ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: LIÇÃO 01 – QUANDO A FAMÍLIA AGE POR CONTA PRÓPRIA - Se Liga na Informação





ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL: LIÇÃO 01 – QUANDO A FAMÍLIA AGE POR CONTA PRÓPRIA

Compartilhar isso


 Gn 12.1-3; 16.1-5



  
INTRODUÇÃO
Na primeira lição deste trimestre, estaremos estudando sobre a família de Abraão um dos principais personagens das Escrituras; veremos que a despeito das promessas de Deus em sua vida, o patriarca agiu precipitadamente com sua esposa Sara, trazendo sobre si, seríssimas consequências. Por fim, destacaremos que Deus chamou Abraão e sua casa, para um propósito maior, que ao viverem em obediência e submissão, com sua família
desfrutariam das bênçãos de Deus.
 
 
I. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE ABRAÃO
A história de Abrão começa em Gênesis 11.26 com seu nascimento e termina em Gênesis 25.9 quando é sepultado em Macpela, pelos seus dois filhos, Isaque e Ismael. Segundo Hoff (1995, p. 25): “Abraão é o personagem mais importante do Gênesis, e um dos mais importantes de toda a Bíblia. Moisés dedicou onze capítulos ao que aconteceu antes de Abraão, enquanto treze capítulos se referem quase exclusivamente à vida pessoal do patriarca”. Paulo o considerava como o pai de
todos os que creem (Rm 4.16).
 
1. Local e data de nascimento (Gn 11.26-28).
Abraão nasceu quando seu pai estava em Ur dos Caldeus (Gn 11.27,28). Segundo Cabral (2002, p. 05): “esta cidade tinha uma grande movimentação turística e comercial e constituía-se num importante complexo de atividades da Suméria. Provavelmente Abrão nasceu no ano de 2166 a.C.”.
 
2. Seu nome (Gn 11.26; 17.5).
O nome primeiro de Abrão (Gn 11.26) significa: “pai elevado”, ou “pai das alturas”. Posteriormente, depois de uma aliança feita com Deus, seu nome passou a ser Abraão, que significa: “pai fecundo” ou “pai de uma multidão”. Este último nome dado por Deus ao patriarca era profético, pois, no tempo certo, ele haveria de ser o pai de uma numerosa multidão (Gn 17.5,6).
 
3. Sua família (Gn 11.10-31; 12.5).
Abraão era filho de Terá, o décimo na linhagem depois de Sem, portanto ele era um semita. A Escritura diz que enquanto os cananeus filhos de Cam receberam a maldição de Deus, os filhos de Sem, tornaram-se ancestral do povo de Deus e encabeçaram a genealogia que introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32) mencionado na genealogia de Jesus (Lc 3.36). Abraão havia casado com uma mulher chamada Sarai. A Bíblia diz que ela era estéril (Gn 11.30). Na ocasião em que Deus mudou o nome de Abraão, também mudou o nome de sua esposa, que ao invés de Sarai, agora seria chamada Sara, que significa: “princesa” (Gn 17.15).
 
 
II. A PRECIPITAÇÃO DE ABRAÃO E SARA
1. O motivo da precipitação.
Abraão sofria muito com o fato de sua esposa não gerar filhos. Principalmente dentro do contexto da época que: a) atribuía a esterilidade diretamente a uma punição divina (Gn 16.2; 1Sm 1.5); b) atrelava a prosperidade do homem a quantidade de filhos (1Sm 2.5; Jó 1.2,10; Rt 4.15); e, c) um homem sem filhos ia ver a história se findar com a sua morte, pois seria uma pessoa sem posteridade (Gn 15.2,3). Ao perceberem que os anos estavam passando e, não vendo o cumprimento da promessa, Abraão e Sara saíram da dimensão da fé e racionalizaram o nascimento de um filho (Gn 16.1,2). Pelo processo natural, Sara não podia gerar filhos, pois, além de ser estéril, estava na velhice (Gn 18.11). Deus já havia prometido que daria um filho a Abraão com a sua esposa Sara (Gn 12.2; 15.4), no entanto, entre a promessa e o cumprimento, o casal resolveu tomar um atalho (Gn 16.1-4).
 
2. O mal conselho de Sara.
Sara sabia que não podia ter filhos, mas que seu marido ainda era capaz de gerar uma criança. Ela convenceu o marido de que, a melhor forma de ele ter um herdeiro legítimo, seria possuir sua serva Agar. Algumas vezes é certo um homem fazer o que sua esposa lhe diz, mesmo que isso seja em algum momento, contra os seus sentimentos. Mas dessa vez, não foi certo. Abraão não consultou Deus, vacilou na fé, e, sem consultar ao Senhor, deu ouvido à voz de sua mulher (Gn 16.2). Quando Sara sugeriu seu plano a Abraão, não havia convicção em suas palavras. Deus havia dito a Abraão: “Então disse a Abrão, sabe, com certeza [...]” (Gn 15.13); mas Sara não tinha tal certeza para servir de base para suas ações. Quando as situações difíceis vierem sobre nós, devemos recorrer a Deus, consultando-o através da Palavra e da oração (Jr 33.3; Sl 119.105). Precisamos confiar em Deus, em meio as crises, acreditando que Ele tem uma direção sábia para nos dar (Sl 17.5; 25.5; 37.23; 139.4; Pv 16.9).
 
3. A quebra de um princípio divino.
Sara não estava preocupada com a glória de Deus. Seu único objetivo fica claro quando ela diz: “assim me edificarei com filhos por meio dela” (Gn 16.2). Não estavam dispostos a esperar no Senhor e se precipitaram colocando em prática seus próprios planos. Agiram de modo a satisfazer apenas a si mesmos e não a glorificar a Deus. Não estavam obedecendo à Palavra e, certamente, não trouxeram alegria e paz para seu coração e seu lar. De acordo com costume social daquela época, era perfeitamente aceitável que Abraão tomasse Agar para ser sua segunda esposa. No entanto, nem tudo o que é permitido pela sociedade e suas leias ou que parece dar certo é aprovado pela vontade 
e Deus, pois a sua Palavra está muito acima de meros costumes sociais (1Co 6.12; 10.23). Nem todos esses costumes são naturais e corretos. Em momento algum, Deus aceitou Agar como esposa de Abraão; o anjo do Senhor chamou-a de: “serva de Sarai” (Gn 16.8). Mais tarde, ela foi referida como: “essa escrava e seu filho” (Gn 21.10) e não “a esposa e o filho de Abraão”, isso porque: “tudo o que não provém de fé é pecado” (Rm 14.23). Deus rejeitou a trama toda, pois tinha algo muito melhor em mente para Abraão e Sara (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 108).
 
 
III. CONSEQUÊNCIAS DA PRECIPITAÇÃO NA FAMÍLIA DE ABRAÃO
1. Conflitos interpessoais.
As consequências de tal atitude precipitada foram desastrosas, trazendo amargura para dentro da família (Gn 16.4,5; 21.9). Agar ficou arrogante com sua senhora (Gn 16.4), e, por sua vez, Sara, ficou amarga e abusiva (Gn 16.5). O hebraico “einâ” significa: “oprimir, deprimir, afligir”. Neste caso pode significar “perseguir ou tratar mal”. Sara deve ter perseguido Agar com pesadas obrigações ou castigo corporal (MOODY, 2010, p. 53). Abraão, Sara e Agar guerreavam entre si porque estavam em guerra com o Senhor. Estavam em guerra com o Deus porque tinham desejos egoístas que guerreavam dentro do coração (Tg 4.1-10).
 
