Por Alan Shlemon
Traduzido por Anderson Rocha – Artigo original aqui.
Recentemente, me deparei com um videoclipe de Jordan Peterson abordando uma pergunta que ele costuma fazer: Você acredita em Deus? Ele disse que não gostava dessa pergunta porque não sabe o que o interlocutor quer dizer com “acreditar” ou “Deus”.
Vivemos em um mundo engraçado. Alguém poderia pensar que uma pergunta tão simples pudesse ser respondida com uma resposta simples: sim ou não. Mas palavras como “crer” e “Deus” não são entendidas por todos da mesma maneira. Descobri que perguntas como a de Peterson (e inúmeras outras) ainda precisam de esclarecimentos. A melhor maneira de obter clareza, na minha opinião, é usar a Tática Columbo e perguntar: “O que você quer dizer com isso?” Se eu acredito em Deus ou não, depende inteiramente do que eles querem dizer com “acreditar” e o que eles querem dizer com “Deus.”
Por “acreditar”, eles poderiam significar:
– Fé cega
– Pensamento ansioso
– Aceitar algo que é contrário à lógica ou à razão
– Esperança
– Reunir-se por pura vontade
Se uma dessas definições é o que elas significam, então não, eu não acredito em Deus. Se, no entanto, “acreditar” é entendido como um ato da vontade em que você aceita uma afirmação baseada em boas razões (que é semelhante à definição bíblica), então eu acredito.
Mas a definição deles de Deus também é crítica. Seu entendimento de Deus poderia ser:
– Um velho no céu
– Um ser mitológico semelhante a Zeus ou Thor
– Um ser zangado que lança raios em pessoas más
– Um valentão anti-gay, anti-ciência e misógino no céu
– A definição de Deus de Richard Dawkins
Se a definição de Deus é qualquer uma dessas definições (e bem possível que sejam muito mais), também não acredito nesse Deus. Se eles estão falando sobre o Deus bíblico (é claro, ninguém tem um entendimento perfeito de Deus, mas eu estou falando em geral sobre o Deus mencionado nas Escrituras Judaico-Cristãs), então esse é o Deus em que eu acredito.
Lembre-se, fazer uma pergunta esclarecedora é bom por vários motivos. Como mencionei, ela esclarecerá as definições, o que é crítico. Ambos precisam ter certeza de que estão falando da mesma coisa. Você não admite conceber que acredita cegamente em um ser zangado lançador de raios. Segundo, é interativo e envolvente. As pessoas preferem ir e voltar em uma discussão e não querem necessariamente ouvir um monólogo. Eles ficarão mais envolvidos quando puderem participar de uma discussão construtiva. Terceiro, constrói relacionamentos. Compartilhar sua visão, receber e oferecer feedback e envolver as pessoas nas questões mais importantes demonstra vulnerabilidade e abre sua alma para outra pessoa. Isso faz parte das coisas de que as amizades são feitas, e construí-las é uma coisa linda.
Palavras e seus significados são importantes. Esclarecer definições traz clareza em meio à confusão e traz harmonia à conversa.
Tradução: Anderson Rocha
Colaborador NAPEC
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