Imagem de Cristo com cabelo curto e encaracolado é descoberta em Israel - Se Liga na Informação





Imagem de Cristo com cabelo curto e encaracolado é descoberta em Israel

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Representação artística está nas ruínas de uma antiga igreja no deserto do Neguev.


Uma representação artística recém-descoberta de Jesus nas ruínas de uma antiga igreja em Israel retrata Cristo de maneira diferente das concepções ocidentais, com cabelos encaracolados e rosto alongado.

A historiadora de arte Emma Maayan-Fanar disse ao jornal Haaretz que a pintura foi descoberta nas ruínas de Shivta, antiga aldeia agrícola bizantina localizada em meio ao deserto do Neguev.
As condições climáticas do local, extremamente seco, colaboraram para que a figura permanecesse após 1800 anos. “Seu rosto está bem ali, olhando para nós”, relata Maayan-Fanar, ao mostrar a pintura que retrata o batismo de Jesus.
A pesquisadora destaca que, ao contrário das percepções ocidentais que frequentemente retratam Jesus com cabelos longos e claros, a pintura de Shivta o mostra com cabelo curto e encaracolado, rosto alongado e nariz grande.

Parede da Igreja em Shivta
Parede da Igreja em Shivta. (Foto: Dror Maayan)

A data exata da obra de arte ainda não foi identificada, pois os testes não foram concluídos, mas sabe-se que a aldeia foi fundada em algum momento no século II. Outra pintura de Jesus nas mesmas ruínas, descoberta anteriormente, simbolizava a transfiguração, mas não mostrava sua face.
Imagem da transfiguração de Cristo
Imagem da transfiguração de Cristo. (Foto: Dror Maayan)

As ruínas de Shivta foram descobertas em 1871 e analisadas por muitos trabalhos, mas recentemente arqueólogos passaram a obter resultados com o emprego de tecnologias mais avançadas.
Maayan-Fanar acredita que ela foi a primeira a notar que é a imagem de Cristo na parede, escondida sob os séculos de sujeira.
“Eu estava lá na hora certa, no lugar certo, com o ângulo certo de luz e, de repente, vi os olhos”, lembra a historiadora de arte. “Era o rosto de Jesus no Seu batismo, olhando para nós.”

Parede desenhada da imagem da transfiguração de Cristo
Parede desenhada da imagem da transfiguração de Cristo. (Foto: Dror Maayan)

Dror Maayan, seu marido, tirou fotos de alta resolução, o que permitiu que a imagem perdida por quase dois mil anos se tornasse mais clara.
O achado é considerado “extremamente raro”, uma vez que as representações da aparência física de Jesus são praticamente inexistentes em Israel.

Influências do paganismo

debate sobre a aparência de Jesus tem sido objeto de debate por historiadores e teólogos há séculos. Joan E. Taylor, Professora do Departamento de Teologia e Estudos Religiosos do King’s College, de Londres, abordou essa questão em seu livro mais recente.
“As primeiras representações de Jesus que estabeleceram o modelo para a maneira como ele continua a ser visto até hoje foram baseadas na imagem de um imperador entronizado e influenciadas pelas figuras clássicas de deuses pagãos. O cabelo e a barba longos são especificamente da iconografia grega. Algumas das mais antigas representações conhecidas de Jesus o mostram essencialmente como uma versão mais jovem de Júpiter, Netuno ou Serápis”, explica Taylor.
Estudos etnográficos apontam que os judeus do tempo de Jesus são biologicamente mais próximos dos judeus iraquianos modernos, assegura a pesquisadora.
“Pense em cabelos entre castanho-escuro e preto, olhos castanhos, pele morena. Jesus mais provavelmente era um homem com a aparência típica do Oriente Médio. Em termos de altura, um homem comum dessa época tinha cerca de 1.70 de altura”, lembra.

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