PF diz que Lula e Marisa orientaram obra em cozinha de sítio em Atibaia - Se Liga na Informação





PF diz que Lula e Marisa orientaram obra em cozinha de sítio em Atibaia

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Laudos sobre Sítio Santa Bárbara foram anexados em inquérito da Lava Jato.
Instituto Lula afirmou, por meio de nota, que não teve acesso aos laudos.


Laudos anexados ao inquérito da Polícia Federal (PF) envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicam que as obras no Sítio Santa Barbara, em Atibaia (SP), frequentado pela família do ex-presidente, custaram R$ 1,2 milhão. A reforma ocorreu entre 2010 e 2014 e, de acordo com os peritos, aumentou a área da propriedade em 520 metros quadrados.

Os policiais apuram se a reforma foi paga por empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e se houve favorecimento ilegal ao ex-presidente. Os agentes suspeitam que Lula seja o real dono do sítio e que tenha ocultado este patrimônio. A área está em nome de dois sócios de um dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar e Jonas Suassuna, e Lula afirma que frequenta o local na condição de amigo dos proprietários.
Entre as obras realizadas no sítio, os peritos destacam a reforma da cozinha gourmet, que custou R$ 250 mil, e que conforme comunicações do arquiteto responsável, teve orientação do ex-presidente e da esposa dele Marisa Letícia Lula da Silva.
"Os Peritos apontam para evidencias substanciais que a Cozinha Gourmet foi reformada e instalada entre o período aproximado de março a junho de 2014, tendo sido acompanhada por arquiteto da OAS, sob comando de Léo Pinheiro e, segundo consta nas comunicações do arquiteto da Construtora, com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa", diz trecho do laudo.

O relatório sinaliza que o total gasto com a compra e reforma do sítio em Atibaia, R$ 1,7 milhão, é incompatível com os rendimentos declarados por Fernando Bittar. Entretanto, os peritos sugerem uma perícia contábil mais aprofundada sobre a evolução patrimonial de Bittar.

Conforme o laudo, parte da reforma foi conduzida por um engenheiro da Odebrecht, e outra por um arquiteto da OAS.

Foi nesta segunda parte, que ocorreu a intervenção na cozinha gourmet. Tanto aOdebrecht quanto a OAS informaram que não vão se manifestar.
Ainda como parte do laudo, os peritos divulgaram uma conversa entre o arquiteto e o presidente da OAS, Léo Pinheiro.
Léo Pinheiro fala que será preciso criar um centro de custos na OAS em virtude das obras. Ele sugere dois nomes: Primeiro Zeca Pagodinho, para o sítio, e Segundo Zeca Pagodinho para a praia.

Existe outro inquérito que tem como alvo o ex-presidente Lula relacionado a um tríplex noGuarujá, litoral de São Paulo. A suspeita é de que obras no apartamento tenham sido custeadas pela OAS.

De acordo com o relatório, foram encontrados no sítio uma pasta cor de rosa, endereçada à Marisa Letícia, com croquis. Material semelhantes também foi encontrado na casa do casal em São Bernardo do Campo.
“Os croquis analisados referem-se a estudos realizados para construção de uma residência com quatro suítes, entre outras melhorias no Sítio. A sequência demonstra que se trata da construção edificada aos fundos da Casa Principal, ou seja, a Casa 01. Os croquis apresentam data de setembro de 2010”, diz o relatório.
Os peritos dizem que encontraram notas fiscais de materiais usados na reforma no apartamento do ex-presidente Lula, na busca e apreensão que foi feita em março, quando foi deflagrada a 24ª fase da Operação Lava Jato.
Na ocasião, o ex-presidente foi levado para depor coercitivamente - quando a pessoa é obrigada a comparecer frente a uma autoridade policial.

"Logo após a assinatura do contrato particular, foram elaborados os primeiros desenhos arquitetônicos para acomodar as necessidades da família do ex-presidente. No final
do mês de outubro de 2010, foi assinada a escritura pública de compromisso de compra e venda do imóvel em questão. Tão logo o antigo proprietário entregou as chaves do imóvel, iniciaram-se as primeiras intervenções no Sítio, entre os meses de novembro e dezembro de 2010", afirmam os peritos.
Laudo compara fotos antes e depois de reforma em sítio (Foto: Reprodução)Laudo compara fotos antes e depois de reforma em sítio (Foto: Reprodução)
Outro lado
O advogado de Fernando Bittar, Alberto Toron, disse que o laudo da Polícia Federal omite dois fatos já explicados: que o dinheiro para compra de parte do sítio foi doado pelo pai de Fernando Bittar e que a maior parte das reformas foi providenciada pela mulher do ex-presidente, Marisa Letícia Lula da Silva.
Em nota, Lula disse que não é dono nem do sítio, nem do apartamento investigados. "O ex-presidente reafirma que não é o proprietário do sítio, que é, conforme está na escritura, de Fernando Bittar. Lula também não é dono de apartamento no Guarujá ou em qualquer outro lugar do litoral brasileiro. O ex-presidente sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois da presidência da República, por isso é reconhecido em pesquisas como o melhor presidente da história do Brasil", diz o texto.
Outro relatório
A Polícia Federal já realizou outras análises no Sítio de Santa Bárbara. O documento anexado no sistema eletrônico Justiça Federal em março deste ano indicou que o local passou por reformas para atender as demandas de Lula e da família dele.
Dizia também que havia diversos objetos ligados a Lula a e esposa dele Marisa Letícial, mas que não foram encontrados objetos pessoais de Jonas Leite Suassuna Filho e de Fernando Bittar, que seriam os reais donos da propriedade rural.

Fonte: G1

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