ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES - Se Liga na Informação





ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES

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TEXTO ÁUREO
  Lucas 5.14
E Jesus ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.


VERDADE PRÁTICA
As funções do sacerdote iam além da liturgia; sua principal obrigação era zelar pela santidade e pureza do povo de Deus.



LEITURA DIÁRIA

Segunda — Lv 13.3
A função clínica do sacerdote
Terça — Lv 13.53
A função sanitarista do sacerdote
Quarta — Lv 14.36
A função urbanista do sacerdoteQuinta — Lv 27.18-23
A função civil do sacerdoteSexta — Nm 18.21-28
A função administrativa do sacerdoteSábado — Nm 5.11-22

A função judicial do sacerdote


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
  Levítico 13.1-6.

1 — Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo:
2 — O homem, quando na pele da sua carne houver inchação, ou pústula, ou empola branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes.
3 — E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, praga da lepra é; o sacerdote, vendo-o, o declarará imundo.
4 — Mas, se a empola na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o pelo não se tornou branco, então, o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias.
5 — E, ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu parecer, parou, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o encerrará por outros sete dias.
6 — E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará limpo: apostema é; e lavará as suas vestes e será limpo.


HINOS SUGERIDOS
Harpa Cristã: 75


Harpa Cristã: 434 



Harpa Cristã: 440 

OBJETIVO GERAL
Refletir a respeito das funções sociais do sacerdote.


OBJETIVOS ESPECÍFICOSAbaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.


I. Apresentar as funções clínicas dos sacerdotes;
II. Explicar a função sanitarista do sacerdote;
III. Elencar as funções jurídicas do sacerdote.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor(a), na lição deste domingo estudaremos as funções dos sacerdotes. Homens escolhidos e separados pelo Senhor para o serviço no Tabernáculo. Ser sacerdote era ser honrado pelo Senhor mediante uma nobre missão, pois servir a Deus é um grande privilégio. Mas além da honra e do privilégio, havia as responsabilidades e as muitas exigências. O sacerdócio exigia sacrifícios, pois a função mais importante era conduzir o povo segundo a Lei, em santidade e justiça. Essa era uma tarefa das mais difíceis, pois por diversas vezes os hebreus apostataram da fé. Contudo, os sacerdotes também exerciam outras funções, que exigia discernimento e muita sabedoria. Ele tinha que ter consciência do que era puro e impuro, certo ou errado, santo e profano, pois deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange a Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7). Na nova aliança, não é diferente, pois o Senhor continua a exigir de nós, sacerdotes seus, que tenhamos um padrão de santidade e justiça. No Sermão do Monte, o código de ética do Reino de Deus, Jesus nos adverte quanto a sermos “sal” e “luz” desse mundo (Mt 5.13,14).



INTRODUÇÃO

Além de zelar pelo culto do Senhor, os sacerdotes tinham ainda como função inspecionar a saúde de Israel, fiscalizar-lhe as moradias e regular-lhe a vida social e jurídica. Nesse sentido, eles podem ser vistos também como médicos, sanitaristas e juízes. Todavia, a sua função mais importante era conduzir o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um de seus filhos, santidade, pureza e distinção.


Vejamos, pois, como os sacerdotes levaram os israelitas a ser o povo mais ordeiro, distinto e saudável de seu tempo.



PONTO CENTRAL
As funções do sacerdote iam além da liturgia.



I. FUNÇÕES CLÍNICAS


Libertos do Egito, os israelitas corriam o risco de transmitir à próxima geração enfermidades como a lepra (Dt 7.15), a doença mais temida da antiguidade. Por isso, Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar clinicamente o seu povo.



1. A inspeção da lepra. Nos tempos bíblicos, a lepra era a doença que causava mais repulsa devido ao seu aspecto e contágio (Lv 13.2). Se Deus não a curasse, médico algum poderia fazê-lo, haja vista o caso do general sírio Naamã (2Rs 5.1-14). O Senhor Jesus, durante o seu ministério terreno, curou diversos leprosos e ordenou a seus discípulos a que os purificassem em seu nome (Mt 10.8; 11.5).
2. A inspeção clínica. Em sua peregrinação à Terra Prometida, os israelitas não contavam com médicos e sanitaristas. Era um luxo restrito aos egípcios (Gn 50.2). Por isso, Deus encarrega os sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel.


Sempre que alguém apresentava algum dos sintomas da lepra deveria encaminhar-se ao sumo sacerdote para ser examinado (Lv 13.1-37). De acordo com o diagnóstico, o paciente era declarado limpo ou impuro. Se constatada a doença, o enfermo era imediatamente separado da comunidade para evitar uma epidemia (Lv 13.46).

3. A limitação do sacerdote. Cabia aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais preventiva que curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do sacerdote no diagnóstico da doença (Lc 5.14). Quanto à sua cura, só um milagre divino poderia limpar completamente um leproso (2Rs 5.9-14; Mt 8.1-3).


