Decisão ocorre após presidente fazer duras críticas à estatal por conta de um reajuste de combustíveis
SÃO PAULO – O presidente Jair Bolsonaro anunciou nas redes sociais nesta sexta-feira (19) a indicação do general Joaquim Silva e Luna para ser o novo presidente da Petrobras. O cargo é ocupado atualmente por Roberto Castello Branco.
“O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missão, como conselheiro de administração e presidente da Petrobras, após o encerramento do ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, senhor Roberto Castello Branco”, afirmou Bolsonaro.
Nos últimos dias, o presidente da República criticou a estatal petrolífera por conta de um reajuste de preços de combustíveis feito na quarta-feira. Durante sua live semanal na noite de quinta, ele negou interferência na Petrobras, mas ressaltou que “alguma coisa vai acontecer nos próximos dias”, sem deixar claro o que seria feito.
Na manhã de hoje, Bolsonaro reforçou o recado em evento em Pernambuco: “anuncio que teremos mudança sim na Petrobras”. “O povo não pode ser surpreendido com certos reajustes”, disse ele. “Façamos mas com previsibilidade, é isso que queremos”.
O sócio da Acqua Investimentos, Bruno Musa, destaca que o general não é da área de atuação da Petrobras e por isso a reação do mercado é ainda pior. Às 20h (horário de Brasília), os ADRs da Petrobras registravam queda de 9,45% no after market da Bolsa de Nova York.
“Interferência política nunca é bem vista pelo mercado e os investidores já estão refletindo isso”, afirma.
Já Roberto Attuch, CEO da Ohmresearch, diz que “não é exagero dizer que a Petrobras ficou uninvestable (não investível)”. Para ele, essa é uma situação de “perde-perde”.
“(A Petrobras) Não vai se beneficiar da recuperação dos preços do petróleo, independente do desfecho desse caso. E como não tem estratégia nenhuma em renováveis, muito pelo contrário, a tese de médio prazo fica comprometida”, avalia.
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