Corinthians vence o Santos e fica perto da final da Libertadores

Emerson marca golaço e Corinthians vence o Santos no primeiro jogo da semifinal da Libertadores

Por Mauricio Moura

Santos e Corinthians iniciaram nesta quarta-feira, 13 de junho, o duelo de brasileiros válido pelas semifinais da Copa Libertadores da América. Em jogo quentíssimo, o timão levou a melhor sobre o Peixe na Vila Belmiro, e venceu a partida por 1×0, golaço de Emerson Sheik, e conseguiu uma vantagem importante para o jogo de volta que acontece na próxima quarta-feira no Pacaembu.

Com o resultado o Corinthians precisa apenas de um empate em casa para se garantir pela primeira vez na história em uma final de Libertadores, mantendo vivo o sonho do título inédito.

Como todos esperavam o jogo foi duríssimo, com princípios de confusão em alguns momentos, apagão no estádio, e uma expulsão, do autor do gol corintiano, Emerson Sheik. Corinthians e Santos são duas equipes distintas, mas que tem totais condições de levantar o caneco esse ano, e no momento o Corinthians mais preparado, principalmente pelo fortíssimo jogo coletivo que propõe em campo.

A partida colocou frente a frente o melhor ataque da competição, o do Santos, contra a melhor defesa, a do Corinthians, que tomou apenas 2 gols em 11 partidas. E foi aproveitando seu sistema defensivo e o jogo coletivo, que o Corinthians conseguiu parar a superioridade técnica do ataque santista, comandado por Neymar, que por sinal foi muito bem marcado e não jogou nada.

Ganso que retornava de uma artroscopia, feita 3 semanas antes da partida, foi extremamente comedido no jogo e sofreu para sair da dura marcação feita pela dupla Paulinho e Ralf.

Marcação que é o grande trunfo para o time do Parque São Jorge ter chegado tão longe na competição, é impressionante a entrega dos jogadores corintianos em campo, eles realmente encarnaram aquele ditado, “a bola é um prato de comida”, e principalmente na Libertadores, para o Corinthians, isso tem um valor dez vezes maior do que o normal.

Com a vitória o Corinthians mantém a invencibilidade no torneio sul-americano. O time alvinegro ainda não perdeu na Libertadores esse ano. Já o Santos perdeu o primeiro jogo em casa depois de oito meses.

Vamos à análise jogador por jogador.

 Santos

Rafael – Assistiu a partida de camarote, a única vez que pegou na bola, foi para tirá-la de dentro do gol, quando Emerson Sheik balançou a rede.

Henrique – Não tem cacoete nenhum para ser lateral, fica perdido para saber se avança ou se fica atrás, o golaço de Emerson foi justamente pelo seu lado. Maranhão, que é fraquíssimo, é muito mais lateral, do que o improvisado Henrique.

Edu Dracena – Pouco fez no jogo, principalmente pelo fato do Corinthians não ter centroavante no time titular. Deixou alguns espaços quando o time perdia e ele se lançou para o ataque.

Durval – No segundo tempo era o jogador mais recuado do Santos, salvou o time do segundo gol, quando Sheik deu uma arrancada e partiu para cima dele. Com experiência deu apenas um empurrãozinho no jogador corintiano fora da área, desequilibrando Emerson e matando a jogada. Apesar dos corintianos terem reclamado de uma possível falta, não vi nada, na minha visão foi muito mais esperteza de Durval do que qualquer outra coisa.

Juan – Se o Corinthians é quem tinha que se preocupar na marcação, acho que Juan não entendeu isso, atacou pouco e deixou Neymar isolado do lado esquerdo. Se Léo não tivesse sentido um desconforto muscular antes do jogo, com certeza teria entrado para substituir o lateral que pouco fez.

Arouca – Vinha de lesão e mostrou estar fora de ritmo de jogo, errou passes de meio metro e não foi o volante que todos estão acostumados a ver.

(Felipe Anderson) – “Eterna promessa”, entrou no fim do jogo no lugar de Arouca para deixar o time mais ofensivo, melhor que tivesse ficado no banco, pois nada fez em campo.

Adriano – Fez o que sabe, marcou marcou marcou, não tem como exigir nada mais dele.

Elano – Mais se preocupou com Sheik e Fábio Santos do que em ser um jogador agudo pela direita. Foi substituído com razão no intervalo por Muricy Ramalho, péssimo jogo do camisa 8 santista.

(Borges) – Tinha acabado de se recuperar de lesão, mas ainda assim contribui mais que Elano. Fez duas boas jogadas que quase resultaram em gol, nas duas Cássio fez boa defesa.

Paulo Henrique Ganso – 3 semana depois de uma artroscopia, o camisa 10 mostrou vontade, mas falta de ritmo por ter ficado tanto tempo parado. Deu alguns bons passes, mas reclamou muito da falta de movimentação de seu ataque, com razão por sinal. Muricy fez certo em escalá-lo, pois é melhor ter um Ganso com 50% de sua condição em campo do que Felipe Anderson 100%.