Hoje, apesar dos avanços da medicina, a lepra, modernamente conhecida como Hanseníase, ainda é uma enfermidade assustadora. Entretanto, já não há mais a necessidade de isolar os indivíduos, pois há tratamentos efetivos que curam os portadores da doença.



SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel.



SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Levítico 9 — 10 identifica vários ministérios sacerdotais. Os sacerdotes deviam oficiar em sacrifícios e ofertas, e assim conduzir em adoração. Eles deviam ‘distinguir entre o santo e o profano’ (Lv 10.10). Deviam também ensinar aos israelitas os decretos de Deus. E tem mais: Os sacerdotes deviam diagnosticar males que tornavam adoradores cerimonialmente impuros (Lv 13 — 14). Ofereciam ritual de purificação para aqueles que fossem recuperados. Examinavam todos os animais sacrificiais para verificar se eram saudáveis e sem defeitos (Lv 22.17-21). Os sacerdotes estabeleciam o valor de todas as mercadorias que eram dedicadas a Deus (Lv 27). Eles supervisionavam o cuidado do Tabernáculo e, mais tarde, do Templo (Nm 3; 4). Os sacerdotes anunciavam o início de todas as festas religiosas (Lv 25.9). Atuavam como um tipo de suprema corte, reunida para ouvir os casos difíceis (Dt 17.11). Usavam o Urim e Tumim para transmitir a resposta de Deus a questões expostas pelos líderes da nação (Nm 27.21). E, ainda, acompanhavam o exército, para exortar a confiança em Deus (Dt 20.1-4). Em resumo, eles serviam como guardiões da fé de Israel. Suas obrigações não eram somente rituais, mas chamados para o envolvimento com israelitas comuns em todos os aspectos das suas vidas e relacionamento com o Senhor. Nós que estamos em Cristo somos chamados para o seu real sacerdócio e podemos encontrar direção para o moderno ministério ao meditar na chamada dos sacerdotes do Antigo Testamento” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.81).



II. FUNÇÕES SANITARISTAS

Devido aos povos que a habitavam, Canaã tornou-se doentia e contagiosa (Lv 14.34). Até suas casas e vestes eram tomadas por uma espécie de lepra. Para preservar a saúde dos hebreus, Deus instruiu os sacerdotes a atuarem também como sanitaristas.


1. A função sanitarista do sacerdote. O sanitarista é um especialista em saúde pública; sua função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas e roupas em Israel (Lv 14.34-57).

2. A lepra na casa. A lepra numa casa tinha início com o aparecimento de manchas verdes e avermelhadas, que, via de regra, pareciam mais fundas que a superfície das paredes (Lv 14.37). Sempre que isso ocorria, o proprietário era instruído a recorrer ao sacerdote, que, após examinar o imóvel, ordenava o seu despejo para que a praga não se espalhasse por toda a propriedade (Lv 14.36).


Em seguida, a casa era interditada por sete dias (Lv 14.38). Caso a praga não cedesse, as pedras contaminadas eram retiradas e as paredes todas eram raspadas. Em último caso, o sacerdote tinha autoridade para ordenar a demolição do imóvel (Lv 14.45). Para evitar que a lepra contaminasse outras propriedades, todo o entulho era jogado fora da cidade.

3. A lepra nas vestes. As vestes também estavam sujeitas à lepra. Nesse caso específico, tratavam-se de mofos e fungos igualmente nocivos à saúde (Lv 13.47-50). De imediato, a roupa deveria ser levada ao sacerdote (Lv 13.51). Se a praga se mostrasse resistente, o vestuário deveria ser queimado, a fim de se evitar a propagação de doenças (Lv 13.52).


Deus advertiu solenemente aos israelitas a se guardarem da praga da lepra, pois a doença abria a porta para outras enfermidades e moléstias (Dt 24.8). Por isso, a lepra tornou-se um dos símbolos mais fortes do pecado (Is 1.6).



SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Os sacerdotes exerciam funções sanitaristas, examinando casas e pessoas a fim de evitar que doenças, como a lepra, se propagassem.


SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Isolamento (Lv 13.45,46)


O isolamento das pessoas com males infecciosos na pele tinha benefícios públicos saudáveis. Pela quarentena de tais pessoas ‘fora do acampamento’, a comunidade estava protegida de males como sarampo, escarlatina, varíola, os quais provavelmente causariam epidemias. Outras regras têm benefícios semelhantes, como aquelas que exigiam lavar qualquer coisa tocada por uma pessoa acometida de mal que cause fluxo da carne (Lv 15.1-12). Enquanto que o primeiro propósito das regras relativas à impureza é espiritual, não nos surpreende que elas tivessem benefícios adicionais. Deus está profundamente interessado em nosso total bem-estar. Qualquer um que seguir as normas bíblicas para o bem-estar espiritual também gozará melhor saúde física” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.83).



III. FUNÇÕES JURÍDICAS

O livro de Levítico apresenta várias disposições jurídicas, a fim de proteger a família, a propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava também como juiz.


1. Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); relações incestuosas (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); a homossexualidade e a bestialidade (Lv 18.22,23).



Os filhos de Israel, como adoradores do Deus Único e Verdadeiro, eram obrigados a honrar seus pais e a preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9). Nesse sentido, os sacerdotes atuavam como reguladores da família israelita.

2. Proteção da propriedade privada. A propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8; 1Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22).


Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.

3. Proteção da vida. Também cabia ao sacerdote inspecionar a edificação das casas (Dt 22.8); a criação de animais (Êx 21.36); a preservação da mulher grávida e do filho que ela trazia no ventre (Êx 21.22). Enfim, a vida nas Escrituras é sagrada; um dom do Criador de todas as coisas (Nm 16.22). Por isso, o Senhor determina no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio, que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o querer, matava o seu próximo (Nm 35.10-15).



SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Os sacerdotes atuavam também como juízes.


SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Os sacerdotes também tinham de atuar como mestres da lei (Lv 10.10,11), uma tarefa que nem sempre desempenhavam corretamente (Ml 3.11). Como pedagogos, eles representavam um limitado meio de revelação em certas áreas da saúde da jurisprudência, incluindo o diagnóstico e a limpeza de certos tipos de lepra (Lv 13; 14), a purificação de homens e mulheres e de artigos de mobiliário tocados por quaisquer fluxos dos corpos de homens e mulheres (Lv 15), a prova do ciúme (Nm 5.11-21), as controvérsias e os castigos por um assassinato duvidoso (Dt 21.5) e outros assuntos de natureza civil (2Cr 19.8-11; Ez 44.24).


O sacerdócio hebreu incluía três classes básicas: o sumo sacerdote, os sacerdotes, e os levitas. Os levitas, como uma classe subsidiária que servia aos sacerdotes, não podem ser facilmente distinguidos porque Arão e seus filhos não constavam entre as tribos de Israel como uma tribo, mas foram nomeados para o serviço do Tabernáculo no deserto, especialmente no tocante à sua movimentação. Havia originalmente uma cuidadosa distinção entre os levitas e os sacerdotes, e isso está claramente ilustrado na rebelião de Corá, Datã e Abirão, cujas vidas e as de suas famílias foram perdidas porque como levitas procuraram usurpar o ofício do sacerdote (Nm 16.1-33)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.1717).



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Doenças no tempo do Levítico



“O isolamento das pessoas com males infecciosos na pele tinha benefícios públicos saudáveis. Pela querentena de tais pessoas 'fora do acampamento', a comunidade estava protegida de males como sarampo, escarlina, varíola, os quais provavelmente causariam epidemias”. Leia mais em Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.83.



CONCLUSÃO

A aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de todo o Israel. Eis por que seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7).


Se o Senhor exigiu excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir no âmbito do Testamento Novo? Que o nosso culto seja marcado pelo amor a Deus e ao próximo. Sejamos, pois, uma fiel referência em todas as coisas.

A respeito de “A Função Social dos Sacerdotes”, responda:

Quais as atribuições dos sacerdotes quanto ao relacionamento social dos israelitas?
Conduzir o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um de seus filhos, santidade, pureza e distinção.




Qual a função clínica dos sacerdotes?
Cabia aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais preventiva que curativa.





Descreva a função sanitarista dos sacerdotes.
Sua função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas e roupas em Israel.





Como os israelitas deveriam tratar a propriedade privada?
A propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8; 1Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22). Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.





Que qualidades deveriam ter os sacerdotes de acordo com o profeta Malaquias?
Os seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7).



INTRODUÇÃO
A presente lição falará sobre o sacerdote, uma importante figura do AT; pontuaremos detalhadamente suas múltiplas tarefas; veremos que o sacerdote levítico é uma figura do ministério pastoral na função de liderança e das atribuições que lhe foram dadas por Deus.

I. QUEM ERA O SACERDOTE

Em português, “sacerdote” vem do latim sacer, “sagrado”, “consagrado” (CHAMPLIN, 2004, p. 13). Eram os descendentes diretos de Arão que, normalmente, desempenhavam o ofício superior do sacerdócio. Os sacerdotes eram ordenados a seu ofício e às suas funções mediante um elaborado ritual (Êx 29; Lv 8). Era preciso ser homem sem defeito físico (Lv 21.16-21). Devia casar-se com uma mulher de caráter exemplar (Lv 21.7). Não devia contaminar-se com costumes pagãos nem tocar coisas imundas (Lv 21.1; 22.5). Eles usavam vestimentas especiais, em sinal de seu ofício, e cada peça de seu vestuário ao que se presume, tinha significados simbólicos (Êx 29; Lv 8). Eram sustentados mediante dízimos, primícias do campo, primogênito dos animais e porções de vários sacrifícios (Nm 18).

