Há promessas na Bíblia que os crentes fiéis receberão galardão em reconhecimento dos seus serviços fiéis e do crescimento espiritual.
Este galardão honrará as obras dos crentes após a salvação. Diferentemente da salvação, que é o dom gratuito de Deus não baseado em obras ou mérito humano.
A AVALIAÇÃO
O tribunal de avaliação dos crentes, chamado de Tribunal (bema) de Cristo (2 Co 5.10), torna-se conhecido no céu depois do arrebatamento da Igreja, durante os sete anos de Tribulação na terra.
Neste tribunal, o julgamento será das obras. Ou seja, a questão não é a salvação, mas o galardão.
O GALARDÃO
No Tribunal de Cristo, a recompensa será pelas obras feitas de seu corpo.
A palavra “recompensa” (gr.: komizo) transmite a ideia de retribuição por algo, ou aquilo que é ganho através do trabalho, como um pagamento.
A descrição encaixa-se no conceito de “galardão” (gr.: misthos), que transmite a ideia de remuneração pelo trabalho feito, ou aquilo que alguém ganhou por meio de suas ações.
Mas, nenhuma destas afirmações é consistente com a oferta de salvação, que é um dom gratuito baseado na graça divina, e não no mérito humano (Rm 3.24; Ef 2.8-9; Tt 3.5).
Assim, o galardão refere-se às realizações na vida espiritual, depois da salvação.
A descrição da avaliação no Tribunal de Cristo revela que este é somente para os crentes.
Alguns terão uma produção espiritual digna de reconhecimento e honra, e outros não.
O fundamento para a vida de todo crente é a salvação dada de modo gratuito pela fé na completa expia-substitutiva de Cristo na cruz.
Sobre isto o crente edifica a sua vida espiritual (1 Co 3.11).
GALARDÃO PELAS OBRAS
No processo de crescimento espiritual, o crente produzirá uma variedade de obras. Algumas serão na “carne” (Gl 5.16,19). E, outras no Espírito (Gl 5.22-23).
No Tribunal de Cristo, estas obras serão avaliadas.
A metáfora é a de um processo de refinamento em que o fogo purifica as obras queimando a escória.
A vida do crente é uma combinação de esforço inútil e serviço fiel.
Depois das impurezas queimadas: madeira, feno, o crente recebe aquilo que tem valor eterno: o ouro, prata, e pedras preciosas (1 Co 3.12).
Ele então ouvirá o Senhor dizer: “Bem está, servo bom e fiel.” (Mt 25.21).
No entanto, o aviso terrível é que alguns crentes não terão serviços recompensáveis.
Seus esforços foram manchados pelo interesse próprio, ambição egoísta, ou até mesmo do fracasso ao servir ao Senhor.
Embora sofram a perda do galardão, estes crentes não perderão a salvação eterna (1 Co 3.15).
GALARDÃO COMO PRÊMIO
O apóstolo Paulo comunicou a gravidade da futura avaliação do crente através da metáfora de ganhar o prêmio em jogos atléticos (1 Co 9.24-27).
A cultura grega valorizava o sacrifício e a dedicação do atleta.
Os coríntios eram bem familiarizados com os rigores e padrões dos jogos.
A cada sete anos, um dos quatro eventos atléticos Pan-Helênicos, os Jogos Istmicos, era realizado a cerca de 11 km de Corinto, em Istmo.
As regras e disciplina eram severas.
Se de alguma forma um atleta violasse a sua dieta alimentar ou o regime de treinamento, ele era desclassificado e não podia competir nos jogos.
Para o crente, a desclassificação não significa a perda da salvação, mas a perda do galardão (2 Tm 2.5).
No término da competição, os vitoriosos eram premiados por um juiz, que se sentava no banco de julgamento, o bema.
Cada um dos diferentes jogos tinha as suas próprias coroas (gr.: stephanos) como prêmio. Eram tecidas de várias plantas: oliveira selvagem em Olímpia, aipo selvagem fresco em Neméia, louro em Delfi.
Mas, em Corinto, a coroa “perecível” era uma coroa de aipo ressecada.
OS PRÊMIOS
Duas coroas distintas são mencionadas nas Escrituras: diademos e stephanos.
A primeira é uma coroa real, a segunda é a recompensa pela vitória em jogos atléticos, bravura militar ou banquetes comemorativos.
Elas eram feitas de carvalho, hera, murta, aipo, ou folhas de oliveira.
Quatro destas coroas incorruptíveis são delineadas como recompensas potenciais, mas pode haver mais.
Os crentes fiéis serão premiados em categorias diferentes de serviço e devoção cristãos.
Cada uma das coroas exibe a qualidade da recompensa:
- A coroa da vida;
- A coroa de glória;
- Coroa de alegria;
- E a coroa da justiça.
A coroa da vida
“Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg1.12).
“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida“ (Ap 2.10).
Tiago declara que aqueles que aplicam firmemente a Palavra de Deus durante os tempos de provação recebem uma recompensa específica relacionada à vida.
Não se trata da vida eterna, que é o bem de todo crente, mas uma qualidade ou realce especial desta vida, tanto no tempo, quanto especialmente na eternidade.
Todo crente depara-se com numerosas provações que oferecem oportunidades para confiar em Deus e aplicar a sua Palavra.
Ao enfrentar tais provações, ele pode resistir em obediência ou ceder à tentação de lutar independentemente de Deus.
Aqueles que guardam os mandamentos do Senhor são aqueles que o amam (Jo 14.15,21,23).
Portanto, todo crente pode ganhar esta coroa, porque todos passam por tentações e provações.
A coroa de glória
“E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (1 Pe 5.4).
Esta coroa tem um brilho especial que jamais se apagará.
O nosso Senhor foi coroado de glória pelo seu serviço fiel, o que culminou com a sua obra salvadora na cruz (Hb 2.9).
Da mesma forma, aqueles que fielmente o servirem nos ministérios do ensino e da liderança receberão o devido reconhecimento.
A coroa de alegria
“Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós?” (1Ts 2.19).
“Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados” (Fp 4.1).
Aqueles que são fiéis em testemunhar e conduzir outros a Cristo serão honrados com esta coroa especial.
A coroa da justiça
“Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8).
Todo crente também pode ganhar este prêmio.
Esta coroa não descreve a justiça imputada de Deus, que todo crente possui, mas as suas próprias obras de justiça produzidas por andar no Espírito Santo.
Estas são as obras de ouro, prata, e pedras preciosas que incluem a justiça prática operada na vida cristã.
Quando os crentes retornarem com Cristo, eles serão revestidos com estas obras de justiça (Ap 19.8).
Esta coroa é prometida àqueles que amam e anseiam pelo aparecimento do Senhor e vivem à luz da eternidade e da expectativa da volta iminente de Cristo.
Assim motivados, eles não estarão entre os que serão confundidos (ou experimentarão a vergonha) na vinda de Cristo (1 Jo 2.28).
Aqueles que se prepararem para a volta de Cristo concluirão a carreira e guardarão a fé; estes receberão a aprovação e um galardão do nosso bendito Senhor e Salvador (2 Tm 4-7-8).
Referência: Enciclopédia Popular de Profecias.
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