Escola Bíblica Dominical: O Poder do Espírito Santo - Se Liga na Informação





Escola Bíblica Dominical: O Poder do Espírito Santo

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Efésios 5.8-21

8 - Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; an-dai como filhos da luz
9 - (porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade),
10 - aprovando o que é agradável ao Senhor.
 11 - E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as.
12 - Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe.
 13- Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.
14 - Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.
15 - Portanto, vede prudentemente como andais, nâo como néscios, mas como sábios,
16 - remindo o tempo, porquanto os dias são maus.
17 - Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
18 - E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito,
19 - falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,
 20 - dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
21 - sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.


TEXTO ÁUREO

Vós, porém, não
estais na carne, mas
no Espírito, se é que
o Espírito de Deus
 habita em vós. Mas,
se alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele. Romanos 8.9

OBJETIVOS

 Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• conscientizar-se de que o avivamento não é apenas parte da história da Igreja, ele também está presente nela hoje;
• buscar a capacitação, no Espírito Santo, para amar incondicionalmente;
• compreender que o Espírito Santo nos torna aptos para suportar as tentações e as tribulações;
• lutar contra as concupiscência da carne com a ajuda do Espírito Santo.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

 Caro professor, as condições internas do aluno necessárias para efetivação da aprendizagem chamam-se prontidão. Ele está pronto quando está motivado para aprender. A aquisição de uma nova aprendizagem dependerá sem-pre de outras anteriores, que são sua base, seu degrau. Desta maneira, há um movimento de continuidade e encadeamento, fazendo com que a aprendizagem ocorra de forma progressiva e por etapas. Por isso, a aprendizagem é um processo global, contínuo, cumulativo e transferível. Ao mesmo tempo em que adquire um novo saber, a pessoa aumenta seu patrimônio cultural e sua maneira de perceber a si e o mundo, e passa a ter outro ângulo de visão e um novo modo de comportar-se frente aos desafios da vida. É por meio dessa mudança no comportamento e nas atitudes que a aprendizagem pode ser comprovada (Extraído de: CHAVES, G. V. Educação Cristã — Uma Jornada Para Toda Vida. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p. 54).

Boa aula!


COMENTÁRIO

Palavra introdutória

 Charles H. Spurgeon declarou que "o poder é uma prerrogativa exclusiva e especial de Deus e somente dele. Essa vantagem encontra-se em cada uma das três pessoas da gloriosa Trindade": o Pai (Hb 11.3), o Filho (jo 1.3) e o Espírito Santo têm poder igual.

A Bíblia confirma a declaração de Spurgeon. Nela, vemos que o poder pertence a Deus e que Jesus prometeu revestir Seus seguidores com essa capacitação a fim de que pudessem cumprir propósitos específicos (Lc 24.49; At 1.8).

 O poder implica virtude, coragem e ousadia e manifesta-se em várias dimensões, para o cristão testificar (At 1.8; 4.13-20; 17.2), operar sinais e maravilhas (At 3.8,9; 4.29,30; 5.15,16), suportar o sofrimento (At 7.57-60; 16.16-40), ganhar almas (At 2.41; 4.4; 17.4), confirmar a Palavra (Rm 15.18; Hb 2.4) e conhecer os mistérios de Deus (1 Jo 2.26,27).

Essa capacitação foi amplamente usada pela Igreja primitiva e resulta do poder do Espírito Santo (At 1.8). Ele concedeu uma unção plena a Jesus para a realização de Seu ministério terreno (At 10.38), conferiu fé a Estêvão para a pregação ousada (At 7) e outorgou dons a Paulo, de tal maneira que o seu ministério foi plenamente confirmado por operação de maravilhas (At 19.11,12).

Além disso, o Espírito atribuiu autoridade a Pedro e João, e eles não temeram a fúria das autoridades romanas (At 3); dedicou notável ousadia aos cristãos em períodos de aflição (At 4.31); viabilizou o pleno sucesso a Filipe, no grande ministério evangelístico que resultou na divulgação da Palavra em Samaria (At 8.1-25), e entregou sábia e firme direção à Igreja primitiva para que executasse um audacioso plano missionário (At 13). Deus atua segundo esse poder (Ef 3.20). Quanto mais o utilizamos, mais nos aproximamos da Sua plenitude (Ef 5.18).


1.   O REVESTIMENTO DO AMOR

 O poder do Espírito Santo é o termo utilizado para designar o momento em que a terceira pessoa da Trindade reveste-nos de virtude para realizar obras específicas no Reino de Deus (At 1.8a). Dentre as muitas capacidades que Deus espera que desenvolvamos, o amor é a principal virtude de que devemos nos ocupar (jo 15.17).

Jesus resumiu toda a Lei Mosaica em dois grandes mandamentos, e essa atitude não foi despropositada (Mc 12.29-31). O Mestre tinha consciência de que se os judeus amassem o próximo com a mesma intensidade e com o mesmo zelo devotados à Lei, aquele povo causaria um impacto sem precedentes na história da humanidade. Quando o apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios, ele disse que a lei escrita mata, mas o Espírito de Deus dá vida (2 Co 3.6-8).


1.1. O amor sempre


Não existem momentos bons ou ruins para praticar o amor, devemos exercê-lo sempre. Certa vez, Pedro se aproximou de Jesus para lhe perguntar quantas vezes um irmão deveria ser perdoado. O Mestre respondeu ao Seu discípulo: não até sete, mas até setenta vezes sete (Mt 18.21,22).


 Na verdade, Cristo estava ensinando a Pedro que o amor precisa ser praticado sem limites (Mt 18.23-35). Então, a questão não é quantas vezes se deve perdoar, o ponto é: precisamos exercitar o perdão como uma expressão do amor que temos pelo próximo.


1.2. O amor sem distinção


 No Antigo Testamento, a Lei ordenava que aquele que pecasse deveria receber uma punição em igual proporção ao mal que tivesse causado (Êx 21.22-25). Por isso, ao ensinar sobre o amor, Jesus revogou essa regra e instituiu um novo mandamento: amar o próximo é mais importante do que pagar o mal com o mal (Mt 5.43-46; Rm 12.17).

 O apóstolo Paulo compreendeu perfeitamente a mensagem de Jesus, por isso ele usou sábias palavras ao recomendar aos cristãos romanos: Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a Lei (Rm 13.8). O apóstolo constatou que era necessário eles despertarem para um novo momento, no qual o amor é o principal mandamento (Rm 13.10,11).


O REVESTIMENTO DE RESILIÊNCIA

O poder do Espírito Santo nos torna absolutamente capazes de suportar experiências difíceis na vida. Contudo, ainda que alguns problemas nos sobrevenham contundentemente, temos o Espírito para nos ajudar a vencer e superar os desafios que enfrentamos. Um cristão firmado em Cristo e revestido de poder (Rm 8.38,39): supera as perseguições (At 13.49-52), as afrontas (At 21.27-35), as tribulações (1 Ts 3.3) e as tentações (1 Co 10.13).

2.1. Contra os Impulsos do pecado

 Cada um é tentado conforme seu próprio desejo, ou seja, cada pessoa é seduzida de uma maneira específica, dependendo daquilo que a atrai (Tg 1.14). Resistir às tentações é uma das capacidades que recebemos quando estamos revestidos pelo Espírito Santo (1 Co 10.13).

 Lembremo-nos da experiência de Jesus, que foi levado ao deserto para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1). Satanás tentou Cristo, sugerindo-lhe que transformasse pedra em pães, pois sabia que o Mestre estava com fome depois de ter enfrentado um jejum de 40 dias (Mt 4.2). No entanto, Jesus havia recebido o Espírito Santo e estava capacitado para resistir às investidas do diabo (Mt 3.16).

O inimigo usa aquilo de que mais gostamos para armar ciladas contra nós (Ef 6.11). Portanto, para resistirmos firmemente às forças espirituais do mal, devemos nos revestir de toda a armadura de Deus (Ef 6.13). Nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os dominadores das trevas (Ef 6.12). Logo, contra seres espirituais, devemos usar as armas espirituais fornecidas pelo poder do Espírito Santo (Ef 6.10).

2.2. Contra as aflições

Ao contrário do que muitos acreditam, nossas tribulações não possuem a finalidade de nos fazer cair nem de nos afastar de Deus. Na verdade é necessário que passemos por muitas delas para entrarmos no Reino de Deus (At 14.22).

Nossas aflições são responsáveis por gerar em nós a perseverança, pois, quando conseguimos suportá--las, ficamos mais fortes (Rm 5.3). O Espírito Santo usa essas oportunidades para nos ensinar (1 Co 2.12-15).

O Senhor nos consola em nossas tribulações a fim de que consigamos superar as lutas e as dificuldades. Então, além de nos fortalecer, Ele também nos ensina a ajudar outras pessoas que padecem do mesmo problema (2 Co 1.3,4).
O Espírito Santo continua atuante, hoje, como era nos tempos da Igreja primitiva. Um detalhe importante, por exemplo, é que o apóstolo Pedro afirmou que o "poder" é para todos os que estão longe: todos quantos o Senhor ; o nosso Deus, chamar (At 2.39).


3. O REVESTIMENTO PARA TRIUNFAR

Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito tem a mente voltada para o que o Espírito deseja (Rm 8.5).
Portanto, aquele que deseja ser um vencedor precisa estar revestido do Espírito Santo, pois não satisfazemos os desejos da nossa carne quando vivemos no Espírito (GI 5.16).

 Estes são os males que o Espírito Santo nos ajuda a vencer: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes (G1 5.19-21).

3.1. Sobre a carnalidade

Embora revestidos do Espírito Santo, não ficamos isentos de sofrer com os desejos da nossa carne. A concupiscência pode ser definida como uma intensa disposição para cobiçar algo. Por isso, precisamos da ajuda do Espírito Santo para não cairmos em tentação (Mt 6.13), pois a cobiça tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte (Tg 1.15).

 3.2. Sobre a soberba

Uma das tentações que Jesus sofreu no deserto está diretamente relacionada à soberba. Ao levá-lo a uma alta montanha, mostrar-lhe todos os reinos do mundo — e oferecê-los a Jesus em troca de adoração —, Satanás esperava que o Filho de Deus sucumbisse diante da soberba e da cobiça (Mt 4.8,9).

Contudo, o Mestre estava revestido pelo Espírito Santo e sabia que a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens não provém do Pai, mas do mundo (1 Jo 2.16), por isso Cristo resistiu ao diabo (Mt 4.10,11).

O apóstolo Paulo também entendeu que a soberba é capaz de tirar o homem dos caminhos de Deus. Por isso, ao recomendar que Timóteo separasse homens para conduzir a igreja de Éfeso, Paulo o aconselhou a não escolher recém-convertidos, pois, por lhes faltar maturidade cristã, eles poderiam se corromper com a soberba (1 Tm 3.6).


O cumprimento da promessa do Espírito, dada no Antigo Testamento, não se exaure no Livro de Atos, quando a Igreja alcança os gentios. O poder do Espírito Santo permanece uma bênção presente e universal a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar, incluindo os que estão longe.


4. A CAPACITAÇÃO ESPIRITUAL

A plenitude do Espírito Santo é uma das mais significativas e maravilhosas experiências projetadas por Deus e destinadas aos membros de Sua Igreja. Significa o revestimento de poder espiritual, prometido desde o Antigo Testamento, também chamado de promessa do Pai (At 1.4).

4.1. Requisitos

A primeira experiência de plenitude do Espírito Santo relatada nas Escrituras ocorreu no dia de Pentecostes (At 2). Essa experiência testifica a ressurreição de Jesus (Jo 16.7; At 2.32,33), só pode ser concedida por Ele Jo 1.33; At 1.5). destina-se a todos os cristãos (Mt 3.11; Jo 7.39; 14.17; At 2.3,4; 10.44), foi prometida pelo Pai (At 1.4), é oferecida aos que têm sede e creem (Jo 7.37-39) e concede autoridade especial a quem a recebe (Lc 24.49).

 Para recebê-la, o cristão deve crer de acordo com as Escrituras Jo 7.37), pedir com fé (Mt 7.7; Lc 11.13; Tg 1.6), orar com perseverança (Lc 18.1; At 1.14), obedecer de coração (Lc 24.49; At 1.4,12,13), aproximar-se com confiança do Pai (Is 55.1; Jo 7.37,38), demonstrar profunda sede por Deus (Si 143.6; Is 41.17; 44.3; Ap 21.6) e beber da água que Cristo oferece (Jo 7.37; Ap 22.7).