II. AS MÚLTIPLAS TAREFAS DO SACERDOTE LEVÍTICO

O sacerdote levítico tinha diversas funções. Vejamos algumas:

1 Função docente. A função original de um sacerdote era dar instruções por inspiração divina (Ne 8.1-8; Ez 44.23). Ele devia ensinar com a Lei: “A lei da verdade esteve na sua boca”; com a sua própria vida: “e a iniquidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão”; e, conduzir o povo no caminho do Senhor: “e da iniquidade converteu a muitos” (Ml 2.6). As pessoas deveriam buscar o conhecimento da Lei, pela boca do sacerdote “porque ele é o mensageiro do SENHOR dos Exércitos” (Ml 2.7). Em seus dias, o rei Josafá, restituiu aos sacerdotes e levitas a função docente de ensinar ao povo a Lei do Senhor (2º Cr 17.8-9).

2. Função cerimonial. Eles queimavam o incenso sobre o altar de ouro, no lugar santo, o que era mesmo um símbolo das funções sacerdotais. Também cuidavam das lâmpadas, acendendo-as a cada novo começo de noite; e arrumavam os pães da proposição a cada sábado (Êx 27.21; 30.7,8; Lv 24.5-8). Eles mantinham a chama sempre acesa no altar dos holocaustos (Lv 6.9,12); limpavam as cinzas desse altar (Lv 6.10,11); ofereciam sacrifícios matinais e vespertinos (Êx 29.38-44); abençoavam o povo após os sacrifícios diários (Lv 9.22; Nm 6.23-27); aspergiam o sangue e depositavam sobre o altar as várias porções da vítima sacrificial; sopravam as trombetas de prata e o chifre do jubileu, por ocasião de festividades especiais (Lv 25.9).

3 Função clínica. Inspecionavam os imundos quanto à lepra (Lv 13 e 14). Era dever do sacerdote determinar a presença de lepra e dar instruções relativas ao tratamento da impureza. Esta seção apresenta informação sobre a forma de o sacerdote identificar a lepra no corpo humano (Lv 13.1-46), numa peça de roupa (Lv 13.47-59) e numa casa (Lv 14.33-48). Pelo visto, a lepra na roupa era um tipo de mofo ou fungo. Se o sacerdote diagnosticasse prontamente que o caso é lepra, o indivíduo é de imediato declarado imundo (Lv 13.3). Se o sacerdote tem dúvidas, ele fecha o indivíduo por sete dias (Lv 13.4). Se a praga não se espalhasse nos sete dias, o indivíduo ficaria fechado por outros sete dias (Lv 13.5). Se a doença não se espalhasse, o sacerdote o declararia limpo. O homem lavaria as suas vestes e seria limpo (Lv 13.6). Se a pústula na pele se estendesse grandemente, o sacerdote o declararia leproso (Lv 13.7,8). Se houvesse alguma vivificação da carne viva, o sacerdote o declararia leproso (Lv 13.10,11). Tornando a carne viva e mudando-se em branca, ou se a praga se tornasse branca, seria declarado limpo (Lv 13.16,17). Quando curou o leproso, Jesus ordenou-lhe que se apresentasse ao sacerdote (Mt 8.1-4) orientando a cumprir a exigência de Levítico (Lv 14.3,10).

2.4 Função cível. Administravam o juramento que uma mulher deveria fazer quando acusada de adultério (Nm 5.15-31). A questão aqui não se tratava de adultério comprovado, pois leis concernentes a esta condição eram claras e prescreviam a pena de morte (Lv 20.10). Este regulamento relacionava-se com situações em que não se podia comprovar a infidelidade (Nm 5.13,29) ou em que a conduta da esposa despertava suspeitas (Nm 5.14). O sacerdote não poderia julgar precipitadamente, mas orientado por Deus procurar a solução para este problema (Nm 5.16).

2.5 Função penal. O sacerdote agia como juiz, uma consequência de suas respostas a questões legais (Êx 33.7-11). Agiam como juízes quanto às queixas do povo, tomando decisões válidas quanto aos casos apresentados (Dt 17.8-12; 19.17). Os sacerdotes eram reconhecidos como os principais servidores judiciais: “Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o SENHOR teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do SENHOR; e pela sua palavra se decidirá toda a demanda e todo o ferimento” (Dt 21.5).

2.6 Função mediadora. O sacerdote tinha como função principal representar o homem diante de Deus, com dons e sacrifícios (Êx 28.38; 30.8; Hb 5.1; 8;3). Isto ele fazia continuamente por meio dos sacrifícios matinais e vespertinos (Êx 29.38-44), e no Dia da Expiação (Lv 16.1-34; Nm 29.7-11). Ele também representava Deus diante do povo, quando este queria consultar ao Senhor, deveriam ir ao sacerdote que usando Urim e Tumim lhes fazia saber a vontade divina (Nm 27.21; Dt 33.8). Esses objetos eram pequenos seixos, guardados no peitoral das vestes sumo sacerdotais de Israel. Um deles indicava “sim”, e o outro, “não”. Ao que se presume, o sumo sacerdote metia a mão no peitoral, e tirava uma das pedras. Isso determinava o “sim”, e outro, “não” a qualquer pergunta importante que se fizesse (Js 7.14; 14.2; 18.6; 1º Sm 14.42; 1 Cr 6.54; 1º Cr 35.7,8; 26.13) (CHAMPLIN, 2004, p. 271).

