Escola Bíblica Dominical: Lucas, o Evangelho do Filho do Homem - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: Lucas, o Evangelho do Filho do Homem

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Lucas 1.26-31
26 - E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27 - a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28 - E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.
29 - E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta.
30 - Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus,
31 - E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um fi lho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.

TEXTO ÁUREO
"Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.", Lucas 19.10
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
O bom resultado de uma aula está atrelado ao empenho do professor em preparar-se para ministrar o conteúdo. Portanto, faça suas pesquisas e anotações com antecedência; assim, você poderá sentir-se seguro para ensinar aos seus alunos.
Ler a lição, mais de uma vez, é essencial para ter um bom desempenho em sala de aula.
Nesta lição, veremos que Lucas apresenta Jesus como Filho do Homem. Essa expressão indica que nosso amado Salvador, mesmo sendo Deus, participou plenamente da natureza humana.
Quando habitou entre nós, Ele vivenciou as tentações e agruras reservadas aos humanos.
O objetivo do evangelista era apresentar Jesus como Homem Perfeito e destacar a universalidade da salvação. Lucas é considerado o mais completo dos Evangelhos, pois traz informações importantes a respeito da vida de Jesus, tais como: Sua infância; Seu ministério; Sua morte, ressurreição e ascensão.
Boa aula!

Palavra introdutória
Com uma perspectiva singular acerca do nascimento, ministério, morte e ressurreição de Jesus, Lucas — mesmo tendo quatro capítulos a menos que Mateus — é o mais longo dos Evangelhos.
Alguns detalhes fazem do terceiro Evangelho uma obra ímpar; dentre eles, destaca-se: Lucas é o único Evangelho destinado a uma pessoa específica, Teófilo, e também o único que possui uma sequência, o Livro de Atos — muito do conteúdo dos capítulos 9 a 19 aparece apenas em Lucas.
No total, cerca de 1/3 deste livro é exclusivo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE. Central Gospel, 2010b, p. 139). A autoria da obra não está explícita no texto bíblico; entretanto, há sólidas evidências — externas e internas — que nos permitem atribuí-la a Lucas, o cooperador (Fm 24) e companheiro (2 Tm 4.11) de Paulo. Ressalte-se que, desde os primórdios da história da Igreja, a escrita desse Evangelho é imputada ao médico amado (Cl 4.14), conforme referências feitas por Tertuliano (207 d.C.), Orígenes (254 d.C.), Eusébio (303 d.C.) e Jerônimo (398 d.C.). Quanto à data de registro, não há exatidão, mas, ao que tudo indica, teria sido por volta dos anos 60—62 d.C. O local de redação também é uma incógnita; porém, alguns estudiosos afirmam ter sido em Cesareia, durante os dois anos em que Paulo esteve encarcerado naquela localidade, sob o domínio de Félix e Festo (At 23—26) — Lucas teria aproveitado para viajar pela Palestina e entrevistar pessoas que foram testemunhas oculares das obras de Cristo (Lc 1.1-4).
Em Mateus, Jesus é apresentado como Rei; em Marcos, como Servo do Senhor; e, em Lucas, como Filho do Homem.
Ao apresentar Jesus como Filho do Homem, Lucas esboça a largura e a profundidade, imensuráveis, do amor de Deus, pois, quando Jesus tornou-se homem, o Eterno entrelaçou-se, para sempre, com a história da Sua criação.
Nas páginas desse Evangelho fica patente o amor de Deus pelos perdidos: Jesus relacionou-se com pobres, publicanos e prostitutas; e, por amá-los, profundamente, perdoou-lhes os pecados.

1. JESUS, O HOMEM PERFEITO
Como Filho do Homem, Jesus não é apenas o ser divino preexistente; Ele é também a revelação da humildade: Deus tornou-se homem, e habitou entre eles, para cumprir o propósito da salvação. Plenamente divino e plenamente humano!
A humanidade de Jesus é um assunto e extrema importância, apesar de muito negligenciado pela Igreja. Apesar de os Evangelhos evidenciarem em várias passagens esta característica fundamental de Jesus, a maioria dos cristãos considera apenas Sua divindade, deixando Sua humanidade de lado (MALAFAIA, S. Central Gospel, 2014, p. 6).
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O conteúdo do Evangelho
de Lucas está organizado
em torno do seguinte
conceito central: o Filho do
Homem, como membro da
humanidade, teve uma vida
completa e perfeita, mesmo
sendo Ele divino.
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1.1. Da genealogia de Adão
Apenas Mateus e Lucas traçaram a genealogia de Jesus; Marcos não fez qualquer menção ao tema; e João, ao apresentar Jesus como Deus, falou de Sua origem divina.
Enquanto Mateus fez questão de recuar a genealogia de Jesus até Davi, comprovando, assim, Sua linhagem real (Mt 1.1-17), Lucas apresentou Jesus como Filho do Homem, recuando a genealogia até Adão. O médico amado apresentou-nos o Homem Perfeito (Lc 3.23-38); Aquele cujas raízes estão arraigadas em Adão — o homem que deu origem a todos os povos e raças da terra.

