Coadjuvante na eleição, vice que assume em Goiânia é pastor da Universal
Carioca, radialista, ex-vereador e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Rogério Cruz (Republicanos) assume definitivamente a cadeira de prefeito em Goiânia após a morte do candidato eleito, Maguito Vilela (MDB), que estava internado em São Paulo desde outubro para tratar da covid-19.
Discreto, Cruz foi coadjuvante durante toda a eleição. Quem assumiu o protagonismo após a internação de Maguito foi o filho do cabeça de chapa, Daniel Vilela, presidente estadual do MDB, que lamentou a morte do pai. "Perdi meu melhor amigo", disse.
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Maguito Vilela morreu hoje aos 71 anos |
Enquanto sua saúde deteriorava, Maguito desbancava o principal adversário, Vanderlan Cardoso (PSD), nas pesquisas de intenção de voto e chegava ao segundo turno mesmo internadoTerminou eleito com 52,6% dos votos. Ele estava licenciado desde 1º de janeiro, e Cruz já ocupava interinamente o posto.
Pastor, Cruz fez carreira na Record
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Vice da chapa de Maguito Vilela, Rogério Cruz agora é prefeito da cidade. |
Pouco conhecido do mundo político, o novo prefeito tem uma longa história ligada à Igreja Universal, onde é pastor, e ao Grupo Record.
Formado em gestão pública, o também radialista chegou a dirigir rádios da emissora em alguns estados brasileiros e até no exterior. Em Moçambique e Angola, foi diretor executivo do grupo.
Cruz é casado e tem dois filhos. Ele morou na África por 16 anos, até que voltou ao Brasil no final de 2009. No ano seguinte, foi trabalhar na capital goiana, onde foi diretor-executivo das rádios da Record.
Sua carreira política começou oficialmente em 2012, quando foi eleito vereador de Goiânia pela primeira vez, cargo para o qual foi reeleito em 2016 com 8.311 votos, o quarto mais votado. Secretário de Gestão de Pessoas em 2013, logo voltou para a Câmara Municipal, onde chegou à 2ª vice-presidência.
Comoção ajuda a eleger prefeito intubado
Maguito foi eleito principalmente por três razões: estrutura de campanha, experiência política e comoção popular, afirmou ao UOL Eduardo Grin, cientista político da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
"Aspectos dramáticos envolvendo personagens públicas acabam mobilizando a opinião popular. É a psicologia do eleitor brasileiro, que nesses momentos pensa 'ah, vamos dar uma força para o cara, Deus vai ajudar, ele é bom'."
A facada no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na campanha de 2018 catapultou sua eleição. Bolsonaro também acabou ausente em boa parte campanha ao não ir aos debates.
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Daniel Vilela faz discurso em evento em Goiás (GO). |
Além disso, lembra, Maguito "tinha uma trajetória política muito maior que a do rival". Em 45 anos de vida pública, Maguito foi vereador, deputado estadual, federal, vice-governador, governador de Goiás (1995 e 1998), senador e prefeito de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital.
Grin destaca ainda que na eleição do ano passado, "diferente de 2018, o eleitor optou pela segurança ao votar em candidatos já testados, de legenda tradicionais". "Maguito Vilela representa isso."
Administração 'blindada'
O cientista político lembra que Cruz "tem a caneta, ele decide", mas o MDB, com marcas na cidade, deve tentar "blindar" a administração para que Cruz não caia "no populismo de Marcelo Crivella (Republicanos)", ex-prefeito do Rio.
"A lógica do que entra é preservar o patrimônio de quem morreu. Em seis meses saberemos que cara terá esse governo. Ele será controlado pelo MDB, ou Cruz vai se desgarrar para ter sua própria marca?", questiona.
Procurada, a Prefeitura de Goiânia não se manifestou até o fechamento desta reportagem.... -
Fonte: https://noticias.uol.com.br
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