Algumas pessoas ainda não estão vivendo para a glória de Deus. Talvez porque não descobriram o seu lugar no projeto do Reino, ou porque não estão dispostas a sair de sua zona de conforto. O alvo da vida de cada discípulo de Cristo deve ser glorificar a Deus através de sua existência. O apóstolo Paulo tinha uma convicção do seu lugar no projeto do Pai e daquilo que o próprio Deus estava realizando através de sua vida. O texto proposto revela verdades que fazem diferença e que, para as quais, cada servo de Cristo deve estar atento se deseja viver para a glória do Pai. Vejamos a primeira verdade:
1. A aflição causada pelo testemunho do Evangelho é recompensada pela expansão do Reino de Deus
“Agora me alegro nos meus sofrimentos por vós...” (1.24a – Almeida Século 21). Essas palavras contrariam o comportamento de muitas pessoas hoje. Elas geralmente não suportam sofrimentos.
O apóstolo diz “me alegro”. Ele estava, de fato, passando momentos angustiantes, mas pôde dizer que se regozijava neles. Temos aqui uma alegria produzida pelo Espírito Santo (Gl 5.22; Fl 2.17).
Somente uma pessoa que está caminhando na vontade de Deus pode afirmar essas palavras.
Seu sofrimento não era um sofrimento expiatório, mas sim, os sofrimentos de um ministro fiel. O apóstolo sofre pela expansão do Reino do Pai e pelo crescimento do Evangelho. Isso fica bem claro na expressão “por vós”. A ideia não é a de que seu sofrimento possa neutralizar a dor dos outros crentes, mas sim, de que ele padece pela Igreja, contribuindo para o seu estabelecimento.
Isso nos ensina que o sofrimento humano jamais terá valor como “expiação”, do contrário, a obra de Cristo na cruz seria incompleta e debilitada.
Ele diz ainda: “... e completo no meu corpo o que resta do sofrimento de Cristo, por amor do seu corpo, que é a igreja.”. (1.24b – Almeida Século 21). As aflições aqui não são os sofrimentos de Cristo na cruz para expiar os pecados (Jo 1.29), são aflições especiais relacionadas ao testemunho cristão.Quais seriam suas aflições? Perseguição no cárcere, viagens desgastantes, restrições, má alimentação, fadiga no corpo e na mente, desconforto de toda espécie, cansaço, problemas inesperados, etc. O apóstolo não estava sofrendo por desobediência, falta de integridade ou por viver uma agenda egoísta.
Estava sofrendo por amor ao corpo de Cristo e o seu sofrimento estava possibilitando a transformação de vidas. Enquanto os falsos mestres de Colossos tinham um ideal de escapar dos sofrimentos, o apóstolo faz questão de dizer que não só se alegrava neles, como o resultado traria crescimento para o Reino de Deus, fazendo o Evangelho se expandir. Se você já entendeu esta verdade, veja a segunda:
2. O discípulo fiel sempre assume seu papel dado por Deus
Aquele que deseja viver para a glória do Pai não pode deixar de assumir o seu papel. Paulo não se nomeou, mas Deus o nomeou:
“Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade por Deus a mim atribuída...” (1.25a – NVI).
A ideia aqui indica uma responsabilidade, autoridade e obrigação dada a um escravo doméstico. O apóstolo tinha plena convicção de que Deus o havia concedido uma responsabilidade, responsabilidade esta que não foi abandonada ou tratada com desprezo. Hoje é comum vermos pessoas que não levam a sério aquilo que Deus entregou em suas mãos. Isso também é uma questão de mordomia (administração de tudo que Deus entregou em nossas mãos). Dentro da visão do Novo Testamento, existem duas exigências impostas ao servo despenseiro: fidelidade (1Co 4.2) e prudência (Lc 12.42).
O verso 25 prossegue dizendo:
“... de apresentar-lhes plenamente a palavra de Deus” (1.25b – NVI). A tarefa do apóstolo era cumprir a Palavra, que significa “completar, levar a bom termo, cumprir as obrigações de uma missão”. O apóstolo tinha o objetivo de cumprir totalmente os seus deveres como mordomo, expondo
o Evangelho.
