Escola Bíblica Dominical: Uzias, vencido pela soberba - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: Uzias, vencido pela soberba

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Texto Bíblico Básico:
 2 Crônicas 26.3-5,11-15
3 - Era Uzias da idade de dezesseis anos quando começou a reinar e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém.
4 - E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fi zera Amazias, seu pai.
5 - Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, sábio nas visões de Deus; e, nos dias em que buscou o SENHOR, Deus o fez prosperar.
11 - Tinha também Uzias um exército de homens destros nas armas, que saíam à guerra, em tropas, segundo o número da lista feita por mão de Jeiel, chanceler, e Maaseias, ofi cial, debaixo das mãos de Hananias, um dos príncipes do rei.
12 - Todo o número dos chefes dos pais, varões valentes, era de dois mil e seiscentos.
13 - E, debaixo das suas ordens, havia um exército guerreiro de trezentos e sete mil e quinhentos homens, que faziam a guerra com força belicosa, para ajudar o rei contra os inimigos.
14 - E preparou-lhes Uzias, para todo o exército, escudos, e lanças, e capacetes, e couraças, e arcos, e até fundas para atirar pedras.
15 - Também fez em Jerusalém máquinas da invenção de engenheiros, que estivessem nas torres e nos cantos, para atirarem flechas e grandes pedras; e voou a sua fama até muito longe, porque foi maravilhosamente ajudado até que se tornou forte.


Pré - aula:

Texto áureo: 

  2 Crônicas 26.16
Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper; e transgrediu contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso.

Orientações pedagógicas
Caro professor, a aprendizagem tem como objetivo principal satisfazer uma necessidade que surgiu frente às demandas da vida. Aprender é a satisfação de uma necessidade criada dentro de nós. E quando a necessidade é criada, justifica-se a aprendizagem.

[...] O bom professor deve ter sensibilidade e discernimento quanto às necessidades dos alunos antes de decidir sobre o assunto que trará à tona em suas aulas. Ensinar qualquer coisa sem conexão com o que é necessário e importante para quem ouve inevitavelmente resultará em desmotivação total e frustração.

[...] A aprendizagem sempre será seguida de mudança de conduta. Uma transformação sempre ocorre em nosso interior toda vez que aprendemos algo novo [Ef 3.17-19 NTLH (cf. Rm 12.2)] (CHAVES, G. Central Gospel, 2012, p. 57,58).
Boa aula!

Palavra introdutória

Baseados nos textos de 2 Reis 15.1-7 e 2 Crônicas 26.1-23, estudaremos a história de Uzias, um dos maiores reis da nação de Judá (792—740 a.C.), que iniciou sua gestão fazendo o que era reto aos olhos do Senhor (2 Cr 26.4), e assim permaneceu durante muitos anos, a ponto de sua fama voar até muito longe (2 Cr 26.15). No entanto, no decorrer de seu governo, devido ao pecado da soberba, ele foi ferido com lepra.
Depois de 52 anos de reinado, Uzias foi sepultado no cemitério dos reis em Jerusalém, mas não nos túmulos dos reis, por causa da sua doença (2 Cr 26.16-23 NTLH).


1. Uzias uma biografia breve

Uzias, que é também chamado de Azarias no texto bíblico (2 Rs 15.1,2; 2 Cr 26.1), foi apresentado pelos conselheiros reais como soberano do Reino do Sul aos 16 anos de idade, logo após a morte de seu pai, Amazias (2 Cr 26.1).
Uzias aprendeu de forma amarga o que a soberba pode causar na vida de um homem — aliás, vale lembrar que seu pai também fora soberbo, fato que lhe custou uma grande derrota contra Jeoás, rei de Israel (2 Cr 25.17-24; 2 Rs 14.9-14). Depois de vencer os edomitas, Amazias cometeu o desvario de adorar ídolos pagãos, supondo que, com tal atitude, poderia vencer o Reino do Norte. O Senhor, então, permitiu que Amazias fracassasse, mas ele não aprendeu coisa alguma com sua derrota (2 Cr 25.27-28).



As versões ARA, NVI, ACF e NTLH afirmam que Uzias reinou por 52 anos em Jerusalém; a versão ARC informa que foram 55 anos. Historiadores datam o reinado de Azarias entre 792—740a.C. Embora, a partir de mais ou menos 752 a. C., ele
tenha contraído lepra e partilhado o trono com seu filho Jotão (2 Rs 15.1- 5) (MALAFAIA, S. Central Gospel, 2014, p. 82).


1.1. Poderoso guerreiro e competente administrador

Em Uzias iniciou-se um dos mais prósperos governos que o Reino do Sul já havia experimentado. O texto bíblico faz-nos saber que Uzias foi bem-sucedido não apenas como poderoso guerreiro, mas também como competente administrador (2 Cr 26.9-15); seus feitos trouxeram-lhe grande fama, a ponto de o seu reinado ser comparado ao de Salomão em termos de ampliação territorial (MALAFAIA. S. Central Gospel, 2014, p. 82).



Uzias é lembrado por suas políticas domésticas; suas 
inovadoras medidas de prevenção militar (2 Cr 26.9,11-15); sua atenção à política e à economia nas fronteiras ao Sul e a Leste (2 Cr 26.2,7,8,10-16; Jl 3.19; Am 1.11,12); e por ter resolvido a questão dos filisteus na fronteira a Oeste, que tanto se arrastara (2 Cr 26.6,7) (MALAFAIA. S. Central Gospel, 2014, p. 83).


2. Os feitos de  Uzias O texto bíblico informa-nos que enquanto Zacarias viveu, Uzias serviu a Deus fielmente, pois Zacarias o ensinou a respeitar o Senhor (2 Cr 26.5a NTLH).


2.1. A expansão dos domínios de Uzias
No apogeu de sua regência, Uzias lutou contra vários povos, sendo vitorioso sobre todos eles (2 Cr 26.6-8 NTLH).

Uzias fez guerra contra os filisteus e derrubou as muralhas das cidades de Gate, de Jâmnia e de Asdode; depois construiu cidades protegidas por muralhas perto de Asdode e em outros lugares da região dos filisteus (2 Cr 26.6) — De acordo com os editores do Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento, o padrão geográfico das campanhas militares de Uzias sugere que ele estava tentando ganhar acesso ao mar Mediterrâneo e neutralizar a influência filistina (p. 707).
Deus o ajudou a derrotar os filisteus, os árabes que moravam em Gur-Baal e os meunitas (2 Cr 26.7) — Uzias conquistou as tribos nômades que invadiam as fronteiras para saquear as cidades e os campos de cereais.
O poder de Uzias aumentou; a sua fama espalhou-se até o Egito; e os amonitas pagavam-lhe impostos
(2 Cr 26.8) — O soberano do Sul estendeu a sua influência até a fronteira do Egito. Salomão colaborou com Hirão, rei de Tiro, na criação de um porto em Elate, no mar Vermelho, para que
seus navios pudessem alcançar o litoral da África e da Arábia (1 Rs 5.1-6; 9.26) (HINDSON; YATES. Central Gospel, 2014, p. 15).


2.2. A fortificação do reino em múltiplas áreas

No início do capítulo 26 do segundo Livro de Crônicas, o autor sagrado informa-nos que Uzias edificou e restituiu a Judá a cidade de Elate (2 Cr 26.1,2), um destacado centro comercial marítimo que, no passado, pertencera aos edomitas (2 Cr 8.17).
Na construção civil — Uzias edificou torres em Jerusalém, à Porta da Esquina, à Porta do Vale e aos ângulos, fortificando- as com guarnições de soldados. Também edificou torres no deserto (postos de vigilância avançados, que impediam ataques-surpresa de possíveis inimigos) (2 Cr 26.9).
Na agropecuária — Este filho de Amazias foi chamado de amigo da agricultura. Uzias cavou poços em vários lugares, tanto nas campinas (espaços abertos) quanto nos vales, isto representou um incremento na qualidade de vida dos seus súditos pelo fato de eles terem a possibilidade de manter uma dieta equilibrada (2 Cr 26.10).
Na arregimentação militar — Uzias formou um exército regular, municiando-o com armas de guerra: escudos, e lanças, e capacetes, e couraças, e arcos, e até fundas (2 Cr 26.11-14).
No desenvolvimento bélico — Uzias mandou construir catapultas, potentes máquinas de guerra que lançavam grandes pedras e inúmeras flechas simultaneamente (2 Cr 26.15).


3. A soberba precede a ruína

Infelizmente, após conquistar terras e povoados, edificar e fortificar cidades e implementar densos avanços militares e agropecuários em seu reino, o rei Uzias passou a seguir os passos da soberba deixados por seu pai; em razão disso, caiu em desgraça (2 Cr 26.16).
O soberano de Judá imaginou-se invencível contra os seus inimigos externos; porém mostrou-se absolutamente vulnerável aos ataques de seu pior algoz: o ego vaidoso.



3.1. Uzias usurpou as funções sacerdotais
Uzias adentrou o Templo para queimar incenso no altar, usurpando levianamente as funções sacerdotais, e isto se constituía em uma afronta direta ao Senhor (2 Cr 26.18), pois apenas os sacerdotes ungidos por Ele poderiam exercer tal função (Nm 3.5-10; Hb 5.4). Diferentemente dos reis das nações vizinhas, o rei de Judá não tinha permissão para entrar em seu próprio templo particular, porque ele não era um sacerdote, como a maioria dos reis no antigo Oriente Próximo o era (RADMACHER; ALLEN; HOUSE. Central Gospel, 2010a, p. 707).
Além de o sistema sacrificial não estar sob a responsabilidade dos reis, o ato de Uzias revelou o desprezo que ele destinava às determinações de Jeová.