Neymar – Deram a desculpa de que ele estava exausto pelos jogos da seleção, até concordo, mas é inadmissível um jogador do calibre dele, sendo o melhor jogador da américa do sul, se render tanto a forte marcação do adversário, e isso não vem acontecendo só no Santos, mas também na seleção. Neymar tem que colocar na cabeça que 3 ou 4 jogadores em cima dele na partida é o comum por parte dos times adversários, não for assim ele acaba com o jogo. Tite fez isso, deixou Alessandro colado no camisa 11, com Jorge Henrique no auxílio, e Ralf ou Paulinho fechando o trio em cima do craque santista. Muricy precisa explicar para o menino que ele precisa buscar alternativas para tentar sair da marcação. Ficar plantado nas pontas como ele fez ontem, será bom apenas para o adversário que terá uma facilidade grande para marcá-lo. Sumiu do jogo ontem, pelo que representa, precisa fazer muito mais.

Alan Kardec – Se é acostumado a fazer o simples e meter gol, nem o simples conseguiu fazer. Apanhou da bola algumas vezes e faltou se movimentar mais para dar alternativa a Ganso.

Muricy Ramalho – Acertou ao escalar Ganso, mas erra em todos os jogos ao manter Henrique improvisado. Não soube fazer o time sair da forte marcação corintiana e teve dificuldades quando olhou para o banco e não via ninguém para ajudá-lo. Terá uma missão complicadíssima para montar um time que fure o sistema defensivo corintiano no jogo do Pacaembu.

 Corinthians

Cássio – Fez umas duas ou 3 boas defesas. É melhor que Júlio César, principalmente pela estatura que tem o que o ajuda nas bolas aéreas. Foi bem na partida e seguro quando o Corinthians precisou dele.

Alessandro – Marcou muito bem Neymar. Quase não atacou, mas na defesa fez uma partidaça ajudando a anular o craque santista.

Chicão – Seguro na defesa, deu poucas chances ao ataque santista.

Leandro Castán – Falhou em um lance que poderia ter sido capital, onde Borges subiu mais que ele e obrigou Cássio a fazer boa defesa. Não comprometeu, mas dos jogadores de defesa ontem foi o mais fraco.

Fábio Santos – Atacou bem menos do que está acostumado, mas jogou para isso, para marcar o Santos. Foi muito bem no sistema defensivo, assim como todo o time.

Ralf – É um carrapato no meio do Corinthians, se tecnicamente não é nenhum primor se sobressai e muito na marcação. Não deixou Ganso pensar.

Paulinho – É o melhor jogador do Corinthians nos últimos jogos. O passe para o gol saiu de seus pés. Além ser muito efetivo ofensivamente não deve em nada quando precisa marcar. Fechou muito bem os espaços junto com Ralf e é o grande destaque deste time.

Alex – Era responsável por tentar carregar a bola da defesa para o ataque, mas ficou muito mais na marcação dos jogadores de meio campo do Santos do que qualquer outra coisa. Parece que entendeu como o Corinthians joga e como ele precisa jogar, taticamente ótimo para o time.

(Wallace) – Jogou pouco, não tem como avaliar sua participação.

Danilo – Taticamente é um monstro, marca, sabe segurar o jogo e demonstra uma experiência importantíssima para levar o Corinthians a uma final e ao título. Fechou bem o lado esquerdo junto com Fábio Santos e não deixou Elano jogar.

Emerson Sheik – Jogador mais avançado do Corinthians, marcou um golaço, o da vitória corintiana e foi o grande personagem do jogo. Teve mais uma duas chances no contra-ataque para matar a partida e levar uma vantagem de 2×0 para o Pacaembu, mas em ambas não conseguiu concluir o lance. Foi expulso no fim, ao tomar o segundo cartão amarelo em uma falta boba em cima de Neymar. Fará muita falta no Pacaembu pela função que exerce no esquema tático armado por Tite.

Jorge Henrique – Outro gigante taticamente. Fechou o lado direito com Alessandro e anulou Neymar junto com o lateral. Com certeza é um dos jogadores mais importantes para o Cortinthians nessas semifinais contra o Santos, principalmente por ser um dos responsáveis por marcar Neymar.

Tite – Conseguiu anular os principais jogadores santistas e por isso o Santos não jogou. Colocou uma marcação duríssima em cima de Neymar e foi recompensado com um golaço de Emerson e com a vitória por 1×0. Se o Corinthians está na semifinal é muito por causa dele. Conseguiu montar um time encardido e que dificilmente perde, mesmo sem ter nenhuma estrela no elenco.

FICHA TÉCNICA

SANTOS 0 x 1 CORINTHIANS

SANTOS – Rafael; Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan; Arouca (Felipe Anderson), Adriano, Elano (Borges) e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Alan Kardec. Técnico: Muricy Ramalho.

CORINTHIANS – Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex (Wallace) e Danilo; Emerson e Jorge Henrique. Técnico: Tite.

GOL – Emerson, aos 27 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS – Neymar (Santos); Cássio, Chicão, Alessandro e Leandro Castán (Corinthians).
CARTÃO VERMELHO – Emerson (Corinthians).
ÁRBITRO – Marcelo de Lima Henrique (Fifa/RJ).
RENDA – R$ 969.701,00.
PÚBLICO – 14.788 pagantes.
LOCAL – Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP).