ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: LIÇÃO 13 – AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA - Se Liga na Informação





ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: LIÇÃO 13 – AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA

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 Hb 3.1,2,16-19 



 
INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição sobre quem foi o profeta Habacuque; pontuaremos a situação de Judá em seus dias; falaremos sobre os aspectos de sua mensagem de arrependimento e avivamento para o povo; e por fim, veremos o clamor do profeta ao povo por um avivamento nacional.
  

I. O PROFETA HABACUQUE
Asseguram os estudiosos ser Habacuque da tribo de Levi […]. O final de seu livro deixa claro que, de alguma forma, ele era também habilitado oficialmente a participar da liturgia do Templo: “[…] ao mestre de música. Para instrumento de corda” (Hc 3.19). O termo traduzido no texto citado como “instrumento de corda” é neginoth”, que tem em si a ideia de tanger um instrumento. O capítulo 3 de seu livro é um arranjo musical feito por ele mesmo. Logo, acredita-se que ele também era um levita (COELHO; DANIEL, 2012, p. 72). O comentarista da Bíblia Pentecostal diz: “A referência ao ‘cantor-mor’ sobre os instrumentos de música (Hc 3.19), sugere que ele pode ter sido um músico levita a serviço do santo templo em Jerusalém” (STAMPS, 1995, p. 1334).
 
1. Nome. O autor deste livro identifica-se como “o profeta Habacuque” (Hc 1.1; 3.1). Além disso, não oferece nenhum outro dado acerca de sua pessoa nem de sua família; e como acontece com a maioria dos “Profetas Menores”, quase nada se conhece sobre Habacuque. Ele não é mencionado em nenhum outro lugar da Bíblia (ELLISSEN, 2012, p. 372). Habacuque é um dos profetas pré-exílicos e só ele, em todas as Sagradas Escrituras, recebe esse nome, que pode significar “abraçado”, “abraço” ou “abraço amoroso”. Uma tradição dos rabinos liga o nome do profeta a 2Reiss 4.16, fazendo-o filho da sunamita: “Disse-lhe o profeta: Por este tempo, daqui a um ano, ABRAÇARÁS um filho” […]. Segundo especialistas, seu nome deriva provavelmente de um vocábulo assírio usado para designar uma planta hambakuku”. Jerônimo, no quinto século d.C., afirmou que o nome do profeta derivava de uma raiz hebraica cujo significado era “segurar”, e que recebera esse nome, ou por causa do seu amor a Deus, ou porque lutara com Ele (COELHO; DANIEL, 2012, pp. 70-71).
 
2. Livro. No livro de Habacuque o autor usa ilustrações e comparações cheias de vida (Hc 1.8,11,14,15; 2.5,11,14,16,17; 3.6,8-11). Podemos identificar na obra pelo menos três estilos literários distintos: (1) o diálogo entre o homem e Deus, o que faz lembrar uma espécie de diário (Hc 1.1—2.5); (2) um conteúdo semelhante ao dos demais livros proféticos do AT, na passagem dos cinco “ais” (Hc 2.6-20); e (3) uma parte poética, semelhante aos salmos (Hc 3). Assim, podemos dizer que ele é um diálogo, pode ser uma profecia ou um poema. O livro demonstra a grandeza e a excelência de Deus sobre todas as nações (Hc 2.20; 3.6,12), enfatizando a soberania divina. E destaca com a mesma intensidade a fé dos justos (Hc 2.4) e a exultação que deve ser dada ao Senhor (Hc 3.18,19).
 
3. Período que profetizou. Há apenas três referências históricas em todo o livro de Habacuque. A primeira se encontra na declaração: “Deus está no seu santo templo” (Hc 2.20) e a segunda, na nota ao final do livro “Ao mestre de música. Para instrumento de corda” (Hc 3.19); e em Habacuque (Hc 1.6) temos a outra referência histórica onde o texto fala da iminência de um ataque dos caldeus. Esses textos indicam claramente que o autor profetizou antes de o Templo construído por Salomão em Jerusalém ser destruído em 586 a.C. por Nabucodonosor. Por isso, a data sugerida para a profecia de Habacuque na maioria dos estudiosos bíblicos mais provável é a que se situa em 609 a.C., no fim do reinado do bom rei Josias no reino do Sul (Judá), o qual começou seu governo aos oito anos de idade (2Cr 34.1-33). “O quadro de violência, contendas e apostasias, tão generalizadas em Judá na época de Habacuque (Hc 1.2-4), parece caber dentro do período que se seguiu imediatamente após a morte de Josias, em 609 a.C” (SCHULTZ, 2009, p. 472).
 
