Tema foi incluído na parte de ensino religioso, para que concepções de gênero e sexualidade sejam debatidos em escolas de acordo com tradições religiosas
Menções ao combate à discriminação de gênero foram excluídas da nova versão da Base Nacional Comum Curricular elaborada pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o tema foi incluído na parte de ensino religioso, para que concepções de "gênero e sexualidade" sejam debatidos em escolas de acordo com tradições religiosas.
O documento, que define o conteúdo que alunos devem aprender a cada ano na educação básica, ainda passa por análise final do Conselho Nacional de Educação. O conteúdo geral das alterações propostas ainda não foi divulgado pelo MEC, mas acabou antecipado na edição desta quarta-feira da Folha.
Segundo o jornal paulista, pelo menos dez trechos citando "gênero" e "orientação sexual" foram suprimidos pela equipe do ministro Mendonça Filho (DEM-PE). Em trecho onde se defendia combate a "preconceitos de origem, etnia, gênero, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa", agora só se fala em "preconceitos de qualquer natureza".
Para educadores, a mudança representa omissão do papel da escola em promover a tolerância. Segundo estudos, o debate dos temas pode influenciar na discussão de problemas como violência contra a mulher. Grupos conservadores e religiosos, no entanto, afirmam que o tema é delicado para ser debatido com jovens e pode “destruir” a identidade de crianças.
Nova base
Neste ano, deverão ser alteradas somente partes relacionadas à educação infantil e ao ensino fundamental. O debate em torno do ensino médio ainda não tem prazo para ocorrer. O projeto foi construído a partir de um texto base elaborado pelo governo Michel Temer, mas emendado por conselheiros do CNE.
Redação O POVO Online
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