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Hinos do Cantor Cristão: 201
TEXTO BÍBLICO BÁSICO - Mateus
16.13-19
13 - E, chegando Jesus às partes de
Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os
homens ser o Filho do Homem?
14 - E eles disseram: Uns, João
Batista; outros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas.
15 - Disse-lhes ele: E vós, quem
dizeis que eu sou?
16 - E Simão Pedro, respondendo,
disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 - E Jesus, respondendo, disse-lhe:
Bemaventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to
revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
18 - Pois também eu te digo que tu és
Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.
19 - E eu te darei as chaves do Reino
dos céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que
desligares na terra será desligado nos céus.
Palavra introdutória
O primeiro Evangelho é o único, dentre os
quatro, em que encontramos a palavra igreja — merece destaque o fato de o termo
ter sido utilizado por Jesus nas três ocorrências [Mt 16.18 (uma vez); Mt 18.17
(duas vezes)]. Por esta razão, Mateus é considerado o Evangelho da Igreja.
A palavra igreja tem origem no grego
[ekklesia (ek = fora) + (kaleo = chamar ou convocar)]; deste modo, o vocábulo
significa, basicamente, os chamados para fora, remetendo à ideia de um grupo
distinto, tirado para fora de algo.
A menos que Jesus tenha falado grego
nos textos destacados anteriormente — uma possibilidade quase remota — é
provável que ekklesia seja uma tradução da palavra hebraica qahal, que
significa assembleia. Independente de quaisquer elucubrações, o fato de a definição
ter partido de Jesus é algo extraordinário, pois o Mestre, naquela ocasião,
estava designando o grupo formado por Seus discípulos e por aqueles que viriam
a crer em Seu nome.
Mesmo que seja utilizado para fazer
referência à comunidade dos fiéis, o termo igreja possui diversos significados,
dependendo do contexto. No Novo Testamento, em cerca de 90% dos casos, foi
usado para indicar uma congregação local (At 11.22; 20.17). Entretanto, em
Mateus 16.18, Jesus não estava instituindo uma reunião ordinária com Seus
discípulos, isto é, Ele não tinha em mente uma igreja estabelecida em uma
localidade, mas a Igreja universal, composta por todos aqueles que receberam o
Senhor, em todos os tempos e lugares, tanto judeus quanto gentios (Gl 3.26-29).
Nesta lição, veremos que a Igreja é
uma estrutura espiritual, cujo centro é Cristo; e seu propósito primordial é
manifestar Sua obra salvadora e transformadora na vida do ser humano.
1.
A ORIGEM DA IGREJA
Mateus relata
a ocasião em que Jesus interroga Seus discípulos acerca do que as pessoas (e
eles próprios) pensavam a Seu respeito (Mt 16.13-15). O evangelista dá-nos
ciência de que alguns do povo pensavam tratar-se de João Batista, Elias,
Jeremias ou algum dos profetas (Mt 16.14). Simão Pedro, no entanto, declarou
proativamente: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo (Mt 16.16)! A profunda e
inspirada confissão de Pedro enaltece a pessoa de Jesus Cristo, pois destaca
Sua divindade (Filho de Deus; conf. Jo 1.14).
Após dizer que
Pedro era bemaventurado, Jesus fez, pela primeira vez, a seguinte revelação:
[...] sobre esta pedra edificarei a minha igreja (Mt 16.17,18)! Com essa
declaração profética fica claro que a Igreja originou-se em Cristo.
A Igreja não
surgiu por uma imposição do Império Romano, nem mesmo pela influência da
filosofia grega; tampouco emergiu como produto da religiosidade farisaica. A
Igreja originou-se na pessoa de Jesus Cristo, transcendendo ideologias ou
organizações. A Igreja não é um acidente histórico; muito ao contrário, ela
está colocada no centro dos propósitos eternos do Altíssimo.
1.1. Jesus
é o fundador da Igreja
Existe uma
doutrina falaciosa de que a Igreja teria por fundamento Pedro, devido à
declaração que Jesus fez ao apóstolo: eu te digo que tu és Pedro (gr. petros =
fragmento de rocha) e sobre esta pedra (gr. petra = uma grande rocha)
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela
(Mt 16.18).
