DANIEL CAMARGOS SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O economista Paulo Guedes, convidado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a ser conselheiro econômico e futuro ministro da Fazenda, caso seja eleito presidente, disse que a junção dos dois é "a ordem conversando com o progresso". "Se ele (Bolsonaro) tiver inclinação para volta do regime militar vai sair todo mundo correndo da campanha dele", afirmou Guedes nesta terça-feira (30) durante evento de um banco suíço, em São Paulo. Bolsonaro anunciou, em novembro, o início do diálogo com o economista fundador do Instituto Millenium e da faculdade Ibmec. Guedes disse para a plateia formada principalmente por investidores que Bolsonaro não tem vergonha de dizer que não entende nada de economia. "A última que disse que entendia foi a Dilma (ex-presidente Dilma Rousseff) e ela quebrou o país", ironizou o economista arrancando risadas da plateia. Guedes afirma que segue em conversas com o pré-candidato, pois precisa saber o que ele pensa. Cita como exemplo uma ligação que recebeu do deputado. "Ele falou que não gostava da independência do Banco Central", lembra o economista. Com a conversa, Guedes acredita ter convencido o pré-candidato sobre a importância da independência do Banco Central, pois dias depois Bolsonaro afirmou publicamente que era favorável à independência. "Estou tendo uma boa impressão dele (Bolsonaro), mas até virar um programa de governo leva tempo ainda", afirmou o economista. Guedes considera um absurdo Bolsonaro sofrer "policiamento" por ter sido capitão. "A briga não é direita contra a esquerda. É da nova contra a velha política", disse o economista.
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Autor Oedimar Oliveira
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