OPINIÃO: Ditadura, nunca mais! Seja no Brasil, na Venezuela ou em qualquer outro lugar - Se Liga na Informação





OPINIÃO: Ditadura, nunca mais! Seja no Brasil, na Venezuela ou em qualquer outro lugar

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É melhor promover mais o futuro democrático nacional do que tentar debater sobre o caráter político-histórico do nosso passado.



Como cristão protestante, eu me recuso aceitar de bom grado qualquer regime de governo civil autoritário ou mesmo totalitário. O debate sobre o início de um governo militar no Brasil em 1964 é amplo, e não cabe numa nota de rodapé em nenhum livro ou site. Temos de nos municiar de sabedoria, ponderação e isenção ideológica para analisarmos os fatos, não somente as narrativas em torno deste tema.
É óbvio que a esquerda vai capitalizar politicamente – como já está fazendo – em cima da fala do presidente Bolsonaro transmitida oficialmente pelo porta-voz da presidência, onde ele ordena que os quartéis celebrem o dia 31 de março de 1964, data que marca o início da contra-revolução (para uns) ou do golpe (para outros) militar que contou com o apoio popular e de quase toda a imprensa na época e freou o avanço de movimentos antidemocráticos no país.
Sinceramente, entretanto, não consigo afirmar categoricamente sobre o que aconteceu há décadas. Por isso, penso que o melhor a se fazer é simplesmente promover mais o futuro democrático nacional do que tentar debater sobre o caráter político-histórico do nosso passado.
Não quero, com isso, dizer que devemos passar uma borracha na história e negar fatos comprovados com documentos ou afirmar acontecimentos com base em relatos de quem viveu esta era tensa e complexa do nosso país. Apenas entendo que a pauta de 31 de março deveria remeter mais aos avanços das políticas econômicas e de segurança pública que foram apresentadas e submetidas ao Congresso Nacional do que instigar qualquer temática que suscite qualquer debate polarizado no momento.


Já estamos mais do que divididos. Estamos adoecidos na busca pela razão e pela aniquilação do pensamento contraditório.
Não quero viver num país que cerceia liberdades, censura profissionais da imprensa ou artistas e promove massacres e/ou torturas. Não quero também viver num país que hipocritamente levanta a bandeira contra a ditadura brasileira, mas apóia ou não critica veementemente regimes como o de Maduro.
Quero viver num país democrático, onde a imprensa livre trabalha pela verdade dos fatos sem manipular suas manchetes para induzir o povo a ficar contra ou a favor do Governo. Quero viver num país onde as crianças são protegidas e suas inocências salvaguardadas pelo poder público. Não quero ideologia de gênero, nem ideologia revolucionário-guerrilheira; quero um país livre da corrupção, da desigualdade social sistêmica e da violência em todos os níveis.
Sabemos que não se erradica a corrupção, nem a desigualdade social ou mesmo a violência porque sempre teremos corruptos, preguiçosos e assassinos no nosso meio. Sabemos também que o passado sombrio do Brasil existe, bem como acontece com toda nação – e isso porque o ser humano é pós-adâmico; ou seja, totalmente depravado. Não há justiça muitas vezes porque “não há um justo, nenhum sequer” (Rm 3.10).
Logo, sejamos responsáveis para nos contrapormos a qualquer ditadura, seja de direita ou de esquerda, e que o Presidente priorize temas mais urgentes e maiores, como a reforma da previdência ou o pacote anticrime do Ministério da Justiça que me parece não ser do interesse do Presidente da Câmara que seja votado com o devido senso emergencial.
Isto posto, deixemos a disputa de ‘golpe’ e ‘contra-revolução’ para quem tem tempo livre pra discutir o que não é vital e ativamente determinante para o futuro do Brasil.
Por
  

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