A origem do pecado - Se Liga na Informação






Por Wagner Cidral
INTRODUÇÃO
A questão da origem do pecado é sempre um assunto muito peculiar que passa pela mente dos homens desde os primeiros séculos, desde os mais comuns e também dos teólogos, filósofos, pastores e membros de igrejas cristãs em todo o mundo. As perguntas são as mais variadas; O que é o pecado? Porque o pecado existe? Quem é o autor do pecado? Como o pecado afetou uma geração que vive a mais ou menos 6 mil anos depois da vida de Adão e Eva e etc. Nem todos possuem uma definição concreta de pecado, e os que possuem, parecem ter formas diferentes de olhar para o assunto. Diferentes visões surgiram para definir como o pecado entrou no mundo, ou se o pecado já existia antes da criação; ou somente após o homem ser criado e ter desobedecido a Deus.
Para Robert Jenson, grande teólogo Luterano da América Central, define:
A única definição possível de pecado é que pecado é o que Deus não quer que seja feito.  Assim, se nós não ajustarmos contas com Deus, não estaremos aptos a lidas com esse conceito: sem reconhecer Deus, podemos – talvez não por muito tempo – falar de maneira significativa de erro e até mesmo de crime, mas não de pecado.[1]
Para Michael Horton “o pecado é um crime cometido contra uma pessoa, e não apenas um princípio; no entanto, a lei que é transgredida é a vontade de um Senhor pessoal que instituiu o relacionamento.[2] ” Portanto, é necessário ter um conhecimento amplo (não completo) do próprio ser de Deus, seus atributos e sua santidade; então é por esse conhecimento que somos envergonhados acerca sobre o peso do nosso pecado, sua origem e demais derivações na vida humana. Não se pode falar em pecado; se não conhecemos a Deus; pois então seria apenas definido como quebra de regras.
Barth fala da origem do pecado como o mistério da predestinação.[3] João Calvino demonstra em seu livro II das Institutas da religião que a doutrina do pecado é uma das mais importantes da teologia, pois esta doutrina ressalta a condição que o homem está em função da queda, demonstra a impossibilidade de agradar a Deus e que sozinho não pode fazer nada para alterar a realidade de sua situação diante do Todo Poderoso.[4]
De fato, o pecado a qual conhecemos, é tudo o que quer que seja, pensamento, ações ou atitudes, que não condiz com o Santo caráter de Deus. E nessa linha de primeiramente saber o que é o pecado e suas aplicações e onde este teve sua origem, será o tema desta obra. Passando considerar a origem do pecado, o significado no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento e seus conceitos. Pois, não entendendo o Pecado e sua origem, pouco saberemos e nos maravilharemos quando soubermos da Graça de Deus ao enviar o seu Filho Jesus Cristo como bem colocou o apostolo Paulo em Romanos 3:23-26:
Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus apresentou como propiciação, no seu sangue, mediante a fé. Deus fez isso para manifestar a sua justiça, por ter ele, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos, tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, a fim de que o próprio Deus seja justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.[5]
Para Calvino no Capitulo I.I das Institutas da Religião Cristã o conhecimento de Deus e de nós mesmos (caídos no pecado) é de suma importância:
Especialmente essa ruína miserável em que nos lançou o erro do primeiro homem obriga-nos a olhar para cima, não só para que, em jejum e famintos, busquemos ao que nos falta, mas também para, despertados pelo medo, aprendermos a humildade. Pois como se encontra no homem todo um mundo de misérias, desde que fomos despojados do ornamento divino, uma nudez vergonhosa revelou-nos uma grande quantidade de opróbrios.[6]
Todos pecam e precisam da glória de Deus para justificação dos mesmos, e dado tais assuntos, veremos onde o pecado originou-se; se Adão foi de fato o primeiro homem pecador, ou se o pecado já existia antes da queda; e se por ventura a condição de criatura está ligada com o seu pecado.  
Não há dúvidas que um conceito bem embasado na origem do pecado, nos levará a fechar algumas questões, como compreensão daquilo que somos e fizemos em Adão perante Deus. Mas o trabalho aqui não pretende fechar e determinar de uma vez por todas de onde originou-se o pecado, sendo que, nem os maiores teólogos de todos os tempos, definiram de vez uma questão tão delicada quanto a esta. Para este trabalho, a origem do pecado se dará na visão reformada, apontando algumas filosofias e visões sobre o tema que surgiram nos primeiros séculos como pelagianismo, semi-pelagianismo e arminianismo.
1 DEFINIÇÃO DE PECADO NO A.TESTAMENTO E NOVO TESTAMENTO
Na Bíblia, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento, existem vários termos que são empregados para se referir ao pecado, e cada uma delas possui um significado diferente. Pois, é de suma importância entender que esses termos algumas vezes são utilizados para se referir ao mal no seu sentido mais genérico, como por exemplos algum mal físico como uma doença, pragas e etc. porem mesmo esse mal genérico seja resultado e consequência do pecado que fora punido pelo pecado original.
PALAVRAS HEBRAICAS: [7]
1. חטא – Hatta’th, significa algo como “desviar do caminho”, “errar o alvo”, no sentido de um erro ou desvio deliberado;
2. עוון – ‘Avel e ‘Avon, designa um tipo de “falta de integridade”, “desonestidade”, “iniquidade” ao afastar-se intencionalmente do caminho da justiça;
3. פשע – Pesha’, transmite a ideia de revolta e rebelião contra uma autoridade legitima, algo como uma “quebra da aliança”;
4. אשאח – Rasha’, significa “maldade”, implicando sempre no sentido de “culpa moral” ao fugir impiamente das regras estabelecidas;
5. עבירה – “Aveirá” Ofensa, transgressão de um limite moral, pecado esporádico ocorrido com a intenção de pecar deliberadamente, premeditação, sabendo das consequências da transgressão, mas que ainda aceita a soberania de Deus.
Alguns exemplos usados com essas palavras:
Êxodo 32:33 com חטא – Hatta’th – ויאמר יהוה אל משה  מי אשר חטא לי אמחנו מספרי
Então disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro.
Êxodo 20:5 com עוון – ‘Avel e ‘Avon – לא תשתחוה להם ולא תעבדם כי אנכי יהוה אלהיך אל קנא פקד עון אבת על בנים על שלשים ועל רבעים לשנאי
Não te encurvarás a elas nem as servirás: porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.
2 Crônicas 21 : 8 com פשע – Pesha – בימיו פשע אדום מתחת יד יהודה וימליכו עליהם מלך
Nos seus dias se revoltaram os edomitas contra o mando de Judá, e constituíram para si um rei.
PALAVRAS GREGAS: [8]
1. αμαρτια – Harmatia, essa é a palavra mais abrangente para pecado no Novo Testamento e na Septuaginta, e significa um desvio do caminho da justiça;
2. Ἀδικία – Adikia, “injustiça”;
3. ανομος – Anomos, usada para se referir aquele que transgrede a Lei; 4. παραπτωμα – Paraptoma, algo como “uma ofensa ou transgressão deliberada”;
5. Πόνερος – Poneros, geralmente refere-se a “iniquidade moral”; etc.
No Novo Testamento as duas palavras mais utilizadas são Harmatia que significa desvio do caminho e Anomos que é usada para transgressão da Lei.
Exemplo com Harmatia αμαρτια – Tiago 4:17 – ειδοτι ουν καλον ποιειν και μη ποιουντι αμαρτια αυτω εστιν[9]
Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando.
Exemplo com Anomos, ανομος – Mateus 7: 23 – και τοτε ομολογησω αυτοις οτι ουδεποτε εγνων υμας αποχωρειτε απ εμου οι εργαζομενοι την ανομος[10]
Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a negação da lei.
