A Radioagência Nacional divulga hoje (15) a última matéria especial, de uma série de três, sobre a situação dos venezuelanos que estão migrando para o Brasil em busca de melhor qualidade de vida.
A matéria desta quarta-feira mostra o crescimento da migração, em especial para Roraima, que já decretou situação de emergência em áreas como a saúde. A reportagem foi produzida pela equipe de jornalismo da Rádio Nacional da Amazônia.
Pensando no futuro, a publicitária venezuelana Jéssica de Souza deixou para trás tudo o que conhecia e veio tentar a vida no Brasil. Ela afirmou que o mercado de trabalho no seu país passa “por um momento muito difícil”, sem oportunidades para os profissionais.
Jéssica representa o contingente de 15 mil venezuelanos vivendo atualmente em Roraima, segundo o Ministério da Justiça.
A profissional é um dos exemplos dos venezuelanos que atravessam a fronteira e fogem da crise instalada em seu país, com a falta de emprego e o difícil acesso a alimentos e remédios. Diante dessa realidade, pelo menos 4 mil desses migrantes econômicos pediram refúgio brasileiro no ano passado.
Em 2016, o número de pedidos de refúgios teve um aumento de 3.000%, se comparado a 2015.
Segundo o secretário nacional de Justiça e Cidadania, Gustavo Marrone, esse cenário deve se agravar em 2017.
“Na verdade houve uma diminuição no começo do ano porque a Venezuela fechou a fronteira, mas a gente não espera uma diminuição nesses primeiros meses não. Na verdade, a gente espera um aumento do fluxo”, afirmou Marrone. Ele acrescenta que, com o agravamento da crise na Venezuela, o governo brasileiro tem se praparado para uma migração ainda maior.
Caso essa previsão se concretize, Roraima vai precisar da ajuda federal, como explica o coordenador do Gabinete Integrado de Gestão Migratória, coronel Edivaldo Cláudio Amaral. “O estado de Roraima não está preparado para enfrentar essa situação. É uma situação muito difícil e a gente deu uma resposta nesse primeiro momento”.
Prova de que Roraima está à beira do colapso provocado pelo fluxo migratório é a decretação de emergência na área da saúde, em dezembro do ano passado. O governo se diz sem condições de atender todas as demandas por atendimento, internações e medicamentos para brasileiros e venezuelanos.
Para se ter uma ideia da situação, no Pronto Atendimento do Hospital Geral de Roraima o atendimento a estrangeiros teve um aumento de 380%, nos dois últimos anos, saltando de 320, em 2014, para 1.240, em 2016.
Quando se fala em internação hospitalar, o atendimento aos venezuelanos supera o atendimento a brasileiros. Enquanto cinco a cada 100 nacionais estão internados, entre os venezuelanos esse número sobe para 13 internações a cada 100 pessoas.
Fonte: Agência Brasil
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