Escola Bíblica Dominical: Desfrutando a alegria na esperança da salvação - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: Desfrutando a alegria na esperança da salvação

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TEXTO DO DIA
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3).

SÍNTESE
A salvação em Cristo produz esperança legítima e alegria verdadeira, e capacita espiritualmente o crente a enfrentar os sofrimentos e desafios deste mundo.

INTERAÇÃO
Como você anima e inspira uma pessoa que se encontra em um momento de dificuldade? Dando esperança a ela! É exatamente isso o que Pedro trata de fazer logo no início de sua Carta. Todavia, a mensagem de Pedro não se baseia no otimismo humano, resultado da utopia terrena ou da confiança pessoal. É uma esperança viva, decorrente da nova vida em Cristo. Essa é a razão pela qual Pedro é chamado de o apóstolo da esperança. Ainda hoje, o teor da Carta em estudo permanece relevante. A pós-modernidade, época em que vivemos, é marcada pelo desespero, ausência de sentido e vazio existencial. Nesse período em que os valores propagados pelo cristianismo bíblico são sistematicamente atacados, encontramos no texto do apóstolo Pedro uma mensagem verdadeiramente esperançosa. A salvação produz esperança legítima e alegria verdadeira, e capacita espiritualmente o crente para enfrentar os sofrimentos e desafios deste mundo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado(a) professor(a), o educador por excelência deve ser capaz de contextualizar o ensino para o seu próprio tempo. Segundo Silas Daniel, “o princípio da contextualização consiste em aplicar um texto bíblico à nossa realidade, e para isso é preciso pinçar fatos seculares para submetê-los ao escrutínio da Palavra de Deus”. Desse modo, na presente lição, além de proporcionar aos alunos uma visão sobre a situação do mundo na época em que a Carta foi escrita, devemos aplicar o ensinamento para os nossos dias. Para isso, é recomendável destacar as características do tempo presente denominado de pós-moderno, enfatizando que por ser atemporal, as Escrituras oferecem respostas contundentes para os desafios de hoje.

TEXTO BÍBLICO

1 Pedro 1.3-12.
3 — Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4 — para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós
5 — que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo,
6 — em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações,
7 — para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória na revelação de Jesus Cristo;
8 — ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso,
9 — alcançando o fim da vossa fé, a salvação da alma.
10 — Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada,
11 — indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir.
12 — Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
Como tivemos a oportunidade de estudar na primeira lição, o contexto em que a Primeira Carta de Pedro foi escrita era desolador para os cristãos. Além de serem menosprezados socialmente, como se fossem uma classe inferior, exatamente por repudiaram a cultura e os costumes da época, os seguidores de Cristo eram hostilizados e violentamente perseguidos, principalmente por cidadãos e vizinhos não crentes. Esse contexto desfavorável fazia brotar no coração daqueles cristãos sentimentos de marginalização, desprezo e até mesmo desânimo. Era preciso revigorar neles a esperança viva e a alegria verdadeira decorrentes da salvação em Cristo. Pedro faz isso logo no início da sua Carta, tema do estudo de hoje!

I. GERADOS PARA UMA VIVA ESPERANÇA

1. Vida nova, esperança viva.
Pedro introduz sua Carta com um ato de gratidão, bendizendo a Deus por ter nos gerado novamente para uma viva esperança (1.3). Ninguém é capaz de nascer espiritualmente pelos seus próprios méritos (Jo 3.3-9). Fomos regenerados e temos entrada na vida cristã, por causa da misericórdia divina. É a partir do reconhecimento desta graça que o crente deve encontrar sua identidade e encarar os dilemas da vida. Isso nos instiga a não olharmos o mundo e as lutas diárias pela perspectiva do velho homem, que é dominado pelo pecado e sufocado pelo mundo, e que só conduz ao desespero e desânimo. Em vez disso, temos agora uma esperança viva. Muito mais que uma expectativa que pode enfraquecer com tempo, esta esperança é cheia de vida, sempre renovada, que se fundamenta na confiança inabalável em Deus. A esperança cristã não é um conceito teórico ou o mero otimismo humano; é a confiança plena na providência divina. Ela implica tanto esperar confiantemente o futuro preparado pelo Senhor, quanto vivenciá-la hoje como um estilo de vida. Portanto, a esperança dos crentes não é algo que diz respeito somente à vida eterna, mas como desfrutamos dela no tempo presente.

2. Porque Ele vive, podemos crer.
Não é sem sentido que esta nova vida em esperança, escreve Pedro, se deu “pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (v.3). Este acontecimento histórico é a base da confiança dos salvos. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e fé (1Co 15.14). Mas, uma vez que Ele ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, podemos confiar. Como diz a bela letra do Hino 545: “Porque Ele vive, posso crer no amanhã. Porque Ele vive, temor não há. Mas eu bem sei, eu sei que a minha vida. Está nas mãos do meu Jesus, que vivo está”.

Muitas pessoas se frustram por depositarem as esperanças no dinheiro, na política ou na capacidade humana, pois tudo isso não passa de ilusão. Enquanto o ceticismo, o ateísmo, o existencialismo e as demais filosofias humanas que emergem da pós-modernidade não conseguem fornecer um fundamento de esperança real para as pessoas, a fé cristã, com os olhos voltados para a cruz, dá significado e perspectiva de futuro a todos quantos recebem a salvação em Cristo.

3. Uma herança superior. 
A seguir, o “apóstolo da esperança” revela que a salvação aponta para uma herança sublime, com três atributos especiais: ela é incorruptível, incontaminável e não pode murchar (v.4). Trata-se de uma herança incomparável, imensamente mais valiosa que os bens e os tesouros deste mundo, os quais perecem, são maculados e desintegram facilmente (Tg 5.1-3; Lc 12.19,20). Por meio desta palavra, o Espírito de Deus quer mostrar ao cristão quão precioso é estar em Cristo e aguardar nEle as bênçãos celestiais da salvação (Cl 3.24; Ef 1.18). Deus nos concedeu uma herança indestrutível que nem o mundo ou as condições desfavoráveis podem abalar.



Pense!
Não confunda autoajuda com esperança cristã. Pela autoajuda, o homem olha para dentro de si em busca de respostas. Na esperança, olhamos para Jesus, autor e consumador da fé.

Ponto Importante
A fé cristã dá significado à vida e perspectiva de futuro a todos quantos recebem a salvação em Cristo.

II. A ALEGRIA DA SALVAÇÃO

1. Alegria no sofrimento.
A salvação não produz somente uma herança futura, mas também alegria presente (v.6). Enquanto vive nesta terra, o cristão pode desfrutar de todas as suas bênçãos, inclusive a alegria verdadeira (Sl 35.9; 68.3; 1Ts 5.16). Esta alegria não se confunde com um estado de euforia ou com um sentimento de prazer passageiro. A alegria resultante da salvação não é um fim em si mesma, mas sim o contentamento que advém da transformação interior e da comunhão que o crente tem com Deus. É uma alegria espiritual profunda (Lc 1.46,47; At 16.34; 1Pe 4.13). Isto não significa de modo algum que o cristão esteja isento de passar por momentos difíceis na vida. Pelo contrário, até importa, diz Pedro, estar contristados com várias provações. Seu objetivo era preparar e encorajar o coração daqueles irmãos para os momentos de turbulência.

O homem sem Deus persegue sem sucesso algum tipo de alegria para a sua vida. Mas, alegria não pode ser achada; nós que somos achados por ela.

2. A fé que é provada.
As perseguições que os cristãos daquela época suportaram eram intensas devido ao compromisso com Cristo. Pedro tinha convicção disso, assim como sabia que a tendência da perseguição era aumentar com o tempo. Considerando que os valores de Cristo se contrastam com os do mundo, os discípulos de Jesus serão hostilizados e perseguidos sempre que se mantiverem fiéis aos ensinos do Mestre. Em nossos dias, apesar de possuirmos uma ampla liberdade religiosa, todo aquele que se submete ao senhorio de Cristo também é passível de ser hostilizado, perseguido ou tratado com indiferença. Apesar de tudo, não devemos nos sentir atemorizados, pois sabemos que Deus está conosco em qualquer circunstância. Além disso, o sofrimento do crente por causa do Evangelho é proveitoso. Em outras palavras, o sofrimento do cristão é uma forma de testar a sua fé. Assim como o ouro é provado e depurado pelo fogo, reluzindo ainda mais, a provação na vida do crente ajuda a remover as impurezas e redunda em louvor, honra e glória.

3. Cristo, o motivo da alegria cristã.
O júbilo do cristão está alicerçado em Cristo, mediante a fé (v.5). Ele é a razão da nossa alegria. Da mesma maneira que os destinatários da carta não chegaram a ver Jesus pessoalmente, mas o amavam e nEle se alegravam, assim somos nós. Enquanto o mundo valoriza e se satisfaz somente com aquilo que se pode ver e tocar, submersos nessa cultura materialista e hedonista, o jovem cristão exulta por causa da fé! Mas não se trata de um pensamento positivo, mas uma fé com firme fundamento e convicção profunda (Hb 11.1), que produz uma alegria inefável e repleta de glória.

Pense!
À luz das Escrituras, a alegria não é uma conquista, é uma dádiva. O ser humano pode forçar um sorriso, mas somente a graça de Deus proporciona contentamento ao coração.

Ponto Importante
A salvação não produz somente uma herança futura, mas também alegria presente. Então, desfrute-a!