III. O SACERDOTE LEVÍTICO UMA FIGURA DO MINISTÉRIO PASTORAL

No hebraico, “raah”, palavra que figura por setenta e sete vezes, tem o sentido de pastor (Gn 49.24; Êx 2.17,19; Nm 27.17; 1º Sm 17.40; Sl 23.1; Is 13.20; Jr 6.3; 23.4; 25.34-36; 31.10; Ez 34.2-10,12,23; Am 1.2; 3.1; Zc 10.2,3; 11.3,5,8,15,16; 13.7) (CHAMPLIN, 2004, p. 104). Muitas passagens, no AT, se referem aos líderes do povo de Deus como pastores que agem sob a supervisão de Deus (Nm 27.17; 1º Rs 22.17). No NT, o pastor é o responsável pela direção e pelo apascentamento do rebanho. Assim como o sacerdote é “o anjo do Senhor” (Ml 2.7) para Israel; o pastor é “o anjo da igreja” (Ap 2.1). Cabe ao pastor velar pelas ovelhas, como quem tem de dar conta delas (Hb 13.17).

1. A necessidade de um pastor para a igreja. Assim como era necessário na Antiga Aliança um sacerdote sobre o povo de Israel, o pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja (At 20.28). O NT nos ensina que embora a igreja seja chamada de “sacerdócio real”, dentre o povo, Deus escolheu pessoas e lhes deu dons de liderança: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11). A igreja que deixar de ter pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito (1ª Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo (At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho serão abandonados (2ª Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme o propósito de Deus (1ª Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2ª Tm 4.4). Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1ª Tm 4.6,7).

2. O pastor e as suas muitas atribuições. Sua missão é múltipla e polivalente. Um pastor de verdade tem que agir como ensinador (2ª Tm 4.2), conselheiro (2ª Co 8.10), pregador (1ª Co 2.2), evangelizador (Mt 28.19), missionário (At 15.35), profeta (1ª Tm 4.1), juiz de causas complexas (At 15.1-31), fazer às vezes de psicólogo, conciliador (Fp 4.2; Fl 1.10-19), administrador eclesiástico dos bens espirituais e de recursos humanos sob seus cuidados, na igreja local (1ª Co 4.1; Tt 1.3; Tt 1.5); é administrador de bens materiais ou patrimoniais; gestor de finanças e recursos monetários, da igreja local (1ª Co 16.1-7; 2ª Co 9.1-14). Algumas outras atribuições do pastor são:

2.1. Cuidar da sã doutrina e refutar a heresia (Tt 1.9-11).

2.2. Ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1ª Ts 5.12; 1ª Tm 3.1-5).

2.3. Ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8).

3.4. Esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2). Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1ª Pe 2.25; 5.2-4).

3 Os pastores mestres. O ensino, acompanhado do evangelismo, faz parte da original Grande Comissão de Cristo à sua igreja (Mt 28.20). Tanto os apóstolos como os profetas eram mestres, e nenhum pastor pode ser um verdadeiro pastor se não for apto para ensinar (1ª Tm 3.2,11). É interessante destacar que a frase “pastores e mestres” em Efésios 4.11 no original grego não consta o artigo “e”, razão pela qual alguns supõem que isso salienta uma única “categoria” - pastores e mestres seriam aspectos da mesma função. Inferimos que o pastor também deve ser mestre, pois boa parte do seu trabalho é o ensino (CHAMPLIN, 2005, p. 601 – grifo nosso).

CONCLUSÃO
Deus separou a tribo de Levi para as tarefas no templo. E, dessa tribo separou a família de Arão para exercer o sacerdócio, função esta que tinha diversas atribuições e que prefigura o ministério pastoral no NT. Deus, por meio de Cristo, providenciou pastores a fim de liderar, instruir e edificar a Sua igreja aqui na terra.

FONTE DE PESQUISA

1. ANDRADE CLAUDIONOR CORREA DE. Trimestre/2018. Lição 4. CPAD
2. CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
3. ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
4. HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
5. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
6. RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o poder extraordinário. CPAD.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