Na genealogia de Mateus, Jesus está ligado ao povo judeu; em Lucas, todavia, está estampada Sua humanidade e Sua identificação não somente com o povo judeu, mas com toda a raça humana. Lucas, propositadamente, utilizando recursos de um historiador, mostrou-nos que Jesus está diretamente
ligado a toda humanidade.

1.2. A semente da mulher
Em Gênesis 3.15, lê-se a anunciação germinal do evangelho (protoevangelho), ou seja, a primeira promessa (ou primeira profecia) relacionada à futura redenção do homem.
Após a Queda, Deus disse ao primeiro casal que a semente da mulher venceria Satanás. Esse vaticínio foi confirmado por Isaías (Is 7.14) e definitivamente entendido com o nascimento de Jesus — merece destaque o fato de Lucas ter sido o único evangelista a descrever os detalhes da concepção miraculosa do Messias (Lc 1.26-38).
A fim de não incorrermos em heresias, precisamos atentar para o fato de Jesus ser a semente da mulher e não da semente da mulher, ou seja, Ele é único, singular e incomparável. Ao analisarmos uma versão bíblica mais próxima dos textos originais, obtemos um maior esclarecimento acerca deste fato: Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o descendente dela; porquanto, este te ferirá a cabeça, e tu lhe picarás o calcanhar (KJA, 1611).

2. JESUS, O HOMEM CHEIO DO ESPÍRITO
Em Lucas observamos uma intensa e íntima relação entre o Filho do Homem e o Espírito Santo. Vejamos nos subtópicos seguintes.

2.1. Na gestação do Filho do Homem, o Espírito do Senhor estava presente
Nada na História humana assemelha-se ao nascimento de Jesus. Ele não veio a este mundo como resultado de uma relação marital entre Maria e José; muito ao contrário, o Espírito Santo operou sobrenaturalmente na conceição do Messias (Lc 1.26-35). Gabriel, o anjo do Senhor, pessoalmente disse a uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado José que ela ficaria grávida e daria à luz um filho, cujo nome seria Jesus. Naquele dia, turbada, Maria perguntou ao anjo como se daria tal fato, posto que ainda fosse virgem (Lc 1.29-34 NVI).
A resposta de Gabriel faz-nos compreender que a semente da mulher germinou pela ação exclusiva do Deus todo-poderoso:
Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus (Lc 1.35).

2.2. No batismo
Os quatro evangelistas registraram o batismo de Jesus, afirmando que o Espírito Santo desceu sobre Ele como pomba (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34); Lucas, no entanto, foi o único a utilizar a expressão em forma corpórea de pomba, indicando, assim, que havia naquele ato uma realidade objetiva. No Antigo Testamento, o voo de uma pomba, após o Dilúvio, anunciou a chegada de um novo tempo para a humanidade (Gn 8.8-11). No Novo Testamento, a descida do Espírito Santo como pomba sinalizou, de igual modo, a chegada de uma nova estação, em que o Filho do Homem anunciaria a salvação dos homens (o ano aceitável do Senhor; conf. Lc 4.18,19).
Deste modo, a descida visível do Espírito Santo sobre Jesus, após Seu batismo, marca, oficialmente, o início de Seu ministério público e revela também Sua identidade como Filho de Deus (Lc 3.21,22).
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Nosso Salvador foi, sem
dúvida alguma, um homem
cheio do Espírito Santo:
em Lucas 3.16, João
Batista declara que Jesus
batizaria com o Espírito
Santo e com fogo; em
4.18, lemos que Jesus
pregou na sinagoga de
Nazaré e declarou que o
Espírito do Senhor estava
sobre Ele; em 10.21, o
evangelista atesta que
Jesus alegrou-se no
Espírito Santo.
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2.3. Antes e depois da Tentação
O Salvador não foi apenas conduzido pelo Espírito Santo ao deserto; Ele também estava cheio do Espírito quando voltou de Seu batismo — apenas Lucas registrou este fato:
E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto (Lc 4.1).
Após descrever detalhes da Tentação (Lc 4.2-13), o médico amado diz que, pela virtude do Espírito, Jesus voltou para a Galileia (Lc 4.14). Satanás falhou em seu plano de tentar interromper a comunhão do Filho do Homem com o Pai celestial, pois Ele foi e voltou da Tentação cheio do Espírito.
Isto nos deve levar à seguinte reflexão: a única maneira de vencermos quaisquer tentações é pelo poder do Espírito de Deus (Ef 5.18).

