A imagem que o rei levantou - Se Liga na Informação





A imagem que o rei levantou

Compartilhar isso


“O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro que tinha sessenta côvados de altura e seis de largura; levantou-a no campo de Dura, na província da Babilônia.” (Daniel 3:1)

Nabucodonosor foi um poderoso rei em Babilônia. Entre os seus feitos está a destruição de Jerusalém e a profanação da Casa de Deus, cujos utensílios sagrados foram saqueados e levados para templos pagãos.

Seu poder se avolumou de tal maneira que perdeu a noção de sua humanidade, fazendo-se deus e obrigando o povo a curvar-se diante de uma imagem que levantou. Quem não o fizesse seria lançado à morte na fornalha ardente...

Esse modelo de governante tem sido replicado por toda a História humana. Hitler, Saddam Hussein, Idi Amin, Kim Jong-il são só exemplos mais recentes e radicais desse padrão totalitário de se reger uma nação.
Os governantes afeitos a esse “estilo Nabucodonosor” de reinar, em primeiro lugar, se sentem acima do bem e do mal. A lei é mero instrumento de manipulação para eles, pois se enxergam (e são aceitos) como acima do bem e do mal.

No caso do imperador babilônico, democracia era um conceito desconhecido. Ele era o rei, ele era a lei. Se decidisse fazer algum decreto iníquo, o fazia, por mais absurdo que fosse.

A outra marca desse homem de personalidade e atitudes castradoras era a sua intolerância. Quem não rezasse por sua cartilha deveria ser eliminado. Mandar gente para a fornalha ardente era justificável, mesmo quando o argumento era a simples discordância. No reino de Nabucodonosor era proibido se opor!

Por outro lado, para os que fizessem coro com o rei havia festas, banquetes e muita fartura embalada pelas conquistas do grande império. Por isso mesmo, o mais conveniente era sempre concordar...


Nabucodosor chegou ao cúmulo de levantar uma enorme imagem de ouro, tentando fazer dela a extensão de sua própria personalidade. Pior, exigiu que todos se curvassem diante de seu arremedo, sob pena de morte.

Será que, enquanto eu descrevo esse antigo déspota, você vê algua semelhança com o que temos vivido no Brasil? Não é mera coincidência...

Nosso presidente levou a nação a níveis de avanço econômico e social surpreendentes. Ninguém em sã consciência pode negar que a vida da maioria dos brasileiros melhorou sensivelmente nos anos do seu governo. Poderia alguém imaginar a dez anos atrás que um dia o grande problema a ser resolvido seria a supervalorização da nossa moeda frente ao poderoso dólar americano? A verdade é que, sob sua regência, o Brasil está ocupando espaço entre as nações mais poderosas e ricas do mundo.

Para quem só se preocupa com banquetes, comida na mesa, dinheiro no bolso e influência internacional, está perfeito. Não é de graça que a popularidade de Luís Inácio Lula da Silva passa dos invejáveis 80%. "Ele é o cara"... Entretanto, talvez embriagado por tamanho respaldo popular, nosso presidente em muitas ocasiões tem perdido a noção dos seus limites...

Ver um governante fazer discursos inflamados, espumando contra a imprensa que insiste em mostrar os escândalos de seu governo ou falando em “extirpar” partidos e opositores é de dar arrepios. Vê-lo expulsar do país um jornalista, cancelando seu visto, por ter feito uma matéria em que denunciava seu gosto pela bebida, ou vê-lo assinar de olhos fechados e enviar para o Congresso uma proposta como o PNDH-3, na qual entre outros absurdos, se desenha a criação de conselhos para “controle” da imprensa, leva muitos a questionarem se estamos mesmo numa democracia segura. Será que o modelo intolerante de Nabucodonosor, que não admitia discordâncias, não está tendo sua versão tupiniquim?

Tem sido também preocupante, para não dizer aterrorizante, ver o descaso que o atual governo tem para com a lei, inclusive a Constituição. Ver Lula descendo da posição de mandatário de uma nação e presidente de todos os brasileiros para tornar-se mero cabo eleitoral de uma facção é algo longe da decência. As inúmeras multas que ele e seu partido levaram, desde antes da abertura oficial da campanha, por usar espaços ilegais para propaganda eleitoral, além do uso indevido da máquina estatal para benefício de seus afins, entre muitos outros exemplos de ilegalidade, demonstram que o modelo de governança babilônica no qual o rei dizia “a lei sou eu” está em pleno vigor no Brasil dos nossos dias.

Como reagimos diante de tudo isso? Se o que nos interessa é a fartura na mesa e a proeminência entre as nações, o mais conveniente é concordarmos com tudo, tratarmos o rei como um deus magnífico e seguirmos desfrutando da prosperidade iníqua que o nosso império verde e amarelo pode nos dar. Se, porém, para nós os valores morais, éticos e espirituais são mais importantes que os monetários, receio que tenhamos de nos arriscar à discordância...

Hoje, de certa forma, a nação inteira está posta frente à “imagem de ouro” que o nosso “rei” levantou. A expectativa é de que todos se curvem diante dela... Nos tempos de Nabucodonozor, todos o fizeram alegremente. Todos, exceto três jovens - Hananias, Misael e Azarias - que tinham valores maiores a defender que seu próprio bem-estar. Por terem decidido desde cedo não se contaminar com o vinho do rei e nem com as iguarias da sua mesa, eles preferiram enfrentar a fornalha ardente do que ver ardendo a própria consciência... E, corajosamente, não se curvaram!


- – – – – – – – – – – – – – – – – – – -
Danilo Figueira é um dos pais da Comunidade Cristã de Ribeirão Preto onde tem exercido um ministério profético e de ensino, liderando a equipe de pastores juntamente com sua esposa Mônica. Ele tem atuado como conferencista pelo Brasil e exterior, com forte ênfase na formação de liderança, e provido cobertura apostólica para muitos ministérios. Os escritos do Pr. Danilo, especialmente a série de livros "LIDERANÇA PARA A ÚLTIMA COLHEITA", têm sido ferramenta para inúmeras igrejas e suas Escolas de Líderes, já tendo sido traduzidos para outros idiomas como o Inglês, o Francês e o Espanhol.

Nenhum comentário:

Postar um comentário