OBJETIVO GERAL Refletir a respeito das funções sociais do sacerdote.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentar as funções clínicas dos sacerdotes;
Explicar a função sanitarista do sacerdote;
Elencar as funçőes jurídicas do sacerdote.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Prezado professor (a), na lição deste domingo estudaremos as funções dos sacerdotes. Homens escolhidos e separados pelo Senhor para o serviço no Tabernáculo. Ser sacerdote era ser honrado pelo Senhor mediante uma nobre missão, pois servir a DEUS é um grande privilégio. Mas além da honra e do privilégio, havia as responsabilidades e as muitas exigências. O sacerdócio exigia sacrifícios, pois a função mais importante era conduzir o povo segundo a Lei, em santidade e justiça. Essa era uma tarefa das mais difíceis, pois por diversas vezes os hebreus apostataram da fé. Contudo, os sacerdotes também exerciam outras funções, que exigia discernimento e muita sabedoria. Ele tinha que ter consciência do que era puro e impuro, certo ou errado, santo e profano, pois deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange Palavra de DEUS, instrução e administração da justiça (Ml 2.4-7). Na nova aliança, não é diferente, pois o Senhor continua a exigir de nós, sacerdotes seus, que tenhamos um padrão de santidade e justiça. No Sermão do Monte, o código de ética do Reino de DEUS, JESUS nos adverte quanto a sermos “sal” e “luz” desse mundo (Mt 5.13,14).


PONTO CENTRAL - As funções do sacerdote iam além da liturgia.

QUEM ERA O SACERDOTE -  (FONTE  - RBC1)

Em português, “sacerdote” vem do latim sacer, “sagrado”, “consagrado” (CHAMPLIN, 2004, p. 13). Eram os descendentes diretos de Arão que, normalmente, desempenhavam o ofício superior do sacerdócio. Os sacerdotes eram ordenados a seu ofício e às suas funções mediante um elaborado ritual (Êx 29; Lv 8). Era preciso ser homem sem defeito físico (Lv 21.16-21). Devia casar-se com uma mulher de caráter exemplar (Lv 21.7). Não devia contaminar-se com costumes pagãos nem tocar coisas imundas (Lv 21.1; 22.5). Eles usavam vestimentas especiais, em sinal de seu ofício, e cada peça de seu vestuário ao que se presume, tinha significados simbólicos (Êx 29; Lv 8). Eram sustentados mediante dízimos, primícias do campo, primogênito dos animais e porções de vários sacrifícios (Nm 18).

 AS MÚLTIPLAS TAREFAS DO SACERDOTE LEVÍTICO

O sacerdote levítico tinha diversas funções. Vejamos algumas:

2.1 Função docente. A função original de um sacerdote era dar instruções por inspiração divina (Ne 8.1-8; Ez 44.23). Ele devia ensinar com a Lei: “A lei da verdade esteve na sua boca”; com a sua própria vida: “e a iniquidade não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão”; e, conduzir o povo no caminho do Senhor: “e da iniquidade converteu a muitos” (Ml 2.6). As pessoas deveriam buscar o conhecimento da Lei, pela boca do sacerdote “porque ele é o mensageiro do SENHOR dos Exércitos” (Ml 2.7). Em seus dias, o rei Josafá, restituiu aos sacerdotes e levitas a função docente de ensinar ao povo a Lei do Senhor (2 Cr 17.8-9).

2.2 Função cerimonial. Eles queimavam o incenso sobre o altar de ouro, no lugar santo, o que era mesmo um símbolo das funções sacerdotais. Também cuidavam das lâmpadas, acendendo-as a cada novo começo de noite; e arrumavam os pães da proposição a cada sábado (Êx 27.21; 30.7,8; Lv 24.5-8). Eles mantinham a chama sempre acesa no altar dos holocaustos (Lv 6.9,12); limpavam as cinzas desse altar (Lv 6.10,11); ofereciam sacrifícios matinais e vespertinos (Êx 29.38-44); abençoavam o povo após os sacrifícios diários (Lv 9.22; Nm 6.23-27); aspergiam o sangue e depositavam sobre o altar as várias porções da vítima sacrificial; sopravam as trombetas de prata e o chifre do jubileu, por ocasião de festividades especiais (Lv 25.9).

2.3 Função clínica. Inspecionavam os imundos quanto à lepra (Lv 13 e 14). Era dever do sacerdote determinar a presença de lepra e dar instruções relativas ao tratamento da impureza. Esta seção apresenta informação sobre a forma de o sacerdote identificar a lepra no corpo humano (Lv 13.1-46), numa peça de roupa (Lv 13.47-59) e numa casa (Lv 14.33-48).Pelo visto, a lepra na roupa era um tipo de mofo ou fungo. Se o sacerdote diagnosticasse prontamente que o caso é lepra, o indivíduo é de imediato declarado imundo (Lv 13.3). Se o sacerdote tem dúvidas, ele fecha o indivíduo por sete dias (Lv 13.4). Se a praga não se espalhasse nos sete dias, o indivíduo ficaria fechado por outros sete dias (Lv 13.5). Se a doença não se espalhasse, o sacerdote o declararia limpo. O homem lavaria as suas vestes e seria limpo (Lv 13.6). Se a pústula na pele se estendesse grandemente, o sacerdote o declararia leproso (Lv 13.7,8). Se houvesse alguma vivificação da carne viva, o sacerdote o declararia leproso (Lv 13.10,11). Tornando a carne viva e mudando-se em branca, ou se a praga se tornasse branca, seria declarado limpo (Lv 13.16,17). Quando curou o leproso, Jesus ordenou-lhe que se apresentasse ao sacerdote (Mt 8.1-4) orientando a cumprir a exigência de Levítico (Lv 14.3,10).

