A audiência de Marcelo Odebrecht ocorreu na sede do TRE-PR (Foto: Enrique Castro Mendivi/Reuters) |
O empresário Marcelo Odebrecht confirmou, em depoimento ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta quarta-feira (01), a doação de R$ 150 milhões à chapa Dilma-Temer na eleição de 2014 como caixa dois. Parte desse valor foi contrapartida pela aprovação da medida provisória do Refis, que beneficiou o grupo. O ex-presidente da Odebrecht não precisou, porém, quanto do total repassado à campanha era propina.
Veja os principais pontos do depoimento:
– Empresário diz ter pago R$ 150 milhões em caixa 2 à chapa Dilma-Temer em 2014
– Parte do valor foi pago no exterior ao marqueteiro do PT, João Santana, com o conhecimento de Dilma
– R$ 50 milhões foram contrapartida por uma medida provisória de 2009 que beneficiou o grupo
– Empresário confirma que se reuniu com Temer para tratar de doações ao PMDB em 2014, mas nega ter tratado de valores com o então vice-presidente
A audiência de Marcelo Odebrecht ocorreu na sede do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), em Curitiba, e terminou por volta das 18h30min. O conteúdo do depoimento será mantido sob sigilo. O empresário, que está preso na carceram da PF em Curitiba, foi ouvido como testemunha nas ações que tramitam no tribunal pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer por suposto abuso de poder político e econômico na eleição presidencial de 2014.
Depoimento
Segundo o empresário, parte dos R$ 150 milhões foi paga a João Santana, marqueteiro do PT, no exterior, com conhecimento da ex-presidente Dilma. O empresário confirmou ter participado de um jantar com o então vice-presidente Michel Temer, onde tratou de doações para o PMDB. Odebrecht disse não ter tratado de valores com Temer, e que acredita que os valores foram discutidos entre o ex-executivo da Odebrecht Claudio Mello Filho e o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Mello, em delação, disse que repassou R$ 10 milhões de reais para campanhas do PMDB.
Renato Franco, que defende a ex-presidente Dilma, declarou que o sigilo impede qualquer comentário sobre o depoimento. O advogado Gustavo Guedes, que representa Temer, reafirmou que o depoimento está sob sigilo por conta da Operação Lava-Jato e que outras testemunhas serão ouvidas para que fatos tratados nesta quinta sejam aprofundados. Por isso, a defesa disse que ainda é prematuro fazer uma avaliação do depoimento. (AG)
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