Comemora-se no 7 de setembro a “Independência do Brasil”. As Forças Armadas vão para as ruas em ordem, unida em vistosos desfiles diante de uma platéia ilustre: presidente da República, governadores, as máximas autoridades do país. As professoras nas escolas distribuem tarefas e falam para os alunos que o Brasil é independente e que se trata da mais importante data cívica do ano. A independência em 7 de setembro de 1822 foi em relação a Portugal, passando o Brasil a ser um estado autônomo, mas, à época, os interesses estrangeiros continuaram predominando no país. De lá para cá, muita coisa mudou. pergunta: o Brasil é mesmo um país independente?
Brasil, um país independente?
Como professor de História, sou levado a questionar a celebração do Sete de Setembro. Não me acusem de ser antipatriota, pelo contrário, amo o meu País. Mas, não posso conceber que o Grito do Ipiranga promovido pelo príncipe regente de Portugal, D. Pedro, possa ter levado a total emancipação do Brasil.
O fato é que inúmeros fatores levaram ao lusitano a proclamar a nossa independência em 1822. Mas, nenhuma delas motivadas pelo sentimento nativista. D. Pedro era absolutista (perdoem-me os monarquistas de plantão), mesmo manifestando o desejo de convocar uma Assembléia Constituinte, ele mostrou que era autoritário ao impor a Carta de 1824 que criou o famigerado Poder Moderador, que rompia totalmente com os conceitos de Montesquieu e de outros pensadores iluministas.
Em segundo lugar, a Revolução Liberal do Porto em 1820 ameaçou a permanência dos Braganças no trono lusitano, tanto que D. João VI, ao embarcar de volta para Lisboa, orientou o filho para que promovesse o rompimento entre o Brasil e Portugal afim de que mantesse pelo menos um Bragança como soberano " É melhor que fiques com tu do que com eles".
Portugal já tinha perdido o controle sobre o Brasil desde a invasão napoleônica às terras lusitanas, quando a Inglaterra obrigou a D. João a escolher entre a obediência ao Bloqueio Continental, imposto pela França, ou ao apoio ao esforço britânico na luta contra Napoleão. Com a adesão feita por D. João, a Marinha Britânica garantiu a vinda da Família Real Portuguesa ao Brasil com segurança, mas isso custou a abertura dos portos as nações amigas, leia-se Inglaterra, e consequente rompimento do Pacto Colonial.
Mudamos apenas de dono: sai Portugal, entra a Inglaterra. E hoje, são os Estados Unidos com a sua política neoliberal, que mantém a nossa dependência geoeconômica.
O fato é que inúmeros fatores levaram ao lusitano a proclamar a nossa independência em 1822. Mas, nenhuma delas motivadas pelo sentimento nativista. D. Pedro era absolutista (perdoem-me os monarquistas de plantão), mesmo manifestando o desejo de convocar uma Assembléia Constituinte, ele mostrou que era autoritário ao impor a Carta de 1824 que criou o famigerado Poder Moderador, que rompia totalmente com os conceitos de Montesquieu e de outros pensadores iluministas.
Em segundo lugar, a Revolução Liberal do Porto em 1820 ameaçou a permanência dos Braganças no trono lusitano, tanto que D. João VI, ao embarcar de volta para Lisboa, orientou o filho para que promovesse o rompimento entre o Brasil e Portugal afim de que mantesse pelo menos um Bragança como soberano " É melhor que fiques com tu do que com eles".
Portugal já tinha perdido o controle sobre o Brasil desde a invasão napoleônica às terras lusitanas, quando a Inglaterra obrigou a D. João a escolher entre a obediência ao Bloqueio Continental, imposto pela França, ou ao apoio ao esforço britânico na luta contra Napoleão. Com a adesão feita por D. João, a Marinha Britânica garantiu a vinda da Família Real Portuguesa ao Brasil com segurança, mas isso custou a abertura dos portos as nações amigas, leia-se Inglaterra, e consequente rompimento do Pacto Colonial.
Mudamos apenas de dono: sai Portugal, entra a Inglaterra. E hoje, são os Estados Unidos com a sua política neoliberal, que mantém a nossa dependência geoeconômica.
O fato é que ainda estamos lutando para sermos, verdadeiramente, uma nação livre. Para isso, temos que amadurecer as instituições democráticas, temos que valorizar o poder do voto consciente, temos fortalecer a nossa representação diplomática junto aos países e organizações multilaterais. Não podemos abaixar nossa cabeça diante dos interesses estrangeiros. Temos que defender, arduamente, os interesses nacionais.
Só assim seremos respeitados. Só assim seremos independentes. E aí sim, o 07 de Setembro fará sentido.
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