2 BREVE INTRODUÇÃO A DOUTRINA À HAMARTIOLOGIA
A doutrina aqui apresentada é conhecida como Hamartiologia, que do original grego transliterado que dizer hamartia (αμαρτια) = erro, pecado + logos = estudo), como sugere o próprio nome, é a ciência que estuda o pecado e as suas origens e consequências, ou o estudo sistematizado daquele tema (pecado).[11]
Os teólogos nem sempre concordam entre si quanto a quais são os aspectos gerais, essenciais e tangenciais do pecado. Segundo Robert Culver, autor de uma sistemática bíblica e histórica, diz que a Bíblia não revela claramente como o mal, em termos morais, originou-se, seja na queda de Adão no Éden ou nos céus. Embora saibamos que o pecado entrou no mundo pela humanidade. Porém CULVER afirma corretivamente para que não nos venha preocupação que:
Frente as tais dificuldades, precisamos humildemente reconhecer que as mesmas Escrituras Sagradas que são suficientes para a vida e santidade também estabelecem limites à especulação sobre certas questões doutrinárias, e pedem que aceitemos os fatos da revelação de que dispomos quer sejam agradáveis que não. [12]
Diante das dificuldades do estudo da doutrina deve-se atentar que a Bíblia apresenta, mesmo que sem pretensão, que a tentativa de investigar a origem do pecado, deve ser pelo caminho do exame de Gênesis 3 e fixar toda a atenção em algo que aconteceu no mundo angélico. Esses fatos não se deram por acaso, e os caminhos das pedras devem ser considerados como trabalho árduos de antecessores, pais da igreja, que foram gerando perguntas e respostas para tal questão.[13] Contanto sempre sabidos de que as profundezas do coração do homem, sem a consciência de quem somos perante Deus, traz o dever de tatear alguns assuntos sobre o tema, para que se chegue à conclusão que o assunto não resolverá nenhum problema apenas adicionando exclamações como fez Davi em Salmos 19.12: “Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço.[14]
Segue-se o estudo com o coração contrito ao próprio Deus que sonda os corações daqueles que o temem.
3 A ORIGEM DO PECADO
Como dito na introdução deste trabalho, o problema da origem do pecado sempre foi considerado um dos mais profundos problemas e tema de debate na filosofia e na teologia. Louis Berkhof, teólogo reformado do século XX vai dizer que é “um problema que se impõe naturalmente à atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e universal, é uma doença sempre presente na vida em todas as manifestações desta, e é matéria da experiência diária na vida de todos os homens. [15]
O pecado entrou na humanidade a partir do Éden, através de um ataque de Satanás, que levou Adão e Eva a questionarem a Palavra de Deus e a confiarem na sua própria capacidade de discernir o bem e o mal. Porém, antes disso, o próprio satanás rebelou-se contra Deus e tornou-se mal em suas atitudes e escolhas. A Bíblia não se propõe a falar tão claramente de satanás, mas podemos ver por toda a escritura a sua ação desde o Jardim do Éden. Vejamos Gênesis 3.1-7:
Mas a serpente, mais astuta que todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: — É verdade que Deus disse: “Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim”? A mulher respondeu à serpente: — Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Vocês não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer. ” Então a serpente disse à mulher: — É certo que vocês não morrerão. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu; e deu também ao marido, e ele comeu. Então os olhos de ambos se abriram; e, percebendo que estavam nus, costuraram folhas de figueira e fizeram cintas para si.[16]
Então pode-se dizer que a origem do pecado não estava no em Adão e Eva, criaturas criadas por Deus, mas sim em satanás. BAVINCK corrobora” A entrada do pecado se dá por meio da mentira da serpente. ”[17] Para Bavinck, a queda não é simplesmente um esforço humano para alcançar poder cultural como meio de se tornar independente de Deus. Ele defende que o objetivo da narrativa da “queda” em Gênesis é apontar para o desejo humano de se tornar independente de Deus. Este derivado pela tentação de Satanás. Conhecer o bem e o mal e se tornar o determinador do bem e do mal. É decidir por si mesmo o que é certo e o que errado e não se submeter a uma lei externa. Em resumo, Bavinck diz que a busca do conhecimento do bem e do mal é desejar emancipação de Deus, é querer ser “como Deus”, e esse foi o erro que fez o pecado entrar no mundo, por meio de Adão e Eva que caírem nas falácias da Serpente que é satanás.
A narrativa bíblica não aponta qual a origem da “serpente” ou do próprio mal segundo Culver. Para ele, a maldade evidentemente originou-se em um outro período e espaço probatório e queda pela qual não havia nenhum tipo de tentador, consequentemente ali nesse espaço não poderia haver redenção.  Ele completa seu pensamento dizendo que:
Não faltam críticos e comentaristas sugerindo a necessidade da existência do tentador para que pudesse haver prova. Necessário ou não, ele estava lá, e qualquer doutrina da providencia se sentirá obrigada a insistir que a serpente estava lá pelo intento divino tanto quanto as duas arvores que figuram de forma tão proeminente. A serpente estava tão presente no jardim do Éden por plano divino quanto Judas Iscariotes fazia parte do grupo apostólico do Senhor. [18]
A igreja primitiva também pensava de forma semelhante. Para os primeiros pais da igreja a definição da origem do pecado foi de forma gradual, sempre ponderando os pontos bíblicos, filosóficos verdadeiros e negando os exageros e heresias que surgiam no crescimento e consolidação dessa doutrina. Hodge diz que para os pais da igreja, a luta foi grande por negar que o pecado era apresentado como um mal necessário; e que a origem está em uma causa independente de Deus e acima do controle da criatura, então a Igreja foi desafiada a negar tais erros e a declarar que “o pecado não era nem necessário nem eterno, senão que tinha sua origem no livre-arbítrio das criaturas racionais”. [19]
Contra toda as heresias que viriam, a igreja na luta contra, foi levada a exaltar a liberdade e a capacidade do homem, a fim de manter a doutrina essencial. Sendo assim o homem culpado pelo pecado, e toda consequência caindo sobre este. A tradição da igreja segundo a Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã editada por Walter A. Elwell diz que:
A origem do pecado realmente é um ministério e está ligada com o problema do mal. A história de Adão e Eva não nos oferece uma explicação totalmente satisfatória do pecado nem do mal, mas certamente lança luz sobre a dificuldade humana universal(…). Apenas afirma que essa história nos conta que antes do pecado humano havia o pecado demoníaco que forneceu a ocasião para a transgressão humana. A Teologia Ortodoxa, tanto católica como protestante, fala de uma que dos anjos antes da queda do homem, atribuída ao abuso do dom divino da liberdade.[20]
A Escritura pouco relata o surgimento do mal na vida de satanás, encontra-se em poucas passagens vestígios da origem. O Novo Testamento fala disso em dois lugares. Na segunda carta de Pedro 2:4 diz que “Deus não poupou a anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, prendendo-os em abismos tenebrosos a fim de serem reservados para o juízo”.[21] Apontando então o Apostolo Pedro para a origem do mal ter sido nos corpos celestiais.