3.2. A punição de Uzias

Deus aborreceu-se de Uzias, pois ele quebrou um princípio espiritual elementar: o respeito às autoridades constituídas (1 Cr 16.22; Sl 105.15).
Por ter-se insurgido contra a lei divina, o rei foi punido rápida e publicamente. Deus feriu-o com lepra, doença com a qual conviveu até o fim de seus dias (2 Cr 26.16-20). A auto exaltação e autopromoção de Uzias levaram-no ao completo isolamento (2 Cr 26.18; Lv 13.45,46).
Uzias deixou-se corromper pela soberba (olhar altivo), que é a primeira das seis coisas que aborrecem o Senhor (Pv 6.16-19; 2 Cr 26.16a). Este é o pecado fundamental, pois conduz o indivíduo à prática de outros. Desde o mais remoto período da Igreja primitiva, a soberba foi vista como a mais perigosa ofensa a Deus (Tg 4.6) (MALAFAIA, S. Central Gospel, 2014, p. 86).


3.2.1. A lepra no Antigo Testamento

A lepra e seu diagnóstico têm orientações claras na lei levítica — em especial nos capítulos 13–14 do referido livro. Tal enfermidade era examinada cuidadosamente pelo sacerdote que, em muitos casos, colocava o suspeito de tê-la adquirido em reclusão para, depois de algum tempo, reavaliá-lo (Lv 13.1-8) — era uma prerrogativa sacerdotal a avaliação do doente e sua absolvição, que se dava mediante o sacrifício (Lc 17.14).
A lepra era uma doença terrível e incurável que excluía o indivíduo da santa congregação, fazendo-o viver em reclusão (Lv 13.45,46). Observe o tratamento dispensado aos leprosos: eram considerados como mortos (Nm 12.12); não podiam viver em sociedade (Nm 12.14,15); eram considerados imundos (Lv 13.12,14,15).


3.2.2. O tratamento dado a Uzias

Uzias, tendo sido ferido de lepra, foi expulso imediatamente do Templo pelos sacerdotes (2 Cr 26.21). Ele não poderia aparecer em público, nem mesmo viver no palácio (Lv 13.45,46).
Como bem observou o Pr. Silas Malafaia, o fato de Uzias ter cobiçado o sacerdócio não foi motivado pela ignorância, pois ele conhecia a Lei Mosaica; tentar exercê-lo à força foi uma ousadia, pois ele sabia o que acontecera com todos os outros que tentaram reivindicar o que não era deles por direito (Lv 10; Nm 12; 16) (Central Gospel, 2014, p. 86).
O poderoso guerreiro e competente administrador foi posto em uma casa retirada e, no fi m da vida, em vez de honra, recebeu a vergonha (2 Cr 26.17).
A punição que Uzias recebeu favoreceu seu filho, Jotão, pois o jovem passou a atuar como corregente e futuro rei de Judá (2 Cr 26.21b). Jotão era temente a Deus e fez o que era correto aos olhos do Senhor (2 Cr 27.2). O jovem monarca aprendeu com os erros de seu pai (2 Cr 26.23).


Conclusão.

Uzias iniciou seu reinado em um tempo de conspirações e guerras, isto devido ao fato de seu pai, Amazias, ter-se afastado do Senhor. Apesar de Uzias ter feito Judá ascender em diversas áreas, ele chegou ao fi m de seus dias só e excluído do Templo (2 Cr 26.21). Se o monarca do Sul sinceramente tivesse se arrependido, Deus o perdoaria, mas não foi o que aconteceu (2 Cr 26.19).
Uzias deixou-se corromper pelo poder.
Muitos começam bem sua trajetória de vida, mas, infelizmente, por descuido, displicência ou negligência, terminam mal. Outros, no entanto, começam mal, mas arrependem-se de seus erros e chegam a um belo final. Uzias fortificou-se, mas não soube usar o que Deus lhe deu; o Senhor o fez prosperar (2 Cr 26.5b), mas ele perdeu a bênção divina.
As lições deste personagem bíblico são perfeitamente aplicáveis à nossa vida; e, talvez, a mais emblemática de todas seja esta: mais importante que alcançarmos nossos objetivos são os caminhos que percorremos para atingi-los.
Aprendamos com Uzias; entendamos e aceitemos nossas limitações e o propósito de Deus para nossa vida; mas, acima de tudo, jamais permitamos que a soberba e a vaidade apropriem-se de nós (Sl 19.13).



Atividade para fixação
1. Qual foi o maior erro cometido pelo rei Uzias?
R.: Permitir que a soberba dominasse o seu coração (2 Cr 26.17,18).

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