CONCLUSÃO

 Como você tem agido diante do Espírito Santo para recebê--lo e para ser constantemente renovado por Seu poder? Você tem sido uma pessoa de fé que se preocupa com o avivamento hoje? Essas e outras questões relacionadas ao poder do Espírito disponível a nós precisa ser respondida com um sonoro "SIM", para que a Igreja não se esfrie, tendo à sua disposição tão maravilhoso poder de ser avivada constantemente!

 O poder do Espírito Santo está relacionado a algo bem maior do que apenas manifestar o dom de falar línguas estranhas (At 2.4). Assim, quem é cheio do Espírito Santo apresenta o amor como principal característica, suporta as adversidades com resiliência e torna-se um grande vencedor. Essa é a grande capacitação que está disponível a todos os cristãos pelo Espírito Santo.


ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
 1. Por que o apóstolo Paulo disse aos romanos que o amor é o elo perfeito (Cl 3.14)?
 R.: Deus é amor. Portanto, todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele (1 Jo 4.16). Não existe outra forma de estarmos em comunhão com o Senhor, se não for pelo amor.


                                                                 Lições da Palavra de Deus - PROFESSOR 61







ATIVIDADES GERAIS DO ESPÍRITO SANTO

 Uma relação completa das atividades do Espírito Santo mencionadas nas Sagradas Escrituras seria muito extensa. Portanto, o que se segue é um resumo.

Ele ajuda, concede dons, paz, convida, ensina, expressa amor, bondade, vontade própria, fala, fortalece, guia, lava, ouve, faz recordar, regenera, renova, reparte alegria, justiça, vida, revela, santifica, unge e vivifica (veja Ne 9.20; Jo 14.26; 15.26; 16.12-14; At 10.38; 16.6,7; 21.11; Rm 1.4; 8.1,2,6,14,26; 14.17; 15.13,16,30; 1 Co 2.10-15; 12.11; Ef 3.16; 1 Ts 1.5,6; 1 Tm 4.1; Tt 3.5; Ap 2.7; 22.17).

 ATOS DOS APÓSTOLOS

O livro de Atos abrange cerca de 30 anos da história da Igreja. Nele se percebe a ação do Espírito Santo desde o início da Igreja e em seu desenvolvimento.

Assim como Cristo se destacou nos Evangelhos, o Espírito Santo, o Consolador prometido, sobressai em Atos. Alguns estudiosos afirmam que o livro, em vez de Atos dos Apóstolos, poderia ser chamado de Atos do Espírito Santo. Já em Atos 1.2, somos informados de que Jesus deu mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos.

 A promessa de poder do alto, por meio do batismo com o Espírito Santo, é lembrada em seguida (At 1.5,8). O Espírito Santo é mencionado por Pedro quando se votou pela escolha de um apóstolo substituto para o lugar de Judas (At 1.16). O capítulo 2 de Atos é um marco sublime, pois relata a descida do Espírito Santo sobre os cristãos reunidos no cenáculo, no dia de Pentecostes, quando a Igreja foi oficialmente estabelecida.

 O que temos nos capítulos desse livro seguintes são relatos concisos ou detalhados da operação sobrenatural do Espírito Santo, confirmando a Palavra e ditando os rumos da recém-criada Igreja:
 • O Espírito Santo se manifestou como línguas de fogo que pairavam sobre os discípulos no Dia de Pentecostes (At 2.3); • Sinais e maravilhas foram operados pelos apóstolos (At 2.43);
• Pedro e João ministraram cura a um paralítico à porta do templo (At 3.1-11);
• O local de reunião dos cristãos tremeu (At 4.31);
• Ananias e Safira morreram punidos pelo Espírito Santo (At 5.1-10);
• Outros sinais e prodígios se manifestaram pelas mãos dos apóstolos (At 5.12);
• Pessoas foram curadas pela sombra de Pedro (At 5.15,16); • Um anjo abriu as portas da prisão (At 5.17-20);
• Por intermédio de Estêvão, Deus realizou prodígios e grandes sinais entre o povo (At 6.8);
• Por intermédio de Filipe, Deus realizou grandes sinais e maravilhas em Samaria (At 8.5-13);
• Saulo foi curado de cegueira (At 9.8-18);
• Enéias, um paralítico, foi curado (At 9.32-35);
• Dorcas foi ressuscitada (At 9.36-42);
• Um anjo liberta Pedro da prisão (At 12.1-10);
 • Um mágico ficou cego por perturbar os retos caminhos do Senhor (At 13.6-11);
• Sinais e prodígios foram realizados em Icônio (At 14.1-3);
• Grandes sinais e prodígios foram realizados por Deus entre os gentios (At 15.12);
• Um espírito de adivinhação foi expulso de uma moça (At 16.16-18);
• Paulo e Silas foram libertos da prisão por um terremoto (At 16.23-26);
• Maravilhas extraordinárias foram realizadas por Paulo em Éfeso (At 19.11,12);
• Um jovem foi ressuscitado em Trôade (At 20.7-12);
• Paulo sobreviveu milagrosamente à picada de uma víbora (At 28.3-6);
• Públio e vários enfermos na ilha de Malta foram curados (At 28.8,9). Toda essa ação do Espírito Santo resultou em muitas conversões (At 2.43,47; 8.6,12; 9.32-35,40-42; 13.11,12).

 No Manual Bíblico de Halley , este observou:

Se tirássemos os milagres de Atos dos Apóstolos, pouca coisa sobraria. Por mais que os críticos desfaçam do valor comprobatório dos milagres, é inegável que Deus fez uso abundante de milagres ao lançar o cristianismo no mundo. (HALLEY,2001)

O Espírito Santo assumiu o comando da Igreja.

ATUALIDADE DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

 Ao contrário daqueles que negam a possibilidade de alguém ser batizado com o Espírito Santo, em nossos dias pode-se, sem qualquer dificuldade, comparando os textos bíblicos, chegar-se à conclusão de que essa bênção e essa experiência são profundamente possíveis hoje. Para começar, o Espírito Santo continua atuante hoje como era nos tempos da Igreja primitiva. Nada indica que parte de Sua atividade tenha sido suprimida.

 Um detalhe importante é que o apóstolo Pedro afirmou que o batismo é para todos os que estão longe: tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar (At 2.39). Obviamente, essa categoria não pode restringir-se aos tempos apostólicos. Cabe aqui a observação de French L. Arrington, no Comentário bíblico pentecostal :
Deus deseja que todo o seu povo tenha a mesma experiência momentosa que os discípulos receberam no dia de Pentecostes. O cumprimento de sua promessa do Espírito, dada no Antigo Testamento, não se exaure no livro de Atos quando a Igreja alcança os gentios. Permanece uma bênção presente e universal, a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar, incluindo todos os que estão longe. (ARRINGTON, 2003)

Jesus prometeu batismo com o Espírito a todos os que nele creem (Jo 7.37-39), o que por certo não limita essa dádiva ao tempo dos primeiros cristãos. O mesmo se pode dizer desta outra promessa de Jesus:
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. [...] Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? Lucas 11.9-13

O profeta Joel predisse o Seu derramamento sobre toda a carne (Jl 2.28-30).

Por fim, milhões de cristãos têm recebido o batismo com o Espírito Santo ao longo dos séculos, sendo o exemplo maior a eclosão do movimento pentecostal no início do século 20.

Batismo com o Espírito Santo

AUTORIDADE DO ESPÍRITO SANTO
 As Sagradas Escrituras reconhecem, identificam e declaram a autoridade do Espírito Santo. Primariamente, a Sua autoridade deriva do fato de Ele ser Deus, visto que divindade inerentemente pressupõe autoridade. A autoridade do Espírito tornou-se perceptível quando Jesus desempenhou o Seu ministério terreno, uma vez que Ele esteve, na condição de pessoa humana, debaixo dessa autoridade. Isso compreende o período que vai desde o nascimento até a ascensão de Jesus.
Outro aspecto notável da autoridade do Espírito é verificado na história da Igreja, quando Ele atuou de forma soberana em muitas dimensões, especialmente na direção efetiva e no controle absoluto, a partir do dia de Pentecostes.
Passados dois milênios, a Igreja continua a depender da autoridade do Espírito. Se essa autoridade não fosse real e explícita, a Noiva poderia fragilizar-se e deixar de alcançar a sua meta. Para isso, o melhor que cada cristão deve fazer é seguir a recomendação paulina: Enchei-vos do Espírito (Ef 5.18).

BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Embora a expressão batismo com o Espírito Santo não apareça literalmente na Bíblia, lemos que Jesus vos batizará com o Espírito Santo (Lc 3.16). Ele também disse: Sereis batizados com o Espírito Santo (At 1.5). Outras expressões encontradas no texto sagrado apontam para o mesmo fenômeno espiritual, como estas, encontradas no livro de Atos: Foram cheios do Espírito Santo (At 2.4), recebereis o dom do Espírito Santo (At 2.38) e caiu o Espírito Santo sobre (At 10.44). A ausência da expressão literal em nada altera a realidade dessa experiência. Usa-se também, às vezes, a expressão batismo no Espírito Santo.
 O batismo com o Espírito Santo é uma das mais significativas e maravilhosas experiências projetadas por Deus e destinadas aos membros de Sua Igreja. Significa o revestimento de poder espiritual, prometido desde o Antigo Testamento, também chamado promessa do Pai (At 1.4).
 A primeira experiência de batismo com o Espírito Santo ocorreu no Dia de Pentecostes (At 2). Esse batismo testifica a ressurreição de Jesus (Jo 16.7; At 2.32,33); só pode ser concedido por Ele (Jo 1.33; At 1.5); destina-se a todos os cristãos (Mt 3.11; Jo 7.39; 14.17; At 2.3,4; 10.44). Ele foi prometido pelo Pai (At 1.4); é oferecido aos que têm sede e creem (Jo 7.37-39); concede autoridade especial a quem o recebe (Lc 24.49).
Para recebê-lo, o cristão deve crer de acordo com as Escrituras (Jo 7.37); pedir com fé (Mt 7.7; Lc 11.13; Tg 1.6); orar com perseverança (Lc 18.1; At 1.14); obedecer de coração (Lc 24.49; At 1.4,12,13); aproximar-se com confiança do Pai (Is 55.1; Jo 7.37,38); demonstrar profunda sede por Deus (Sl 143.6; Is 41.17; 44.3; Ap 21.6); beber da água que Cristo dá (Jo 7.37; Ap 22.7).

Em A doutrina espiritual , o pastor Raimundo de Oliveira assinalou que:
A Doutrina do Batismo no Espírito Santo é uma das pedras basilares da Doutrina Pentecostal, por vários séculos; pois está provado que o Batismo no Espírito Santo, além de bibliocêntrico é também prático e experimental . (OLIVEIRA, 2007)
O pastor Estevam Ângelo de Souza, em Nos domínios do Espírito , disse que:
O batismo no Espírito Santo é um ato de Deus pelo qual o Espírito vem sobre o crente e o enche plenamente. É a vinda do Espírito Santo para encher e apoderar-se do filho de Deus como propriedade sua.

Sobre a relação entre o batismo com o Espírito Santo e a regeneração (outra obra do Espírito), na Bíblia de Estudo Pentecostal , observou o pastor Donald Stamps:

O batismo com o Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhe sendo concedidas [...] Depois, Ele lhes disse que também deviam ser revestidos de poder pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, esse batismo é uma experiência subsequente à regeneração .

A Declaração de verdades fundamentais das Assembleias de Deus afirma também que a experiência do batismo com o Espírito Santo é distinta e subsequente à experiência do novo nascimento.
Existem propósitos definidos para o batismo, e o principal deles é fazer da pessoa que o recebe uma poderosa testemunha de Cristo (At 1.8), capacitando-a a dar testemunho do evangelho (At 20.24), a conquistar almas (At 2.41; 4.4), a curar enfermos (At 3.8,9), a sofrer por Cristo (At 7.55), a enfrentar perseguições (At 8.1-5), a ver a Palavra confirmada (Hb 2.4) e a conhecer os mistérios divinos (1 Jo 2.20,27).
Esse batismo foi experimentado pela primeira vez em Jerusalém, por volta do ano 33, no Dia de Pentecostes (At 2.1-4). Também foi vivenciado em Samaria, no ano 34 (At 8.14-17); em Damasco, no ano 35 (At 9.17); em Cesaréia, no ano 41 (At 10.24,44); em Éfeso, no ano 51 (At 19.1-6), e assim por diante. 

                                 DICIONÁRIO DO ESPIRITO SANTO
GEZIEL GOMES

                                       Resultado de imagem para pessoas curadas no poder

A . O Espírito Santo dá poder
1. Ele dá vida

 No domínio da natureza, é papel do Espírito Santo dar vida a todas as criaturas animadas na terra, no céu ou no mar, como está escrito: “Envias o teu Espírito, eles são criados” (SI 104.30). E no sentido inverso, se Deus “para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (Jó 34.14- 15). Vemos aqui o papel do Espírito Santo dando e sustentando a vida humana e animal.

Paralelamente a isso, é papel do Espírito Santo dar-nos vida nova na regeneração. 2 Jesus disse a Nicodemos: “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo” (Jo 3.6-7; cf. v. 5, 8; 6.63; 2Co 3.6). Ele disse também: “ O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita” (Jo 6.63; 2Co 3.6; At 10.44-47; Tt 3.5).3 Coerente com essa função do Espírito Santo de dar vida é o fato de que foi o Espírito Santo quem concebeu Jesus no ventre de Maria, sua mãe (Mt 1.18, 20; Lc 1.35). E no dia em que Cristo voltar, é o mesmo Espírito Santo quem irá completar essa obra de dar vida concedendo a nova vida ressurreta ao nosso corpo mortal: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita” (Rm 8.11).

 2. Ele dá poder para o serviço

a. Antigo Testamento. No Antigo Testamento, o Espírito Santo muitas vezes capacita pessoas para serviço especial. Ele capacitou Josué com habilidades de liderança e sabedoria (Nm 27.18; Dt 34.9), e deu poder aos juizes para libertar Israel de seus opressores (observe como o Espírito do Senhor “veio sobre” Otoniel e m jz 3.10, Gideão em 6.34, Jefté em 11.29 e Sansão em 13.25; 14.6, 19; 15.14).

O Espírito Santo veio poderosamente sobre Saul a fim de levantá-lo para a batalha contra os inimigos de Israel (ISm 11.6), e quando Davi foi ungido rei, “o Espírito do Senhor se apossou” dele daquele dia em diante (ISm 16.13), capacitando-o para cumprir a tarefa de realeza para a qual Deus o havia chamado.4 Numa espécie só um pouco diferente de capacitação, o Espírito Santo dotou Bezalel com talentos artísticos para a construção do tabemáculo e de seu equipamento (Êx 31.3; 35.31) e com capacidade para ensinar essas técnicas para os outros (Êx 35.34).5 O Espírito Santo também protegeu o povo de Deus e capacitou-o para vencer seus inimigos. Por exemplo, Deus colocou seu Espírito no meio deles à época do êxodo (Is 63.11- 12) e, mais tarde, após seu retomo do exílio, pôs seu Espírito no meio deles para protegê-los e guardá-los do medo (Ag 2.5). Quando Saul estava tentando capturar Davi à força, o Espírito Santo veio sobre os mensageiros de Saul (ISm 19.20) e por fim sobre o próprio Saul (v. 23), levando-os a involuntariamente cair no chão e profetizar durante horas, frustrando dessa forma o propósito de Saul e humilhando-o em resposta à sua demonstração maligna de força contra Davi e Samuel. De modo semelhante, enquanto Ezequiel profetizava julgamento pelo poder do Espírito Santo contra alguns líderes de Israel (Ez 11.5), um dos líderes chamado Pelatias morreu (Ez 11.13). Dessa forma, o Espírito Santo trouxe julgamento imediato sobre ele.

Por fim, o Antigo Testamento predisse o tempo em que o Espírito Santo ungiria um Messias-Servo em grande plenitude e poder:

Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senho r. Deleitar-se-á no temor do Senhor... (Is 11.2-3) Isaías profetizou que Deus diria o seguinte sobre esse Servo que estava para chegar: pus sobre ele o meu Espírito” (Is 42.1), e que ele mesmo diria: “O Espírito do Se n h o r Deus está sobre mim, porque o Sen h o r me ungiu” (Is 61.1; cf. Lc 4.18).

Antes de encerrar esta discussão sobre a capacitação pelo Espírito Santo no Antigo Testamento, devemos observar que às vezes se diz que não havia nenhum a obra do Espírito Santo dentro das pessoas no Antigo Testamento. Essa idéia tem sido inferida principalmente das palavras dejesus aos discípulos em João 14.17: "... ele habita convosco e estará em vós”. Mas não devemos concluir desse versículo que não havia nenhuma obra do Espírito Santo no interior das pessoas antes do Pentecostes. Em bora o Antigo Testamento não fale com freqüência de pessoas que tinham dentro de si o Espírito Santo ou que dele tinham a plenitude, existem uns poucos exemplos: Josué é descrito como homem que tem o Espírito (Nm 27.18; Dt 34.9), assim como Ezequiel (Ez 2.2; 3.24), Daniel (Dn 4.8-9, 18; 5.11) e Miquéias (Mq 3.8).(i Isso significa que quandojesus diz aos seus discípulos “ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17), não pode estar dizendo que havia uma diferença absoluta “dentro/fora” entre a obra do Espírito Santo na antiga aliança e na nova. Nem pode João 7.39 (“pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”) significar que não havia nenhuma atividade do Espírito Santo na vida das pessoas antes do Pentecostes. Ambas as passagens devem ser maneiras diferentes de dizer que a obra mais poderosa, mais plena do Espírito Santo, característica da vida após o Pentecostes, ainda não havia começado na vida dos discípulos. O Espírito Santo ainda não tinha chegado dentro deles do modo pelo qual Deus havia prometido colocá-lo dentro do seu povo quando viesse a nova aliança (Ez 36.26, 27; 37.14), nem o Espírito Santo havia sido derramado com grande abundância e plenitude que caracterizaria a era da nova aliança (J1 2.28-29). Nesse sentido poderoso da nova aliança, o Espírito Santo ainda não estava operando dentro dos discípulos.7

b. Novo Testamento.

A obra capacitadora do Espírito Santo no Novo Testamento é vista primeiro e de modo pleno na unção e capacitação de Jesus como o Messias. O Espírito Santo desceu sobre Jesus por ocasião do seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.11; Lc 3.22). João Batista disse: “Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele” (Jo 1.32). Portanto, Jesus foi para a tentação no deserto “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.1); e depois de sua tentação, no início de seu ministério, “Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia” (Lc 4.14). Quando Jesus foi pregar na sinagoga em Nazaré, declarou que a profecia de Isaías fora cumprida nele: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade aos oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18-19). O poder do Espírito Santo na vida de Jesus foi visto depois em seus milagres subseqüentes, à medida que ele expulsava demônios com uma palavra e curava todos os que vinham a ele (Lc 4.36, 40-41). O Espírito Santo se agradou em habitar em Jesus e dar-lhe poder, pois ele se deleitava plenamente com a pureza moral absoluta da vida de Jesus. No contexto de conversa a respeito de seu próprio ministério e da bênção do Pai sobre esse trabalho, Jesus diz: “Deus não dá o Espírito por medida. O Pai ama ao Filho, e todas as cousas tem confiado às suas mãos” (Jo 3.34-35).Jesus tinha uma unção do Espírito Santo sem medida, e essa unção permanecia sobre ele (Jo 1.32, nvi; cf. At 10.38).

O Espírito Santo também capacitou os discípulos de Jesus s para vários tipos de ministério. Jesus lhes tinha prometido: “... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra” (At 1.8).8 Há vários exemplos específicos da atividade do Espírito Santo concedendo poder aos primeiros cristãos para operar milagres à medida que eles proclamavam o evangelho (note Estêvão em At 6.5, 8; e Paulo em Rm 15.19; ICo 2.4). Mas o Espírito Santo deu também grande poder à pregação da igreja primitiva de modo que, quando os discípulos eram cheios do Espírito Santo, proclamavam a Palavra com coragem e grande poder (At 4.8,31; 6.10; lTs 1.5; IPe 1.12). Em geral, podemos dizer que o Espírito Santo fala por meio da mensagem do evangelho à medida que ela é proclamada de maneira eficaz ao coração das pessoas. O Novo Testamento termina com um convite do Espírito Santo e da igreja, que juntos chamam as pessoas à salvação: “O Espírito e á noiva dizem: Vem! E aquele que ouve, diga: Vem!” (Ap 22.17). Na realidade, não só na pregação da mensagem do evangelho, como também na leitura e no ensino das Escrituras, o Espírito Santo continua a falar ao coração das pessoas a cada dia (veja Hb 3.7 e 10.15, onde o autor cita uma passagem do Antigo Testamento e diz que o Espírito Santo está agora falando aquela palavra aos leitores).

Outro exemplo da capacitação dos cristãos para o serviço é a atividade do Espírito Santo que consiste em conceder dons espirituais para equipar os crentes para o ministério. Após alistar uma variedade de dons espirituais, Paulo diz: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas cousas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (ICo 12.11). Uma vez que o Espírito Santo é quem mostra ou manifesta a presença de Deus no mundo, não surpreende que Paulo possa chamar os dons espirituais de “manifestações” do Espírito Santo (ICo 12.7).9 Os dons espirituais em atuação representam um sinal da presença de Deus Espírito Santo na igreja.10

Na vida de oração dos indivíduos crentes, verificamos que o Espírito Santo concede poder para a oração e a tom a eficaz. “... não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós em gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).11 E Paulo diz que “temos acesso ao Pai em um Espírito” (Ef 2.18). Um tipo específico de oração para a qual o Novo Testamento diz que o Espírito Santo dá poder é o dom de orar em línguas (ICo 12.10-11; 14.2, 14-17).12

Outro aspecto da obra do Espírito Santo em que ele concede aos cristãos o poder para serviço é a capacitação do povo para vencer a oposição espiritual à pregação do evangelho e à obra de Deus na vida das pessoas. Esse poder na guerra espiritual foi visto primeiro na vida de Jesus, que disse: “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós” (Mt 12.28). Quando Paulo chegou a Chipre, enfrentou a oposição de Elimas, o mágico, mas ele, “cheio do Espírito Santo, fixando nele os olhos, disse: O filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perverter os retos caminhos do Senhor? Pois, agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e escuridade, e, andando à roda, procurava quem o guiasse pela mão” (At 13.9-11). O dom de “discernimento de espíritos” (ICo 12.10), dado pelo Espírito Santo, é também uma ferramenta nessa guerra contra as forças das trevas, assim como a Palavra de Deus, que funciona como “a espada do Espírito” (Ef 6.17) na batalha espiritual. (30) As Doutrinas de Cristo e do Espírito Santo.

                      As Doutrinas de Cristo e do Espírito Santo

                           Teologia Sistematica [Wayne Grudem]


                              Resultado de imagem para A promessa de poder do alto,

Avivamento pelo Espírito

 Na Epístola aos Colossenses — escrita no ano 61, aproximadamente — , há menções da igreja de Laodicéia (2.1; 4.13,15,16) e dos crentes laodicenses (4.16). Neste mesmo versículo, há também uma ordem para que a epístola em apreço fosse lida na igreja dos laodicenses, e que a epístola que viesse de Laodicéia fosse lida pelos colossenses.

A Epístola de Laodicéia não foi incluída no cânon sagrado do Novo Testamento. A razão disso não está revelada — talvez fossem mensagens preventivas de Deus contra a mornidão e o formalismo espirituais, que estariam em formação naquela igreja.

Deus previne, avisa e adverte de antemão, e às vezes chamando as pessoas pelo nome, como: “Abraão, Abraão”, “Simão, Simão”, “Moisés, Moisés”, “Saulo, Saulo”. A carta de Jesus à igreja em Laodicéia, por meio de João (Ap 3.14-22), é de aproximadamente 96 d.C. Se tudo foi assim, aquela igreja esfriou aos poucos, até chegar ao estado crítico descrito em Apocalipse.

Necessidade de avivamento. Quando, em que estado de coisas e em que situação a igreja carece de um real avivamento do Espírito Santo? Quando nela prevalecem as seguintes características negativas:

1) Calmaria espiritual, paralização espiritual, indiferença e comodismo (Ez 37.9).


2) Sonolência espiritual (Ef 5.14).

3) Insensibilidade espiritual, mas também insensibilidade moral e social (cf. E f 4.19; Pv 23.35; I Tm 4.2).

