A Bíblia assegura que o povo de Deus será protegido durante a grande tribulação
Samuel Bachiochi - Professor de Teologia na Universidade de Andrews, em Michigan, EUA.
Quando Jesus prometeu que viria outra vez (João 14:3), Ele deu uma esperança que tem brilhado no coração de quase todos os cristãos, por quase dois mil anos. Desde o primeiro século, essa esperança não tinha sido tão forte quanto é para os cristãos hoje.
Essa esperança futura, contudo, é obscurecida por uma sombra. De acordo com a Bíblia, um terrível tempo de angustia chamado “tribulação”, terá lugar pouco antes da segunda vinda de Cristo. Durante quase 1800 anos, os cristãos acreditaram que todo o povo de Deus passaria por essa tribulação. Cerca de duzentos anos atrás, porem, surgiu uma nova teoria, entendendo que Deus vai tirar do mundo os verdadeiros cristãos e os transportará para o Céu, antes da tribulação. Os que ficarem para trás é que vão passar por ela. Nesse período, milhões de Judeus se converteriam ao cristianismo. A segunda vinda de Cristo, nessa teoria, deveria ocorrer após a tribulação.
O transporte dos santos para o Céu antes da tribulação é chamado de “arrebatamento”. De acordo com aqueles que defendem esse ponto de vista, o arrebatamento será secreto no sentido de ninguém saberá quando vai ocorrer. Os que forem deixados na Terra só ficarão sabendo quando perceberem que muitas pessoas, de repente , desaparecerem por razões inexplicáveis.
Essa visão do fim do mundo pode ser chamada de “teoria da dupla segunda vinda”, porque ela separa a volta de Cristo ao nosso planeta em duas etapas: o arrebatamento antes da tribulação e a segunda vinda no encerramento da mesma.
É necessário examinar as declarações bíblicas concernentes ao fim do mundo e à segunda vinda de Cristo, a fim de saber se essa teoria é bíblica de fato.
O cuidadoso estudo da Bíblia sugere pelo menos quatro critérios importantes para essa avaliação.
1. Tribulação para todos
Em seu discurso no Monte das Oliveiras, Jesus falou da grande tribulação que sobreviria imediatamente antes da Sua volta, prometendo que “por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados” ( Mat. 24:21,22 e 29). Entender que3 os “eleitos”, são apenas judeus fiéis e não os membros da igreja cristã, significa esquecer que Cristo Se dirigia a Seus apóstolos, que representam não só o Israel nacional, mas a igreja em geral. Isso é tanto verdade que Marcos e Lucas, que escreveram seus evangelhos para a igreja dos gentios, relatam o mesmo discurso (Mar. 13 e Luc.21).
É também digna de nota a impressionante semelhança entre a descrição que Cristo faz do arrebatamento da igreja, em Mateus 24:30 e 31, e a que Paulo faz em 1a. Tessalonicenses 4:16 e17. As duas passagens mencionam a descida do Senhor, o som de trombetas, o acompanhamento de anjos e o ajuntamento dos filhos de Deus. Tudo isso por ocasião da volta de Cristo. Contudo, os que acreditam no arrebatamento secreto dizem que o texto de 1a. Tessalonicenses descreve o arrebatamento antes da tribulação, e a passagem de Mateus descreve a segunda vinda de Cristo depois da tribulação. O paralelismo entre as duas passagens, entretanto, indica claramente que ambas estão descrevendo a mesma ocasião. Assim, o arrebatamento da igreja não será antes e sim depois da grande tribulação.
Cristo nunca prometeu à igreja arrebata-la deste mundo antes da tribulação. Ele prometeu proteção em meio à prova. Seu pedido ao Pai foi: “Não vos peço que os tires do mundo, e sim que os guarde do mal” (João 17:15). Se a igreja estivesse fora deste mundo durante o tempo de provação não haveria necessidade de proteção divina.
2. Arrebatamento Público
Na verdade, o texto de 1a. Tessalonicenses 4:15 a 17, com a descrição mais famosa do segundo advento, sugere exatamente um arrebatamento público. Fala que o “Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressurgirão primeiro”, e juntamente com os santos vivos, serão “arrebatados” para o encontro com o Senhor nos ares.
A palavra de “ordem”, a “voz de arcanjo”, a “trombeta de Deus” e o ajuntamento dos santos vivos e dos ressuscitados não sustentam a idéia de um evento secreto, invisível e instantâneo. Pelo contrário, como geralmente se salienta, essa étalvez a passagem bíblica mais estrondosa. As referências ao ressoar de trombetas, em passagens paralelas de Mateus 24:31 e 1a. Coríntios 15:52, comprovam a natureza pública do segundo advento. Nenhum vestígio de arrebatamento secreto pode ser encontrado em qualquer dessas passagens.