2. Transferência de responsabilidade.
De todos os conflitos, as brigas em família são as mais dolorosas e as mais difíceis de resolver. Em vez de encarar seus pecados com honestidade, cada pessoa envolvida tomou um rumo diferente como aconteceu no Éden (Gn 3.11-14). A solução de Sara foi expressar toda sua raiva culpando o marido e maltratando sua serva (Gn 16.5,6). Parecia ter se esquecido de que a ideia daquela união havia partido dela. A solução de Abraão foi ceder à esposa e abdicar da liderança espiritual de seu lar. Deveria ter se compadecido de uma serva desamparada e grávida, mas permitiu que Sara a maltratasse. Deveria ter chamado todos para o altar, mas não o fez. A solução de Agar foi fugir do problema (Gn 16.6), uma tática que todos nós aprendemos com Adão e Eva (Gn 3.8). No entanto, logo se descobre que não é possível resolver os problemas fugindo deles, mas assumindo cada um à sua culpa; e, correndo para Deus e não de Deus, para buscar a sua misericórdia (Pv 28.13).
 
3. Discórdia permanente entre irmãos.
Os acontecimentos deste capítulo mostram claramente que escolhas erradas geram problemas persistentes. O erro de Abraão criou conflitos não só entre ele e Sara (Gn 16.5; cf. Gn 21.8-21; 25.6), entre Sarai e Agar (Gn 16.5-6) mas também, entre os filhos, Isaque e Ismael e seus descendentes até os dias atuais (Gn21.8-10).
  

IV. O IDEAL DE DEUS PARA ABRAÃO E SUA FAMÍLIA
1. A família como resultado da bênção divina: “Far-te-ei uma grande nação” (Gn 12.2a).
Essa promessa deve ter parecido muito boa e, ao mesmo tempo, muito estranha para Abraão, tendo em vista que o Senhor ainda não o tinha concedido nenhum filho. Segundo essa afirmação de Deus, o patriarca foi chamado para ser o pai de uma nação inteira, um povo maior do que podia imaginar. Ele seria não apenas o progenitor humano de grande parte dos judeus, mas também o progenitor espiritual.
 
2. A família como resultado da promessa divina: “Abençoar-te-ei e engradecerei teu nome” (Gn 12.2b).
Abraão seria reconhecido publicamente (Gn 21.22-31). Como pai físico dos judeus e pai espiritual de todos os cristãos, seu nome seria proferido por muitos (cf. Jo 8.53; At 7.2; G1 3.6-9). Observemos o contraste entre Gênesis 11.1-9 e Gênesis 12.1-3. Em Babel, os homens disseram: “Façamos!”, mas para Abraão Deus disse: “Farei”. Em Babel, os homens queriam tornar seu nome célebre, mas foi Deus quem engrandeceu o nome de Abraão.
 
3. A família como resultado da prosperidade divina: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3c).
Abrão não devia guardar as bênçãos de Deus para si, mas usá-las para abençoar outros. Tal fato se concretizaria de forma suprema no nascimento do Salvador, seu descendente (Gl 4.4-5). Deve ter sido difícil para Abraão e Sara crerem que Deus iria abençoar o mundo todo por meio de um casal idoso e sem filhos, mas foi exatamente o que ele fez. Deles procedeu a nação de Israel, e de Israel procedeu a Bíblia e o Salvador. Deus reafirmou sua aliança com Isaque (Gn 26.4) e Jacó (Gn 28.14) e cumpriu-a em Cristo (At 3.25,26). A promessa de Deus a Abraão, estende-se, não somente aos seus descendentes físicos (os judeus), pois, todos os que são da fé como Abraão, são “filhos de Abraão” (Gl 3.7) e são abençoados juntamente com ele (Gl 3.9). Por Abraão possuir uma fé em Deus, expressa pela obediência, dele se diz que é o principal exemplo da verdadeira fé salvífica (Gn 15.6; Rm 4.1-5,16-24; Gl 3.6-9; Hb 11.8-19; Tg 2.21-23).

  
CONCLUSÃO
Como na grande maioria dos personagens da Bíblia, a vida de Abraão não foi marcada apenas por êxitos e conquistas, mas também, por erros e fracassos. Como a Bíblia é um livro imparcial, ela descreve também os erros cometidos por nosso “pai na fé”, com o intuito de nos alertar, para que não venhamos a praticá-los.
  

 
REFERÊNCIAS
Ø  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Ø  CHAMPLIN, R. N. O AT Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Ø  WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo Vol. 1. GEOGRAFICA.
 

Por Rede Brasil de Comunicação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário