
O Ministério Público de Goiás quer saber como o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, do PMDB, e ex-assessor do presidente Michel Temer, conseguiu uma tornozeleira eletrônica tão rápido se o equipamento está em falta no estado.
É uma conta que não fecha. O Ministério Público diz que quatro mil presos de Goiás poderiam cumprir pena monitorados fora da cadeia. Mas o estado só tem 955 tornozeleiras eletrônicas.
Rocha Loures estava preso desde o início de junho em Brasília. Ele é o homem acusado de pegar uma mala com R$ 500 mil de propina, em São Paulo. Na sexta-feira passada (30), o ministro Edson Fachin, do Supremo, autorizou a soltura do ex-deputado desde que fosse monitorado com a tornozeleira. Como a Polícia Federal não tinha, o estado de Goiás forneceu o equipamento. No sábado, Loures veio de Brasília a Goiânia só para instalar a tornozeleira.
“Estamos instaurando inquérito civil público para apurar por que esse preso foi beneficiado enquanto para os nossos faltam tornozeleiras eletrônicas. Qual foi o funcionário, com ordem de quem que forneceu essa tornozeleira eletrônica, inclusive furando a fila de entrega”, diz o promotor de justiça Fernando Krebs.
O que o Ministério Público quer entender é porque Rocha Loures conseguiu o equipamento com tanta rapidez, já que 20 cidades do estado já pediram tornozeleiras para a Secretaria de Administração Penitenciária e não conseguiram. Duas cidades entraram na justiça. EmJaraguá, a 150km de Goiânia, uma decisão judical de 2015 determina a entrega de cem tornozeleiras, mas até agora, segundo o Ministério Público, nenhuma foi entregue
O governo de Goiás disse, por meio de nota, que o ex-deputado Rocha Loures não foi privilegiado e que tinha equipamento disponível para atender o pedido do departamento penitenciário nacional. Em outra nota, disse que pretende adquirir mais 5 mil tornozeleiras eletrônicas para o estado.
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