INTRODUÇÃO
O Deus da Bíblia existe? Se Ele existe, conforme falam os críticos da Palavra: por que há tantas tragédias causando sofrimento a milhares de pessoas, inclusive inocentes e piedosos? Por que há tanta injustiça no mundo? Com essas e outras questões, a mente humana procura entender quem é Deus e, de maneira presunçosa, negar sua existência, ou culpá-Lo por todas as mazelas desta vida. Deus é real e não precisa ser demonstrado com base na lógica humana. A Bíblia denomina a descrença em Deus como insensatez, estupidez e absurdo:
"Disse o néscio no seu coração: Não há Deus" (Sl 53.1); "Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus" (Sl 10.4).
A existência de Deus não precisa ser provada. Deus é a garantia da lógica do Universo. Sem Ele, o universo não poderia existir. Se o cosmo é uma realidade, e somos testemunhas disso, Deus existe! A ordem e a harmonia que permeiam toda a criação pressupõem a existência de um Criador.
I. REVELADO PARA SER CONHECIDO
O senso interior que a humanidade tem de Deus. Todas as pessoas em todos os lugares possuem o profundo senso interior de que Deus existe, de que elas são suas criaturas e de que ele é o Criador delas. Paulo diz que até os gentios conheceram Deus, mas "não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças". (Rm 1.21). Ele diz que os ímpios descrente "trocaram a verdade de Deus em Mentira" (Rm 1.25).
Sugerimos que eles rejeitaram de forma ativa e intencional alguma verdade que conheceram a respeito da existência e do caráter de Deus. Paulo diz que "o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles", e acrescenta: "porque Deus lhes manifestou" ( Rm 1.19). Todavia, a Escritura também reconhece que algumas pessoas negam esse senso interior de Deus e que ele existe. É o "tolo", que diz no coração:"Deus não existe"(SL 14.1;53.1; 10.3,4).
Na vida do cristão a consciência de que Deus existe se torna mas forte e mas distinta. Começamos por conhecer Deus como nosso Pai celestial (Rm8.15); o Espírito Santo testemunhas de que somos filhos de Deus (Rm 8.16).: E passamos a conhecer Jesus Cristo vivo dentro do nosso coração (Fp 3.8,10;EF 3.17; Cl 1.27; Jo14.23). A intensidade dessa consciência para o Cristão é tão tal medida que embora nunca tenhamos visto a Jesus Cristo, nos de fato o amamos (1Pd 1.8).
O Deus único e verdadeiro se revelou de maneira suficiente em Jesus Cristo e por intermédio de Sua Palavra. Não há outro meio de conhecermos a Deus, senão por seu Filho, Jesus Cristo — “E Jesus clamou e disse: Quem crê em mim crê não em mim, mas naquele que me enviou. E quem me vê a mim vê aquele que me enviou.” (Jo 12.44,45) —, conforme está revelado em Sua poderosa Palavra.
A existência de Deus
Para nos relacionarmos com Deus é necessário nos aproximarmos dEle e crer que Ele existe (Hb 11.6). De acordo com as Escrituras Sagradas, a existência de Deus é um fato incontestável. Não há preocupação alguma por parte da Bíblia em provar a existência de Deus, pois desde o primeiro versículo já se subentende essa maravilhosa realidade:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Como também é uma realidade confirmada por João 1.1: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. Logo, o autor aos Hebreus conclui: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados” (Hb 11.3). Que maravilhosa realidade! Deus é! Nele, não há início nem fim, pois de eternidade em eternidade Ele é Deus (Sl 90.2).
Uma verdade gloriosa
Ao confirmamos a verdade maravilhosa da existência do Deus Criador e sustentador de tudo o que há no universo, não há como não se maravilhar com Sua grandeza, poder e majestade. A Criação é obra das Suas mãos. Saber que Deus é onisciente, onipresente, onipotente, imutável, eterno (atributos incomunicáveis aos seres humanos) nos traz a segurança em um Deus tão grande que se importa conosco, seres humanos tão pequenos, finitos e limitados. Ao mesmo tempo em que se mostra fiel, bom, paciente, amoroso, gracioso, misericordioso, santo, reto, justo (atributos comunicáveis aos seres humanos), somos constrangidos, uma vez alcançados pela Sua graça, a manifestamos tais características que emergem de Seu infinito amor.
O Deus único e verdadeiro é um Deus de amor, mas de justiça também. Fruto do Seu amor, Ele enviou o Seu filho para tirar o pecado do mundo; fruto de Sua justiça, Ele proveu um sacrifício suficiente para apagar os nossos pecados, pois nós que deveríamos estar no lugar do nosso Senhor Jesus. Dentro dessa perspectiva de amor e justiça, que as Escrituras revelam a obra de um Deus que deseja salvar homens e mulheres, reconciliando-os consigo mesmo por intermédio de Jesus Cristo (2Co 5.19).
