Primeiro os civis, depois a igreja e os jornais. Os militares chegaram na última hora - Se Liga na Informação





Primeiro os civis, depois a igreja e os jornais. Os militares chegaram na última hora

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Faz exatamente 55 anos que o Congresso Nacional brasileiro declarou a vacância da Presidência da República. João Goulart foi para o Uruguai e deu posse ao presidente da Câmara, Paschoal Ranieri Mazzilli, um deputado de São Paulo. Por sua vez, foi convocada uma eleição, de acordo com a Constituição de 1946, para o dia 11 de abril. Havia seis candidatos: ganhou o general Castelo Branco, que assumiu no dia 15.

Eu estou falando isso porque há uma discussão muito grande em torno de um vídeo que teria sido divulgado por um número de WhatsApp do Palácio do Planalto. A Secretaria de Imprensa da Presidência disse que não sabe quem foi, e o vice Mourão também não.



Está todo mundo discutindo isso e eu vejo todo hora: golpe militar, golpe militar, golpe militar… É um negócio de Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha Nazista: repete tanto que acaba virando verdade. Pode até ter sido um golpe. Mas na verdade foi um contragolpe para interromper um golpe comunista que estava em prática para que o Brasil fosse como Cuba, um satélite da União Soviética.

E não foi só militar. Eu diria na seguinte ordem. Foi civil, em primeiro lugar, e duas lideranças desse movimento foram os governadores de Minas, Magalhães Pinto, e o governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda. A igreja católica estava toda mobilizada toda contra o João Goulart para evitar o comunismo – eles estavam com medo que o Brasil se transformasse em uma Cuba ou uma União Soviética, onde a Igreja perdeu todo o seu poder.

Além disso, todos os grandes jornais da época publicavam editoriais dizendo, e até ameaçando: “Onde estão forças responsáveis nesse Brasil que não reagem e deixam que esse presidente conduza essa Revolução que vai se encaminhar para o comunismo?”.

Por fim, os militares chegaram na última hora porque não tinha mais jeito: as coisas já estavam degringolando, após um discurso do presidente João Goulart, no dia 30, que desapropriou terras e refinarias.

O presidente do Supremo, Dias Toffoli, diz que foi sim um movimento, e não exatamente um golpe, segundo ele. Ele não viveu aquela época, ele não tinha nascido ainda, já conversei com ele sobre isso."

Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/alexandre-garcia/

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