Vejamos, no
entanto, a fragilidade dessa inverdade.
Pedro não
poderia ser a pedra de fundamento da Igreja, pois os textos bíblicos revelam a
instabilidade de sua personalidade.
No versículo
23 do mesmo capítulo de Mateus (16), o apóstolo é agudamente repreendido por
Jesus, por não aceitar a ideia de Seu sofrimento. Disse-lhe o Mestre, naquela
ocasião: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo.
O apóstolo
Paulo criticou a conduta de Pedro, anos depois, devido ao seu comportamento
entre judeus e gentios (Gl 2.11-16).
O próprio
Pedro afirma que Jesus é a pedra viva, eleita e preciosa (1 Pe 2.48).
A igreja
jamais poderia ser edificada sobre petros, um fragmento de rocha inconstante,
Ela está firmada sobre a petra, a rocha irremovível e inabalável. Não podemos
ter dúvidas acerca disso.
1.2.
A Igreja pertence a Cristo
Além de ser a
origem e o fundamento da Igreja, Jesus é, também, o Seu possuidor. Em momento
algum da História, seu domínio foi passado a outrem; o Emanuel foi, é e sempre
será o dono da Igreja.
[...]
Edificarei a minha igreja [...l. Jesus disse "minha", pois Ele a
comprou por alto preço: Seu precioso e inocente sangue, vertido na cruz do
Calvário (At 20.28; 1 Pe 1.18,19).A Igreja é propriedade exclusiva do Senhor
(Tt 2.14).
2.
A AUTORIDADE DA IGREJA
Em Mateus 23.13, escribas e fariseus
foram repreendidos por Jesus, pelo fato de fecharem aos homens o Reino dos
céus. Por Sua soberania inconteste, entretanto, aprouve a Cristo entregar as
chaves do Reino à Igreja, delegando-lhe poder: [...] tudo o que ligardes na
terra será ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra será desligado
nos céus (Mt 16.19) em Mateus 18.18, Jesus outorga a mesma autoridade aos
demais discípulos. Esta realidade certifica-nos de que as chaves de autoridade
não foram deixadas nas mãos de Pedro, unicamente.
Nessas duas passagens de Mateus (Mt
16.19; 18.18), Jesus destaca a autoridade da Igreja; porém, é preciso entender
que essa autoridade — de ligar e desligar nos céus — precisa estar em
consonância com Sua vontade eterna e soberana (conf. 1 Jo 5.14).
Em Mateus 16.19, as chaves simbolizam
a autoridade que Cristo concede à Igreja de abrir as portas do Reino dos céus
aos homens. Metaforicamente, pode-se dizer que as chaves são o Evangelho, não
os acréscimos humanos à Lei divina, propostos pelos legalistas religiosos
fariseus.
2.1. A Igreja é o Corpo de Cristo
O texto de Mateus 18.1-22 revela-nos
que a autoridade da Igreja, como Corpo de Cristo, não se restringe somente a
poder afastar membros; antes, abrange a graça de restaurar os caídos,
oferecendo-lhes chances de arrependimento; para isso, deve-se lançar mão de
todos os meios de reparação possíveis, até que se esgotem todas as
possibilidades. Mateus registrou as instruções de Jesus relacionadas aos
membros que se desconectam do Corpo (Mt 18.10-20).
Nesse contexto, inclui-se a parábola
da ovelha perdida (Mt 18.10-14) e destacase a maneira de a Igreja responder ao
pecado de um irmão — se o seu irmão pecar contra você [...] (Mt 18.15-20).
É-nos dito, com toda a clareza, que,
no corpo, se um membro sofre, todos sofrem com ele (1 co 12.26 ARA); portanto,
não nos esqueçamos jamais disto: Cristo reúne o Seu povo (Jo 11.52; Mt
18.11-14) em um só corpo — o Seu próprio corpo (Ef 1.23; 1 co 12.12,13) — para
que um membro ampare e sustente o outro.
2.2.
A Igreja é a representante de Cristo
Mateus deixa
claro o propósito da Igreja: representar Cristo na terra — e nada retrata
melhor o nosso Salvador do que as obras praticadas pelos membros de Seu Corpo.
