhação. Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; cf. Gl 3.13), passando pela morte e morte de cruz.

Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O caminho da exaltação passou pela humilhação, mas Ele foi coroado de glória, tornando-se herdeiro de todas as coisas (Hb 1.3; 2.9; 12.2). Usado pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios revela a glorificação de Cristo. O nome “Jesus” é equivalente a “Senhor”, e, por decreto divino, Ele foi elevado acima de todo nome. As Escrituras atestam que ante o seu nome “se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]” (v.10).

Dobre-se todo joelho. Diante de Jesus, todo joelho se dobrará (v.10). Ajoelhar-se implica reconhecer a autoridade de alguém. 

“Toda língua confesse” (v.11). Além de ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus, a expressão implica também a pregação do Evangelho em todo o mundo. Cada crente deve proclamar o nome de Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se crê. A confissão de que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de convergência de toda a Igreja (Rm 10.9; At 10.36; 1Co 8.6).

3. O exemplo a ser seguido. Quando estudamos Cristologia e deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em Jesus Cristo, uma pergunta é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e criador de todas as coisas, revelou-se plenamente a humanidade de forma tão frágil (criança) e humana (Jesus de Nazaré)?”. Os palácios não foram a Sua casa. O lugar que acomodou o nosso Senhor foi uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo da estrebaria remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com esvaziamento de Cristo.

Uma verdade que precisa ser destacada é a de que em Jesus o homem é capaz de abdicar-se de todo sentimento de poder, egoísmo e opressão. Livrar-se de todos os atributos que descrevam um caráter soberbo, individualista, desejoso de fazer o mal. Foi assim que Deus Pai se revelou nele. Humilde e inimigo de qualquer artifício para fazer o mal. Conclame sua classe a ter a mesma postura de Jesus. Mostre aos alunos que o Evangelho quando Entra na vida do discípulo de Cristo o impulsiona a fazer o bem, renunciar os próprios interesses e até mesmo amar os seus supostos inimigos.

IV . O FILHO UNIGÊNITO JO 1.14.

O apóstolo João explica o motivo que o levou a escrever o seu evangelho com as seguintes palavras: “Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31). Temos aqui dois pontos importantes. O primeiro é sobre a identidade de Jesus: Ele é o Cristo e o Filho de Deus; o outro é o motivo dessa revelação, a redenção de todo aquele que crê nessa verdade. É de toda importância saber o significado do título “Filho de Deus”. A profecia de Isaías anuncia: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Is 9.6). Note que o menino nasceu, mas o Filho, segundo a palavra profética, não nasceu, mas “se nos deu”. O nascimento desse menino aconteceu em Belém, mas o Filho foi gerado desde a eternidade (Jo 17.5, 24), pois transcende a criação: “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).

O significado do termo “filho” nas Escrituras é amplo, e uma das acepções diz respeito à mesma natureza do pai (Jo 14.8,9). Quando Jesus se declarou Filho de Deus, Ele estava reafirmado sua divindade, e os judeus entenderam perfeitamente a mensagem (Jo 5.17,18). O Mestre disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30).

Significado de “unigênito” (v.14b). A etimologia do termo “unigênito”, monogenés, em grego, indica a deidade do Filho. Essa palavra só aparece nove vezes no Novo Testamento, sendo três em Lucas (7.12; 8.42; 9.38), uma em Hebreus (11.17) e as outras cinco em referência a Jesus nos escritos joaninos (Jo 1.14,18; 3.16,18; 1Jo 4.9). O vocábulo vem de monós, “único”, e de genés, que nos parece derivar de genós, “raça, tipo”, e não necessariamente do verbo gennao, “gerar”. Então, unigênito, quando empregado em relação a Jesus, transmite a ideia de consubstancialidade. 

CONCLUSÃO

O Evangelho afirma que só há verdadeira vida por intermédio do verbo vivo de Deus: Jesus Cristo, a vida eterna que pulsa de Deus para nós. É vida verdadeira que dá conta de todas as interrogações, questionamentos e dúvidas humanas. Mas o mundo não compreendeu o significado dessa vida, desse verbo e desse sentido último (Jo 1.5).
Para descrever esse evento extraordinário o apóstolo João usou um termo bem peculiar em o Novo Testamento, Logos, que quer dizer “verbo” ou “palavra”. O apóstolo escreveu assim o primeiro versículo no seu Evangelho: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Esse versículo descreve Jesus como o início de todas as coisas e o significado último da vida: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.3,4). 

Segundo o Evangelho, só há verdadeira vida por intermédio do verbo vivo de Deus: Jesus Cristo, a vida que pulsa de Deus para nós. Só ele quem pode doar vida verdadeira. Só Ele quem dá conta de todas as interrogações, questionamentos e dúvidas humanas. Mas o mundo não compreendeu o significado dessa vida, desse verbo e desse sentido último (Jo 1.5). Sejamos servos disponíveis no serviço, olhando sempre para o autor e consumador da nossa fé. 