4) Secularismo — ou mundanismo. E o crente conformar-se com o mundo; “dar na forma [fôrma] do mundo”, como diz literalmente Romanos 12.2:

“ ... e não vos conformeis com este mundo”. É a contextualização da igreja com o mundo, o que está muito em voga hoje.

 5) Postura do crente apenas defensiva quanto ao mal e ao pecado, e não de repúdio, aversão, horror e de combate espiritual contra ele.

6) Quando, na igreja, prevalece entre os crentes a hibernação espiritual (Ap 3.11). E o estado do crente que permanece meio-morto. Tem nome de que está vivo espiritualmente, mas na realidade está morto, sem vida, sem fervor, sem entusiasmo e sem condições de reagir a um tal estado de coisas.

Uma igreja nesse estado pode ter: uma boa estrutura eclesiástica (“ossos”, Ez 37.3); muita organização (“nervos”, v.8); muito movimento e vaivém ( “carne”, v.8); muito boa aparência (“pele”, v.8); mas tal igreja não tem vida espiritual vibrante, transbordante e dinâmica, pela ausência do “Espírito de vida” (Ez 37.8,9; Rm 8.2).

7) Também quando entre os crentes prevalece o desinteresse pelos cultos e passam a se interessar mais pelas coisas e passatempos seculares, profanos, tentando eles com isso preencher o seu vazio espiritual. Nesse estado, a perda de cultos pelo crente não lhe traz falta. Vem, por fim, o abandono da Casa de Deus (cf. H b 10.25; SI 27.4; 84.2,10; I22.I; Ag 1.4,9).

No livro de Atos, vemos como Deus fez surgir a igreja avivada no Espírito Santo, coisa que os crentes de Israel desconheciam. Cremos e oramos que do mesmo modo Ele avivará poderosamente a sua igreja, nesses últimos dias que precedem a volta de Jesus.

O avivamento espiritual, como no princípio, é uma necessidade em nossos dias. Hoje, muitas igrejas pensam estar experimentando um reavivamento, quando, na verdade, tudo não passa de inovação, misticismo, falsificações e mudanças injustificáveis na liturgia do culto, etc.

 Características de um avivamento. Quais são, pois, à luz da Palavra do Senhor, as características de um genuíno avivamento, promovido pelo Espírito de Deus?

I) Contrição total. Num verdadeiro avivamento, há contrição total pelo Espírito Santo. Contrição é arrependimento, humilhação e confissão de pecados e males de todos os tipos, na presença do Senhor; é quebrantamento espiritual em nosso íntimo, acompanhado de profundo arrependimento de pecados. E tudo isso deve ser demonstrado também em nosso exterior, pela poderosa ação do Espírito Santo.


 Esses estados da alma têm a ver com o pecado, no seu duplo aspecto: como delito praticado e como estado imanente no ser humano — isto é, a pecaminosidade da natureza humana. Desta forma do pecado, o crente precisa ser sempre vencedor, pelo “sangue da sua cruz [de Cristo]” (Cl 1.20), como bem nos mostra a passagem de Romanos 6.

 E num tal contexto espiritual que o avivamento se instala, e o Espírito Santo assume a primazia, predominando e prevalecendo. Infelizmente, quem retarda e impede o avivamento da igreja não são os incrédulos; somos nós, os crentes, inclusive obreiros. Basta ler passagens como 2 Crônicas 7.14 para se chegar a tal conclusão.

Um real avivamento inclui, sim, os obreiros da igreja (cf. Zc 3.3). Qual era o problema da igreja de Efeso? Seu pastor deixara o primeiro amor (Ap 2.4). E o da igreja de Sardes? Seu pastor estava morto no seu estado espiritual e não sabia (Ap 3.1). E o problema da igreja de Laodicéia? Seu pastor era morno (Ap 3.16).

Meditemos sobre o termo “perfeito”, concernente ao crente no contexto do avivamento. O referido termo aparece em passagens como Deuteronômio 18.13; Mateus 5.48; 2 Coríntios I3 .I I e Colossenses 1.28. Ele, em suma, diz-nos que o nosso inteiro ser deve ser oferecido a Deus; tudo deve estar à disposição dEle: espírito, e alma, e corpo. Não retenha nada! Ponha tudo no altar.

 Em Marcos 12.30, vemos uma pormenorização disso: nossa afeição (“de todo o teu coração, e de toda a tua alma”); nossa cognição (“e de todo o teu entendimento”); e nossa volição (“e de todas as tuas forças”). Sim, um avivamento começa e continua pela reconsagração total do crente a Deus.

Que façamos a oração do profeta Habacuque: “Ouvi, Senhor , a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor , a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (3.2).

2) Perdão e reconciliação. N o avivamento de Israel (I Rs 18), Deus usou como instrumento humano o profeta Elias. N o cumprimento de sua missão, o primeiro passo deste profeta foi “reparar o altar do S e n h o r , que estava quebrado” (vv.30-32). Em seguida, ele colocou no altar doze pedras — que representavam as doze tribos israelitas, completas e unidas — , e não apenas dez, o que representaria incompletude e divisão de Israel, como era o caso do Reino do Norte (dez tribos), ao qual o profeta pertencia.

 E notável o fato de Elias trabalhar com doze pedras no altar, sendo ele do reino das dez tribos! O que pode fazer um povo dividido e desunido? Se, por acaso, realizarem alguma coisa de bom, os males de sua desunião e da sua rebeldia atrofiarão tudo o que se fizer.

Em Ezequiel 37, no grandioso avivamento ali retratado, “cada osso se uniu ao seu osso” (vv.7,I7). Imagine um osso unindo-se a um corpo que não era o seu e, por conseguinte, diferente na idade, na altura, etc. Isso daria numa imensa e confusa babel, em que cada um estaria sem identificação, sem dono, sem direção; e logo a seguir: deformações, anomalias, teratias, como indivíduos e como grupo. Não é isso que está acontecendo por toda parte com os chamados movimentos avivalistas de renovação carismática?

Sim, um avivamento não é só de quebrantamento de espírito, mas também de perdão total, com reconciliação entre os crentes, inclusive obreiros. Pessoalmente, este autor tem visto, em nosso país, obreiros causando, fomentando e acalentando inimizades no ministério. E ainda apresentam “justificativas”, além de, pior ainda, acharem que isso que fazem é uma virtude!

Em Atos 4.32, no primeiro avivamento da igreja, a Bíblia diz: “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam”. Deus pode fazer isso hoje, num reavivamento — a unidade espiritual do seu povo. Portanto, o avivamento genuíno envolve amplo perdão e reconciliação de uns com os outros; isto é, união e, sobretudo, unidade. O que pode fazer um povo descontente, dividido e desunido?

 3) Generosidade e abundância financeira. Em Jerusalém ocorreu um avivamento de ampla e contínua generosidade entre os crentes, de abundância financeira, nas contribuições para a obra de Deus em geral: nos dízimos, nas ofertas, nas doações, na mão-de-obra voluntária, nos auxílios; enfim, na cooperação de todas as formas (Atos 4.32-37).

Mas também deve haver restituição aos outros, de tudo o que for alheio, que, porventura, esteja em nosso poder. No avivamento espiritual sob o rei Ezequias, vemos em ação a liberalidade financeira, espontânea, do povo, movida pelo Espírito de Deus (2 Cr 31.5-10). No avivamento de Jerusalém ocorreu o mesmo. E que ocorra da mesma forma em nossos dias!

 4) Santidade interior e exterior. Segundo o modelo bíblico, o reavivamento resulta em santidade do crente em toda a sua maneira de viver (I Pe 1.15). Se um avivamento não resultar nisso — nessa mudança de vida — tudo não passará de mero entusiasmo, mecanicismo e emoção, como acontece com certos “avivamentos” orquestrados pelos homens. O avivamento sob Esdras e Neemias, nesse sentido, obteve grandiosos resultados (Ne 8; 9.1-38; 10.1-39; 13).

A santificação deve ocorrer em “todo o vosso espírito, e alma, e corpo” (I Ts 5.23). Isso significa que devemos ser santos em nosso viver, e em nossa conduta — isto é, em nosso caráter, internamente — , e em nosso proceder, externamente. Nossa vida natural é uma série diuturna de hábitos, práticas e costumes, que podem ser bons ou maus, ou um misto dos dois. E evidente que um povo santo, porque pertence a Deus, deve ter costumes santos.

Mantenhamo-nos, pois, separados do mundo pecaminoso. Reflitamos sobre a advertência da Palavra de Deus registrada em Eclesiastes 10.8: “Quem fizer uma cova cairá nela, e quem romper um muro, uma cobra o morderá”. “Abrir uma cova”, aqui, é iludir o povo; é fazer o povo errar e deixá-lo nesse estado. “Cova” é armadilha, embuste, laço, simulação. “Romper um m uro” é eliminar a separação do pecado; é ficar indefeso às investidas do mal; é renunciar à condição de “povo peculiar” (Ex 19.5; T t 2.14).

5) Evangelização e missões. O avivamento promovido pelo Espírito Santo move e leva a igreja a evangelizar e a fazer missões entre os povos. Evangelização e missões são dois lados de um só assunto — de um mesmo trabalho para Deus (cf. At 1.8; 5.42; 8.4; 13.1-4). E este trabalho é a atividade principal de uma igreja avivada, um fato patente no livro de Atos dos Apóstolos, mas também na história subseqüente da igreja, sempre que ela é reavivada.

6) Louvor e adoração. Num a igreja realmente avivada, ouvem-se os “cânticos espirituais”, mencionados em Efésios 5.19. O “som” vindo do céu (cf. At 2.2), quando do derramamento inicial do Espírito sobre a igreja, fala disto. O sentido de ‘espirituais”, aqui, vai muito além daquele que lhe é comumente atribuído nos dias de hoje.

Uma igreja com avivamento do Espírito não precisa de artistas, de atores da música secular e de animadores de auditório — como se a Casa do Senhor fosse um palco para comediantes — , nem de shows musicais, nem de torcida, nem de assovios, por parte daqueles que só buscam chamar a atenção para si mesmos. Isso não é avivamento; é aviltamento!

A igreja carece, sim, de “verdadeiros adoradores” que adorem a Deus em espírito e em verdade, conforme Jesus disse em João 4.24. Temos, atualmente, na igreja, não muito do verdadeiro louvor e adoração que agrada ao Senhor, porque tais coisas precisam ser precedidas de sacrifício espiritual ao Senhor (2 Cr 29.27,30; H b 13.15; SI 50.23, “sacrifício de louvor”).

Evitemos brincar de crente, de culto e de igreja. Isso só acontece numa igreja em que não há real avivamento. Em Mateus 6.2 e noutras passagens similares, Jesus verbera duramente contra os fariseus, chamando-os de hipócritas, porque brincavam de crente, simulavam, encenavam, fingiam espiritualidade. Pessoas assim são vazias de avivamento e poder; vazias do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

7) Renovação e batismo com 0 Espírito. N o genuíno avivamento há batismo com o Espírito Santo, com línguas estranhas, e manifestação dos dons espirituais (cf. SI 92.10; E f 5.18). Outrossim, a operação de milagres pelo Espírito Santo, como os “sinais” prometidos por Jesus em Marcos 16.17,18, são uma realidade, num avivamento bíblico norteado pela doutrina (At 2.42,43).

8) Intercessão e jejum. A oração intercessória e o jejum, de modo constante, são partes integrantes dos avivamentos reais, segundo a história da igreja (At 2.42; 2 Cr 7.14; SI 119 — aqui temos várias vezes o Salmista orando “vivifica-me” ou “avivame”). Que busquemos, pela oração mtercessória, o avivamento, como fez o profeta Habacuque (c. 609-605 a.C.), o qual profetizou durante o declínio espiritual que se seguiu ao reinado de Josias (Hc 3.2).

9) Palavra de Deus. A poderosa Palavra do Senhor sempre tem sido o instrumento inicial de Deus em todos os avivamentos (cf. Ne caps. 8-10; Ed caps. 8-10). E não pode ser diferente hoje: “Não é a minha palavra como fogo, diz o Senhor , e como o martelo que esmiuça a penha?” (Jr 23.29). O avivamento de que necessitamos deve ser de busca e de ensino da Palavra de Deus.