Duas ordenações explícitas de Jesus à Igreja evidenciam esta realidade. Observe.
A Ceia do Senhor (Mt 26.26-30) — Seus
elementos, o pão e o vinho, simbolizam, respectivamente, o corpo e o sangue de
Cristo oferecidos em resgate da humanidade (1 co 11.24,25). Há dois propósitos
centrais nesta ordenança: memorial: levar-nos a recordar o sacrifico vicário de
Cristo Jesus; anunciação profética: alertar-nos quanto à iminente volta do
Senhor para buscar a Sua Igreja (1 co 11.26). O batismo (Mt 28.18,19) — Por
meio do batismo, realizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, o novo
convertido declara publicamente ter aceitado, de forma plena, pela fé, o
sacrifício de Cristo na cruz. De igual modo, ele anuncia sua morte para o mundo
e sua ressurreição espiritual, assumindo que andará em novidade de vida (Rm
6.4).
3. IGREJA MILITANTE, IGREJA
TRIUNFANTE
Neste tópico,
é importante deixar clara a diferença entre Igreja militante e Igreja triunfante.
A igreja militante é a que atua no tempo presente; ela é composta pelos salvos
vivos espalhados pelas muitas denominações, sendo visível e imperfeita.
A igreja triunfante é composta pelos
salvos, inclusive pelos que já morreram em Cristo — não importando a
denominação, o espaço geográfico ou histórico —, sendo invisível e perfeita.
O objetivo exclusivo da igreja é a
glória de Deus, no estabelecimento completo do Seu Reino, tanto no coração dos
crentes como no mundo [Augustos H. Strong, pastor e teólogo batista
estadunidense (1836—1921)].
3.1. Igreja
militante
Jesus, em
Mateus 16.18, referindo-se à Igreja, deixa claro que as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. Com esta afirmação, o Salvador não nos apresenta uma
Noiva tímida, atemorizada ou acuada; ao contrário, Ele apresenta-nos uma Igreja
forte e destemida, capaz de arvorar-se vitoriosa diante de toda e qualquer
circunstância — inclusive a morte. A Igreja militante não foge à luta,
assemelhando-se a um exército que está sob o comando do supremo General: Jesus.
3.2. Igreja
triunfante
Parecia
absurda a declaração de Jesus de que a Sua Igreja iria subsistir neste mundo
(Mt 16.18), pois a nova instituição divina fora caluniada pelos religiosos
judeus (Mt 28.11-15); desprezada pelos gregos (At 17.32); e perseguida pelos
romanos — como fez Nero que, após incendiar Roma (64 d.C.), culpou e puniu
nossos irmãos, submetendo-os as mais escabrosas penas de morte.
Sábios e poderosos tentaram destruir
a Igreja de Cristo, ao longo de sua existência; no entanto, impérios ruíram e
reinos caíram, enquanto a Igreja permanece firme até os dias de hoje.
Precisamos, deste modo, estar em constante preparo para a vinda de nosso Senhor
(Mt 24.37; 25.1-13), pois, muito em breve, toda a Igreja de Cristo estará
reunida nos céus em eterno triunfo (Ap 3.12).
CONCLUSÃO
A primeira (Mt
16.18) e a última (Ap 22.16) menções à Igreja foram feitas por nosso Salvador;
isto nos faz lembrar de que o Corpo de Cristo tem sido edificado, de maneira
progressiva e incessante, desde a sua fundação; e assim será até o derradeiro
dia. A Igreja não deve ser vista como uma agregação de pessoas, mas, sim, como
uma congregação de remidos por Cristo.
Nas palavras
de Thomas Adams, a igreja é a herdeira da cruz. Deste modo, como agência de
Deus no mundo, precisamos manter-nos firmes em nosso propósito: proclamar o
evangelho da graça a toda criatura com ousadia; cultivar a fraternidade entre
os irmãos; dar testemunho ao mundo em nome de Cristo; e anunciar os princípios
do Reino de Deus — jamais devemos nos esquecer de que a Igreja está aberta a
todos, mas não a tudo. Resta-nos, pois, declarar com esperança e fé: Maranata!
Ora, vem, Senhor Jesus!
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