Jesus uniu na sua pessoa as duas naturezas perfeitas. Jesus teve, no seu nascimento, duas naturezas distintas. As duas naturezas operavam lado a lado na vida de Jesus. Essa operação prova sempre que Ele era homem verdadeiro e também Deus verdadeiro. (Lc 1.12; 2 Co 8.9, Lc 4.1-13; Hb 4.15 natureza humana).  (Lc 2.9-14; Mt 3.17 ; 8.26 ; Jo 11.32-43 , Jo 18.6 natureza divina). Jesus, às vezes, deixou voluntariamente de fazer uso das virtudes da natureza divina. Para fazer a vontade de seu Pai e cumprir as Escrituras (Mt 26.54), Jesus se sujeitou à limitação humana, que havia aceitado. Por exemplo, não quis chamar 12 legiões de anjos para o livrar (Mt 26.53).

OBRAS CONSULTADA
Revistas CPAD - 3º Trimestre de 2017, 3º Trimestre de 2013, 2º Trimestre de 2015
BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed. RJ: CPAD, 2005, p.57-9.
COHEN, A. C. A vida terrena de Jesus. RJ: CPAD, 2000.ZUCK, R. B. (Ed.).
Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.



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LIÇÃO 03 - A SALVAÇÃO E O ADVENTO DO SALVADOR




TEXTO ÁUREO
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1.14)




VERDADE PRÁTICA
O nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano divino para salvar a humanidade.





João 1.1-14
1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 - Ele estava no princípio com Deus.
3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;
5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 - Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 - Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8 - Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,
10 - estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.




INTRODUÇÃO


Deus não abandonou o ser humano no pecado. Por isso, o nascimento de Jesus marca o início de uma nova era para a humanidade, em que a promessa de perdão e de salvação, por intermédio de sua encarnação, posterior crucificação e morte, foi efetuada por Ele na cruz a fim de nos redimir.








I - O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DO SALVADOR


1. No Antigo Testamento (Lc 24.27). O Antigo Testamento dá abundantes predições sobre a vinda do Messias ao mundo: na queda dos nossos primeiros pais, a vinda do Salvador foi apontada (Gn 3.15); no sangue de animais no umbral das portas na noite da Páscoa (Êx 12.1-13); no êxodo do povo judeu do Egito (Êx 12.37-5113.17-22); nos 26 salmos messiânicos (Sl 2.716.1022.1ss; 35.1972.1ss; 118.22 e outros); na volta do exílio babilônico; e nos profetas, especialmente o livro de Isaías, denominado o livro messiânico do Antigo Testamento (Is 91150).



2. Anunciado pelos anjos. O anjo Gabriel apareceu a Maria e lhe deu instruções de como ela conceberia milagrosamente o menino Jesus (Lc 1.30-38). Quando os anjos anunciaram o nascimento do Salvador aos pastores, estes foram tomados de grande alegria e glória do Senhor (Lc 2.9), pois ao ouvirem palavras tão alentadoras e o coral de anjos cantando foram imediatamente à procura do Salvador (Lc 2.13-18).



3. Desfrutado pela humanidade. A visita dos pastores e dos sábios simboliza toda a raça humana à procura de Deus. Essa visita não se deu num belo palácio ornado de ouro, mas numa simples manjedoura cheia de animais e palha; um lugar inóspito para o grande Rei e Salvador. Mas foi ali que Deus mostrou-se em toda sua singeleza e simplicidade, quando foi ao encontro do homem pecador uma vez perdido e entregue ao opróbrio do pecado (Jo 1.9).




SÍNTESE DO TÓPICO I
O anúncio do nascimento do Salvador se deu no Antigo e no Novo Testamento. 





II - A CONCEPÇÃO DO SALVADOR


1. Um plano concebido desde a fundação do mundo. Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que foi morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8), pois antes de o homem pecar, o Pai, em sua presciência, já havia provido um salvador. Isso significa que, quando o ser humano pecou, Deus não foi pego de surpresa. Entretanto, em seu eterno amor pela humanidade, o Altíssimo havia planejado o resgate dos pecadores mediante o advento da pessoa de seu Filho, Jesus Cristo (Ap 13.8).





2. O nascimento do Salvador. O nascimento do Salvador é um evento emblemático e simbólico acerca do propósito que Ele veio realizar: salvar o mundo (Jo 3.16). Para isso o Filho nasceu longe de casa, peregrinou para Belém sem acomodações adequadas, num ambiente inóspito e extremamente humilde (Lc 2.1-7). Isso foi a demonstração da humildade divina, pois o Filho se esvaziou de sua glória para habitar de maneira humilde entre os homens (Fp 2.7). Que belo gesto de doação de si mesmo, pois não poderia haver maior entrega para mostrar esta verdade: Deus é amor (1 Jo 4.8)!




