Palocci era interlocutor de Lula para tratar de doações, diz Emílio Odebrecht - Se Liga na Informação





Palocci era interlocutor de Lula para tratar de doações, diz Emílio Odebrecht

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Antonio Palocci (front), former finance minister and presidential chief of staff in recent Workers Party (PT) governments, is escorted by federal police officers as he leaves the Institute of Forensic Science in Curitiba, Brazil, September 26, 2016. REUTERS/Rodolfo Buhrer ORG XMIT: BRA103

Segundo ele, não se falava em valores ou procedimentos nas conversas com o petista - acusado de se beneficiar de pagamentos ilegais feitos pela Odebrecht

Emílio Odebrecht depôs no âmbito de uma ação contra Lula
Emílio Odebrecht depôs no âmbito de uma ação contra LulaFoto: Geraldo Bubuniak/folhapress
Em novo depoimento à Justiça, na segunda (5), o empresário Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração do grupo Odebrecht, afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci era o interlocutor preferencial do ex-presidente Lula para tratar de doações ao PT. Segundo ele, não se falava em valores ou procedimentos nas conversas com o petista - acusado de se beneficiar de pagamentos ilegais feitos pela Odebrecht.

“Existia uma relação cerimoniosa. Ele indicava a pessoa dele, eu indicava a minha”, declarou Emílio, em depoimento numa das ações contra Lula na Justiça Federal do Paraná. Lula, porém, solicitava contribuições para o PT, segundo o empresário, e sempre indicava um interlocutor para tratar do tema. Na maioria das vezes, era Palocci, apontado pelo Ministério Público Federal como dono de uma “conta-corrente” de propinas junto à Odebrecht, representada em uma planilha de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da companhia, intitulada “Posição Programa Especial Italiano”.

Segundo a Procuradoria, o dinheiro vinha de obras da Petrobras, e era pago em doações oficiais, caixa dois ou em vantagens específicas - nesse caso, um terreno que seria destinado ao Instituto Lula. Emílio Odebrecht disse que não entrava nos detalhes dos pagamentos e contrapartidas com Lula. Apesar de mencionar os contratos, Emílio afirmou não saber se havia contrapartidas específicas em relação ao pagamento das doações solicitadas por Lula. “É possível que tenha alguma coisa vinculada. Mas não tenho condições de afirmar. Não era eu que negociava”, disse.

Além de Emílio, outros dois executivos da Odebrecht depuseram segunda-feira (6): Alexandrino Alencar, responsável pelo relacionamento com políticos, e João Alberto Lovera, que atuou na compra de um terreno que seria destinado ao Instituto Lula. O terreno é o principal alvo da ação a que o ex-presidente responde na Justiça do Paraná. 

Segundo o Ministério Público, parte das propinas pagas pela Odebrecht em contratos da Petrobras foi destinada para a aquisição do imóvel. Lovera confirmou que Lula chegou a visitar o terreno, em 2011.

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