‘A gente sabia que o italiano era o Palocci’, diz executivo da Odebrecht - Se Liga na Informação





‘A gente sabia que o italiano era o Palocci’, diz executivo da Odebrecht

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Fernando Sampaio Barbosa confirmou informação ao juiz Sérgio Moro

O ex-ministro Antônio Palocci (Foto: Gustavo Miranda/Agência O Globo)
O EX-MINISTRO ANTÔNIO PALOCCI (FOTO: GUSTAVO MIRANDA/AGÊNCIA O GLOBO)

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro na manhã desta segunda-feira (6), o executivo da Odebrecht Fernando Sampaio Barbosa disse que o codinome “italiano” se referia ao ex-ministro Antonio Palocci. Barbosa, que foi arrolado como testemunha de defesa de Marcelo Odebrecht, confirmou a informação ao ser perguntado por Moro.

"A gente sabia que o \'Italiano\' era o Palocci"", afirmou o executivo Fernando Sampaio Barbosa por meio de vídeoconferência de São Paulo.
O magistrado então retrucou:
"A gente sabia quem?", questionou Moro.
Barbosa respondeu que tinha sido informado por Márcio Faria, ex-diretor da empresa.
"Eu sabia. Eu tinha sido informado pelo Márcio Faria."
Nas investigações da Lava Jato, o apelido “italiano” aparece numa das planilhas apreendidas no setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, mais conhecido como departamento de propina. Para a Lava-Jato, todos os recursos movimentados na planilha italiano eram direcionados ao PT e alcançavam R$ 128 milhões, entre 2008 e 2013. Em contrapartida ao pagamento de propina a Odebrecht teria ganho contratos para a construção de 21 sondas da Petrobras.
Após a saída de Palocci do ministério, a função de Palocci teria sido assumida por Guido Mantega, que segundo afirmam os procuradores, aparece nas planilhas da empreiteira como “pós-italiano”.
Ao fim do depoimento, a defesa de Palocci quis saber novamente como Fernando Barbosa sabia que o ex-ministro era o "italiano", uma vez que não o conhece e nunca esteve com ele.
"Eu ouvi dizer por colegas da empresa", disse o executivo.
A defesa de Palocci quis saber ainda se ele conhecia Branislav Kontic, ex-assessor do ministro, que estava presente na audiência e é réu na ação.
"O Brani, o senhor conhece?", perguntou o advogado.
"Não conheço", disse o executivo.​
Neste processo, o empreiteiro é réu na Lava-Jato por corrupção ativa. Ele é acusado pelo Ministério Público Federal por supostamente ter oferecido propina ao ex-ministro Antonio Palocci para beneficiar a empreiteira por meio de decisões de governo. De acordo com a investigação, Palocci fez uso do cargo de ministro da Fazenda para influenciar na aprovação de Medidas Provisórias que concederam benefícios ficais à empreiteira. O ex-ministro nega as acusações.
Dentre as irregularidades apontadas pelo MPF, Odebrecht também teria pago propina a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, para que a estatal contratasse o estaleiro Enseada Paraguaçu, do qual a empreiteira era uma das proprietárias. Após negar inicialmente as acusações, o empresário mudou sua estratégia de defesa e decidiu fazer acordo de delação premiada.

Fonte: Época

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