3. Um roteiro divino de vida. Desde a fundação do mundo, Jesus foi o Salvador e, a partir de seu nascimento, essa realidade foi confirmada (Lc 2.10,11): Ele foi concebido por uma virgem, o que atesta o fato milagroso de ser o Filho de Deus incriado e gerado como homem pelo Espírito Santo (Lc 1.35); Jesus nasceu num contexto de pobreza, o que mostra sua humilhação e serviço aos desafortunados (Lc 4.18-21); o Filho de Maria cresceu numa família, o que mostra a importância que Deus dá à célula mater da sociedade (Lc 2.40). Assim, o ministério terreno de Jesus seria abrangente (Lc 2.49), mostrando que o Reino de Deus já havia chegado à Terra (Lc 10.9,11).




SÍNTESE DO TÓPICO II
A concepção do Salvador foi um plano concebido desde a fundação do mundo.






III - "O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS"


1. A encarnação do "Verbo". A Bíblia afirma, reiteradas vezes, que o Filho de Deus se tornou "carne" (1 Tm 3.161 Jo 4.22 Jo v.71 Pe 3.184.1), ou seja, uma pessoa inteira, de carne e osso, em pleno uso de suas funções psíquicas. Sobre isso, o apóstolo Paulo escreveu que Jesus realizou a reconciliação "no corpo da sua carne" (Cl 1.21,22), isto é, quando se fez "carne" e habitou entre os homens, assumiu a humanidade juntamente com as fragilidades próprias dela. Por esse motivo, as Escrituras revelam que o nosso Senhor chorou em público (Jo 11.35), admitiu perdas e sentiu saudades (Jo 11.36), experimentou dor (Mt 27.50), sentiu tristeza de morte (Mt 26.38), sentiu-se cansado (Jo 4.6), teve sede (Jo 19.28), teve dificuldades familiares (Jo 7.3-5), foi tido como louco (Mc 3.21), mostrou que a privacidade e a oração são períodos essenciais para a sobrevivência espiritual (Mc 1.356.30-32,45,46Lc 5.16).




2. A humilhação do servo. A humilhação de Jesus teve início com o esvaziamento de sua glória para tomar a forma de servo e culminou com o sofrimento na cruz (Fp 2.7,8). Sua humilhação está relacionada aos seus sofrimentos, como ao ser perseguido, desprezado pelas autoridades, discriminado (Jo 1.46), silenciado diante de seus acusadores, açoitado impiedosamente, injustamente julgado diante de Pilatos e Caifás e, finalmente, morto. Assim se cumpriu cada detalhe da profecia a respeito do Servo Sofredor (Is 53). 




3. O exemplo a ser seguido. Quando andou na Terra, Jesus nos ofereceu o melhor exemplo, fazendo a vontade do Pai e amando o próximo com um amor sem igual (Jo 4.34Lc 4.18,19). Logo, a partir da vida do Salvador, somos estimulados a priorizar o Reino de Deus, a pessoa do Altíssimo em todas as áreas de nossa vida, não permitindo que nada tome o seu lugar em nosso coração. Assim, somos instados a amar o próximo na força do mesmo amor que o Pai tem por nós (Mc 12.30,31).




SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus é o "Verbo de Deus".





CONCLUSÃO


As boas novas do Evangelho se materializaram em Jesus quando de seu nascimento em Belém. Sua obra salvadora foi profetizada ao longo de todo o Antigo Testamento, anunciada pelos anjos aos pastores e ecoa, de forma abrangente, por todo o Universo. Ele se encarnou, se humilhou, e finalmente, triunfou gloriosamente mediante a sua ressurreição para, assim, nos garantir a salvação.










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Referências
Revista Lições Bíblicas. A OBRA DA SALVAÇÃOJesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Lição 03 – A salvação e o advento do Salvador. I – O anúncio do nascimento do Salvador. 1. No Antigo Testamento. 2. Anunciado pelos anjos. 3. Desfrutado pela humanidade.  II – A concepção do Salvador. 1. Um plano concebido desde a fundação do mundo. 2. O nascimento do Salvador. 3. Um roteiro divino de vida. III – O Verbo se fez carne e habitou entre nós. 1. A encarnação do “Verbo”. 2. A humilhação do servo. 3. O exemplo a ser seguido. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2017.

Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.


Aula ministrada pelo Dr. Ev. Caramuru Afonso Francisco 
 Acesse (www.portalebd.org.br)




Aula ministrada pelos professores da EBP EM FOCO





Aula ministrada pelo professor Pr. Edvaldo Bueno (Igreja AD ministério Belém em Paulínia/SP)





Aula ministrada pelo professor Janderson Nascimento




Aula ministrada pelo professor Alberto Alves da Fonseca




Aula ministrada pelos professores da Assembléia de Deus em Londrina. (Acesse:www.adlondrina.com.br)




Aula ministrada pelo professora Rosa Marques






Aula ministrada pelo professor Marcio Mainardes






Aula ministrada pelo professor Rosileudo Lima





Aula ministrada pelo Pr. Adriano Sebben




Aula ministrada pelo Pr. Raimundo Campos





Aula ministrada pelo professor Fábio Segantin

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