3. Paulo, o Apocalipse e a tribulação
Em suas admoestações aos tessalonicenses, Paulo explica que aos atribulados será concedido “descanso” da tribulação, “quando do Céu Se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do Seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus” (2a. Tessalonicenses 1:7 e 8). Os fiéis vão ser livrados do sofrimento da tribulação, não por meio de um arrebatamento secreto antes dela, mas mediante a volta de Cristo após a tribulação.
Em 2a. Tessalonicenses capítulo 2, Paulo refuta um conceito errôneo então predominante entre os tessalonicenses. Aparentemente eles acreditavam que o “dia do Senhor” já havia chegado. Para refutar esse conceito errôneo, ele cita dois importantes eventos que devem
ocorrer antes da volta de Jesus: a rebelião e o aparecimento do “iníquo” que perseguirá o povo de Deus. Se Paulo esperava que a igreja fosse arrebatada deste mundo antes da tribulação causada pelo aparecimento do anticristo, ele dificilmente teria ensinado que os fiéis veriam esse evento antes da vinda do Senhor.
O Apocalipse fala detalhadamente da grande tribulação, da besta que persegue os santos de Deus e das sete últimas pragas (ver Apoc. 8 a 16.) Embora João descreva em pormenores os eventos finais, ele nunca sugere uma vinda secreta de Cristo antes da tribulação para arrebatar a igreja. Isso é mais surpreendente ainda quando se considera o propósito que João expressou de instruir as igrejas a respeito do fim dos tempos. Na verdade, João menciona explicitamente uma multidão incontável de fiéis que enfrentarão a grande tribulação: “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apoc. 7:14).
Os que defendem o arrebatamento secreto argumentam que esses fiéis são todos judeus. Esse raciocínio é desacreditado primeiramente pelo fato de que em lugar algum João faz diferença entre tribulação dos santos judeus e gentios. Pelo contrário, João declara que os fiéis vitoriosos na tribulação vêm de “todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apoc. 7:9). Esta frase aparece repetidas vezes no Apocalipse para designar a igreja composta de membros de toda a família humana (ver Apoc. 5:9, 10:11, 13:7, 14:6). O capítulo 5, por exemplo, fala de 24 anciãos louvando o Cordeiro que resgatou pessoas de todas as tribos, línguas, nações e raças” (verso 9). Obviamente, Cristo não resgatou apenas os judeus, mas pessoas de todas as nações.
Em Apocalipse 22:16, Jesus afirma ter enviado Seu anjo a João com um “testemunho”, uma revelação “para as igrejas”. É difícil ver como as mensagens que o anjo deu a João podiam ser um testemunho para as igrejas se a igreja não está diretamente envolvida nos eventos descritos nos capítulos 4 a 19, a maior parte do livro!
Na verdade, o Apocalipse descreve a igreja sofrendo perseguição dos poderes satânicos durante a tribulação final. Assim como o antigo Israel desfrutou a proteção de Deus durante as dez pragas no Egito (Êxo. 11:7), também o povo de Deus será protegido quando a ira divina cair sobre os ímpios. O Apocalipse representa essa proteção divina por um anjo que coloca um selo na testa dos servos de Deus para que sejam poupados quando a ira divina recair sobre os impenitentes (Apoc. 7:3 e 9:4). Finalmente, o povo de Deus será resgatado pela gloriosa volta de Cristo (Apoc. 16:15).
ENTENDA A SEQUËNCIA DOS EVENTOS APOCALÍPTICOS
A grande tribulação ocorre antes da segunda vinda de Cristã e do arrebatamento dos salvos
1. Selamento - 2. Grande Tribulação 3. Segunda Vinda - 4. O Milênio - 5. Terceira Vinda - 6. Início da Nova
Apoc. 7:3 Mat. 24:21, Mal. 24:30, Terra desolada Apoc. 21:3 Eternidade -
Apóc. 7:14 1a.Tess. 4:16 2a.Ped. 3:10 Ressurreição dos Apoc. 21:3-5
As sete pragas - Primeira Ressur- Justos no Céus- ímpios - Apoc. 20:5
Apoc. 15 e 16 reição - 1a.Tess. 4:16, Apoc. 22:4 Juízo final
Apoc. 20:6 Ímpios mortos Apoc-.20:9
Arrebatamento de 2a.Tess. 2:8, Destruição dos Im-
todos os salvos Apoc.6:16,20:4 penitentes -
Mat,24:31, Apoc. 20:10
Apóc. 7:14 1a.Tess. 4:16 2a.Ped. 3:10 Ressurreição dos Apoc. 21:3-5
As sete pragas - Primeira Ressur- Justos no Céus- ímpios - Apoc. 20:5
Apoc. 15 e 16 reição - 1a.Tess. 4:16, Apoc. 22:4 Juízo final
Apoc. 20:6 Ímpios mortos Apoc-.20:9
Arrebatamento de 2a.Tess. 2:8, Destruição dos Im-
todos os salvos Apoc.6:16,20:4 penitentes -
Mat,24:31, Apoc. 20:10
1a.Tess. 4:17
Apoc. 20:4
SINAIS dos Tempos SETEMBRO - OUTUBRO/2000
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