Professora faz greve de fome em cidade sem prefeito na BA
A professora Ieda Leones Nascimento, 49 anos, está em greve de fome desde a última segunda-feira, 29, por conta da situação política de sua cidade, o município de Pojuca, no interior da Bahia. O candidato a prefeito do PDT, Dr. Toinho, foi eleito, mas teve seu direito de assumir o cargo indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, quem tomou frente à prefeitura foi a presidente da Câmara, Cristiana Nunes (PDT), irmã de Toinho.
O candidato teve a candidatura indeferida a pedido da Procuradoria Regional Eleitoral da Bahia (PRE-BA), com base na Lei da Ficha Limpa, por um suposto abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio. Dr. Toinho entrou com recurso para reverter a situação, mas até agora o caso ainda circula no TSE.
No último dia 18 de abril, houve julgamento do recurso no plenário. Porém, o resultado da votação foi empate. Por se tratar de um caso inédito, a ministra Carmen Lúcia disse que analisaria e resolveria situação. O recurso poderá entrar na pauta de julgamentos do TSE ainda nesta quinta-feira, em sessão que começará às 19h.
Por conta dessa confusão política e de Cristina Nunes ter assumido interinamente a prefeitura, Ieda decidiu entrar em greve. “Minha greve é para chamar a atenção da população, para alertar a todos. A cidade está sofrendo. Os serviços estão parados porque o poder dela é limitado. Além disso, nem é ela (Cristiana) que está mandando, mas sim o irmão (Dr. Toinho). Estamos nos sentindo desrespeitados”, afirmou a professora, que não come nada desde as 21h do último domingo.
A educadora distribuiu cartas para os cidadãos da cidade explicando o motivo de sua greve e entregou esses comunicados até mesmo para a prefeita interina. “Entreguei direto à prefeita interina e ela não me respondeu nada. Estou alojada na Câmara de Vereadores durante o dia e de noite vou para casa, mas fico à disposição para fazer qualquer exame que comprove que não estou comendo nada”, disse Ieda.
Ela afirmou ainda que hoje começou a sentir-se fraca por conta da falta de comida e dos medicamentos contínuos que costuma ingerir, mas que seguirá com a greve “até as últimas consequências”. “Estão tentando me desestimular, mas a cidade de Pojuca vai fazer 100 anos em julho e não temos nada para comemorar. Vou resistir o máximo que puder”.
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