Precisamos de um poderoso avivamento de ensino da Palavra de Deus, no templo, no lar, nos educandános da igreja, nas publicações, nos hinos cantados, etc. (cf. At 2.42; 5.42). Esse movimento de ensino da Palavra, por sua vez, conduz à salvação dos pecadores (At 13.12; SI 51.13; Lc 20.1). O avivamento pelo ensino da Palavra é necessário para que vidas sejam “moldadas” (M t 28.19) por meio da “disseminação do conhecimento das coisas do Senhor” (M t 28.20). Por exemplo, o avivamento espiritual que precedeu o primeiro advento de Cristo teve como instrumento divino a Palavra de Deus (Lc 3.2).

 10) Destruição de ídolos. O verdadeiro avivamento leva o crente a destruir os ídolos do coração. Sem uma vida avivada no Espírito, as coisas naturais desta vida logo se tornam “deuses” dentro de nós, como: riquezas, sucesso, posição ou status, cultura acadêmica, trabalho extremado — de modo a deixar-nos sem tempo para a adorar a Deus — , glutonaria, diversões e passatempos “inocentes”, vaidades do espírito humano, etc.

São nesses casos ídolos do coração (Ez 14.3,4,7). Um tal ídolo em nossa vida é tudo aquilo que nela toma o lugar do verdadeiro Deus, e que ocupa o nosso coração, todo nosso tempo e toda nossa atenção. Samuel, o admirável homem de Deus, no avivamento dos seus dias, exortou o povo a destruir os seus próprios ídolos (I Sm 7.3-6).

Deus é o Senhor absoluto da nossa vida, ou somos nós que mandamos em nós mesmos? Não há meio-termo, pois Deus não divide o seu senhorio, nem a sua glória com ninguém. Jacó, ao experimentar um avivamento do céu em sua vida, deu um basta nos ídolos de casa (Gn 35.1-4). Em I João 5.21, está escrito: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. Ora, tratando-se aqui de cristãos, a referência é a ídolos do coração.

 O modelo do avivamento pelo Espírito. Não há dúvidas de que a solução divina para neutralizar, deter e restringir os males que acossam os santos nesse tempo do fim é um verdadeiro avivamento, segundo o modelo da Palavra de Deus: sem inovações descabidas, sem distorções, sem manipulação humana, sem intermediários. O Espírito Santo é soberano. Que o Senhor nos avive segundo a sua Palavra, como bem disse o Salmista (119.25,154).

Em Levícico 10, dois sacerdotes ofereceram “fogo estranho” perante o Senhor e foram mortos no mesmo instante, ali mesmo. '*Fogo estranho” era o fogo profano, não-sagrado, não aprovado por Deus; fogo não obtido do altar dos sacrifícios. Desse tipo de logo existe muito por aí, atualmente. Se a Lei continuasse em vigor hoje, os cemitérios estariam repletos de falsos avivalistas mortos. Atestado de Obito: “Morte espiritual prematura por falsa identidade ideológica cristã”.

Mas esse avivamento segundo o modelo bíblico — promovido pelo Espírito, pois “o Espírito é o que vivifica” (Jo 6.63) — é harmônico e equilibrado (Èx 25.37,38; I Rs 7.49,50). O fogo sagrado das lâmpadas do candelabro era regulado, para que não se apagasse, mas também para que não se excedesse. Para isso, havia acendedores ou espevitadores (lit., “avivadores”), bem como reguladores do fogo (lit., “ajustadores do fogo, da chama”).

Nunca devemos interpretar a Bíblia à luz das nossas experiências espirituais, mas interpretar as nossas experiências espirituais à luz da Palavra de Deus. Do contrário, cairemos no experiencialismo extremado e antibíblico, como estamos vendo acontecer nos dias de hoje.

Avivamento na casa de Deus e no lar. Somente o verdadeiro avivamento nos leva a amar, zelar e ser assíduos, na Casa de Deus. Leia em sua Bíblia estas passagens: Levítico 19.30; Salmos 27.4; 84.10; 93.5; Eclesiastes 5.1 e João 2.13-17. A Casa do Senhor vem sofrendo hoje, em muitos sentidos; tudo por falta de avivamento dos que a freqüentam.
O avivamento deve acontecer igualmente na família, no lar cristão.

 Não podemos ter igrejas avivadas, despertadas, renovadas, santificadas, com lares distanciados de Deus, indiferentes e mesmo refratários ao avivamento espiritual. Há várias passagens que comprovam esse avivamento a partir da família (Gn 35.1-7; Ne 8.2,3; Ed 8.21; 10.1; 2 Cr 20.13; 31.18; Êx 38.8).

Vemos, em Deuteronômio 20.5, que uma casa “edificada” precisa ser também “consagrada”. O avivamento pentecostal que ocorreu na origem à igreja, no dia de Pentecostes, ocorreu num lar, numa casa de família, e continuou assim (At I.1 3; 5.42; Rm 16.5; I Co 16.19; Cl 4.15; Fm v.2). É oportuno lembrar que o termo “lar”, no seu original latino, indica uma laje fortemente aquecida na cozinha da casa — isto é, o lugar onde permanecia aceso o fogo da casa; daí advém a palavra “lareira”.

O avivamento espiritual (ou reavivamento) é uma intervenção divina na vida da igreja, onde e quando Deus quer, em resposta ao clamor da igreja despertada para um avivamento (2 Cr 7.14). Precisamos, pois, nesses últimos dias, de um real avivamento — bíblico, soberano, poderoso, divino, sobrenatural, irresistível e duradouro — , incomparavelmente maior do que todos os precedentes, conforme a palavra profética de Joel 2.28.

 Em Atos 2.17,18, está escrito: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão” (At 2.17,18).

Mas a plenitude da promessa pentecostal, conforme Joel 2.29,31 — enfatizada por Pedro de modo parcial — , aguarda um pleno cumprimento futuro, como já vimos: “derramarei o meu Espírito”. E esse avivamento atingirá a igreja, em geral, e as suas instituições. “Aviva, ó Senhor , a tua obra!”

Pneumatologia — a Doutrina do Espírito Santo
ANTONIO GILBERTO

                                     Resultado de imagem para O Poder do Espírito Santo

                                           O Poder do Espírito Santo
Tratado escrito por
J.C.Ryle

LEITOR,
Há esperança no Evangelho a qualquer homem, enquanto ele viver.
Há infinita boa vontade em Cristo para perdoar pecados. Há infinito
poder no Espírito Santo para transformar corações.


Existem muitas doenças do corpo que são incuráveis. Os doutores
mais sábios não podem curá-las. Mas, graças a Deus! Não existem
doenças incuráveis da alma. Todas as espécies e quantidades de pecados podem ser lavados por Cristo. O mais difícil e perverso dos corações pode ser mudado.


Leitor, eu digo novamente, enquanto há vida, há esperança. O mais
velho, mais vil, o pior dos pecadores pode ser salvo. Apenas deixe-o vir
a Cristo, confessar seus pecados, e clamar por perdão – apenas deixeo lançar sua alma em Cristo, e ele será curado. O Espírito Santo será
enviado ao seu coração, conforme a promessa de Cristo, e ele será
transformado pelo seu grandioso poder, em uma nova criatura.


Eu nunca me preocupo com qualquer que se torne um cristão, o que
quer que esta pessoa tenha sido em tempos passados. Eu sei quão
grandiosa é a mudança da morte para a vida; Eu sei que montanhas
de divisão parecem ficar entre alguns homens e o Céu; Eu sei das dificuldades, dos prejuízos, da pecaminosidade desesperadora do coração
natural; mas eu lembro que Deus o Pai fez este glorioso mundo do nada. Eu lembro da voz do Senhor Jesus que pôde alcançar Lázaro
quando este tinha quatro dias de morto, e o chamou de volta, mesmo
da sepultura; Eu lembro das incríveis que o Espírito de Deus venceu
em cada nação debaixo do Céu; Eu me lembro disso tudo e sinto que
nunca devo me desesperar. Sim! Estas mesmas pessoas que agora parecem mais completamente mortas em pecados, podem ainda ser tornadas nova criatura e andar diante de Deus em novidade de vida.


Por que não deveria ser assim? O Espírito Santo é um Espírito poderoso, misericordioso e amoroso. Ele não se volta de ninguém por causa de sua vileza. Ele não deixa de visitar porque seus pecados são preto e escarlate.


Não havia nada nos coríntios para que ele viesse e os vivificasse. Paulo
relata que eles eram, “fornicadores, idólatras, adúlteros, efeminados,
ladrões, cobiçosos, beberrões, maldizentes, roubadores.” “Tais como”,
ele diz, “eram alguns de vocês.” No entanto, mesmo a eles o Espírito
vivificou. “Fostes lavados,” ele escreve, “fostes santificados, fostes justificados, no nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” (1
Co, 6.9-11)


Não havia nada nos colossenses para que Ele visitasse seus corações.
Paulo nos fala que eles andavam em “fornicação, impureza, afeiçoes
desordenadas, concupiscências malignas e avareza que é idolatria.”
No entanto, a eles também o Espírito vivificou. Ele os fez, “despir-se
do velho homem e seus feitos, e vestir-se do novo homem que é renovado em conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” (Cl
3.5-10).



Não havia nada em Maria Madalena para que o Espírito devesse tornar viva sua alma. Ela esteve possuída por 07 demônios. Tempo houve, se o relato é verdadeiro, que ela foi uma mulher proverbial para a
vileza e iniquidade. No entanto, mesmo ela o Espírito fez uma nova
criatura, - separou-a de seus pecados – trouxe-a a Cristo – a fez a última na cruz e a primeira na tumba.


Nunca, nunca o Espírito Santo se volta de uma alma por causa de sua
corrupção. Ele nunca fez isso; Ele nunca fará. É Sua glória que ele
tem purificado a mente dos mais impuros, e feito deles templos para
sua própria morada. Ele pode ainda pegar o pior dos que leram este
folheto e fazer dele um receptor da Graça.


Por que não deveria ser assim? O Espírito é um Todo-Poderoso Espírito. Ele pode mudar um coração de pedra em um coração de carne. Ele
pode destruir os maus-hábitos mais fortes, como uma estopa (tow) no
fogo. Ele pode fazer as coisas mais difíceis parecerem fáceis e as mais
poderosas objeções derreterem como neve na primavera. Ele pode cortar as barras de metal e arrebentar os portões do prejuízo. Ele pode
encher cada vale e fazer cada lugar árduo, suave. Ele tem feito isto
regularmente, e pode fazer novamente.


O Espírito pode usar um judeu – o mais amargo inimigo da cristandade, o mais feroz perseguidor dos verdadeiros crentes, o mais forte defensor das noções farisaicas, o opositor mais prejudicial da Doutrina
Evangélica – e transformar este homem em um pregador zeloso da
mesma fé que uma vez ele tentou destruir. Ele já fez isso – Ele fez isso
com o Apóstolo Paulo.


O Espírito pode usar um monge católico romano, criado no meio da
superstição romana - treinado desde sua infância para crer na falsa
doutrina, e obedecer o Papa – mergulhado com seus olhos no erro – e
fazer deste homem o mais claro defensor da justificação pela fé que o
mundo já viu; Ele já fez isso – Ele fez com Martinho Lutero.


O Espírito pode usar um funileiro inglês, sem estudo, patronagem ou
dinheiro, - um homem uma vez conhecido por nada menos que blasfemar e praguejar, - e fazer este homem escrever um livro religioso, o
qual permanece sem rival e inigualado em seu modo, por qualquer um
desde o tempo dos Apóstolos. Ele já fez isto – Ele fez com John Bunyan, o autor de “O Peregrino.”


O Espírito pode usar um marinheiro, afundado em mundanismo e pecado – um depravado capitão de um navio negreiro, - e fazer deste
homem um dos mais bem-sucedidos ministros do Evangelho; um escritor de cartas que são o celeiro da religião experimental; e de hinos
que são conhecidos e cantados em qualquer lugar onde a língua inglesa é falada. Ele já fez isto. Ele fez com John Newton.


Tudo isto o Espírito tem feito, e muito mais, do qual eu não posso falar em particular. E o braço do Espírito não está encolhido; Seu poder
não está deteriorado. Ele é como o Senhor Jesus – o mesmo ontem,
hoje e para sempre. Ele ainda faz maravilhas e fará até o fim dos tempos.


Eu não ficarei surpreso em ouvir, mesmo nesta vida, que o homem
mais severo que eu conheço, tenha se tornado quebrantado, e o mais
orgulhoso, tenha tomado lugar aos pés de Jesus como uma criança.
Eu não ficarei surpreso de encontrar muitos à mão direita no dia do
Juízo, os quais eu deixei, quando morrer, viajando pelo caminho largo.


