União e governo do Estado de São Paulo anunciam criação de agência para combater crime organizado - Se Liga na Informação





União e governo do Estado de São Paulo anunciam criação de agência para combater crime organizado

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A criação de uma "agência de ação integrada" para combate ao crime organizado foi a primeira medida anunciada nesta terça-feira (6) pela parceria entre União e o governo do Estado de São Paulo para enfrentar a onda de violência que deixou ao menos 90 policiais militares mortos só neste ano.
As tratativas, no entanto, descartam o envio de tropas do Exército ou da Força Nacional de Segurança para o Estado e não especificam custos e nem o que, de imediato, será feito na prática para evitar novos ataques a policiais e a civis.
Só na noite passada, por exemplo, ataques na zona norte de São Paulo deixaram sete pessoas mortas e causaram a interrupção de linhas de ônibus de transporte coletivo que foram alvos de furtos ou incêndios comandados por criminosos.
Para o governador Geraldo Alckmin, porém, a reunião “foi muito proveitosa, bastante objetiva”. "[O combate ao crime organizado] É uma tarefa que não é fácil: quanto mais se age, mais reação às vezes se tem. Mas não é possível retroceder um milímetro, e sim, avançarmos com perseverança, eficiência e ação integrada”, declarou.

Onda de crimes no Estado de São Paulo

Foto 45 de 48 - 6.nov.2012 - Enterro de Amanda Fernão Martinho, 10, no cemitério Quarta Parada, zona leste de São Paulo. A menina foi atingida por uma bala perdida disparada por um policial do Corpo de Bombeiros, durante assalto na noite de domingo (4) no Ipiranga, na zona sul. Um ladrão foi morto, e um motoboy que passava perto do local ficou ferido Vagner Campos/Brazil Photo Press/AE
A agência que será criada e outras cinco medidas --que abrangem o fortalecimento dos trabalhos de perícia; fiscalização conjunta em vias marítima, aérea e terrestre; criação de um centro de comando e controle integrado por videomonitoramento e com auxílio da Prefeitura de SP; ações de enfrentamento ao crack e transferência de presos de São Paulo a penitenciárias federais --foram apresentadas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo governador Geraldo Alckmin, após reunião no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
De acordo com o ministro, a futura agência será coordenada pelo superintendente da Polícia Federal no Estado de São Paulo, Roberto Troncon Filho, indicado pela União, e, pelo governo paulista, pelo secretário-adjunto de Segurança Pública, Jair Burgui.
Participarão do grupo, pela União, PF, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Secretaria Nacional de Segurança Pública, Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e Receita Federal. Pelo governo de SP, integrarão a agência representantes das polícias Civil, Militar e Científica, além do MPE (MInistério Público Estadual) e Secretaria Estadual da Fazenda. O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) também será convidado a compor a agência.
Sobre a transferência de presos envolvidos com mortes de policiais e agentes penitenciários para presídios federais, Cardozo e Alckmin não informaram quantos ou quais serão transferidos, bem como para quais unidades federais --são quatro, ao todo --, alegando "razões de segurança".

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"Sistema inteligente"

A primeira reunião do grupo está marcada para a próxima segunda-feira (12), em São Paulo. “A ação da agência fará com que as iniciativas das polícias sejam integradas. Não se combate o crime organizado sem um sistema inteligente”, afirmou Cardozo.
Segundo o ministro, caberá à agência fornecer relatórios periódicos sobre as ações de combate ao crime organizado, sobretudo no sentido de garantir a “asfixia financeira” desses grupos.
Cardozo disse que a parceria entre os governos do Estado e federal prevê o fortalecimento da fiscalização conjunta de ambos em pontos críticos de rodovias --por meio de contenções coordenadas pela PRF e Polícia Rodoviária Estadual--, além do porto de Santos e dos aeroportos. O objetivo é minar a entrada e a saída de drogas do Estado e, com isso, enfraquecer as organizações criminosas.
Outro ponto anunciado, mas também sem detalhamento, é o reforço das ações periciais dos governos. “Isso será importante para elucidar os crimes e identificar o percurso da droga”, disse o ministro.

Parceria firmada após farpas

A parceria entre os governos federal e estadual foi oficializada no último dia 1° em um telefonema em que a presidente Dilma Rousseff fez ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para oferecer ajuda.
O acordo só foi firmado, porém, após troca de acusações entre os dois governos sobre a situação da segurança pública em São Paulo. Na terça-feira (30), o Ministério da Justiça divulgou nota rebatendo acusações de que não teria oferecido ajuda ao governo estadual e reiterando a disposição de pactuar um plano de segurança pública integrado entre as esferas estadual e federal.
Após a reunião de hoje, o tom entre os dois governos foi ameno, de cooperação. Tanto Alckmin quanto Cardozo evitararam, por outro lado, caracterizar a situação da segurança pública paulista como "crítica". "As ações de comabte ao crime organizado não são políticas de governo: são políticas de Estado", considerou o ministro, indagado sobre a atuação do governo paulista no enfrentamento à violência em seu próprio território.

Envio de tropas federais é descartado

Sobre o envio de tropas federais para ajudar no combate ao crime organizado em São Paulo, tanto o governador quanto o ministro refutaram, a possibilidade. A alegação de ambos é que o Estado já conta com um efetivo de mais de 100 mil PMs e 30 mil policiais civis para atender a demanda. "Não há necessidade", encerrou Cardozo.

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Fonte: Uol

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