 Na carta de Judas versículo 6 também diz “quanto aos anjos que não conservaram suas posições de autoridade, mas abandonaram sua própria morada, ele os tem guardado em trevas, presos com correntes eternas para o juízo do grande Dia”. [22] Tanto 2 Pedro como Judas nos dizem que alguns anjos se rebelaram contra Deus e se tornaram oponentes hostis à sua palavra. O pecado deles parece ter sido o do orgulho, a recusa em aceitar seu lugar designado, pois eles como o próprio Judas disse “não conservaram suas posições de autoridade, mas abandonaram sua própria morada”. Então a ênfase recai sobre o fato de que eles são removidos da glória da presença de Deus; sendo assim os primeiros a pecarem ou dar origem ao mal. Para Santo Agostinho, o pecado é “o que é dito, feito ou desejado contra a lei eterna.[23]
Alguns teólogos como Wayne Grudem fazem referência a uma queda de Satanás em Isaías 14. Conforme Isaías descreve o juízo de Deus sobre o rei da Babilônia (um rei humano, terreno), ele chega à seção onde começa a usar uma linguagem que parece forte demais para referir-se meramente a um ser humano afirma Grudem. [24] A passagem de Isaías 14:12-15 diz:
Veja como você caiu do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Veja como foi lançado por terra, você que debilitava as nações! Você pensava assim: “subirei ao céu, exaltarei o meu trono acima das estrelas e me assentarei no monte da congregação, nas extremidades do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.[25]
Essa linguagem de subir ao céu e assentar-se no trono acima das estrelas e dizer “serei semelhante ao Altíssimo” sugere enfaticamente a rebelião de uma criatura angélica de grande poder. Para o autor Grudem, não seria incomum para a linguagem profética hebraica passar das descrições de eventos humanos para descrições de eventos celestiais que lhes são paralelos e que os eventos da terra ilustram de modo limitado. Se assim for, então o pecado de Satanás é descrito como orgulho e tentativa de ser igual a Deus em posição e autoridade.[26]
Para Norman Geisler, o poder de livre-escolha moral acarreta a capacidade tanto de escolher o bem que Deus designou par nós quanto de rejeitá-lo. A última é chamada mal. É bom ser livre, mas a liberdade torna o mal possível. Se Deus fez criaturas livres e se é bom ser livre, então a origem do mal está no uso indevido desta liberdade. Isto não é difícil de entender. Todos nós desfrutamos a liberdade de dirigir, mas muitos abusam dessa liberdade e dirigem imprudentemente. Todavia, não devemos culpar o governo de conceder carteira de motorista só porque alguns fazem mal-uso do carro. Os que matam outros por dirigir irresponsavelmente são responsáveis pelo que aconteceu. Lembre-se: o governo que deu a permissão para dirigir também estabeleceu leis sobre como dirigir de maneira segura.[27]
Da mesma forma, Deus é moralmente responsável por dar a boa coisa chamada livre-arbítrio a Adão e Eva, mas não é moralmente responsável por todos os males que fazemos com nossa liberdade. Salomão esclarece isso muito bem: “Assim, cheguei a esta conclusão: Deus fez os homens justos, mas eles foram em busca de muitos problemas. ”[28] O fato da liberdade é algo bom, embora alguns atos da liberdade sejam maus. Deus é a causa do primeiro, e nós, a causa dos últimos.[29]
Dado que vimos apontamentos para a origem do pecado e do mal foram antecessores do que o pecado do homem, por Satanás e seus anjos partiremos para a origem do pecado em si na vida da humanidade, a qual então por meio de Adão e Eva entraram na vida cotidiana. Calvino define o pecado original (na vida humana) como “uma depravação e corrupção hereditária de nossa natureza, difundida em todas as partes da alma, que primeiramente nos torna sujeitos à ira de Deus e depois também produz em nós aquelas obras que a Escritura chama de ‘obras da carne”.[30]
O artigo XV da Confissão Belga diz:
Cremos que, pela desobediência de Adão, o pecado original se estendeu por todo o gênero humano. Este pecado é uma depravação de toda a natureza humana e um mal hereditário, com que até as crianças no ventre de suas mães estão contaminadas. É a raiz que produz no homem todo tipo de pecado. Por isso, é tão repugnante e abominável diante de Deus que é suficiente para condenar o gênero humano. Nem pelo batismo o pecado original é totalmente anulado ou destruído, porque o pecado sempre jorra desta depravação como água corrente de uma fonte contaminada. O pecado original, porém, não é atribuído aos filhos de Deus para condená-los, mas é perdoado pela graça e misericórdia de Deus. Isto não quer dizer que eles podem continuar descuidadamente numa vida pecaminosa. Pelo contrário, os fiéis, conscientes desta depravação, devem aspirar a livrar-se do corpo dominado pela morte (Romanos 7:24). Neste ponto rejeitamos o erro do pelagianismo, que diz que o pecado é somente uma questão de imitação.[31]
Segundo o que lemos, vê-se que o pecado original se deu pela desobediência de Adão como já lido em Gênesis 3.1-7. Adão é o cabeça da humanidade, e tendo então ele caído, toda a sua descendia tornou-se uma raça caída. O homem nasce trazendo consigo a semente adâmica e seu DNA, a natureza caída. Ao vermos uma criança fazer algo de errado, não é necessário que um ser humano a ensinasse a pecar, mas a sua própria natureza já nasce corrompida, combatendo assim o pensamento pelagianista a qual foi visto no artigo acima. Cada novo ser humano, traz dentro de si a semente do pecado, e com o passar dos anos isso se multiplicará. Mas foi em Adão que se transmitiu a toda a sua descendência todo o pecado.
O salmista em Salmos 51:5 reconheceu esse fato: “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe”.[32] Assim como um importante texto luterano na Confissão de Augsburg, artigo 2 ensina:
Ensina-se, […] que depois da queda de Adão todos os homens naturalmente nascidos são concebidos e nascidos em pecado, isto é, que desde o ventre materno todos estão plenos de concupiscência e inclinação más, e por natureza não podem ter verdadeiro temor de Deus e verdadeira fé em Deus.[33]
Segundo a Confissão de Westminster atribui muitos pontos e corrobora com os pensamentos citados acima. No capítulo XI intitulado “Da queda do homem, do pecado e do seu castigo” diz:
I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo Conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória. Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.
II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma. Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15; Rom.3:10-18.
III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3; João3:6. IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais. Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-3; Mat. 15-19. V. Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e, embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, é real e propriamente pecado. Rom. 7:14, 17, 18, 21-23; Tiago 3-2; I João 1:8-10; Prov. 20:9; Ec. 7-20; Gal.5:17. VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias espirituais, temporais e eternas. I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39; Mat. 25:41; II Tess. 1:9.[34]
Pode-se observar que é um resumo, e que atribui o primeiro pecado a astucia e a tentação de Satanás. Por meio do ato de Satanás, foi que foram tentados Adão e Eva comendo do fruto proibido. Então por meio desse pecado, desobediência, que por meio permissivo do próprio Deus, havendo Deus como diz o texto, determinado ordená-lo, para a sua própria Glória permitiu o homem pecar. Fazendo nossos primeiros pais, os primeiros a serem tentados e tornaram como raiz de todo homem e transmissores do pecado. Como diz Paulo na carta ao Romanos no capitulo 5:12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram”. [35]
Todo a origem do pecado na humanidade foi então por um ato de Adão e Eva, e se culminou no ato de comer do fruto, primeiro por Eva e depois por Adão como relata Gênesis 3.6b: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu; e deu também ao marido, e ele comeu”.[36] Visto que o homem caiu na tentação ao ser atraído e seduzido pelo próprio desejo. É como retrata Tiago 1.14 em sua carta dizendo que “depois do desejo, tendo sido concebido, dá à luz ao pecado.[37] “
Robert Culver diz que o coração se corrompeu antes mesmo de a mão ter colhido do fruto ou ter passado pelos lábios de Eva e para a mão e boca de Adão. O homem caiu em uma determinação fundamental por meio da qual ele fez a escolha suprema pelo ego ao invés de se pôr obediente a Deus.[38]
São Tomás de Aquino, pensador que deu grande contribuição para a história da Igreja, afirma na Suma Teológica que: “muitos dos nossos contemporâneos perguntam: se é verdade que Deus existe, como é possível que permita o mal?” [39] Pedro Severino diz que Tomas de Aquino nos aconselha que “é necessário fazer-lhes compreender que o mal é a privação do bem devido, e o pecado é a aversão do homem a Deus fonte de qualquer bem”[40]
A gravidade do primeiro pecado diz J.D Douglas em sua organização do Dicionário Bíblico diz que a gravidade do primeiro pecado aparece no fato que o mandamento violado era a síntese exibida da autoridade, da bondade, da sabedoria, da justiça, da fidelidade e da graça de Deus. E a transgressão disso tudo, significou o repudio à autoridade de Deus, a Sua bondade, a disputa acerca de Sua sabedoria, a respeito de Sua justiça, a contradição contra a Sua veracidade, e o desprezo de sua graça. Para Douglas, em todos os aspectos possíveis da perfeição de Deus, o pecado que o homem cometerá era exatamente a contradição de todos os bens que Deus havia lhe concedido. [41]
Santo Agostinho, talvez seja o filósofo que mais refletiu e enfatizou as
consequências do pecado original, e, por isso, o conceito, tal como o conhecemos hoje, foi elaborado por ele que definia o pecado como o que é dito, feito ou desejado contra a lei eterna, entendendo por lei eterna a vontade divina, cujo fim é conservar a ordem no mundo e fazer o homem desejar, cada vez mais, o bem maior e cada vez menos o bem menor. Sobre essa questão, em sua obra A natureza do bem, afirma que, “o pecado não consiste no apetecer uma natureza má, e sim na renúncia de outra, superior, de sorte que o mal é essa mesma preferência, e não a natureza de que abusa ao pecar. O pecado consiste, portanto, em usar mal o bem”.[42]. Agostinho sustenta que o homem criado primeiramente era livre, e o seu dever era fazer o bem, e caso isso não acontecesse, ele que seria o responsável e sofreria das consequências. Então, a responsabilidade pela prática do mal, ou seja, o pecado é da responsabilidade do homem, que escolhe agir livremente. Pela Bíblia essa foi a situação de Adão quando cometeu o pecado original. Robert Culver diz:

Ora, é preciso reconhecer: a alma fica impressionada pela vista de objetos, sejam superiores, sejam inferiores, de tal modo que a vontade racional pode escolher entre os dois lados o que prefere. E será conforme o mérito dessa escolha que se seguirá para ela o infortúnio ou a felicidade. Assim, no paraíso terrestre, havia como objeto percebido: vindo do lado superior, o preceito divino, e vindo do lado inferior, a sugestão da serpente. Pois nem o que o Senhor ia prescrever, nem o que a serpente ia sugerir foi deixado ao poder do homem. Contudo, ele estava certamente livre de resistir à vista das seduções inferiores, pois o homem tendo sido criado na sanidade da sabedoria achava-se isento de todos os liames que dificultavam a sua escolha.[43]
O pecado fez o homem sair da presença de Deus, se esconder de Deus, e como diz em Romanos, o homem agora estava morto em delitos e pecados, porem ao passo em que Deus “procura” o homem no jardim do Éden é ato de graça para com Ele. Como diz John Piper em seu livro “Pecados Espetaculares”, sobre uma abordagem clara da relação entre o pecado do homem e a soberania de Deus; mostram a gloria de Cristo e seus propósitos no primeiro pecado de Adão.
A glória de Cristo é o principal proposito que Deus tinha em mente quando permitiu o pecado de Adão, e, com isso, a queda de toda humanidade no pecado… O Fato de Deus não ter impedido o pecado, significa que ele tem uma razão, um proposito para isso. E ele não faz os seus planos a medida que opera…, Portanto, o pecado de Adão e a que da raça humana com ele no pecado e na miséria não foram surpresa para Deus. É Parte de seu plano global visando em tudo isso revelar a plenitude da glória de Deus Cristo.[44]
A confissão Helvética de 1566, relata todo o processo do pecado na vida então dos primeiros pais. Considerando:
A queda do homem. Desde o início foi o homem Por Deus criado à imagem de Deus, em justiça e santidade de verdade, bom e reto, mas, por instigação da serpente e pela sua própria culpa, ele se afastou da bondade e da retidão e tornou-se sujeito ao pecado, à morte e a várias calamidades. E qual veio ele a ser pela queda – isto é, sujeito ao pecado, à morte e a várias calamidades – tais são todos os que dele descenderam. Por pecado entendemos a corrupção inata do homem, que se comunicou ou propagou de nossos primeiros pais, a todos nós, pela qual nós – mergulhados em más concupiscências, avessos a todo o bem, inclinados a todo o mal, cheios de toda impiedade, de descrenças, de desprezo e de ódio a Deus – nada de bom podemos fazer, e, até, nem ao menos podemos pensar por nós mesmos. Além disso, à medida que passam os anos, por pensamentos, palavras e obras más, contrárias à lei de Deus, produzimos frutos corrompidos, dignos de uma árvore má (Mat 12,33 ss). Por essa razão, sujeitos à ira de Deus, por nossas próprias culpas, estamos expostos ao justo castigo, de modo que todos nós teríamos sido por Deus lançados fora, se Cristo, o Libertador, não nos tivesse reconduzido.
A partir de buscar respostas para os propósitos divino, afim de desvendar o mistério da origem do mal; o cristianismo através da história, por teólogos, historiados, pastores, papas e etc. desde os primeiros séculos foram tomando suas afirmações sobre o assunto e será abordado nos próximos capítulos tais temas na história. Mas a majoritária afirmação de variados teólogos tem sido esta que o pecado se originou antes da queda e que Satanás foi o seu propulsor e nele que nasceu a infame desobediência e com isso expulso dos céus, e por meio da serpente atingiu ao homem no Éden. Foi por instigação da serpente e pela sua própria culpa, que ele se afastou da bondade que Deus lhe concedia assim como da sua retidão como afirma a confissão Helvética.  Diferente como muitos falam, Deus não é o autor do mal e do pecado. E por isso dedicaremos algumas páginas nesse assunto antes das afirmações de teólogos e filósofos na história.
3.1 DEUS NÃO É O AUTOR DO PECADO
Embora já visto em alguns pontos aqui tratados, pode vir a surgir a seguinte pergunta; Se Deus é soberano, e criou tudo perfeito, quem é o Autor do Pecado? Quem é o autor do Mal? Deus foi pego de surpresa? A Confissão de Fé de Westminster tem por reposta dizer que Deus não é autor do pecado.
Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas. (Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João 19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34)[45]
Vemos que as afirmações mostram uma visão especifica da relação que Deus tem com o pecado. Esses decretos estão todos inclusos na ordenação livre e imutável de Deus, e ao mesmo tempo em que Deus não é o autor do pecado. Para Gregor Wright Deus é a primeira causa de tudo o que acontece, incluindo todos os males, porque como Criador, Deus é a causa primaria de tudo o que acontece. Nas causas secundarias, são as últimas coisas que na sequência dos eventos determinados por Deus como Satanás, Adão e toda a humanidade, recebem a autoria do pecado. Gregor diz “O Pecador, não Deus, é o autor do pecado pela mesma razão que um pai não é o autor do livro de seu filho”.[46]  
Para João Calvino “Primeiro, deve ser observado que a vontade de Deus é a coisas que acontecem no mundo; e toda vida, Deus não é o autor do mal”.[47] Porque para ele a causa imediata é uma coisa, e a causa remota é outra. Para Calvino, Deus não é autor do mal. Não é da vontade de Deus criar o mal, mas meramente permiti-lo. [48] Na Confissão Belga no artigo XIV diz:
Cremos que Deus criou o homem do pó da terra, e o fez e formou conforme sua imagem e semelhança: bom, justo e santo, capaz de concordar, em tudo, com a vontade de Deus. Mas, quando o homem estava naquela posição excelente, ele não a valorizou e não a reconheceu. Dando ouvidos às palavras do diabo, submeteu-se por livre vontade ao pecado e assim à morte e à maldição. Pois transgrediu o mandamento da vida, que tinha recebido e, pelo pecado, separou-se de Deus, que era sua verdadeira vida. Assim ele corrompeu toda a sua natureza e mereceu a morte corporal e espiritual. (Rm 5:12-14,19. Rm 3:10. Jó 14:4; Sl 51:5; Jo 3:6. Ef 2:3)[49]
Michael Horton: “Deus não é o autor do pecado, uma vez que ele não é o seu causador ou o que o traz à tona”[50] Porém Horton, na página seguinte afirma que é necessário um equilíbrio entre duas visões afirmando que “a teologia confessional reformada é obrigada a manter juntas duas teses aparentemente conflitantes: Deus decretou tudo o que vai acontecer, embora isso, de modo algum, infrinja na liberdade de suas criaturas”.[51]
Para Louis Berkhof já fica mais definido e de fato ele não aceita que Deus possa até mesmo ser cogitado como autor do pecado. Berkhof diz:
O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faca de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta ideia é claramente excluída pela Escritura. “Longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-poderoso o cometer injustiça”, Jó 34.10. Ele é o santo Deus, Is 6.3, e absolutamente não há falta de retidão nele, Dt 32.4; Sl 92.16. Ele não pode ser tentado pelo mal, e Ele próprio não tenta a ninguém, Tg 1.13. Quando criou o homem, criou-o bom e à Sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, e em Cristo fez provisão para libertar do pecado o homem. À luz disso tudo, seria blasfemo falar de Deus como o autor do pecado. E por essa razão, todos os conceitos deterministas que representam o pecado como uma necessidade inerente à própria natureza das coisas devem ser rejeitados. Por implicação, eles fazem de Deus o autor do pecado e são contrários, não somente à Escritura, mas também à voz da consciência, que atesta a responsabilidade do homem. ” [52]
Berkhof então afirma que Deus não pode cometer perversidade e injustiça, pelo fato dEle ser santo e que não pode ser tentado pelo mal.  A Bíblia é clara ao dizer que Deus é moralmente perfeito e que lhe é impossível pecar como em Hebreus 6:18 “Ele fez isso para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, nós, que já corremos para o refúgio, tenhamos forte alento, para tomar posse da esperança que nos foi proposta”.[53] Ao mesmo tempo, sua absoluta justiça exige que ele puna o pecado. Este juízo assume ambas as formas: temporal e eterna como é visto em Mateus 25:41 “Então o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: “Afastem-se de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”[54]E também em Apocalipse 20: 12-15:
Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros.  O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.  Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.  E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo.[55]
No Catecismo de Heidelberg possuem perguntas para o tema indagando, “Mas Deus criou o homem tão mal e perverso?[56] ” E a resposta é direta e com referências bíblicas dizendo:
Não, Deus criou o homem bom (1) e à sua imagem (2) , isto é, em verdadeira justiça e santidade, para conhecer corretamente a Deus seu Criador, amá-Lo de todo o coração e viver com Ele em eterna felicidade, para louvá-Lo e glorificá-Lo.  (1) Gn 1:31. (2) Gn 1:26,27. (3) 2Co 3:18; Ef 4:24; Cl 3:10.[57]
E logo em seguida vem outra pergunta; “De onde vem, então, esta natureza corrompida do homem? ” RepostaDa queda e desobediência de nossos primeiros pais, Adão e Eva, no paraíso. Ali, nossa natureza tornou-se tão envenenada, que todos nós somos concebidos e nascidos em pecado. (1) Gn 3; Rm 5:12,18,19. (2) Sl 51:5; Jo 3:6. ”[58]
Alfredo Borges Teixeira, teólogo brasileiro em sua dogmática evangélica diz:
As escrituras não explicam como foi possível o mal entrar no coração de seres criados bons: somente assinala o fato, negando qualquer participação de Deus no mesmo e lançando-o inteiramente a responsabilidade dos anjos e homens pecadores. [59]
Deus não pode e não deve ser tido como o autor do mal. Como o próprio Berkhof disse em citação anteriores, que seria blasfemar afirmar Deus ser o autor do pecado do homem. Até mesmo Jacó Armínio afirma que “a culpa desse pecado não pode, de modo algum, ser transferida para Deus, seja como uma causa eficiente, seja como causa deficiente”.[60] Armínio diz que Deus não perpetrou esse crime através do homem, e nem empregou contra o homem qualquer ação, interna ou externa para que este cometesse o pecado. E nem por causa deficiente porque Deus não negou nem retirou qualquer coisa que fosse necessária para evitar esse pecado e cumpri a lei, mas Ele havia dotado suficientemente com as coisas necessárias para esse propósito, e o preservou depois que assim foi assim revestido. Por essas razões, de Deus não ter nenhuma ligação com o pecado é que Ele irá julgar aqueles que não foram alcançados pela graça. A escritura sagrada é bastante clara e objetiva em diversas passagens afirmando categoricamente que Deus não somente aborrece a pecaminosidade, como também abomina ao pecaminoso, pois todo pecado é uma afronta a sua santidade, ao seu caráter, a sua graça.
3.2 A NATUREZA DO PECADO
É de suma importância entender corretamente a natureza do primeiro pecado, já que isso tem feito com que muitos cristãos errem ao opinar e colocar em cheque se o primeiro ser humano tomaria ou não do fruto da arvore proibida. Nas palavras do teólogo Franklin Ferreira: 
A questão era apenas a de obedecer ou não a um mandamento específico de Deus. Então, sob essa perspectiva, a solução do pecado é entendida como uma questão ligada à obediência. Tal maneira de pensar propõe que a essência do discipulado, da santificação e da vida cristã consiste em obedecer às leis de Deus. O resultado é o legalismo, ou algo até pior, a noção de salvação por meio das obras.[61]
Franklin Ferreira então trata com a natureza do primeiro pecado do homem a própria obediência que este deveria ter para com o seu Criador. A fim de mostrar a ele toda boa e excelente confiança e devoção. Para Berkhof, a natureza do pecado possui duas faces; o seu caráter formal e o caráter essencial e material. O Caráter formal segundo Berkhof é puramente que o primeiro pecado do homem consistiu em formalizar, executar e realizar o consumo do fruto da arvore do bem e do mal. Nada de mal, pecaminoso ou ofensivo havia na arvore, pois, comer de uma arvore no jardim do Éden não deveria ser incomum. O que afirma Berkhof é que foi pecaminoso pelo fato de Deus ter dito que dá arvore do bem e do mal não deveria comer.
Não há opinião unânime quanto ao motivo pelo qual a árvore foi denominada do conhecimento do bem e do mal. Uma opinião das mais comuns é que a árvore foi chamada assim porque o comer do seu fruto infundiria conhecimento prático do bem e do mal; mas é difícil sustentar isso face à exposição bíblica segundo a qual, comendo-o, o homem passaria a ser como Deus, no conhecimento do bem e do mal, pois Deus não comete pecado e, portanto, não tem conhecimento prático dele. É muito mais provável que a árvore foi denominada desse modo porque fora destinada a revelar (a) se o estado futuro do homem seria bom ou mau; e (b) se o homem deixaria que Deus lhe determinasse o que era bom ou mau, ou se encarregaria de determiná-lo por si e para si. [62]
Para Berkhof seja qual for a explicação, a ordem de Deus era para não se comer do fruto, e essa ordem foi colocado com prova da obediência do homem. Um exame de obediência, pois Deus de modo algum procurou dar motivos ou justificativas para a sua proibição, apenas deixou a ordem, e Adão apenas tinha que mostrar a sua disposição em obedecer e se submeter a sua vontade.
Para João Calvino, o primeiro pecado tem aspectos material quanto no imaterial do homem. Sendo o pecado original como uma depravação e corrupção difundida em todas as partes da alma e do corpo. [63] Berkhof afirma também sobre o caráter essencial e material do pecado que foi um pecado típico; ou seja, um pecado no qual a essência é “um pecado no qual a essência real do pecado se revela claramente. ”[64]Então a essência do pecado está na realidade que Adão desobedeceu a Deus e se colocando-se em oposição aos seus desígnios, se recusando a obedecer e a se sujeitar a sua própria vontade em prol da vontade de Deus. Berkhof completa seu pensamento quanto a esse caráter:
O homem…tentou ativamente tomar a coisa toda das mãos de Deus e determinar ele próprio o futuro. O homem, que não tinha absolutamente nenhum direito para alegar a Deus, e que só poderia estabelecer algum direito pelo cumprimento da condição da aliança das obras, desligou-se de Deus e agiu como se possuísse certos direitos contra Deus.[65]
A tomada de decisão, a desobediência, o orgulho de suas próprias forças, e sua decisão de aconchegar o futuro como água em suas mãos e ver o escorregando entre os dedos, o homem se colocou no centro das decisões e viu nele próprio como agir contra o seu próprio Criador. Para Berkhof Adão revelou-se “ no Intelecto como incredulidade e orgulho, na vontade, como o desejo de pecado. E nos Sentimento, como uma ímpia satisfação ao comer do fruto proibido.[66] Assim a natureza tem ambas facetas demonstrando a situação do homem após a queda em sua plenitude de miserabilidade. Então a Natureza do pecado em suas definições tanto forma essencial ou material, engloba que o homem com todos seus desejos e paixões tentado pela serpente (Satanás) é o plano de autoridade de se competir pela soberania de Deus. Quer formal, quer material, o homem ao pecar tem sua natureza e agora a natureza do próprio pecado revelada.