1.4 Contemporâneos. “Habacuque foi contemporâneo de Sofonias e Jeremias em sua terra (Judá) e de Daniel na Babilônia” (MEARS, 1997, p. 282 – grifo nosso).
 
 
II. JUDÁ NOS DIAS DE HABACUQUE
O homem pode esconder seus crimes e sair ileso dos julgamentos humanos, porém jamais o culpado será inocentado diante daquele que sonda os corações (Êx 34.7) (LOPES, 2020, pp. 11-12). Notemos a situação do povo de Judá nos dias de Habacuque:
 
1. Situação política e nacional de Judá.
O império mundial da Assíria caíra exatamente como Naum havia profetizado. O Egito e a Babilônia disputavam então a posição de liderança. Na batalha de Carquemis, em 605 a.C, na qual Josias foi morto, os babilônios foram vencedores […] os juízes eram corruptos e julgavam conforme os subornos que recebiam (MEARS, 1997, p. 282).
 
2. Situação social e moral de Judá.
A reforma de Josias terminou com sua morte em 609 a.C, e as sementes de corrupção plantadas por Manassés frutificaram com rapidez sob o reinado de Jeoaquim, trazendo um desequilíbrio social muito grande […]. Judá era corrupto e estava prestes a ser julgado (ELLISSEN, 2012, p. 373).
 
3. Situação espiritual de Judá.
Os tempos de Habacuque eram críticos e as suas palavras se justificam plenamente pelo contexto político e espiritual de seu tempo. Logo depois da morte do rei Josias. Joacaz, seu filho, assume o trono, mas só reina por três meses. Faraó Neco vem da campanha em Carquemis no Egito (605 a.C), depõe Joacaz e coloca seu irmão, Jeoaquim (ou Eliaquim) no trono, em seu lugar. Judá (Reino do Sul) começa agora a pagar tributo ao Egito. A impiedade voltou a reinar como nos dias do rei Manassés (2Cr 33.1-20; 2Rs 21 1-18) e de seu filho Amom que seguiu os passos maus do pai (2Rs 21.19-26; 2Cr 33.21-25). As reformas feitas por Josias haviam tido um resultado superficial. Não atingiram o coração do povo que, mal enterrara seu bom rei, já se entregava ao paganismo (COELHO; DANIEL, 2012, p. 75).
  

III. A SITUAÇÃO DE JUDÁ NO PERÍODO DO PROFETA HABACUQUE
Os acontecimentos que acarretaram a destruição de Judá, em 586 a.C, e o exílio de seus habitantes na Babilônia estavam diretamente relacionados à incompetência política de seus líderes e à apostasia religiosa […] (2Rs21; 2Cr 34,35). Quando os assírios foram derrotados em Nínive (612 a.C), o Egito tomou o controle de Judá. Alguns anos depois (605 a.C), a Babilônia derrotou o Egito e levou os judeus cativos para sua terra (2Rs 24.18-25.12) (SCHULT; SMITH, 2005, p. 227). A situação de Judá neste período era: a) Os justos e os pobres eram oprimidos (Hc 1.4;13-15); b) O povo vivia em pecado aberto (Hc 2.4; 14-15); e, c) Havia adoração aos ídolos (Hc 2.18-19). Habacuque tem sido denominado de “o livro que começou a Reforma” (ELLISSEN, 2012, p. 375). Reflitamos o porquê da punição do Senhor contra Judá:
 
  • O sofrimento é fruto diretamente do pecado (Gn 3. 13-19; Rm 5.12; 3.23; 8.20);
  • Deus não é o culpado pelo sofrimento do povo (Pv 26.2; Lm 1.8,9,14,18,20,22);
  • Existe a lei da semeadura (Pv 22.8; Jó 4.8; Mt 7.1-2; 2Tm 3.13; Gl 6.7-8; 2Co 9.6);
  •  A situação trágica de Judá foi causa dos seus próprios pecados (Jr 26.7-11,16; Lm 4.13; Jr 42.14; Lm 4.17);
  • O homem queixa-se dos seus próprios pecados (Gn 50.20; Lm 3.39; Pv 19.3; Mq 7.9).
 