Eu nunca me desespero porque eu creio no poder do Espírito Santo.
Nós, ministros, podemos bem nos desesperar, mas ao olharmos nosso
próprio desempenho. Estamos frequentemente doentes de nós mesmos. Podemos nos desesperar quando olhamos para algumas pessoas
que pertencem as nossas congregações; parecem tão duras e insensíveis quanto uma pedra de moinho. Mas nos lembramos do Espírito
Santo e do que Ele já fez. Nos lembramos do Espírito Santo e refletimos que Ele não mudou. Ele pode descer como fogo e derreter os mais
duros corações; Ele pode converter os piores homens ou mulheres entre nossos ouvintes, moldar todo seu caráter em uma nova forma. E
assim nós pregamos. Temos esperança por causa do Espírito Santo.
Oh, que nossos corações possam entender que o progresso da verdadeira religião depende não de nossa força ou poder, mas do Espírito
do Senhor! Oh que muitos deles possa aprender a depender menos de
seus ministros e a orar mais pelo Espírito Santo! Oh, que todos possamos aprender a esperar menos de escolas, folhetos e aparatos eclesiásticos, e, ao mesmo tempo usando todos os meios diligentemente,
buscarmos mais intensamente um derramamento do Espírito.


Leitor, você se sente menor se aproximando de Deus? A menor inquietação sobre sua alma imortal? Sua consciência lhe diz neste dia, que
você ainda não sentiu o poder do Espírito, e que você quer saber o que
é isso? Ouça, e eu lhe direi.


Por um lado, você deve ir imediatamente ao Senhor Jesus Cristo em
oração, e rogar-Lhe que tenha misericórdia de você, e lhe envie o Espírito. Você deve ir diretamente aquela fonte de águas vivas, o Senhor
Jesus Cristo, e receberá o Espírito Santo (João, 6.39). Comece imediatamente à orar pelo Espírito Santo. Não pense que está emudecido e
sem esperança: O Espírito Santo é prometido aos que lhe pedirem.
Seu nome é Espírito da Promessa e Espírito de Vida. Não Lhe dê descanso até que Ele venha e lhe faça um novo coração. Clamai vigorosamente ao Senhor – dize-Lhe, “Abençoa-me, mesmo também a mim:
vivifica-me, e faze-me vivo.”


De minha parte, eu não ouso enviar almas ansiosas a ninguém senão
a Cristo. Eu não apoio aqueles que dizem aos homens para orar para
o Espírito Santo em primeiro lugar, a fim de que eles possam ir a Cristo em segundo lugar. Eu não vejo fundamento nas Escrituras para
dizer isto. Eu vejo somente que se os homens se sentem necessitados,
pecadores perecendo, eles devem se aplicar, em primeiro lugar e principalmente, direta e unicamente à Jesus Cristo. Eu vejo que Ele mesmo diz, “Se alguém tem sede, venha a Mim e beba” (João 7.37). Eu sei
que está escrito “recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles” (Salmos 68.18).
Eu sei que é seu ofício especial batizar com o Espírito Santo, e que
“Nele habita toda plenitude.” Não ouso tentar ser mais sistemático que
a Bíblia. Eu creio que Cristo é o ponto de encontro entre Deus e a alma: e meu primeiro conselho a qualquer um que queira o Espírito,
deve sempre ser, “vá a Jesus, e conte suas necessidades a Ele.”


Por outro lado, se você ainda não sentiu o poder conversor do Espírito,
você precisa ser diligente em observar os meios de graça através do
qual o Espírito opera. Você deve ouvir regularmente a Palavra que é
Sua espada; você deve habitualmente comparecer aquelas assembleias onde Sua presença é prometida; você deve, em suma, ser encontrado no caminho do Espírito, se você quer que o Espírito lhe faça bem.
O cego Bartimeu jamais teria recebido a visão, se tivesse ficado sentado preguiçosamente em casa, e não tivesse saído afora, para se sentar
a beira do caminho. Zaqueu poderia nunca ter visto Jesus, e se tornado um filho de Abraão, se ele não tivesse corrido adiante e subido no
pé de sicômoro. O Espírito é um Espírito amoroso e bom. Mas aquele
que despreza os meios de graça, resiste ao Espírito Santo.

Leitor, lembre-se destas duas coisas. Eu creio firmemente que nenhum homem jamais agiu com honestidade e perseverança nestes
dois conselhos, que não, mais cedo ou mais tarde, tem o Espírito, e
descobre, por experiência própria que Ele é “poderoso pra salvar”.

FONTE
Traduzido de



Capítulo 5

OS CRENTES E O ESPÍRITO SANTO

Ninguém pode ser salvo sem receber o poder da Palavra de Deus e do Espírito Santo. Depois que a pessoa é salva, para levar vida de fé vitoriosa,   e   para   ter   crescimento   espiritual,   terá   de   buscar   o conhecimento da Palavra. Neste ministério, precisa contar com a ajudado Espírito.

Muitos crentes acreditam que a salvação vem, quando a pessoa é nascida de novo ao receber o evangelho pregado pelo poder do Espírito Santo.  Depois tentam continuar a  vida de fé  por  seu  próprio esforço humano. Sofrem verdadeira agonia — pois o bem que querem fazer, não conseguem, mas o mal que não querem, este fazem. No final suspiram e clamam como Paulo: "Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?", (Romanos 7:24).

Nosso Senhor prometeu muitas vezes que mandaria o Consolador aos crentes, "para que esteja convosco para sempre" (João 14:16). O"Espírito ajuda as nossas fraquezas" (Romanos 8:26). Assim como Jesus prometeu, sete semanas depois da sua ressurreição, enviou-o para esta terra.De que maneira ele   cuida dos crentes   que nasceram  de novo mediante a palavra e o Espírito?

Trazendo Santidade e Ajuda às Nossas Fraquezas

"Da mesma maneira também o Espírito ajuda nossas fraquezas.Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis", (Romanos 8:26).

Todo crente admitirá que o problema do pecado o confronta de maneira angustiante, depois que ele aceita o Senhor Jesus. Em tempos passados   quando   éramos   incrédulos,   "todos   nós   também   antes andávamos nos desejos de nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos. E éramos por natureza filhos da ira, como também os demais",   (Efésios   2:3).   Então   não   nos   sentíamos   culpados,   embora vivêssemos em pecado. Por quê? Porque a alma estava morta perante Deus.   Mas   quando   recebemos   vida   eterna,   o   pecado   torna-se   um problema para nós.
Começamos então com indagações: Será que não posso evitar
repetidas quedas no pecado, mesmo depois de estar salvo? Não tenho
poder de vencer o pecado?

Romanos 7 e 8 cuida destas questões. Romanos 6 nos ensina a
transformação   fundamental   que   ocorre   quando   uma   pessoa   crê   em
Jesus Cristo:
"Ou   não   sabeis   que   todos   quantos   fomos  batizados   em   Cristo
Jesus fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados
com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo ressurgiu dentre
os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade
de vida. Se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua
morte, também o seremos na da sua ressurreição. Pois sabemos isto,
que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do
pecado seja desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado; porque
aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, seja morremos
com Cristo, cremos que também com ele viveremos", (Romanos 6:3-8).


Quão   maravilhosa   e   abençoada   informação   é   esta!   E   ainda
perguntam:   Que   farei   para   experimentar   esta   bênção?   A   resposta   é
simples.   Todos   nós   cremos   e   sabemos   que   recebemos   salvação   e
remissão de pecados pela graça de Deus.


E   o   que   significa   esta   graça?   Graça   quer   dizer   que   Deus   em
pessoa age por nós. Se tentarmos nos salvar ou ajudar Deus a nos
salvar, isso não será graça. Graça quer dizer que nós recebemos pela fé
o que Deus preparou para nós.


A pessoa que aceitou a Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, é
totalmente   diferente   daquela   que   aceitou   apenas   o   padrão   moral   do
cristianismo ou seus ritos religiosos. Através de Cristo o velho homem foi
crucificado,   morto.   O   homem   perseguido,   proscrito   e   caído,   filho   do
primeiro Adão, foi destruído. Com Cristo, nosso último Adão, o homem
surgiu como nova pessoa para nova vida.


Esta verdade não termina numa teoria. Tão certo como nasci neste
mundo na mesma condição do primeiro Adão, assim Jesus, o Filho de
Deus, foi encarnado neste mundo onde viveu por trinta e três anos. E
como   ele   foi   crucificado,   eu   também   fui   crucificado   e   sepultado.
Ressuscitei   uma   nova   criatura   pelo   poder   da   ressurreição   de   Cristo.
Todos os que crêem em Jesus Cristo passam por esta experiência.


A Bíblia também nos ordena a mudar nossa atitude e o nosso
pensar: "Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado,
mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor", (Romanos 6:11).
Nós temos de crer que "se alguém está em Cristo, nova criatura é", (2
Coríntios 5:17).


Podemos imaginar porque Paulo em Romanos 7 ainda sofria com
o pecado, apesar de no capítulo 6 já ter morrido através de Cristo. Paulo sabia que fora sepultado e ressurgira num homem novo e justo.
A razão é simples. Depois que o velho homem morreu e um novo
homem ressurgiu, este homem tornou-se dependente do poder e mérito
de Cristo. Mas, por não entender bem seu estado de regeneração, caiu
de novo em servidão.

Muitos   crentes   não   sabem   que,   do   mesmo   modo   que   não
tínhamos poder para fazer o que era reto quando estávamos em pecado,
assim também, depois de nascer de novo, não temos poder em  nós
mesmos para atingir a justiça e santidade. Quando começamos a crer
que   podemos   ser   justos   e   santos   por   nosso   próprio   esforço,
experimentamos a amarga taça da derrota.


Os   descendentes   de   Adão   continuaram   presos   à   idéia   de   que
poderiam decidir tudo por eles mesmos. Mas na realidade serviam ao
diabo como seus escravos, e foram arrastados para a ruína. Cegos, não
conseguem sair de sua decepção, nem colocar toda sua confiança em
Deus. Convencidos de que podem conquistar salvação e santidade por
eles   mesmos,   desiludem-se   porque   com   certeza   não   conseguem
controlar seus impulsos pecaminosos.


Eu posso ver o crente de Romanos 7 travando batalha sangrenta
contra poderes desiguais, a fim de conseguir viver uma vida de retidão e
santidade, tentando guardar a lei mas sendo derrotado pelo sutil demônio
do ego.


Ele está tão centralizado em si mesmo que usa a palavra "eu"
quarenta vezes naquele capítulo. Que pessoa orgulhosa! Mas no final a
Palavra   de   Deus   nos   mostra   profunda   realidade:   ninguém   tem
capacidade de  vencer o  pecado  por  si  mesmo. O   escritor afinal diz:
"Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?",
(Romanos 7:24).


A resposta para esta questão é simples, embora só seja apreen-
dida depois   que passamos por  duras  provas. Como   a salvação vem
somente pelo mérito do Senhor, então a vida de justiça e santidade só
será conseguida quando descansarmos por inteiro no poder do Senhor
ressurreto que habita em nós.
Em Romanos 8, o apóstolo apresenta a resposta para sua própria
pergunta: "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão
em Cristo  Jesus,  que não   andam  segundo a  carne,   mas segundo  o
Espírito, porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, livrou-me da lei
do pecado e da morte", (Romanos 8:1-2).


Paulo está dizendo que a vitória pertence àqueles que não estão
lutando na esfera de seu próprio esforço. Nós, os que temos recebido
nova vida em Cristo — foi ele que venceu o pecado, a morte, o diabo e a
maldição — devemos ser totalmente dependentes do Senhor Jesus que
é   vida,   justiça   e   santidade.   E   quando   nos   revestimos   destajustiça   e
santidade de Cristo, a "lei do espírito de vida" que é revelada e dada
através de Jesus, liberta-nos da "lei do pecado e da morte", de maneira
definitiva Quando  nascemos de novo, nossa  direção e propósito  de vida
mudam. A Bíblia diz: "Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu
para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus", (Romanos 6:10).
Devemos ter sempre em mente que a vida de Cristo não é vida
egocêntrica. Sem dúvida, do começo ao fim é vida vivida "para Deus".
Lembremo-nos que Adão escolheu viver para si mesmo. Como resultado,
tornou-se um servo do diabo, a personificação do orgulho.
A   razão   pela   qual   cristãos   nascidos   de   novo   ainda   caem   nas
malhas de Satanás é que insistem em continuar vivendo para si mesmos,
em vez de viverem para Deus.