III. A MARAVILHOSA SALVAÇÃO

1. O propósito da fé.
Apesar do contentamento que o cristão pode desfrutar nesta terra, o propósito central da fé é a salvação da alma (v.9). Os leitores da epístola, assim como nós, não poderiam perder o foco da redenção proporcionada por Cristo Jesus. Afinal, tanto no Velho quanto no Novo Testamento a doutrina da salvação ocupa um lugar especial nas Escrituras, tendo sido tratada de maneira diligente pelos profetas que falaram desta graça. É essencial, portanto, atentarmos para esta tão grande salvação, como bem alerta a Carta aos Hebreus (Hb 2.3). Isso significa valorizar a morte dolorosa e vicária de Cristo no Gólgota, assim como exercê-la com temor e tremor (Fp 2.12), com uma conduta digna de alguém que foi justificado e absolvido da condenação eterna.

2. A salvação é pela graça.
O verso 10 deixa transparecer que a salvação é pela graça (gr. charis). É esta benevolência da parte de Deus que possibilita ao homem ter os seus pecados perdoados e o nome escrito no Livro da Vida. O apóstolo Paulo também reforça esta verdade ao escrever: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8). A salvação, nesse sentido, não se deve ao mérito, às obras ou à capacidade do homem (Rm 11.6). A graça salvadora é uma bênção abrangente. Além de ser uma provisão do Senhor para com o indigno transgressor da sua lei (cf. Rm 3.9-26), ela convida, convence, e capacita o pecador a ir ao encontro de Cristo. Mas não se trata de uma força irresistível, como defende certo segmento religioso, até porque isso seria um contrassenso. A graça de Deus é uma oferta benevolente, cabendo ao pecador, de maneira voluntária, aceitá-la ou não.

3. A salvação profetizada.
Seguindo seu raciocínio, Pedro destaca que a vinda de Cristo era um cumprimento profético. As dores e a glória do Filho de Deus já haviam sido reveladas aos profetas, por meio do Espírito Santo. Com efeito, da mesma maneira que o sofrimento se cumpriu, a glória também há de ser efetivada. Esta confiança está alicerçada no fato de que a Palavra de Deus não volta vazia (Is 55.11).

Pense!
O crente não foi salvo para ser feliz. É feliz porque é salvo!

Ponto Importante
Apesar do contentamento que o cristão pode desfrutar nesta terra, o propósito central da fé é a salvação da alma.

CONCLUSÃO
Como aprendemos nesta lição, na primeira seção da sua carta, Pedro leva aos seus leitores uma mensagem de ânimo e confiança em Deus. Mesmo enfrentando perseguições, estes crentes podiam se lembrar da graça de Deus e continuar a viver conforme a sua vontade. “Desfrutem da alegria na esperança da salvação” é a mensagem de Pedro que ecoa na primeira seção da sua epístola. Assim como os irmãos daquela época, somos inspirados pela Palavra a encontrarmos a legítima alegria que advém da nova vida em Cristo. Em tempos de desânimo e desespero, os salvos têm razões para viver de maneira esperançosa e alegre.

ESTANTE DO PROFESSOR
Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004.

HORA DA REVISÃO

1. Como o apóstolo Pedro introduz a sua Carta?
Com um ato de gratidão, bendizendo a Deus por ter nos gerado novamente para uma viva esperança.

2. Quais as características da herança dos salvos?
Ela é incorruptível, incontaminável e não pode murchar (1.4).

3. Com o que a alegria decorrente da salvação não se confunde?
Não se confunde com um estado de euforia ou com um sentimento de prazer passageiro.

4. De acordo com a Primeira Carta de Pedro, qual o propósito da nossa fé?
A salvação da nossa alma (1.9).

5. Por que a graça de Deus é uma bênção abrangente?
Além de ser uma provisão do Senhor para com o indigno transgressor da sua lei (cf. Rm 3.9-26), ela convida, convence, e capacita o pecador a ir ao encontro de Cristo.

SUBSÍDIO

“Nascer de novo (1Pe 1.17-25)
Jesus quem disse isso primeiro: ‘Necessário vos é nascer de novo’ (Jo 3.7). Mas Pedro pode nos dar a melhor explicação, encontrada nas Escrituras, do impacto do nascer de novo. Em uma passagem curta e vigorosa, ele falou sobre o custo na nossa nova vida, da sua natureza e da diferença que ela faz. O ‘custo’ é o precioso sangue, o preço pago para que possamos ter uma nova vida. Por natureza, a nossa vida é imperecível. E a diferença que isso faz é tão grande quanto a diferença entre a noite e o dia.

J. B. Philips nos ajuda a compreender a natureza da nossa nova vida em sua paráfrase de 1 Pedro 1.23: ‘Deus nos deu a sua própria herança indestrutível’. A nossa vida é a própria vida de Deus, fundida permanentemente à nossa personalidade humana. Toda carne é como a erva, perecível. A nova vida que recebemos de Deus é permanente, uma fonte inesgotável de existência e vitalidade espiritual” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Devocional da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.964).

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