Você está assumindo seu papel dado por Deus, ou está tratando com displicência aquilo que Deus lhe entregou? Essa pergunta precisa de uma resposta honesta. Se você já entendeu que precisa assumir
seu papel dado por Deus, corrigindo possíveis desvios, veja a terceira verdade:
3. Jesus é a maior revelação do Pai
É bom lembrar que a Igreja à qual o apóstolo se dirige, estava sofrendo uma ameaça real. Quando esse quadro fica claro, pode-se entender com mais profundidade e exatidão as palavras ditas no versículo 26: “o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações...” (NVI). A palavra mistério estava sendo usada pelos gnósticos. Agora, Paulo a utiliza mostrando que aquilo que estava oculto aos homens foi revelado por Deus. O mistério de Deus foi revelado, ao contrário dos mistérios gnósticos, que eram fechados a um grupo. O mistério revelado por Deus é aberto a todos. Houve um período em que o mistério ficou escondido, mas agora foi revelado aos santos de forma clara (1Pe 1.20).
Geralmente, nos grupos que se desviam da verdade, o Evangelho de Cristo não é suficiente e não é a revelação única do Pai. A Bíblia é bem enfática em relação ao papel de Jesus e, portanto, não pode ser substituído por ideias, pessoas ou visões equivocadas. Se você já compreendeu que Jesus é a maior revelação do Pai, veja a quarta verdade:
Aquele que deseja viver para a glória de Deus precisa estar seguro da verdade de que Jesus é a maior revelação do Pai, apresentando ao mundo esta verdade. Paulo disse:
“a quem Deus, entre os gentios, quis dar a conhecer as riquezas da glória deste mistério, a saber, Cristo em vós, a esperança da glória” (1.27 – Almeida Século 21). O texto afirma que Deus quis ou desejou se revelar e se tornar conhecido. Qual é a riqueza deste mistério? “Cristo em vós, a esperança da glória”. O relacionamento com Cristo assegura à Igreja a esperança. Esperança que ela desfruta e anuncia. Como este anúncio deve ser realizado?
O texto responde: “Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo” (1.28 – NVI).
Três ideias podem ser tiradas desse verso:
4.1 O anúncio deve ser realizado constantemente – A palavra anunciar indica uma proclamação
oficial, uma ação habitual e contínua: “Nós o proclamamos”.
4.2 O anúncio deve ser realizado para produzir mudança de vida
– “Nós o proclamamos, advertindo e ensinando a cada um com toda sabedoria...”. Essa admoestação ou advertência aponta para uma correção mediante instrução. Russell Shedd diz que “a responsabilidade do despenseiro não termina na divulgação do evangelho. Muitas pessoas são apáticas, necessitando, portanto de advertência”. 1
4.3 O anúncio deve ser realizado
para todas as pessoas -
“... que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”. (Cl 1:28) Exemplo:
A Grande Comissão – “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mt 28.19,20 – NVI).
O Evangelho se difere das limitações exclusivistas dos falsos mestres. A orientação é apresentar todo homem perfeito em Cristo. Os gnósticos em Colossos pretendiam aperfeiçoar uma elite.
Paulo disse: “Para isso eu trabalho, lutando de acordo com a sua eficácia, que atua poderosamente em mim” (1.29 – Almeida Século 21). A ideia aqui é “trabalhar arduamente, esforçar-se até à exaustão”.
O esforço de Paulo era extremo, mas não dependia só de suas habilidades naturais. Havia o poder divino efetivo em sua vida. Ele tinha consciência do agir de Deus em sua vida, não confiava em si mesmo.
Para pensar e agir:
Aprendemos que a aflição causada pelo testemunho do Evangelho é recompensada pela expansão do Reino de Deus, que o discípulo fiel sempre assume seu papel, que 1 - SHEDD, Op Cit.
Jesus é a maior revelação do Pai e que o Evangelho genuíno deve ser anunciado em sua totalidade.
Faça sua avaliação em relação a suportar os sofrimentos por causa de Cristo:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
Existe alguma pressão externa que tem feito você esmorecer em sua missão no mundo como servo de Deus?
Faça uma avaliação em relação a assumir seu papel dado por Deus:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
Como você pode agir para cumprir melhor o que Deus entregou em suas mãos?
Faça sua avaliação em relação ao anúncio da verdade do Evangelho:
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10)
O que você pode fazer para testemunhar com maior convicção do Evangelho de Cristo?
Aquele que deseja viver para a glória de Deus precisa desenvolver o seu papel como discípulo de Cristo, testemunhando com convicção o Evangelho genuíno a todas as pessoas e por todas as formas possíveis.
Fonte: Revista Palavra e Vida
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