A equipe do Guinness Book chegou a procurar o idoso para comprovar sua idade, mas os exames eram bastante dolorosos para José Aguinelo dos Santos

O Cearense José Aguinelo dos Santos, ou apenas "Seu Zé", que alegava ter 129 anos, ser filho de escravos e ter vivido num quilombo, morreu nesta quarta-feira (21) em Bauru, São Paulo, onde morava em um lar para idosos há 44 anos. Segundo a nota divulgada pela Vila Vicentina de Bauru, ele "fez a passagem serenamente".
Sobre a infância no interior cearense, Aguinelo dizia ter morado com os pais e mais 6 irmãos, em uma casa grande, refúgio de escravos, onde não havia camas e todos dormiam no mesmo lugar. “Ele relata que nunca foi escravo, pois nasceu poucos meses depois da Abolição, mas sua mãe era”, conta a psicóloga da casa de repouso, Mariana Canassa.
Ela diz que o idoso chegou ao abrigo em 1973, aos 85 anos, levado pelo antigo patrão, um grande fazendeiro da região. Desde criança, Aguinelo trabalhou na roça e deixou o Ceará rumo a São Paulo, em busca de trabalho. A família viveu durante um tempo, em Pedra Branca, mas mudou-se para a capital paulista.
A equipe do Guinness Book chegou a procurar o idoso para comprovar seus anos de vida, de acordo com o vice-presidente da Vila Vicentina na altura, Cesar Siqueira Campos.
“Eles queriam, para aferir a real idade dele, fazer uma raspagem no osso e fazer o exame conhecido como Carbono 14, ele afere com exatidão a idade. Outra opção era a biópsia da língua, ambos bastante dolorosos para o nosso amigo. Decidimos por não autorizar, porque o título de mais velho do mundo em nada acrescentaria para o Aguinelo”, afirmou Campos em entrevista ao portal UOL.
Ainda de acordo com a reportagem do portal UOL, o relório e sepultamento de Aguinelo não serão abertos para todos. "Manifestamos o desejo de que velório e enterro serão realizados estritamente a amigos e funcionários que com ele viveram nesses últimos anos", diz a nota.
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