ESTUDOS BÍBLICOS: Sucot – Tabernáculos - Se Liga na Informação





Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a festa dos tabernáculos ao SENHOR por sete dias. Levítico 23:34




Sucot é a Festa das Cabanas, ou Tabernáculos e diz respeito a peregrinação de 40 anos dos israelitas no deserto, período em que o povo habitou em tendas. Isso antes de conquistarem a Terra Prometida, quando passaram a habitar em casas e cidades, que a Bíblia diz que eles não construíram (Dt 6:10-11).

A Festa dos Tabernáculos, comemorada em 7 dias mais 1, o primeiro e o oitavo dia Shemini Atséret (oitavo dia de reunião solene) da festa se torna um shabat, dia de descanso solene (Lv 23:36,39). No calendário judaico corresponde aos dias 15 a 21 de Tishrei de 5778, que corresponde, em nosso calendário, aos dias 5 a12 de Outubro 2017.
Sucot também é conhecida como a Festa das Colheitas (Hag Haassif) por ser realizada durante as últimas colheitas do ano em Israel, no Outono. Nesse período os campos estão cheios, os pomares carregados e as vinhas preparadas para a colheita (Lv 23:39). Aqui está o tom de Sucot, alegria, festividade e gratidão pelo cuidado divino do Deus de amor. Depois de passar pela gravidade de Rosh Hashaná e Yom Kipur o israelita é convidado a celebrar a provisão e a presença bendita de seu criador.

Sucot, assim como as demais festas solenes do Senhor, têm caráter de estatuto perpétuo para Israel, passando de geração a geração (Lv 23:41).


Os principais requisitos durante a festividade de Sucot são: habitar em tendas, cobertas com folhas de palmeiras, durante os dias da festa (Lv 23:42-43), comer as refeições na sucá e também ali dormir, a menos que chova. Ainda existem outros ritos da tradição judaica, como por exemplo, as 4 Espécies (Lv 23:40): etrog (fruta cítrica), lulav (ramo da palmeira), três hadasin (ramos de murta, ramo de árvore frondosa-espessa-tamareira) e duas aravot (ramos de salgueiro), todas juntas, na mão do judeu, falam da unidade e da interdependência uns dos outros.
A Festa das Cabanas tinha como propósito lembrar ao israelita a fragilidade da vida, através dos sete dias habitando em cabanas simples e desprotegidas. Um outro propósito intrínseco da festa é lembrar aos israelitas de sua dependência do Deus provedor, através da abundante colheita, do fruto da terra que sacia e alimenta a nação inteira, incluindo todos: filhos e filhas, servos e servas, órfãos e viúvas, levitas e estrangeiros (Dt 16:13,14).
Judeus religiosos ou seculares até hoje fazem a sucá no quintal de casa, na varanda do apartamento, ou em outro lugar apropriado.
Sucot tipifica a encarnação do Messias-Jesus “E o Verbo se fez carne, e habitou [tabernaculou-se] entre nós (…) Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou” (Jo 1:14a; 18). Pois, o Tabernáculo de Israel era símbolo da presença de Deus no meio de seu povo (Lv 26:11-13). Depois o Templo de Salomão em Jerusalém; vimos a presença do Pai no Filho e agora a Igreja é a moradia de Deus na terra, através do seu Espírito Santo (Jo 14:23).

Outo nome dado a Sucot é Hag, simplesmente a Festa, por excelência, a grande festa como é mencionada no Novo Testamento. Através dos sete dias da festa um sacerdote especialmente separado carregava água num cântaro de ouro do tanque de Siloé para ser derramado numa bacia aos pés do altar pelo Sumo-Sacerdote (Stern). Como uma petição simbólica  por chuva e um claro ato profético sobre o derramar do Espírito Santo (Is 44:3 e 55:1). Nesse momento o sumo-sacerdote proclama o Salmo 118, chamado cântico dos degraus, onde encontramos declarações como: “A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se a cabeça da esquina (…); Salva-nos, agora, te pedimos, ó SENHOR e Bendito aquele que vem em nome do SENHOR” (Sl 118:22,25a,26a,).
Nesta Festa o Senhor Jesus declarou “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água correrão de seu ventre” (Jo 7:2,37-39). Esse tom messiânico de Sucot é reconhecido até os dias de hoje, conforme o rabino Lamm “Sucot, assim, incorpora um ideal messiânico que é transmitido para todo o mundo”.
A Festa de Sucot também tipifica o Reino Messiânico “e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20:4); e o Reino Eterno de Deus “Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Co 15:24,28).
Como aplicação pessoal transcrevo o Salmo 61:4 “Habitarei no teu tabernáculo para sempre; abrigar-me-ei no esconderijo das tuas asas”. O desejo de estarmos na presença bendita do Senhor. Sucot é um convite para habitarmos com o Pai. Diante dEle… na casa dEle… em comunhão com Ele… Têm coisa melhor?
Pastor Batista, Diretor dos Amigos de Sião, Mestre em Letras - Estudos Judaicos (USP).

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