Por Jean Seifert
Este ensaio tem o objetivo de apresentar de forma panorâmica algumas áreas de pensamento teológico e não teológico e também filosóficas tais como inclusivismo, inclusivismo cristão, ecumenismo, ateísmo, teísmo e teísmo aberto, apresentando suas diferenças de ordem comparativa e os teólogos defensores assim como suas implicações nos atributos de Deus.
O QUE É INCLUSIVISMO?
O inclusivismo se trata de uma crença em Deus, e que Deus está presente em todas as religiões. O teólogo católico romano defensor que popularizou essa ideia foi Rahner. Ele enfatizou que quando se trata de salvação que as pessoas poderiam sim serem salvas mesmo sem ouvir o evangelho de Cristo e que isso iria muito mais além que uma fidelidade a igreja Cristo, mas que Deus estava atuando na história de cada indivíduo.
INCLUSIVISMO CRISTÃO:
O inclusivismo cristão ensina e reforça que sim, é possível pessoas serem justificadas por Cristo mesmo sem terem conhecimento explícito do evangelho de quem é realmente Cristo, mas estão sendo salvas através de Cristo.
O inclusivismo cristão pode ser interpretado de outra forma pela teologia reformada como, universalismo onde todas as pessoas no final serão salvas, mas segundo eles não se trata disso e acreditam que as religiões não-cristãs estão erradas, mas que Deus tem a capacidade de salvar muitos não cristãos.
Eles acreditam que a morte de Jesus foi por todo o mundo e cada indivíduo e que Deus em sua soberania vem trabalhando em cada pessoa, em cada coração a sua própria vontade divina e que mesmo assim haverá aqueles que vão rejeitar a Deus.
“Inclusivismo é a doutrina cristã que ensina que é possível ser justificado por meio de Jesus Cristo, sem o conhecimento explícito ou completo de quem ele é. Especificamente, os inclusivistas sustentam que é possível que aqueles que nunca ouviram a palavra pregada ainda possam ser salvos através de Cristo.”
ECUMENISMO:
O Dicionário Aurélio define como uma unificação das igrejas cristãs seja elas, católica, ortodoxa, anglicana e protestante que busca uma maior aproximação, cooperação mesmo em meio tantas diferenças entre dogmas e doutrinas.
Se trata de um movimento entre várias denominações cristãs com o intuito de dialogar e cooperara entre si, tentando superar suas próprias diferenças históricas e culturais tentando assim gerar uma aceitação das diversidades entres as igrejas.
Para a igreja evangélica Luterana do brasil o termo usado para o ecumenismo quer representar que a igreja de Cristo vai muito mais além de diferenças históricas, culturais e políticas, mas que abrange estabelecer diálogos entre elas para uma convivência mais saudável.
No século XVIII com o avanço das missões evangelísticas protestantes o teólogo William Corey que era um grande pastor Ministro da igreja batista que era conhecido como “pai das missões” colocou essa proposta de cooperação entre as igrejas em geral para fazer a frente na evangelização mundial.
Em 1974 aconteceu na suíça o grande comitê evangelístico conhecido como Pacto de Lausanne, o cerne dessa reunião que reuniu cerca de 150 nações evangélicas para falar sobre a necessidade da evangelização mundial organizado por John Stott, Billy Graham e Francis Schaeffer. E esse grande evento foi interpretado por alguns como ecumenismo.
DIFERENÇAS DE ATEÍSMO E TEÍSMO:
O ateísmo é uma doutrina filosófica que ensinada pelos ateus que significa “sem Deus”, ou seja, aquele que declara não crer na existência de Deus muito menos de uma possível divindade sobrenatural, se fazendo assim totalmente descrente quando o assunto é Deus e espiritualidade.
O ateísmo tem em sua forma principal provar de várias formas que nem Deus nem qualquer outra divindade existem e em contrapartida o teísmo já reúnem aquelas pessoas que acreditam em um ou mais deuses ou seja, tanto os cristãos que creem em um único Deus quanto os hindus que acreditam em variedade de deuses se incluem no teísmo.
TEÍSMO ABERTO:
Teísmo aberto ou “Teologia Relacional” nega profundamente a onipotência, onisciência e onipresença de Deus e dá a entender que existe um Deus, mas que esse Deus não conhece completamente o futuro e sim ele pode mudar seus planos dependendo das circunstancias.
O teísmo aberto traz uma grande influência da “Teologia do Processo” que surge na década de 30 e que teve seus representantes Charles Hartshorne, Alfred Whitechead e John Cob que misturavam o conceito filosófico com teológico.
O teólogo Luiz Sayão resumiu o teísmo aberto em uma frase: “o teísmo aberto representa uma reação exagerada contra o calvinismo”. O teísmo aberto defende que há um grande relacionamento íntimo de Deus com os seres humanos e esse relacionamento íntimo prejudica a onisciência de Deus por causa do livre arbítrio dos seres humanos, ou seja, Deus até sabe o futuro, mas não todo o futuro.
O teísmo aberto veio para responder a existência do mal e todas as calamidades, sofrimento e tragédias naturais fazendo assim, livrar Deus de todos esses acontecimentos horrível que acontecem no mundo e que colocam muita duvidas na cabeça de vários cristãos no mundo inteiro.
Hoje o teólogo e pastor Ricardo Gondim parece concordar e muito com esse pensamento, visto que expressa isso em seus escritos e em muitos de seus sermões na igreja Betesda onde ele é o fundador.
O teísmo aberto enfraquece e muitas vezes dilacera os atributos de Deus nos mostrando um Deus completamente sentimental e emocional gerando um Deus limitado. Limitado aos seus relacionamentos com os seres humanos, ou seja, tudo pode mudar no futuro decorrente do seu envolvimento com os seres humanos.
O teísmo aberto tira fortemente todo o atributo soberano de Deus na construção da sua própria história e seus planos, colocando nas mãos humanas o poder da construção do futuro, mesmo sabendo de toda a fragilidade e contaminação humana pelo pecado decorrente da queda.
REFERÊNCIAS
RUMO A UM INCLUSIVISMO BÍBLICO: SILVIO MELO AZEVEDO, EDITORA CLUBE DE AUTORES, 2015.
DOSSIÊ IDENTIDADES RELIGIOSAS E HISTÓRIA: SCOTT RANDALL PAIN, 2012
VATICANO II 50 ANOS DE ECUMENISMO NA IGREJA CATÓLICA.
RELIGIOS PARA ATEUS: ALAIN DE BOTTON, EDITORA CIP – BRASIL.
TEÍSMO ABERTO – A TEOLOGIA DE UM DEUS LIMITADO: WARE BRUCE A, EDITORA VIDA NOVA, 2010.
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