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A composição da natureza humana

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O patriarca Jó parece ter sido o primeiro dos homens mencionados na Bíblia a interrogar acerca do homem. Foi ele quem perguntou a Deus: “Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova?” (Jó 7.17-18).
Depois foi a vez do salmista indagar: “Que é o homem, que dele te lembres?” (Sl 8.4), “Senhor, que é o homem para que dele tomes conhecimento? E o filho do homem para que o estimes?” (Sl 144.3).
Se quisermos conhecer o homem, temos de ir além do que ensina a filosofia e as demais ciências humanas, temos de tomar posse das Escrituras, pois só elas respondem satisfatoriamente toda e qualquer indagação quanto ao passado, presente e futuro do homem.

O Espirito do Homem

Em geral os escritores bíblicos, especialmente os do Antigo Testamento, não se preocuparam em distinguir o espírito da alma ou vice-versa. A distinção entre espírito e alma é decorrente da revelação progressiva de Deus no Novo Testamento. Por esta razão, hoje sabemos, por exemplo, que:
a) Deus é o criador do espírito humano, e o fez de forma individual. Ele habita na parte interior da natureza do homem, e é capaz de renovação e desenvolvimento. O espírito é a sede da imagem de Deus no homem, imagem perdida com a queda, mas que pôde ser restabelecida por Jesus Cristo (Zc 12.1; 1Co. 15.49; 2Co. 3.18; Cl. 3.10).
b) O espírito é o âmago e a fonte da vida humana, enquanto a alma possui essa vida e lhe dá expressão por meio do corpo. A alma sobrevive à morte, porque o espírito a dota de capacidade; por isso alma e espírito são inseparáveis.
c) O espírito humano distingue o homem das demais coisas criadas. Por exemplo, os irracionais possuem vida comum (Gn. 1.2), mas não possuem espírito.
d) O espírito é o canal através do qual o homem pode conhecer a Deus e as coisas inerentes a seu reino(1Co. 2.11; 14.2; Ef. 1.17; 4.23). O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito Santo, torna-se também centro de adoração (Jo. 4.23-24), oração, cântico, bênção (1Co. 14.15); e de serviço (Rm. 1.9; Fp. 1.27). Tudo isso em relação a Deus.

Alma do Homem

A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele. A alma é um espírito que habita um corpo, ou nele tem estado, como as almas dos que tinham sido mortos por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (Mt 10.28; Lc 16.19-31; Ap. 6.9).

Corpo do Homem

Das três entidades que formam o homem, o corpo é aquela sobre a qual a Bíblia menos fala. Contudo, à luz daquilo que a Bíblia apresenta, o que se sabe é que o corpo humano é o instrumento, o tabernáculo, a oficina do espírito. Ele é o meio pelo qual o espírito se manifesta e age no mundo visível e material. O corpo é o órgão dos sentidos e o elo que une o espírito ao universo material. Pelo corpo o homem pode ver, sentir e apalpar o que está ao seu redor.
As impressões vêm do exterior pelo corpo, porém elas só têm significado quando reconhecidas e atendidas pelo espírito. Diz-se que os animais, o cão, por exemplo, possuem visão, mas não podem distinguir a cada instante as cores que estão à sua frente, em virtude de faltar-lhe o espírito. A consciência própria, a direção própria, o poder de pensar, querer e amar pertencem exclusivamente ao espírito. Diante disto, se entende que o espírito é o agente, enquanto o corpo é a agência. A Bíblia usa alguns nomes para figurar o corpo do homem, quanto à transitoriedade de sua existência, e posição que ocupa no plano eterno de Deus. Vejamos, por exemplo:
– Casa ou Tabernáculo: 2Co 5.1-4.
– Templo: 1Co 6.19.

A Glória Futura do Corpo

A crença na ressurreição do corpo, como meio de glorificação do mesmo, é tão antiga quanto à crença em Deus no Antigo Testamento. No livro de Jó, segundo alguns estudiosos o mais antigo da Bíblia, encontramos o patriarca dizendo: “Porque eu sei que meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros” (Jó 19.25-27).
No capítulo 15 de 1 Coríntios, Paulo salienta o ensino que, mediante a ressurreição do corpo: a) a morte será destruída (v.26); b) receberemos um corpo celestial e glorioso (v.40); c) receberemos um corpo não mais sujeito à corrupção (v.42); d) ressuscitaremos em poder (v.43); e) traremos a imagem do celestial (v.49); f) seremos revestidos de imortalidade (v.53).
Ainda na expectativa da ressurreição do corpo, escreveu o apóstolo João: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é” (1Jo. 3.2).
Bibliografia:
Doutrinas Bíblicas – Uma introdução à Teologia. Raimundo F. de Oliveira, EETAD, 2ª edição, 1991.

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