Enquanto permanecermos neste erro, não poderemos escapar da
luxúria e pecado. Entretanto, quando nossa primeira prioridade é agradar
a   Deus   em   todas   as   coisas,   e   fazer   a   sua   vontade   —   quando
entendemos pela Palavra de Deus que somos novas criaturas, "vivos
para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 6:11) — o Espírito
Santo   nos   capacita   a   produzir   abundantemente   o   fruto   da   justiça   e
santidade.


Santidade   quer   dizer   afastar-se   do   pecado   e   aliar-se   a   Deus.
Quando   nos   afastamos   de   algo,   vamos   para   perto   de   outra   coisa
qualquer;   se   nos   afastamos   do   pecado,   não   devemos   servir   a   nós
mesmos, mas servir a Deus de modo total.
Enquanto passamos por este processo, o egoísmo de depender de
nosso próprio esforço e viver para nós mesmos é quebrado pouco a
pouco. Quando uma pessoa depende do poder do Cristo ressurreto, e
vive para agradar e  servir  a Deus,  o Espírito   de santidade de  Deus
enche-a   com   profunda   graça   de   santidade,   fazendo-a   crescer
espiritualmente diante de Deus.


Deus vem até nosso coração através do Espírito Santo, e pela
atuação de sua   graça   em nós, o   próprio   Deus nos  liberta   da   lei do
pecado e da morte, e nos capacita a aceitar a lei de Deus. Deus não só
nos   dá   a   lei,   mas   nos   reveste   de   poder   divino   para   que   possamos
guardá-la por intermédio da presença do Espírito Santo em nós. Aí está a
graça!


Por esta   razão   o   apóstolo   Paulo   diz,   em  Gaiatas   2:20:   "Estou
crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim."
Agora não sou eu quem vive. Cristo que está em mim vive, crê e
age por mim através do Espírito Santo. Sabendo este preceito, apenas
confio que ele está transformando meu coração dia após dia. Eis o que
Deus faz por nós e esta é a essência do Evangelho!


Nós não podemos continuar usando esta desculpa: "Na verdade o
espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mateus 26:41).
Não nos é suficiente reconhecer o Espírito Santo e crer nele; mas
importa na verdade que o recebamos e permitamos que ele nos dê sua
plenitude, de maneira que nós automaticamente aceitemos a lei de Deus
— não por  compulsão exterior, mas pelo poder do Espírito Santo no
íntimo do nosso ser. Não é que apenas estejamos com o Espírito Santo, mas ele está incorporado em nós. Ajuda-nos em nossos problemas e
vive vida de fé através de nós. Como é grandiosa esta verdade!


Ensinando a Crentes


Assim   como   a   criança   precisa   receber   ensinamento   espiritual,
moral e intelectual para crescer e tornar-se um adulto responsável, o
cristão nascido de novo também deve ser doutrinado para crescer na fé.
Deverá desenvolver-se à semelhança de Cristo; e a única pessoa que
tem   o   ministério   de   ensinar   crentes   é   o   Espírito   Santo:   "(O   Espírito
Santo) vos ensinará todas as coisas", (João 14:26).


Nossa   tendência   é   limitar   este   ensino   ao   conhecimento   de
doutrinas.   Porém,   o   Espírito   Santo   educa   de   modo   completo   a
personalidade de um crente.

Antes de entrarmos para o mundo da fé, toda nossa educação é
recebida através dos sentidos. Depois que a pessoa nasce de novo, o
Espírito Santo cumpre sua função transmitindo uma educação revelada
através da Palavra de Deus.


Os ensinamentos ministrados pelo   Espírito Santo  levam-nos  ao
ponto básico do que deve ser aprendido. O Espírito Santo ensina crentes
a seguirem a Cristo. Ele nos capacita a servir ao Senhor do céu e da
terra. Dá direção para fazer aquilo que agrada ao Pai celeste. Esta é
nossa mais alta prioridade, nisto consiste o verdadeiro valor da dádiva da
vida.   É   fazendo   a   vontade   do   Pai   que   podemos   encontrar   nossa
verdadeira identidade, fé eterna, esperança e amor.


Os   ensinos   espirituais   do   Espírito   Santo   progridem   de   forma
natural em todos os campos da vontade humana, dos sentimentos e da
inteligência. Através de nossa vontade e emoções, o Espírito Santo dirigi-
nos para sermos semelhantes a Cristo. Mediante nosso intelecto, leva-
nos a compreender os sentidos mais profundos da Palavra de Deus.
Jesus   era   ao   mesmo   tempo   Deus   perfeito   e   homem   perfeito.
Entretanto,   sua   natureza   divina   já   possuía   beleza   perfeita,   mas   sua
natureza humana necessitava de crescimento. A Bíblia afirma isto: "E
crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e
os homens" (Lucas 2:52). E em Hebreus lemos: "O qual, nos dias da sua
carne,   tendo   oferecido,   com   grande   clamor   e   lágrimas,   orações   e
súplicas ao que o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da
sua   piedade,   embora   sendo   Filho,   aprendeu   a   obediência   por   meio
daquilo que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser o autor da
eterna salvação para todos os que lhe obedecem" (Hebreus 5:7-9).


Como assinala esta passagem, até a natureza humana de Jesus
aprendia   a   obediência   e   aperfeiçoava-se   mediante   problemas   e
sofrimentos, de acordo com a vontade de Deus. Assim, do mesmo modo
nós   cristãos   devemos   receber   os   ensinamentos   dados   pelo   Espírito
Santo, devemos crescer e aprender dele sobre a vida espiritual.
O ensino do Espírito Santo aos crentes pode ser dividido em dois
métodos: mediante a Palavra de Deus, e mediante experiências da vida

Antes de Jesus deixar este mundo, prometeu repetidas vezes que
o Espírito Santo viria para ensinar toda a verdade e capacitar o crente a
entender e a viver este ensinamento (João 16:12-14). Estas promessas
do   Senhor   foram   cumpridas   na   vida   dos   discípulos,   depois   do
Pentecoste.
Até ali, os discípulos não compreendiam as verdades profundas
dos ensinamentos de Jesus. Depois de sua crucificação e ressurreição, a
perplexidade deles era indescritível; sentiam-se perdidos, sem rumo. Mas
depois que receberam o Espírito Santo, por ocasião do Pentecoste, suas
vidas transformaram-se de modo completo. Eles não só se lembravam
dos  ensinos de  Jesus concernentes  ao  Espírito Santo como  também
entenderam o sentido   profundo   da   Palavra de  Deus.   Assimilaram  as
verdades aplicando-as no crescimento de suas próprias vidas.
E   assim   acontece   conosco.   Embora   tentemos   estudar   e   com-
preender a Palavra de Deus, se não nos enchermos do Espírito Santo,
que   em   contrapartida   nos   dá   maior   desejo   de   aprender,   só
apreenderemos   um   amontoado   de   palavras   cujo   sentido   não   nos
alcança. Continuaremos confusos, seguindo vida infrutífera, faltando-nos
gratidão   profunda   pela   glória   de   Deus,   e   esta   só   pode   ser   obtida
mediante obediência fiel e serviço a Deus.


Não podemos alcançar nosso pleno potencial em Cristo, a menos
que o Espírito Santo nos conduza a beber o verdadeiro leite  e mel da
Palavra que é espírito e vida. A razão humana não pode entender a
Palavra. Entendimento completo só pode vir através da revelação do
Espírito Santo.


O   Espírito   Santo   também   nos   ensina   através   de   problemas   e
experiências do dia a dia. Aprendemos a desejar a vontade de Deus e
seguir o exemplo  de Cristo. As provas  e disciplinas capacitam-nos a
reinvidicar   a   verdade   como   nossa   possessão,   e   permitem   encontrar
profundo entendimento da Palavra.
Não devemos deixar de viver os ensinamentos do Espírito Santo,
que   recebemos   através   das   provas   e   experiências   da   vida   real,   ou
através da Palavra de Deus.


Nascer de novo e ser cheio do Espírito Santo compara-se a entrar
para a "escola" dele. Nesta escola, não há feriado nem férias. Em todas
as situações da vida, o Espírito Santo apresenta Cristo como modelo.
Leva-nos a imitar sua vida e participar dela. Muitas vezes durante o dia, o
Espírito Santo fala-nos por intermédio da Palavra ou de uma experiência,
porque nesta escola sempre estamos em aula.


A Bíblia diz que quando Jesus saiu das águas do batismo, os céus
se abriram e o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba.
Então, depois que Jesus voltou do rio Jordão, cheio do Espírito Santo, foi
levado por ele ao deserto para lá permanecer por quarenta dias (Lucas
3:22; 4:1-2), onde foi tentado.


É claro que o Espírito Santo não levaria Jesus para ser tentado
com   a   finalidade   de   destruí-lo.   Esta   tentação   do   diabo   serviria   para
disciplinar Jesus.


De igual modo, o Espírito Santo está conosco e nos ensina em
ambas as  situações:  sentimos a  maravilhosa  graça e  amor  de Deus
também quando nos sentimos abandonados num deserto. Ele educa-nos
de   tal   maneira   que   nossa   fé   —   centrada   em   Deus,   dependente   da
Palavra, do amor e da esperança do céu — possa crescer.


Em circunstância alguma os crentes que entram para a escola do
Espírito Santo devem sentir-se desanimados ou determinados a voltar
atrás. A Bíblia nos encoraja dizendo: "Meus irmãos, tende por motivo de
grande gozo o passardes por provações, sabendo que a prova da vossa
fé desenvolve a perseverança. Ora, a perseverança deve terminar a sua
obra, para que sejais maduros e completos, não tendo falta de coisa
alguma" (Tiago 1:2^4).
Portanto — se nós vivermos sempre uma vida agradável a Deus e
centrada   nele,   se   nós   dependermos   sempre   do   Senhor   Jesus   —   o
Espírito Santo, que veio para nos ensinar, fará com que cresçamos de tal
modo que não ficará nenhuma falha no conhecimento da Palavra, nem
em nossa fé.


Guiando Crentes


"Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos
de Deus", (Romanos 8:14).


O Pai celeste enviou seu Espírito para guiar crentes que nasceram
de   novo,   ao   longo   do   caminho   espiritual.   Os   filhos   de   Deus   têm-se
tornado pessoas que pertencem ao mundo espiritual por causa de sua
regeneração,   muito   embora   vivam   ainda   no   mundo   físico,   num
tabernáculo de carne. Como alguém pode viver, dia após dia, como um
filho da luz neste mundo de trevas?


É um problema difícil que não pode ser solucionado por esforço
humano. Porém, o Espírito Santo de Deus resolve este problema, e guia
os crentes para uma vida vitoriosa.
Como acontece este processo? Grande problema que os crentes
enfrentam   hoje,   refere-se   à   liderança.   O   Espírito   Santo   é   quem   os
comanda ou eles se auto dirigem?


Quando crentes consultam-me sobre problemas de fé, ou quando
solicitam oração, sempre  procuro olhar  bem  dentro de  seus  olhos, e
muitas   vezes   descubro   que   não   estão   buscando   ajuda   de   maneira
efetiva. Eles já monopolizaram a liderança de suas vidas. Fizeram seus
próprios planos  e tomaram  suas decisões, depois  pedem ao  Espírito
Santo que desça e abençoe o projeto. Este tipo de crente não permite
ser guiado pelo Espírito Santo, eles mesmos são seus guias.


Para sermos dirigidos pelo Espírito Santo, necessitamos entender
o   relacionamento   entre   o   Espírito   Santo   e   nós   mesmos.   O   pecado
fundamental do homem, cometido contra Deus, foi menosprezar a ordem
cósmica e usurpar o lugar de Deus. O homem serve e ama a si mesmo,
vivendo de maneira orgulhosa. Não só recusa-se a reconhecer a Deus como também rebela-se contra ele e o abandona.


Existem muitas pessoas que creram no Senhor Jesus e nasceram
de novo, mas continuam cheias desta raiz do maligno que é o orgulho.
Elas   tentam   tirar   vantagem   de   Deus   e   tentam   usá-lo   quando   têm
necessidade — como se ele estivesse ali para um único propósito, o de
abençoá-las.


