Pavor e onda de solidariedade: brasileiros relatam drama em Vegas - Se Liga na Informação





Pavor e onda de solidariedade: brasileiros relatam drama em Vegas

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Curitibano pensou que tiros fossem fogos de artifício


Curitibano trabalha em hotel situado a 1 km do local do tiroteio
Curitibano trabalha em hotel situado a 1 km do local do tiroteioReprodução/Facebook
"Estamos todos apavorados, mas vimos surgir uma onda de solidariedade muito forte após o tiroteio." É assim que o brasileiro Daniel Cesar, de 41 anos, descreve a situação em Las Vegas — onde o americano Stephen Paddock, de 64 anos, abriu fogo contra uma multidão que assistia a um show de música country na madrugada de segunda-feira (2), deixando pelo menos 58 mortos e mais de 500 feridos.
Natural de Curitiba, Daniel mora nos EUA há nove anos e trabalha no hotel MGM Grand Las Vegas, situado a pouco mais de 1 km do Mandalay Bay — de onde o atirador disparou contra a plateis de 22 mil pessoas — e conta que ouviu o barulho dos tiros no momento em que chegava ao serviço, perto das 22h no horário local (2h da manhã de segunda-feira no horário de Brasília).
— Eu estava deixando meu carro no estacionamento e, como estava acontecendo o festival, pensei que fossem fogos de artifício. Soube que era um tiroteio só quando entrei no hotel onde trabalho e recebi uma ordem da administração de que era para acolher todas as vítimas.
O brasileiro conta que, durante o serviço, ajudou a todos as vítimas que chegavam ao MGM Grand Las Vegas com água, cobertores e comida. "Vi muita gente dormindo no lobby do hotel. Tentei não entrar em pânico até para não transmitir nenhuma situação de desespero para as pessoas que trabalham comigo, mas a verdade é que ninguém sabe o que está acontecendo direito", relata.
Daniel Cesar diz ter se surpreendido com o ataque, já que o policiamento em Las Vegas costuma ser muito eficiente. A paulistana Tatiana Miller, que mora na cidade há dois anos, compartilha da visão de Cesar.
Tatiana mora a 3,2 km do Mandalay Bay e ouviu barulhos de sirenes e helicópteros durante a noite
Tatiana mora a 3,2 km do Mandalay Bay e ouviu barulhos de sirenes e helicópteros durante a noiteReprodução/Facebook
— Aqui ninguém vive com medo, porque o sistema de segurança dentro dos hotéis é muito forte. Eles reconhecem terroristas ou potenciais criminosos por um sistema que identifica os rostos pelas câmeras dos estabelecimentos. Acontece que, neste caso, parece que o atirador não tinha antecedentes criminais.
Tatiana, que mora a 3,2 km do Mandalay Bay, conta que ouviu barulhos de sirenes e helicópteros perto das 22h do horário local e decidiu abrir a janela da varanda para ver o que estava acontecendo.
— A movimentação era muito grande. Aí eu e meu marido ligamos a TV para tentar entender o que estava acontecendo. Naquele momento, ainda estavam noticiando 10 mortos e 100 feridos.
A brasileira foi dormir e, quando acordou na manhã de hoje, notou uma enxurrada de mensagens de familiares e amigos no celular: “As pessoas estavam perguntando se eu estava bem e, então, eu soube pelas notícias que já eram mais de 50 mortos. Felizmente, não conheço ninguém que estava no evento e meus conhecidos declararam estar seguros no Facebook. Mas o clima na cidade continua muito pesado. As ruas na região do tiroteio ainda estão fechadas e só agora os hóspedes do Mandalay Bay — que haviam sido evacuados para o centro de convenções enquanto aconteciam as investigações na cena do crime — estão voltando ao hotel”, conclui.

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