3. JESUS, O HOMEM NA SOCIEDADE
A missão messiânica de Cristo abrangeu não somente Sua natureza humana, mas também Sua participação em sociedade. Ao comparar Sua conduta com a de João Batista, Jesus disse: [...] veio João Batista, que jejua e não bebe vinho, e vocês dizem: ‘Ele tem demônio’. Veio o Filho do homem,
comendo e bebendo, e vocês dizem: ‘Aí está um comilão e beberrão [...] (Lc 7.33,34a NVI). Essa declaração revela-nos que o Filho do Homem veio a este mundo como um ser humano normal, “amigo de publicanos e pecadores” (Lc 7.34b).
O Mestre aceitava convites para jantares e festas e dessas ocasiões extraía oportunidades para pregar o evangelho, como fez na casa de um fariseu (Lc 7.36-50); na casa de Marta (Lc 10.38-42) e na casa de Zaqueu, um chefe dos publicanos (Lc 19.1-10).
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Em Sua personalidade,
Jesus unia gentileza e
segurança; eloquência
e simplicidade; glória
e anonimato; grandeza
e gestos humildes.
Sua humanidade foi
inigualável; entretanto,
Sua principal característica
humana foi esta: Ele era
aquele que entendia as
outras pessoas (Adaptado
de: MALAFAIA, S. Central
Gospel, 2014, p. 36).
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3.1. Viveu como um bom cidadão
Jesus viveu em sociedade e foi exemplo de bom cidadão. Ele não isentou o povo de seus compromissos (civis e/ou religiosos). Ao ser indagado sobre os impostos cobrados pelo Império Romano, o Homem Perfeito deixou claro que devemos cumprir nossas obrigações para com ambos os reinos: dar a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus (Mt 22.15-22; Mc 12.14-17; Lc 20.19-26).

3.2. Sentiu as dores humanas e indiferenças sociais
Ao meditarmos no terceiro Evangelho, percebemos que o Filho do Homem não apenas conhece as dores físicas que afligem a humanidade, mas também as indiferenças e insensibilidades demonstradas por uma sociedade corrompida pelo pecado.
Ao descrever como Cristo sofreu na cruz, em obediência ao Pai (Lc 23.11-56), Lucas põe em relevo o fato de nossas piores dores serem conhecidas por Ele. O evangelista, da mesma forma, enfatiza como Jesus relacionou-se com os excluídos sociais, desprezados pelos religiosos de Sua época — viúvas (Lc 2.36-40; 7.11-15; 21.1-4); crianças (Lc 8.49-56); mulheres (Lc 8.40-48); ritualmente impuros (Lc 5.12-16); e pobres (Lc 4.18).
Assim como Cristo pregou e viveu o evangelho — a mensagem eterna que aproxima pessoas —, nós devemos proclamar a mensagem de restauração e salvação aos ignorados pela sociedade moderna.

CONCLUSÃO
O Evangelho de Lucas, que está em consonância com todo o Novo Testamento, revela-nos que Jesus abrigava em si duas naturezas distintas: a humana e a divina. O plano de salvação da humanidade, engendrado pelo Criador, deveria ser realizado por intermédio de um Redentor, verdadeiramente, humano.
Em Filipenses 2, Paulo descortina a principal razão de Cristo vir a este mundo como homem. O Filho de Deus teve de tornar-se um Filho do Homem para que, assim, pudesse morrer. Como Deus, Ele era imortal e indestrutível; como homem, era mortal, ou seja, poderia entregar Sua vida.
A fim de pagar o preço do pecado humano, e a fim de os pecadores poderem ser perdoados, o Primogênito e Unigênito da Criação precisaria ser um homem real.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Ao recuar a genealogia de Jesus até Adão, como Lucas o apresenta?
R.: Lucas recua a genealogia de Jesus até Adão para apresentá-lo como Homem Perfeito (Lc 3.23-38).

Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 57

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