Nunca   poderemos   nos   comunicar   de   modo   satisfatório   com   o
Espírito Santo se não compreendermos seu objetivo no mundo e em
nossas vidas. Se quisermos ser guiados por Deus, de forma maravilhosa,
não devemos apenas crer em Jesus e receber a remissão de pecados,
devemos   também   permitir   que   o   Espírito   Santo   corte   fora,
definitivamente, as raízes de orgulho. Então, devemos curvar-nos diante
do   trono,   em   rendição   completa   a   Deus   sem   qualquer   condição   ou
reserva (alma, mente, corpo, vida — presente, passado e futuro).


Devemos permitir que o Espírito Santo seja livre para agir através
de nós com a finalidade de agradar a Deus e não a nós mesmos — tudo
para o propósito de Deus e não para o nosso. Não havendo drástica
transformação,   a   liderança   maravilhosa   que   o   Espírito   Santo   pode
proporcionar   em   todas   as   áreas   de   nossa   vida,   só   se   dará
ocasionalmente.


Crentes   devem   entender   que   o   Criador   colocou   determinada
ordem no Universo. Por quê nós, criaturas, procuramos tirar vantagem do
Criador tentando ser iguais a ele, e exaltando-nos a nós mesmos? Este
orgulho é pecado. Acarreta tristeza e maldição.


Quando chegarmos diante da presença de Deus, nunca deveremos tentar fazer com que Deus desça ao nosso nível. Para Deus, esse
orgulho cheira como carne em putrefação. Através de Cristo, Deus toma
o controle de nossas vidas; pelo poder do Espírito  Santo,   purifica   e
quebra nosso orgulho e então completa sua obra em nós.


Este é o segredo de ser guiado pelo Espírito. A declaração de fé
do apóstolo Paulo: "já não vivo, mas Cristo vive em mim" (Gaiatas 2:20)
é   a   base   de   vida   para   crentes   sinceros   e   verdadeiros.   Quando
esperamos em Deus e o servimos como servos prostrados diante do
Mestre, ele não nos guia de forma superficial; apossa-se e vive em nós.
Dessa maneira, podemos na verdade descansar, ter alegria, firme crença
e vida de esperança. Quando sabemos que Deus, por meio do Espírito
Santo, governa e dirige todas as áreas de nossa vida, podemos cantar
jubilosos mesmo quando nossos dias surjam como noites tenebrosas.


O Espírito Santo que veio para nós, trabalha para transformar
nossa vida desta maneira. Quando nos rendemos a ele de forma
natural, nos tornamos gloriosos filhos de Deus "guiados pelo Espírito de
Deus," como descrito em Romanos 8:14. Além do mais, todos os filhos e
filhas estão qualificados e capacitados a serem guiados pelo Espírito de
Deus. Louvado seja seu nome!


Consolando Crentes


Você já  se sentiu dilacerado pelos anseios  da vida? E quando
pensava que iria fracassar, ouvia palavras ternas de conforto e ânimo
dos pais queridos, da  família  ou amigos chegados, certo? Consolo é
como óleo derramado sobre feridas, dá uma coragem renovada.
Contudo, há limite para o conforto humano. Existem abismos de
desespero que o conforto humano não pode alcançar; há horas quando
só Deus nos pode valer.


Antes de Jesus deixar este mundo, prometeu aos discípulos tristes
e   desesperançados:   "Não   vos   deixarei   órfãos,   virei   para   vós"   (João
14:18).   Enquanto   Jesus   estava   com   eles,   ele   não   era   só   o   infalível
Senhor; ele era um Consolador que cuidava deles. Jesus os provia de
alimento, os curava e guardava dos ataques do inimigo. Mas quando
Jesus   deixou-os,   sentiram-se   como   órfãos   inconsoláveis.   Eles   não
entenderam a promessa de Jesus: "Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador, para que esteja convosco para sempre", (João 14:16).
É nesta passagem que o Espírito Santo é chamado de Consolador. No
dia   de   Pentecoste,   os   discípulos   foram   todos   cheios   com   o   Espírito
Santo, e começaram a falar outras línguas, à medida que o Espírito lhes
dava  o  dom da palavra. Depois  dessa maravilhosa experiência,  seus
corações se encheram de conforto, paz e coragem. O Espírito Santo, o
Consolador, estava dentro deles.


Daquele dia em diante, não conheceram mais solidão nem tristeza,
tampouco opressões emocionais ou desespero, apesar de terem sido
caluniados, espancados e postos em prisão. O Espírito Santo estava lá,
suprindo-os   com   o   infinito   conforto   de   Deus.   Podiam   louvar   a   Deus
mesmo em aflição e tribulação.


Como poderia Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, possuir
tanta calma a ponto de abençoar os que o apedrejavam em vez de os
amaldiçoar? Era porque o coração de Estevão estava cheio de conforto.
Como   poderiam   Paulo   e   Silas   na   prisão   de   Filipos   —   espancados,
famintos e acorrentados — louvar a Deus no meio da noite? Porque seus
corações transbordavam com a consolação do Espírito Santo.
Lembram-se   do   restante   desta   história?   Deus   respondeu   aos
louvores e   orações   de   Paulo   e   Silas,   provocando   um   terremoto   que
abalou   os   alicerces   da   prisão;   todas   as   portas   foram   abertas.   As
correntes que prendiam Paulo e Silas soltaram-se, e eles foram libertos.
Pela manhã, a família do carcereiro foi salva. O Espírito Santo veio e deu
conforto profundo às almas dilaceradas, feridas e sofridas.


O apóstolo Paulo escreveu aos corintos a respeito do conforto,
mediante o poder do Espírito Santo: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso
Senhor   Jesus   Cristo,   o   Pai   das   misericórdias   e   Deus   de   toda   a
consolação,   que   nos   consola   em   toda   a   nossa   tribulação,   para   que
também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com
a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Pois
como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também a
nossa consolação transborda por meio de Cristo" (2 Coríntios 1:3-5) O   conforto   vindo   de   Deus   através   do   Espírito   Santo   permite
superar tribulações e provações.


Na   primeira   igreja   que   fundei,   havia   uma   senhora   idosa   que
enviuvara   quando   ainda   jovem.   Com   muito   sacrifício   e   sofrimento
conseguiu criar uma filha. Quando esta casou-se, a mãe foi morar com
ela para tomar conta da casa. Com o nascimento de uma criança, o
coração   da   filha   ficou   debilitado.   Aquela   mãe   orou   com   fé   a   Deus
pedindo a cura de sua filha. A viúva teve a experiência da plenitude do
Espírito Santo, mas a filha morreu.


Parecia   que   o   mundo   daquela   mãe   desabara.   Pela   filha   ela
sacrificara seus próprios anseios de vida, e agora a filha partira. Que
palavras poderiam confortar esta mulher no profundo de seu desespero?
Quando o corpo sem vida de sua filha era velado em casa, como é
o costume na Coréia, fui chamado para dirigir o ofício fúnebre. Quando
entrei   ali,   senti   que   havia   algo   diferente.   Antes,   a   mãe   estivera
inconsolável,   agora   o   rosto   daquela   anciã   estava   radiante   e   não
desesperado.   Ela   chegou   até   a   me   confortar,   ao   servo   do   Senhor,
dizendo que não devíamos ficar preocupados pela morte da filha, pois
esta fora   para sua  morada eterna no  céu. Assegurou-me que  a sua
jovem filha descansava nos braços de Deus. Ela entoava louvores com
tanto poder que chegou a dançar jubilosa. Quem poderia ter-lhe dado
este consolo transbordante?


Só o Espírito Santo pode curar as feridas do sofrimento, derra-
mando   óleo   sobre   elas.   O   Espírito   Santo   nos   dá   o   poder   para
permanecermos   em   pé   e   marchar   em   frente,   entoando   um   hino   de
triunfo.


Quando somos cheios com o Espírito Santo e aprendemos a andar
com ele, o consolo profundo, que o mundo não conhece nem entende,
transborda em nossas almas. Receberemos novas forças para superar
quaisquer   circunstâncias.   Tornamo-nos   crentes   que   podem   oferecer
alívio para qualquer pessoa atingida pela aflição.


Confirmando que Somos Filhos de Deus


"Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de
seu Filho, que clama: Aba, Pai" (Gaiatas 4:6).
Ser pai quer dizer ser o autor da vida de uma criança, e a causa da
existência   desse   ser.   Somente   um   homem   pode   ser meu   pai,   neste
sentido da palavra.


Mas Deus também é meu Pai na fé — o autor e a causa de meu
novo   nascimento.   Nossa   fé   cristã   não   é   uma   religião   como   muitos
interpretam de maneira errada. Podemos chamar religião ao nascimento
de uma criança?


A fé cristã não é uma religião, mas uma experiência com o Senhor
Jesus   Cristo.   Passei   pela   experiência   do   novo   nascimento,   nasci   de
Deus. Deus tornou-se meu Pai e eu me tornei seu filho. Todos os passos
de crescimento que damos na igreja (lições que precedem ao batismo, o batismo em si, a igreja e seus membros, os ritos) são auxílios externos
para tornar-nos melhores filhos de Deus; mas isto tudo não é o mesmo
que ser nascido na família de Deus, pelo poder do Espírito Santo.


Nós   lemos   no   evangelho   de   João:   "Mas,   a   todos   os   que   o
receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus — filhos nascidos não do sangue, nem da vontade
da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:12-13).
Como esta palavra mostra, não podemos tornar-nos filhos de Deus por
nosso sangue nem pela vontade da carne, nem do homem, por mais que
o tentemos. Você é nascido como um filho de Deus, apenas quando
nasce de novo pelo poder do Espírito. Sem a experiência de um coração
lavado, você não tem autoridade para tornar-se um filho de Deus.

Tiago   1:18   diz:   "Segundo   a   sua   vontade,   ele   nos   gerou   pela
palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas
criaturas."  Você é nascido de  Deus quando recebe sua  Palavra pelo
poder do Espírito Santo.


Jesus mesmo disse a Nicodemos: "Em verdade, em verdade te
digo que quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho?
Poderá voltar ao ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Em
verdade, em verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é
carne, mas o que é nascido do Espírito, é espírito" (João 3:3-6).


Nascemos de Deus como filhos espirituais, mediante sua Palavra
pelo   poder   do   Espírito   Santo,   do   mesmo   modo   como   nascemos   de
nossos pais carnais, recebendo vida física.
Quando  nascemos de novo, o  Espírito Santo nos  revela nosso
relacionamento íntimo com Deus, nosso Pai.


Uma senhora  que conheço contou-me a seguinte história: Sua
irmã não tinha filhos, então ela mandou sua própria filha à casa desta
irmã para ser adotada por ela. Mas a filha não conseguia chamar sua tia
de   "mãe".   Embora   tivesse   havido   grande   tentativa   para   persuadir   a
menina  a pronunciar  a palavra "mãe" quando  se  dirigia à tia,  ela só
conseguia balbuciar sons inarticulados. Recusando-se a chamar sua tia
de "mãe", não pôde tornar-se sua filha adotiva.


Este   mesmo   relacionamento   de   parentesco   funciona   na   área
espiritual. Mediante a palavra e o Espírito Santo, começamos a chamar
Deus   "Aba   Pai",   porque   assim   nos   guia   o   instinto   dentro   de   nosso
coração.

A Bíblia mostra que o Espírito Santo de Deus está fazendo este
trabalho. Em Romanos 8:15-16 lemos: "Pois não recebestes o espírito de
escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito
de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O mesmo Espírito testifica
com o nosso espírito que somos filhos de Deus." Em nossos corações
pela revelação do Espírito Santo, sabemos que Deus tornou-se nosso
Pai e nós filhos seus.

Esta certeza não vem por intermédio de ritos de qualquer igreja,
mas por intermédio do Espírito Santo, que vem sobre nossos corações e
nos   faz   esta   revelação.   Sem   a   atuação   do   Espírito   Santo,   só
conseguiremos ser pessoas religiosas, não filhos verdadeiros de Deus.
Podemos ser crentes, mas não membros da família de Deus.


Muitas igrejas, hoje, são frias e não possuem amor fervoroso a
Deus, porque os membros as freqüentam como meros religiosos — sem
a fé alicerçada na revelação do Espírito, de que Deus se lhes tornou Pai.
A verdade penetra em nossos corações, não pela força nem pelo
poder, mas pela revelação do Espírito Santo quando nascemos de novo,
mediante o Espírito de Deus.

David (Paul) yonggi Cho

O espírito santo, meu companheiro

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