4 CONCEITOS HISTÓRICOS A RESPEITO DA ORIGEM DO PECADO
Os chamados como pais da igreja, não falaram muito definidamente da origem do pecado. Berkhof informa que um dos primeiros a falarem, sobre transgressão e queda foi Irineu, no qual em seus escritos foi achado sobre o assunto.
Esta se tornou logo a ideia dominante na igreja, especialmente em oposição ao gnosticismo, que considerava o mal inerente à matéria e, como tal, produto do Demiurgo. O contato da alma humana com a matéria imediatamente a tornou pecaminosa. Essa teoria naturalmente priva o pecado do seu caráter voluntário e ético.[67]
Orígenes foi apontado como quem procurou manter a teoria do Pré-existencialismo. Para Orígenes, as almas dos homens pecaram voluntariamente em uma existência anterior, e assim já entraram no mundo em condição de pecado. Berkhof escreve que estas ideias platônicas, presente nas ideias de Orígenes foram sobrecarregadas de dificuldades que não encontrou uma aceitação da igreja primitiva.

Em geral os chamados pais da igreja grega, do terceiro e do quarto séculos, mostravam certa inclinação para reduzir a ligação entre o pecado de Adão e o dos seus descendentes, ao passo que os “pais” da igreja latina ensinavam cada vez com maior clareza que a atual condição pecaminosa do homem encontra a sua explicação na primeira transgressão de Adão no paraíso. Os ensinos da igreja oriental culminaram finalmente no pelagianismo que negava a existência de alguma relação vital entre ambos, enquanto que os da igreja ocidental chegaram ao seu ponto culminante no agostinianismo, que acentuava o fato de que somos culpa­dos e corruptos em Adão.[68]
Pelágio era um monge britânico do século IV. Foi propulsor de várias afirmações sobre o pecado e sua origem. Ele ensinava que Adão foi responsável apenas por sua depravação, ou seja, o pecado não foi imputado para toda a humanidade. Também acredita que o pecado veio por meio da serpente e que esta pôs engano no coração de Eva, fazendo assim o pecado entrar na humanidade através do próprio homem.  Porém nesta visão Adão então foi apenas um exemplo a não ser seguido. Então, todo ser humano é capaz de fazer perfeitamente o que Adão não o fez; agradar a Deus, visto que todos nascem em uma folha em branco, moralmente neutros em relação ao pecado. Para Pelágio o homem tem o livre arbítrio para escolher entre o bem e mal, ser obediente ou não ser obediente, e se por ventura pecar não é por herança pecaminosa, mas sim por imitação.[69] Conforme as próximas visões que irá ver nesse trabalho, Pelágio contraria especialmente a ideia que o homem está morto, para ele, o homem apenas adoeceram, está vivo espiritualmente e por forças próprias podem se direcionar para Deus. Negando totalmente a obra redentora de Cristo Jesus. [70]
Agostinho de Hipona viveu entre 354 a 430 fala em seu tempo de forma teológica em oposição a Pelágio. Agostinho afirmava que o homem de uma forma integral foi afetado pelo pecado de Adão. Para Hodge há dois elementos na doutrina agostiniana do pecado: um é metafisico ou filosófico e outro de parte moral ou religioso.
O primeiro é uma especulação do entendimento; o outro procede de sua experiência religiosa e do ensino do Espirito Santo. Um desapareceu, deixando pouca mais de um rastro na história da doutrina que outras especulações, sejam aristotélicas ou platônicas. O outro permanece, e deu forma a doutrina cristã desde aquele tempo até a atualidade. [71]
Para Agostinho, as escrituras provocavam a consciência do homem a se reconhecer como pecador. E somente a Obra de Deus, formam e devem formar a constituição de nossa natureza, pois são doutrinas imutáveis de geração em geração. Então negava que as especulações da filosofia ou dos teólogos filosóficos, dizendo que caiam como as folhas de um bosque. [72] Agostinho afirmava que a origem do pecado se deu em Satanás por desobediência das ordens divinas e por tomar Satanás a serpente introduziu o pecado na humanidade enganando Adão. Em grande oposição a Pelágio, Agostinho defende que o pecado é associado a culpa herdada por todo o gênero humano depois de Adão e Eva terem cedido a tentação de Satanás, por seu orgulho e egoísmo, rejeitaram o amor e a obediência que deviam a Deus. Segundo ele o pecado tem um caráter congênito e hereditário, pois toda humanidade pecou em Adão, sendo eles a transmitirem o mal para toda a humildade, agora com suas consequências de morte física e especialmente espiritualmente perante Deus. Para Agostinho o pecado de Adão foi um ato nosso tão legitimamente como foi um ato o dele. John Murray em seu livro A imputação do pecado de Adão, traz uma breve porem abrangente do pensamento de Agostinho:
Deus, autor da natureza e não de depravações, criou o homem reto, mas o homem, corrompendo-se por sua própria vontade e, condenado com justiça, gerou filhos corrompidos e condenados. Porque todos estávamos naquele único homem, pois éramos todos esse único homem, o qual caiu em pecado por conta da mulher feita a partir dele antes do pecado. Pois ainda não fora criada nem distribuída para nós a forma particular em que, como indivíduos, devíamos viver, mas ali já estava presente a natureza seminal da qual devíamos ser reproduzidos, e por estar ela corrompida pelo pecado, presa pelos grilhões da morte e justamente condenada, o homem não poderia nascer de outro homem em condição diferente. Assim do mal-uso do livre arbítrio surge o rastilho dessa calamidade que conduz a raça humana através de uma combinação de desgraças desde sua origem corrompida, como se procedesse de uma raiz corrupta, para a destruição da segunda morte, que não tem fim, da qual se excetuam os libertados pela graça de Deus. [73]
Ao examinar esta afirmação, nota-se que Agostinho nega por completo a teoria pelagiana que diz que o homem após Adão apenas usa de imitação para com o pecado. Afirmando ele, que todo homem posterior a Adão é um único homem, e que toda a raça estava em neste homem. Portanto, todos pecaram em Adão e por meio deste a morte passou para todos.
As doutrinas das igrejas romanas foram diversas; para Hodge um ponto de difícil decisão; “Os próprios romanistas divergem tanto no concernente ao que ensina sua doutrina sobre o pecado original quanto no concernente aos que não pertencem à sua agremiação. ”[74]
As principais linhas da igreja romana apresentado por Hodge é semi-pelagianismo teve o seu nome representado por João Cassiano, monge de Marselha na França. Ele nasceu por volta do ano de 360 e ingressou ainda jovem no mosteiro de Belém, na Palestina. Visitou mosteiros no Egito e em outros lugares do Império Romano, depois fundou seu próprio mosteiro em Marselha, no ano de 410.[75] No mosteiro de Marselha estudaram vários teólogos relativamente brilhantes e o local se transformou no principal foco de oposição à teoria monergística, defendida por Agostinho de Hipona.[76] Ele afirmava que pecado afetou todas as pessoas da humanidade. A vontade de Adão foi corrompida pela queda, mas não de forma completa. Sendo assim, o ser humano possui a capacidade para escolher por sua livre vontade se quer servir a Deus ou não (livre arbítrio).
A salvação é uma possibilidade, visto que ela está disponível a todos e depende da iniciativa da pessoa, ou seja, nada acontece se o homem não der o “pontapé inicial”. Na visão de Cassiano, o homem em seu estado de pecado estava doente espiritualmente. Ryrie comenta que “O semi-pelagianismo é ensinado pela Igreja Católica Romana e, também, por alguns grupos protestantes. O pecado original é eliminado na água do batismo”[77]
A igreja romanista é dada pela doutrina de Anselmo, que afirmava que o pecado original significou somente a perda da retidão original, isso era, contudo, verdadeiramente e propriamente pecado.[78] Anselmo caminhou com os pensamentos agostinianos e foi pouco considerado pela igreja.
