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OPINIÃO: Deus prova-nos

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Será para nós aprendermos algo?



Por que razão vêm as provas à nossa vida? Há nelas algum propósito? Será para que os que estão à nossa volta observem o poder e a intervenção de Deus na nossa vida? Será para nós aprendermos algo?


O Salmo 27 constitui um hino eloquente à confiança em Deus na situação em que o justo se encontra em angústia e debaixo da pressão das tribulações.
Antes de mais precisamos de entender que os testes ou provas fazem parte da vida humana.
Na escola, para aferir o grau de conhecimentos dos alunos, no treino militar, de modo a preparar os soldados para o teatro de guerra, nos atletas, para os preparar fisicamente para a competição, nos doentes, para entender qual é realmente o seu mal e preparar o tratamento e até nos materiais, a fim de aferir o grau de resistência ou resiliência.

Para que servem então as provas na nossa vida?

Antes de mais para nossa aprovação. Se não formos provados nunca poderemos ser aprovados… É como num exame.
Depois, também servem para alargar os nossos limites. Em todas as provas, a intenção de Deus não é apenas que tomemos conhecimento dos nossos limites, mas especialmente que os possamos alargar.
Finalmente, para nos abrir novas oportunidades de crescimento e de aprendizagem, no sentido de adquirirmos maior resistência, experiência e maturidade, com vista a enfrentar futuras crises.

Alguns exemplos bíblicos

Deus provou Abraão, pedindo-lhe o filho da promessa, Isaque, nascido tardiamente e de forma sobrenatural, contra toda a tradição hebraica e a revelação até aí recebida da parte de Iavé. Mas a prontidão do patriarca e a sua obediência comprovaram a sua fé: “E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui” (Génesis 22:1).
Deus provou Moisés através do processo de libertação do povo hebreu, desafio face ao qual o neto do antigo faraó se sentia completamente incapaz. Ainda tentou resistir mas acabou rendido ao apelo de Deus.
Deus provou Elias no Monte Carmelo contra 400 profetas do deus Baal, que a pérfida rainha Jezabel havia introduzido em Samaria, levando a nação de Israel a afastar-se do Deus de seus antepassados. Mas provou-o igualmente depois da retumbante vitória sobre a idolatria fenícia, quando Elias fugiu para não ser assassinado.
Deus provou João Baptista perante um fraco rei manipulado por uma mulher diabólica que exigiu a sua cabeça.
Deus provou Paulo que suportou maus-tratos e perseguições ao longo do seu ministério: “São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez” (2 Coríntios 11:23-27).
Deus até provou Jesus no Gólgota, que exclamou, em plena agonia, o desejo de não beber aquele cálice tão amargo, se fosse possível, mas não era.
Até Deus se coloca à prova a si mesmo, não para ser aprovado (pois é perfeito) mas para nos mostrar o seu amor: “Mas Deus prova o seu amor para connosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).
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Vejamos alguns princípios espirituais, no referido Salmo 27: confiança absoluta em Deus (v 1), ausência de medo (v 3), entrega da sua vida a Deus (v 4), disposição para caminhar com Deus e aprender dele (v 11), testemunho (v 14).
Jesus disse aos seus discípulos: ”No mundo tereis aflições…” Há provas a que nós próprios nos submetemos, e há outras a que somos submetidos. Num caso ou noutro, o resultado final é sempre lucrativo, na medida em que pusermos em prática estes princípios.
Entremos na presença do Senhor, numa atitude de gratidão pelas provas da nossa vida, que são difíceis de suportar, mas que sempre, sempre redundam em bênção e crescimento. Tomemos como inspiração o apóstolo Paulo, que encontrava nas tribulações motivos para nos gloriarmos: “Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, que são a vossa glória” (Efésios 3:13).
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Nasceu em Lisboa (1954), é casado, tem dois filhos e um neto. Doutorado em Psicologia, Especialista em Ética e em Ciência das Religiões, é director do Mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona, em Lisboa, coordenador do Instituto de Cristianismo Contemporâneo e investigador.

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