Professores da rede estadual de SP decidem manter greve - Se Liga na Informação





Professores da rede estadual de SP decidem manter greve

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Categoria realizou ato na tarde desta sexta-feira (3) no Masp.
Professores da rede municipal também fizeram manifestação.



Professores da rede estadual de ensino decidem continuar em greve em ato no Masp (Foto: Julia Passo Viana)Professores da rede estadual de ensino decidem continuar em greve em ato no Masp (Foto: Julia Passo Viana)
Em assembleia realizada no final da tarde desta sexta-feira (3) no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, representantes dos professores da rede estadual de ensino decidiram pela manutenção da greve que reivindica melhores reajustes salariais. O ato da categoria provocou reflexos no trânsito da avenida ao longo da tarde. O sentido Consolação da avenida chegou a ser completamente bloqueada.
No Centro, em outro protesto, professores da rede municipal bloquearam o Viaduto do Chá, onde fica o prédio da Prefeitura. A manifestação interditou ambos os sentidos da via. Segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo(Sinpeem), o protesto marca o início da greve da categoria, como forma de protesto contra as condições de trabalho e desvalorização profissional.
CET fecha sentido Consolação da Avenida Paulista (Foto: Julia Basso Viana/G1)CET fecha sentido Consolação da
Avenida Paulista (Foto: Julia Basso Viana/G1)
Avenida Paulista
No Masp, os professores da rede de ensino estadual estiveram reunidos desde a manhã desta sexta-feira. Profissionais da rede estadual estão em greve desde o fim de abril.
Ainda no período da manhã, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) pediu que os motoristas evitassem a região da Avenida Paulista. Após a realização da assembleia, os professores estaduais seguiram em caminhada  em direção à Praça da República, no Centro, passando pela Rua da Consolação.
Conforme contagem do sindicato, aproximadamente 20 mil manifestantes estavam nesta tarde no vão livre do Masp. No início da manifestação, a Polícia Militar informou que havia cerca de 5 mil pessoas no local.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que a "valorização dos professores e demais funcionários da rede estadual de ensino está entre as prioridades do Governo de São Paulo". "Os professores da rede estadual paulista, que já ganham 33,3% mais que o piso nacional vigente, passarão a ter, a partir de julho, uma remuneração 44,1% maior que o vencimento mínimo estabelecido em decorrência da Lei Nacional do Piso Salarial Magistério Público", diz o comunicado.
Segundo a nota, a "atual gestão tem estabelecido um amplo diálogo não só com os sindicatos, mas, sobretudo, com os próprios profissionais da rede estadual de ensino".
Centro de São Paulo
No início da tarde, professores do ensino municipal fizeram manifestação no Viaduto do Chá. De acordo com o Sinpeem, o protesto marca o início da greve da categoria. Os professores pretendem paralisar as atividades por tempo indeterminado como forma de protesto às condições de trabalho e desvalorização profissional.
Em nota emitida na última semana, a Prefeitura de São Paulo afirmou que “a negociação é a principal ferramenta na relação das questões que envolvem os servidores municipais”, e em razão disto instituiu o Sistema de Negociação Permanente da Prefeitura (Sinp) junto às representações sindicais.
Divergências
As duas manifestações aconteceram simultaneamente. Em ambas havia professores reivindicando melhores condições de trabalho e valorização profissional. Porém, as pautas dos protestos eram um pouco diferentes.
De acordo com nota apresentada pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), o grupo pede revisão da remuneração: 6,55%, relativos à revisão geral e retroativos a maio de 2011; 4,61%, referentes à revisão geral e retroativos a maio de 2012 e 5,6% relativos à revisão geral da data-base de 2013.
Além disso, querem a realização de concursos para todos os cargos vagos da prefeitura, alteração da lei salarial para que as despesas com pessoal possam alcançar até 54% das receitas correntes líquidas da prefeitura, exigem cálculo e reposição de perdas salariais desde 2003 e o fim das terceirizações e contratos de parcerias.
Policiais impedem passagem de manifestantes por via não prevista pelo manifesto (Foto: Julia Basso Viana/G1)Policiais impedem passagem de manifestantes
por via não prevista pelo manifesto
(Foto: Julia Basso Viana/G1)
Já a pauta dos servidores estaduais reivindica um reajuste salarial de 36,74%, mudanças na política de contratação de novos docentes e medidas contra a violência nas escolas. “Eu estou lutando pra ter uma reposição salarial quando eles [professores municipais] já têm 12%”, disse Maria Izabel Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Durante assembleia na Avenida Paulista, muitos professores interromperam discursos feitos por membros do sindicato com pedidos de unificação das greves. Rafael Moraes, da rede estadual de ensino, explicou que a unificação seria boa para as duas causas. “Daria mais força aos movimentos.” Eder de Oliveira, professor e representante do sindicato, explica que os movimentos poderiam ser unificados. “Lutamos por políticas públicas, não por política partidária”.
Contudo, a presidente do sindicato não acredita ser possível a junção do estadual com o municipal. “Você unifica a pauta quando você está com o mesmo governo. Aqui é governo estadual e eles querem unificar com o municipal que tem uma pauta que não tem nada a ver com a nossa”, justificou Maria Izabel.
Outro desacordo ocorreu na decisão do local da próxima assembleia, prevista para acontecer na próxima sexta-feira (10). Enquanto a Apeoesp queria que ocorresse na Praça da República, alguns professores pressionaram e, em votação, decidiram que a reunião será novamente na Avenida Paulista. “Foi [a Avenida Paulista] porque quiseram. Eu queria a Praça da República, porque lá está o secretário.”
Em dado momento, os manifestantes se dividiram e um grupo vaiou a presidência do sindicato, que continuou negando a unificação das greves até o fim do dia. A parte que queria se juntar aos servidores municipais se separou e tentou seguir por um caminho mais rápido e diferente até a Praça da República - mas foram barrados pela polícia.
Apesar da confusão, os dois movimentos se encontraram no local de destino de ambos e, pacificamente, concordaram que a educação precisa de melhorias. O movimento, entretanto, não foi unificado.

Fonte: G1

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