Outra linha é apresentada como a linha de Tomás de Aquino que fez as seguintes afirmações; que a retidão original foi dada somente para Adão como um dom supernatural. Que por transgressão Adão perdeu este dom para si e para sua posteridade. Que a retidão original consistia originalmente na inclinação fixa da vontade de Deus, ou na submissão da vontade a Deus. Que a consequência inevitável ou concomitante da perda desta retidão original, desta conversão para Deus, é a aversão da vontade com respeito a Deus. E que o pecado original, portanto, consiste em duas coisas: primeira, a perda da retidão original, e, segunda, a desordem de toda a natureza. Afirmando Tomás que em consequência da queda, os homens são totalmente incapazes de salvar a si próprios e de fazer algo verdadeiramente bom aos olhos de Deus sem o auxílio da graça divina. E somente após receber esta graça é que podem cooperar com ela. [79]
4.1 CONCEITO DE PECADO NA TEOLOGIA ARMINIANA
Apenas para aprendizado, é importante ver a visão da visão arminiana em decorrência de todo o trabalho que se deu na visão reformada. Pois algumas implicações da própria origem em si do pecado, são das mesmas da teologia adotada por este trabalho; reformada. Jacó Armínio viveu no período de 1560 a 1609. Ele cria que Adão foi criado inocente, não em estado de santidade. Todo ser humano recebe a natureza pecaminosa, entretanto não recebe a culpa pelo pecado. A natureza pecaminosa alcança a parte física e a parte intelectual do ser humano, entretanto, a humanidade não está corrompida em sua vontade. Portanto, a vontade do ser humano não está contaminada, tendo ele a capacidade de escolher livremente para a salvação.
Nas palavras do próprio Armínio se refere ao pecado como:
Chamado pelo apóstolo de desobediência e ofensa ou queda. Desobediência visto que a lei contra o qual o pecado foi cometido era simbólica, tendo sido dada para testificar de que o homem estava de baixo da Lei de Deus, e para provar a sua obediência; e visto que a sua subsequente execução deveria ser confessada com uma submissão devotada e a devida obediência, a sua transgressão não pode, de fato, receber um nome mais conveniente do que “desobediência”, pois, contem em sai mesmo a negação da sujeição e a renúncia a desobediência.[80]
Para a Armínio a ofensa ou queda, pelo fato do homem, tendo sido anteriormente colocado em um estado de integridade, e tendo andado com pés firmes no caminho dos mandamentos de Deus, infringiu ou causou ofensa por meio desse ato abominável contra a própria lei, e assim caiu de seu estado de inocência.
Na teologia sistemática pentecostal, a qual é de linha arminiana afirma que o pecado vai além da experiência humana em sua origem. A verdadeira origem se deu por uma realidade fora do tempo na vida de satanás, e que Deus permitindo que o Éden fosse invadido por Satanás, o qual tentando então a Eva, levando a ela se entregar ao desejo por beleza e sabedoria, então por ela sido tomado o fruto e comido em desobediência a Deus. [81]
O Pecado então para Jacó Armínio é, portanto, uma transgressão da lei que foi entregue por Deus aos primeiros seres humanos, no tocante a não comer do fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal. Perpetrado pelo livre arbítrio do homem, a partir de um desejo de ser como Deus, e através da persuasão de Satanás, que assumiu a forma de uma serpente. Em virtude dessa transgressão, o homem caiu debaixo do desprazer e da ira de Deus, passou a estar sujeito a uma morte dupla, merecendo ser desprovido da justiça original na qual uma grande parte da imagem de Deus consistia. [82] Mas após a queda, o homem morreu, e pela graça de Deus, que enviou seu filho para morrer pelo mundo inteiro, dá condição de o homem agora, alcançado pela graça, escolher novamente entre o bem e o mal. Rejeitar a graça ou não. Decidir e contribuir de forma sinérgica para a salvação.
Reily, metodista clássico e seguidor da teologia arminiana desmarcara algumas falas da aproximação do arminianismo com o pelagianismo. Sobre o pecado original ele apresenta os artigos da religião seguida por boa parte dos arminianos clássicos, assim o artigo 07 diz:
O pecado original não está a imitar a Adão, como erradamente dizem os pelagianos, mas é a corrupção da natureza de todo descendente de Adão, pela qual o home está muito longe da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal e isto continuamente. [83]
Por mais que ele tenta se distanciar do semi-pelagianismo, o mesmo diz que o homem está “inclinado” ao mal, e não que o pecado gerou uma morte espiritual completa. No artigo 12, eles apresentam o que o pecado fez com o ser humano após a justificação é de maneira condicional a própria vontade do homem, dizendo que “Depois de termos recebido o Espirito Santo, é possível apartar da graça recebida e cair em pecado”[84] A forma sinérgica da salvação tem sido um dos pontos mais controversos de Armínio e seus seguidores, tratando o pecado original como um ato terrível, porém não tão destruidor como de fato temos visto na pratica.
Pode se dizer que dá origem do pecado, a teologia então segue no mesmo pensamento quanto a origem no mundo angelical, porem o que fazem com as questões pós queda é que divergem da teologia reformada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir de uma visão bíblica e histórica da origem do pecado, chegamos não a respostas exatas e definidas sobre o assunto. Pois o tema sempre será um tatear no escuro procurando algo que é ao mesmo tempo uma realidade, porem uma realidade que nos faz enxergar de forma muito embaraçada. Mas que podem nos direcionar a errar menos nas afirmações quanto a origem do pecado e do mau por assim dizer.
Para Berkhof e faço dele minhas convicções; que o pecado se originou no mundo angelical:
Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, Gn 1.31. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus. A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em Jó 8.44 Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio (kat’arches), e em 1 Jo 3.8 diz João que o diabo peca desde o princípio. A opinião é a deque a expressão kai’ arches significa desde o começo da história do homem. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos.[85]
Assim como os anjos foram criados perfeitos por Deus, o pecado é algo não natural do ser humano. Pois o homem foi criado por Deus, em perfeito estado, integridade e verdadeira santidade, bom e reto como diz a confissão Helvética. Concorda o autor de Eclesiastes, Salomão: O que descobri é tão somente isto: que Deus fez o ser humano reto, mas ele se meteu em muitos problemas.[86]Caracterizando então que o pecado surgiu através de satanás e por meio de uma permissão de Deus para que ele entrasse no Jardim do Éden é que por própria culpa humana o homem se afastou de Deus e deu-se a entrada do pecado no mundo.
Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo Conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma. [87]
O pecado não foi um ato que pegou Deus de surpresa, muito mesmo fez ele mudar toda a sua rota. Foi algo que estava sendo permitido para sua própria Glória. Embora não podemos falar que Deus é o autor do mal, assim como dizer que Deus desejou fazer o que é mal. Deus é um Deus reto e justo, e não pode ser de maneira alguma um ser com suas características imperfeita. Ele é santo e não pode se contaminar com o pecado.
Em Genesis 3:13 vemos o ato que pelo qual entrou o pecado no mundo, e mulher confessa seu delito com uma desculpa por sua desobediência: Então o Senhor Deus disse à mulher: — Que é isso que você fez? A mulher respondeu: — A serpente me enganou, e eu comi.[88] Paulo, o apostolo nascido fora de tempo como ele mesmo se chama diz: Temo que, assim como a serpente, com a sua astúcia, enganou Eva, assim também a mente de vocês seja corrompida e se afaste da simplicidade e pureza devidas a Cristo.[89] Por conclusão a própria Bíblia traz que Adão e Eva pecaram por terem sido enganados e caídos pela astucia da Serpente. Junto com eles, toda a humanidade caiu, todo gênero humano, toda geração comum pecou nele e caiu com ele na primeira transgressão.  Por se achar e tentar ser melhor que Deus, os anjos que caíram junto com Satanás foram expulsos por seu orgulho e de alguma forma, com poucas informações na bíblia foram expulsos dos céus e agora prontos a tentar Eva no Éden, fazendo o homem transgredir por um ato totalmente voluntário da parte do homem.