2.4 Função cível. Administravam o juramento que uma mulher deveria fazer quando acusada de adultério (Nm 5.15-31). A questão aqui não se tratava de adultério comprovado, pois leis concernentes a esta condição eram claras e prescreviam a pena de morte (Lv 20.10). Este regulamento relacionava-se com situações em que não se podia comprovar a infidelidade (Nm 5.13,29) ou em que a conduta da esposa despertava suspeitas (Nm 5.14). O sacerdote não poderia julgar precipitadamente, mas orientado por Deus procurar a solução para este problema (Nm 5.16).

2.5 Função penal. O sacerdote agia como juiz, uma consequência de suas respostas a questões legais (Êx 33.7-11). Agiam como juízes quanto às queixas do povo, tomando decisões válidas quanto aos casos apresentados (Dt 17.8-12; 19.17). Os sacerdotes eram reconhecidos como os principais servidores judiciais: “Então se achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o SENHOR teu Deus os escolheu para o servirem, e para abençoarem em nome do SENHOR; e pela sua palavra se decidirá toda a demanda e todo o ferimento” (Dt 21.5).

2.6 Função mediadora. O sacerdote tinha como função principal representar o homem diante de Deus, com dons e sacrifícios (Êx 28.38; 30.8; Hb 5.1; 8;3). Isto ele fazia continuamente por meio dos sacrifícios matinais e vespertinos (Êx 29.38-44), e no Dia da Expiação (Lv 16.1-34; Nm 29.7-11). Ele também representava Deus diante do povo, quando este queria consultar ao Senhor, deveriam ir ao sacerdote que usando Urim e Tumim lhes fazia saber a vontade divina (Nm 27.21; Dt 33.8). Esses objetos eram pequenos seixos, guardados no peitoral das vestes sumo sacerdotais de Israel. Um deles indicava “sim”, e o outro, “não”. Ao que se presume, o sumo sacerdote metia a mão no peitoral, e tirava uma das pedras. Isso determinava o “sim”, e outro, “não” a qualquer pergunta importante que se fizesse (Js 7.14; 14.2; 18.6; 1 Sm 14.42; 1 Cr 6.54; 1 Cr 35.7,8; 26.13) (CHAMPLIN, 2004, p. 271).





Lição 04 - A Função Social dos Sacerdotes



TEXTO ÁUREO
“E [Jesus] ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.” (Lc 5.14)




VERDADE PRÁTICA
As funções do sacerdote iam além da liturgia; sua principal obrigação era zelar pela santidade e pureza do povo de Deus.





LEVÍTICO 13.1-6


1 - Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo:
2 - O homem, quando na pele da sua carne houver inchação, ou pústula, ou empola branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes.
3 - E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, praga da lepra é; o sacerdote, vendo-o, o declarará imundo.
4 - Mas, se a empola na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o pelo não se tornou branco, então, o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias.
5 - E, ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu parecer, parou, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o encerrará por outros sete dias.
6 - E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará limpo: apostema é; e lavará as suas vestes e será limpo





INTRODUÇÃO


Além de zelar pelo culto do Senhor, os sacerdotes tinham ainda como função inspecionar a saúde de Israel, fiscalizar-lhe as moradias e regular-lhe a vida social e jurídica. Nesse sentido, eles podem ser vistos também como médicos, sanitaristas e juízes. Todavia, a sua função mais importante era conduzir o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um de seus filhos, santidade, pureza e distinção.
Vejamos, pois, como os sacerdotes levaram os israelitas a ser o povo mais ordeiro, distinto e saudável de seu tempo.





I – FUNÇÕES CLÍNICAS


Libertos do Egito, os israelitas corriam o risco de transmitir à próxima geração enfermidades como a lepra (Dt 7.15), a doença mais temida da antiguidade. Por isso, Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar clinicamente o seu povo.  

1. A inspeção da lepra. Nos tempos bíblicos, a lepra era a doença que causava mais repulsa devido ao seu aspecto e contágio (Lv 13.2). Se Deus não a curasse, médico algum poderia fazê-lo, haja vista o caso do general sírio Naamã (2 Rs 5.1-14). O Senhor Jesus, durante o seu ministério terreno, curou diversos leprosos e ordenou a seus discípulos a que os purificassem em seu nome (Mt 10.811.5).



2. A inspeção clínica. Em sua peregrinação à Terra Prometida, os israelitas não contavam com médicos e sanitaristas. Era um luxo restrito aos egípcios (Gn 50.2). Por isso, Deus encarrega os sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel.

