NO RIO DE JANEIRO: Ator Flávio Migliaccio morre aos 85 anos - Se Liga na Informação





NO RIO DE JANEIRO: Ator Flávio Migliaccio morre aos 85 anos

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Artista foi encontrado morto em seu sítio na manhã desta segunda-feira (4)



O ator Flávio Migliaccio, 85 anos, foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (4), em seu sítio localizado em Rio Bonito (RJ). As informações foram divulgadas pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. A causa da morte ainda não foi divulgada.

O ator nasceu em São Paulo (SP). Seu pai era barbeiro, e a mãe cuidava dele e de seus 16 irmãos. Embora o patriarca da família quisesse que Flávio seguisse seus passos na tesoura e navalha, o jovem prospectava a carreira artística. Sua trajetória na atuação começou após assistir a um espetáculo em uma igreja. Era uma peça inspiradora? Não, pelo contrário. Ele avaliou que um dos atores era muito ruim.
"Não gostei dele de jeito nenhum. Então, fiz uma coisa que não deveria ter feito: esperei terminar o espetáculo e fui falar com o diretor. Disse que o cara era muito ruim e que eu faria melhor. O diretor me deu o papel do cara. Fiz, foi legal e comecei a gostar. E foi assim que estreei como ator amador", relatou ao Memória Globo.
Flávio fez o curso de teatro do italiano Ruggero Jacobbi em 1954. Em seguida, entrou para o grupo amador Teatro Paulista do Estudante. A profissionalização veio com o Teatro de Arena, de Zé Renato, onde atuou em peças como  A Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, e Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho.
Na televisão, Flávio ganhou destaque na série infantil Shazan, Xerife & Cia, exibida pela Globo entre 1972 e 74. Ele era o Xerife, enquanto Paulo José vivia o Shazan. Os dois eram uma dupla de mecânicos atrapalhados, que rodavam as estradas do país a borda da camicleta (mistura de caminhão com bicicleta). A série era um spin-off da novela O Primeiro Amor (1972), de Walther Negrão. Na ocasião, os personagens fizeram tanto sucesso no folhetim que ganharam um programa próprio.
Outro personagem de sucesso que o ator  interpretou na época foi Tio Maneco, que rendeu filmes dirigidos e estrelados por ele, como As Aventuras do Tio Maneco (1971), O Caçador de Fantasmas (1975) e Maneco, o Super Tio (1978), além de uma série de tv exibida na TVE entre 1981 e 1985.
Ao longo de sua trajetória, trabalhou em mais de 30 produções entre novelas e minisséries, como  O Astro (1977), Rainha da Sucata (1990), A Próxima Vítima (1995), Senhora do Destino (2004), América (2005), Sete Pecados (2007), Caminho das Índias (2009), Passione (2010) e Tapas & Beijos (2011-15).
Em entrevista ao Memória Globo, Flávio admitiu que o feirante Vitinho, de A Próxima Vítima, foi o seu papel preferido entre os quais interpretou na TV. Por causa do personagem, ele foi premiado como melhor ator coadjuvante pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 1995. "Foi o que mais combinou comigo. Eu bolei uma coisa que considero uma das maiores criações que tive como ator. Colaborei com o texto assim: inventei que ele vivia com o travesseiro e a roupa de capa embaixo do braço, porque não tinha lugar para dormir. Comecei a desenvolver isso, a fazer uma cena dramática segurando o travesseiro. Ficava engraçado", descreveu.
O último trabalho do ator na TV foi em Órfãos da Terra, em 2019, no qual viveu Mamede.

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