Um tema denso, difícil e sem muitas pontas para se fechar. Porém é de suma importância ver o quão terrível esse fato nos separou de Deus, e nos deixou com um vazio sem medida, a ponto de não conseguirmos ser satisfeitos em Cristo, e continuar pecando e cometendo o mesmo erro de Adão todos os dias. Mesmo escrevendo esse texto, o pecado me influencia para não o tratar com a sua real importância. Mas a esperança é que em Cristo fomos resgatados e por alguma forma, conseguimos mensurar o que foi essa queda, e mesmo com marcas da culpa desta se render a Majestade daquele que veio para nos salvar dessa condição a qual nos deixou Adão. Efésios 2:1-10:
Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça vocês são salvos — e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus. Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus.[90]
NOTA: Trabalho apresentado ao Curso de teologia da Faculdade Presbiteriana de Teologia FATESUL, para a disciplina de Teologia Sistemática II, com o fim de obtenção de nota parcial. Professor: Elizeu Eduardo de Souza  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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[1] JENSON, Robert. Systematic theology. Tradução Manualmente.New York: Oxford University Press, 2001. p. 133.
[2] HORTON, Michael. Doutrinas da Fé Cristã. Tradução por João Paulo Thomaz de Aquino. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2016. p.453.
[3] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Tradução por Odayr Olivetti. 4ª ed., São Paulo: Cultura
Cristã, 2017. p. 204.
[4] CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã. Tradução por Carlos Eduardo de Oliveira. São Paulo: UNESP, 2008. p. 226.
[5] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. Tradução: João Ferreira de Almeida – Nova Almeida Atualizada. Barueri, SP: SBB, 2018. p. 2049.
[6] CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã. 2008. p. 37.
[7] DAVIDSON, Benjamim. Léxico Analítico – Hebraico e Caldaico­. São Paulo; Editora Vida Nova, 2018.
[8] NIDA, Eugene. Léxico Grego-Português do Novo Testamento. São Paulo, SBB. 2015.
[9] Septuaginta: Id est Vetus Testamentum graece iuxta LXX interpretes. Edidit Alfred Rahlfs. 2 vols. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1979.
[10] Idem.
[11] DICIONÁRIO. O Novo Dicionário da Bíblia. Organizado por J.D.DouglasSão Paulo; Ed. Vida Nova, 2002. p. 1234.
[12] CULVER. Robert D. Teologia Sistemática – Bíblica e Histórica. Tradução por Valdemar Kroker et al. 1ª ed., São Paulo: Shedd Publicações, 2012, p. 458.
[13] Idem. p. 459.
[14] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. 2018. p. 926.
[15] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2017. p. 204.
[16] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. 2018. p. 33.
[17] BAVINCK, Herman. Dogmática Reformada, O pecado e a salvação em Cristo. Vol. III. Organizado porJohn Bolt. São Paulo; Cultura Cristã, 2012. p. 25.
[18] CULVER, Robert D. Teologia Sistemática – Bíblica e Histórica. 2012, p. 418.
[19] HODGE, Charles. Teologia Sistemática. Tradução por Valter Martins. 1ª ed. São Paulo; Hagnos, 2014. p. 596.
[20] ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Tradução por Gordon Chown. São Paulo; Vida Nova, 2003.p.110.
[21] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. 2018. p. 2310.
[22] Idem. p. 2341.
[23] PEDRO, Severino. A doutrina do pecado. Rio de Janeiro; CPAD, 2014. p. 26.
[24] GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática, atual e exaustiva. Tradução por Miguel Messias. São Paulo; Vida Nova, 2006. p. 785.
[25] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. 2018. p. 1181.
[26] GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática. 2006. p 786.
[27] GEISLER, Norman. Eleitos, mas livres. Uma perspectiva equilibrada entre a eleição divina e o livre arbítrio. Tradução por Heber de Campos. São Paulo; Vida Nova, 2010. p. 24.
[28] BIBLIA. Bíblia de Estudo de Genebra. 2009. p.862.
[29] Idem. p. 25.
[30] CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã. 2008. p. 229.
[31] Confissão Belga. Artigo 15.
[32] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. 2018. p. 955.
[33] CONFISSÃO de Augsburgo: Edição comemorativa 1530 – 2005. Porto Alegre: Editora Concórdia, 2005, p.11.
[34] BIBLIA. Bíblia de Estudo de Genebra. 2ª Edição, São Paulo, Editora SBB, 2009. p.1789.
[35] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. 2018. p. 2051.
[36] Idem. p. 33.
[37] Idem. p. 2245.
[38] CULVER, Robert D. Teologia Sistemática – Bíblica e Histórica. 2012, p. 422.
[39] PEDRO, Severino. A doutrina do pecado. 2014. p. 26.
[40] Idem.
[41] DICIONÁRIO. O Novo Dicionário da Bíblia. 2002. p. 1235.
[42] AGOSTINHO, Santo Confissões; De magistro. Tradução por de Ângelo Ricci – 2ª edição. São Paulo; Abril Cultural, 1980. p. 49.
[43] CULVER, Robert D. Teologia Sistemática – Bíblica e Histórica. 2012, p. 434.
[44] PIPER, John. Pecados Espetaculares e seus proposito global na glória de Cristo. Tradução por Lúcia Kerr Joia.São Paulo; Editora Cultura Cristã, 2015. p. 48.
[45] BIBLIA. Bíblia de Estudo de Genebra. 2009. p.1788.
[46] WRIGHT, R. K. Mc Gregor. A Soberania Banida. São Paulo; Editora Cultura Cristã, 2008. p. 216.
[47] CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã. 2008. p. 225.
[48] Idem. p. 226-232.
[49] BÍBLIA. Bíblia de Estudo de Genebra. 2009. p.1752.
[50] HORTON, Michael. A favor do calvinismo. Traduzido por Marcelo Smargiasse. São Paulo: Editora Reflexão, 2014. p. 64.
[51] HORTON, Michael. A favor do calvinismo. 2014. p. 65.
[52] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2017. p. 204.
[53] BÍBLIA. Bíblia de Estudo NAA. 2018. p. 2262.
[54] Idem. p. 1756.
[55] Idem. p. 2387.
[56] BIBLIA. Bíblia de Estudo de Genebra. 2009. p.1761.
[57] Idem.
[58] Idem.
[59] TEIXEIRA, Alfredo Borges. Dogmática Evangélica. São Paulo; Editora Pendão Real, 1976. p. 136.
[60] ARMINIO, Jacó. As obras de Armínio. Tradução por Degmar Ribas. Rio de Janeiro; CPAD, 2015. p.543.
[61] FERREIRA, Franklin. Teologia Sistemática. São Paulo: Editora Vida Nova, 2007. p. 452.
[62] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2017. p. 204.
[63] CALVINO, João. A Instituição da Religião Cristã. 2008. p. 226-228.
[64] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2017. p. 204.
[65] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2017. p. 204.
[66] Idem.
[67] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2017. p. 205.
[68] Idem.
[69] SIMMONS, Thomas Paul. Teologia Sistemática. Tradução por Viviane de Oliveira Sena. Presidente Prudente, SP; Palavra Prudente. 2013. p. 209.
[70] HODGE, Charles. Teologia Sistemática. 2014. p. 597.
[71] HODGE, Charles. Teologia Sistemática. 2014. p. 601.
[72] Idem.
[73] MURRAY, John. A imputação do pecado de Adão. Traduzido por Marcos Vasconcelos. Brasília; Editora Monergismo, 2019. p. 45.
[74] HODGE, Charles. Teologia Sistemática. 2014. p. 607.
[75] Idem. p. 607.
[76] RYRIE, Charles Caldwel. Teologia Básica – Ao alcance de todos. São Paulo: Mundo Cristão, 2004. p. 254.
[77] Idem. p. 255.
[78] HODGE, Charles. Teologia Sistemática. 2014. p. 610.
[79] Idem. p. 612.
[80] ARMINIO, Jacó. As obras de Armínio. 2015. p.540.
[81] HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. Tradução por Gordon Chown. Rio de Janeiro, RJ; CPAD, 1996. p. 267.
[82] Idem.541.
[83] REILY, de Duncan Alexander. Fundamentos Doutrinários do Metodismo. Material não publicado. p. 12.
[84] Idem. p.13.
[85] BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2017. p. 204.
[86] BÍBLIA. Bíblia de Estudo de Genebra. 2009. p.862.
[87] Idem. p.1789.
[88] BÍBLIA. Bíblia de Estudo de Genebra. 2009. p.15.
[89] Idem. p. 1549.
[90] Idem. p. 1569.

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