 
IV. CARACTERÍSTICAS DE UM AVIVAMENTO EM HABACUQUE
1. Oração profunda: “Oração do profeta Habacuque […]” (Hc 3.1).
Todos os avivamentos da Bíblia e da história da Igreja foram marcados e conservados na atmosfera da oração, jejum, arrependimento, confissão espontânea, quebrantamento de espírito, humilhação diante de Deus e santidade. Precisamos intensificar também a nossa oração intercessória pessoal pela obra de Deus, como fez Habacuque.
 
2. Amor a Palavra de Deus: “Ouvi, Senhor, a tua Palavra […]” (Hc 3.2a).
A Palavra de Deus abundante, fluente, poderosa, revigorante e renovadora é o grande agente divino para o avivamento.
 
3. Renovação espiritual: “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos” (v.2b).
Precisamente falando, avivar, tem a ver com quem já morreu, e reavivar, com quem ainda tem vida. Vários membros da igreja de Sardes tinha nome no rol dos vivos, mas estavam mortos espiritualmente falando (Ap 3.1). A nova vida em Cristo é chamada ressurreição (Cl 3.1; 2.13; Ef 2.1; 5.14).
 
4. Temor de Deus: “[…] e temi” (Hc 3.2c).
Sem renovação espiritual constante na sua vida, o crente perde aos poucos o repúdio ao pecado, sua sensibilidade espiritual diminui e o temor de Deus também. Isso afeta seriamente as coisas de Deus, os valores espirituais, principalmente a santidade de vida e a retidão no viver cotidiano. Se humilhados, clamarmos a Deus dia e noite, haveremos de reviver o grande avivamento (2Cr 7.14,15).
 
5. Verdadeira adoração: “a sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor” (Hc 3.3c).
Não é louvor artificial, cânticos e músicas sem unção divina, sem mensagem bíblica, sem endereço certo, com letra deturpada, com melodia e ritmo copiados do mundo, e que só satisfazem a carne. O real avivamento santifica também o louvor a Deus (Sl 150.2).
 
6. Presença da glória de Deus: “Raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força” (Hc 3.4). Três alusões ao poder avivador de Deus: a) “Raios” é literalmente “chifres”, que na simbologia bíblica fala de poderio; b) “Sua mão” reflete poder; uma figura muito difundida na Bíblia; e, c) “Sua força”, o poder do Senhor que sempre opera nos avivamentos.
 
7. Distanciamento do pecado: “Parou, e mediu a terra” (Hc 3.6).
O ato de medir, em textos como estes, fala de julgamento de pecado. De fato, os avivamentos bíblicos e da história da Igreja sempre conduzem o povo de Deus a uma maior santidade prática de vida (1Pd 1.16). A nossa decisão firme de romper com todo pecado e apegar-se à santidade, quando da nossa conversão, deve continuar pelo resto da vida (Ef 5.18).
 
 
CONCLUSÃO
Aprendemos com o profeta levita, que no avivamento bíblico registrado em Habacuque, a oração (cap. 1), a fé (cap.2) e o louvor (cap.3) são elementos preciosos que se completam. Busquemos ao Senhor incessantemente por este avivamento, e ele certamente virá.
  
 
 
REFERÊNCIAS
Ø  COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Os Doze Profetas Menores. CPAD.
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo PentecostalCPAD.
Ø  ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo TestamentoVIDA.
Ø  SCHULTZ, S. J. A História de Israel no Antigo Testamento. VIDA NOVA.
Ø  MEARS, Henrieta C. Estudo Panorâmico da Bíblia. VIDA.
Ø  SCHULTZ, SAMUEL J; S. G. V. Curso Vida Nova de Teologia BásicaMUNDO CRISTÃO.
Ø  LOPES. Hernandes Dias. Habacuquecomo transformar o desespero em cântico de vitória. HAGNOS.   


Por Rede Brasil de Comunicação.

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