Sempre que alguém apresentava algum dos sintomas da lepra deveria encaminhar-se ao sumo sacerdote para ser examinado (Lv 13.1-37). De acordo com o diagnóstico, o paciente era declarado limpo ou impuro. Se constatada a doença, o enfermo era imediatamente separado da comunidade para evitar uma epidemia (Lv 13.46). 




3. A limitação do sacerdote. Cabia aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais preventiva que curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do sacerdote no diagnóstico da doença (Lc 5.14). Quanto à sua cura, só um milagre divino poderia limpar completamente um leproso (2 Rs 5.9-14Mt 8.1-3).

Hoje, apesar dos avanços da medicina, a lepra, modernamente conhecida como Hanseníase, ainda é uma enfermidade assustadora. Entretanto, já não há mais a necessidade de isolar os indivíduos, pois há tratamentos efetivos que curam os portadores da doença.




SÍNTESE DO TÓPICO I
Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel.








II – FUNÇÕES SANITARISTAS


Devido aos povos que a habitavam, Canaã tornou-se doentia e contagiosa (Lv 14.34). Até suas casas e vestes eram tomadas por uma espécie de lepra. Para preservar a saúde dos hebreus, Deus instruiu os sacerdotes a atuarem também como sanitaristas.

1. A função sanitarista do sacerdote. O sanitarista é um especialista em saúde pública; sua função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas e roupas em Israel (Lv 14.34-57).




2. A lepra na casa. A lepra numa casa tinha início com o aparecimento de manchas verdes e avermelhadas, que, via de regra, pareciam mais fundas que a superfície das paredes (Lv 14.37). Sempre que isso ocorria, o proprietário era instruído a recorrer ao sacerdote, que, após examinar o imóvel, ordenava o seu despejo para que a praga não se espalhasse por toda a propriedade (Lv 14.36).

Em seguida, a casa era interditada por sete dias (Lv 14.38). Caso a praga não cedesse, as pedras contaminadas eram retiradas e as paredes todas eram raspadas. Em último caso, o sacerdote tinha autoridade para ordenar a demolição do imóvel (Lv 14.45). Para evitar que a lepra contaminasse outras propriedades, todo o entulho era jogado fora da cidade.




3. A lepra nas vestes. As vestes também estavam sujeitas à lepra. Nesse caso específico, tratavam-se de mofos e fungos igualmente nocivos à saúde (Lv 13.47-50). De imediato, a roupa deveria ser levada ao sacerdote (Lv 13.51). Se a praga se mostrasse resistente, o vestuário deveria ser queimado, a fim de se evitar a propagação de doenças (Lv 13.52).

Deus advertiu solenemente aos israelitas a se guardarem da praga da lepra, pois a doença abria a porta para outras enfermidades e moléstias (Dt 24.8). Por isso, a lepra tornou-se um dos símbolos mais fortes do pecado (Is 1.6).




SÍNTESE DO TÓPICO II
Os sacerdotes exerciam funções sanitaristas, examinando casas e pessoas a fim de evitar que doenças, como a lepra, se propagassem.






III – FUNÇÕES JURÍDICAS




O livro de Levítico apresenta várias disposições jurídicas, a fim de proteger a família, a propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava também como juiz.

1. Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); relações incestuosas (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); a homossexualidade e a bestialidade (Lv 18.22,23).

Os filhos de Israel, como adoradores do Deus Único e Verdadeiro, eram obrigados a honrar seus pais e a preservar-lhes a autoridade (Lv 19.320.9). Nesse sentido, os sacerdotes atuavam como reguladores da família israelita.




2. Proteção da propriedade privada. A propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,81 Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22).

Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra. 




3. Proteção da vida. Também cabia ao sacerdote inspecionar a edificação das casas (Dt 22.8); a criação de animais (Êx 21.36); a preservação da mulher grávida e do filho que ela trazia no ventre (Êx 21.22). Enfim, a vida nas Escrituras é sagrada; um dom do Criador de todas as coisas (Nm 16.22). Por isso, o Senhor determina no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio, que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o querer, matava o seu próximo (Nm 35.10-15).




SÍNTESE DO TÓPICO III
Os sacerdotes atuavam também como juízes.





CONCLUSÃO


A aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de todo o Israel. Eis por que seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7).

Se o Senhor exigiu excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir no âmbito do Testamento Novo? Que o nosso culto seja marcado pelo amor a Deus e ao próximo. Sejamos, pois, uma fiel referência em todas as coisas.












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Referências

Revista Lições Bíblicas. ADORAÇÃO, SANTIDADE E SERVIÇOOs princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. Lição 04 – A função social dos sacerdotes. I – Funções clínicas. 1. A inspeção da lepra. 2. A inspeção clínica. 3. A limitação do sacerdote. II – Funções sanitaristas. 1. A função sanitarista do sacerdote. 2. A lepra na casa. 3. A lepra nas vestes. III – Funções jurídicas. 1. Proteção da família. 2. Proteção da propriedade privada. 3. Proteção da vida. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3° Trimestre de 2018.


Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.

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