O que o cristão pode ou não pode fazer? - Se Liga na Informação





O que o cristão pode ou não pode fazer?

Compartilhar isso

Você escreveu perguntando se a mulher cristã pode tingir o cabelo quando este fica branco, e acredito até que muitas mulheres tenham esta dúvida. Mas perguntas do tipo "pode ou não pode" não têm fim, pois uma coisa puxa outra. Quer ver? Sem sair da questão de mudar a cor de alguma parte do corpo, poderíamos perguntar: Mulher pode tingir as unhas com esmalte? Pode tingir os lábios com batom? Pode tingir a pele com pós e cremes? Pode tingir ou pigmentar com tatuagem as sobrancelhas? Pode tingir os olhos com lentes de cores diferentes? Pode tingir a pele com bronzeamento? Pode fazer branqueamento dos dentes? Pode tingir o corpo usando sobre ele roupas de cores diferentes da pele? Pode tingir os pés usando meias coloridas?


O que você acha? Em que ponto devemos parar com uma lista assim? E alguém que perdeu o cabelo em uma parte do couro cabeludo decidir fazer tatuagem para disfarçar? Estaria pecando por não querer chamar atenção para sua calva? Ou pense numa mulher que usa peruca quando perde o cabelo em tratamento de quimioterapia? Ou uma que precisa fazer tratamento para descolorir manchas na pele?



Você só irá entender melhor a Palavra de Deus e o real significado do que é graça quando parar de pensar em forma de lista de "pode ou não pode". Quer dizer que pode tudo? Pode, mas tudo tem consequências, boas e ruins, e é por isso que a Palavra de Deus diz que nem tudo convém. Um cristão pode encher a cara? Pode, porque isso não o deixará menos salvo do que quando está sóbrio. Mas será bom se agir assim? Não. O aumento do nível de álcool em seu sangue fará com que perca a salvação? Só se a salvação dependesse do resultado do bafômetro.


Alguém que, mesmo salvo, insiste em encharcar seu organismo com substâncias enebriantes, e inclua aí qualquer coisa que mude seu estado mental e comportamental, só irá perder com isso. Deixará de ser um testemunho fiel para o Senhor, que poderá levá-lo embora por não ter mais utilidade aqui. E se ficar acabará sendo apenas um testemunho de sua própria tolice e falta de comunhão com o Pai.


Um verdadeiro salvo não perde a salvação, mas se ele pensar que isso seja uma licença para viver do jeito que bem entender, é muito provável que nunca tenha sido salvo. Um verdadeiro salvo não pensa como um cão, em termos de até onde pode esticar a corda da coleira, ou como uma mula, preocupada em até onde pode forçar as rédeas e o freio. Ele se sente feliz de poder agradar ao seu Pai e miserável quando falha nisso. O crente genuíno escuta quando o Senhor lhe diz:




"Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti. O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no SENHOR a misericórdia o cercará. Alegrai-vos no SENHOR, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que sois retos de coração." (Sl 32:8-11).


Depois de deixar claro que os cristãos foram salvos de uma vida de condutas pecaminosas, onde há inclusive uma lista incompleta dessas condutas, o apóstolo diz que agora eles já possuem tudo o que é necessário para a salvação, foram "lavados, santificados, justificados"


"Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus." (1 Co 6:10-11). 


Mas isto não quer dizer que seja impossível a um verdadeiro salvo pecar, pois ele ainda está em um corpo de carne sujeito a cair em pecado por atos ou pensamentos. Aos olhos de Deus e até dos homens ele pode não ser mais devasso, idólatra, adúltero, efeminado, sodomita, ladrão, avarento, bêbado, maldizente, roubador etc. Mas está propenso a cair em qualquer um desses pecados e sofrer consequências por isso.




Entenda que "ser" algo e "praticar" algo são coisas diferentes. Eu posso dar um soco em alguém num momento de raiva incontida, mas isso não faz de mim um pugilista. Ou eu posso levar para casa a caneta da firma onde trabalho — o que é o mesmo que roubar —, mas isso não me torna um ladrão profissional. Eu apenas agi como um, mas não sou um.


"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma. Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo." (1 Co 6:12-13).


Numa outra passagem a Palavra de Deus diz algo semelhante, mas lá associada à idolatria.


"Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou irritaremos o Senhor? Somos nós mais fortes do que ele? Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. Ninguém busque o proveito próprio; antes cada um o que é de outrem. Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da consciência." (1 Co 10:21-25).


Antes que você saia por aí quebrando imagens de Aparecida, saiba que a idolatria praticada no mundo pagão, como em Corinto, nada tinha a ver com Maria ou com os chamados santos católicos. Era adoração de demônios mesmo, como acontece em religiões de matriz africana, nas quais a ideia é oferecer sacrifícios a ídolos que representam demônios para evitar que eles fiquem irados e prejudiquem os mortais.


Mas existe uma idolatria mais sutil praticada por muitos cristãos, inclusive em igrejas neopentecostais que pregam o evangelho da prosperidade, que é a avareza ou amor às riquezas. Você já deve ter confessado a Deus pecados de natureza sexual ou violenta, mas alguma vez passou por sua cabeça confessar o pecado de querer ficar rico? Já pensou nisto enquanto estava na fila da lotérica?



Para as práticas, quaisquer que sejam, as que não convêm nunca irão fazer você perder a salvação, mas trarão consequências tanto para sua saúde quanto para seus relacionamentos e, o mais importante, para o seu testemunho. Se você já ouviu falar de "pecado para morte" isso é uma disciplina que Deus aplica àqueles que, mesmo estando salvos, já não servem para continuar vivendo aqui por causa de seu mau testemunho. Deus pode decidir tirar da terra um verdadeiro salvo que insiste em viver de maneira ofensiva ao testemunho de Deus.


Aprenda, de uma vez por todas, que a salvação não é pelas coisas que fazemos ou deixamos de fazer, mas apenas pela fé em Cristo e em sua obra: sua morte na cruz, sua ressurreição em carne e ossos e sua ascensão aos céus. Salvação não é uma recompensa por boa conduta, mas a anulação da pena por outro ter tomado o lugar do réu na condenação.


Se eu e você valorizarmos a obra de Cristo na cruz e aprendemos o quanto o Senhor sofreu para nos salvar, seremos mais seletivos em nossa maneira de pensar e agir para evitar desagradá-lo em alguma coisa. Se eu não puder fazer algo em nome do Senhor e para a glória de Deus, talvez seja melhor não fazer. Isso me faz lembrar de um irmão que, durante a refeição, recusou-se a encher novamente o prato dizendo: "Até aqui foi para a glória de Deus".


"E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai." (Cl 3:17). 


por Mario Persona 



Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)

Nenhum comentário:

Postar um comentário