Deus é Revelado através dos Atributos da sua Divindade Atributo é uma característica essencial de um ser, aquilo que lhe é próprio. Os atributos de Deus são singulares e perfeitos. Só Ele os tem de modo absoluto. registrar essa revelação, Ele mesmo preservou
esses escritos inspirados, e orientou o seu povo na escolha destes, a fim de garantir que a sua verdade viesse a ser conhecida. Não se deve acrescentar outros escritos às Escrituras canônicas, nem se deve tirar delas nenhum escrito. O cânon contém as raízes históricas da Igreja Cristã, e ‘o cânon não pode ser refeito assim como a história não pode ser mudada’” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD, p.115).
II. CONHECENDO O CARÁTER DE DEUS
Como podemos saber se Deus é um Ser cognoscível ou incognoscível? O termo “cognoscível” vem do latim cognitio e significa “conhecimento”. Nas Escrituras empregam-se diversos termos, com vários significados, para o conhecimento e seus derivados. A Palavra de Deus exorta o ser humano a conhecer ao Senhor. Mas, qual o significado desse conhecimento?
O Deus incognoscível. A incognoscibilidade divina é oriunda dos seus atributos incomunicáveis — como a infinitude e a imensidão: “a sua grandeza, inescrutável” (SI 145.3); “o seu entendimento é infinito” (SI 147.5) — e da limitação do entendimento humano. Deus revelou-se a si mesmo na Bíblia, mas pode ser considerado imcognoscível quando se trata do conhecimento pleno do seu Ser e de sua essência. Como Ele é infinitamente incomparável, o homem jamais poderá esquadrinhá-lo e compreendê-lo como é, em essência e glória (Jó 36.26; 37.5; Is 40.28;, 46.5; Rm 11.33).
A grandeza de Deus ultrapassa os limites do raciocínio humano. Se Ele pudesse ser plenamente conhecido e esquadrinhado pela razão humana, deixa- ria de ser Deus. Ele transcende a tudo que é matéria e finito, a tudo que há no Universo. Analisando o assunto dessa maneira, é correto e verdadeiro afirmar que o Senhor é um Ser incognoscível.
Em virtude da infinita grandeza do Criador, esse conhecimento acerca dele é comparável ao reflexo de um espelho, como um enigma (I Co 13.12), pois “em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos” (I Co 13.9).
O conhecimento intelectual é, em si mesmo, o resultado de um processo de aprendizagem ou informação por meio dos cinco sentidos, auxiliados por intuição e razão. O conhecimento mencionado em João 17.3 é místico envolve comunhão, fé, obediência e adoração, além de um viver em humildade na dependência de Deus e não simplesmente intelectual.
Qualquer pessoa, mesmo que não seja cristã, tem a capacidade intelectual para aprender a doutrina de Deus, bem como acerca de sua natureza e de seus atributos. Basta ler ou estudar qualquer tratado de teologia sistemática. Isso, entretanto, não é um relacionamento pessoal nem comunhão com Deus.
Precisamos conhecer mas ao Senhor, pela sua palavra, pelo nosso andar constante em sua presença, perseverando em segui-lo diante dos obstáculos e circunstâncias (Os 6.3;Rm 5.4; 2Tm 3.14; Gl 6.9; 3; 2Cr 15.7).
III. COMO AS PESSOAS VEEM DEUS.
Há vários sistemas de crenças em Deus que divergem dos ensinos bíblicos ou até mesmo da forma como veem Deus e inúmeras tentativas de explicar o relacionamento dele com Universo e o homem Com isto atrai. Essas teorias inapropriadas levam o homem a se distanciar do Criador, como veremos.
Ateísmo. O termo vem de duas palavras gregas: da partícula negativa a, “negação” ou “privação”; e de tbeos, “Deus”. A idéia é da negação do Senhor, isto é, “Deus não existe”. Essa palavra aparece apenas uma vez no Novo Testamento, com o sentido de “sem Deus” (Ef 2.12), e não de negação da existência divina.
O ateísmo é uma teoria contraditória em si mesma, pois, para negar a existência do Deus verdadeiro, apoia-se na pressuposição de que Ele existe! A Palavra do Senhor chama os ateus de néscios, haja vista afirmarem: “Não há Deus” (SI14.1; 53.1). Na prática, o ateísmo é um modo de vida sem relação alguma com a crença em Deus. Seus adeptos vivem como se Ele não existisse.10.4). Contudo, mesmo se autodenominando ateus, não conseguem explicar o vazio de suas almas. Os ateus não conseguem entender sequer o que se passa com eles mesmos. No entanto, ainda que haja alguém que admita não sentir a necessidade de Deus em sua vida, isso jamais invalidará a inquestionável realidade da existência dele.
Agnosticismo. E a negação do conhecimento (gr. gnosis) ou do conhecer (gr. ginosko). O termo “agnosticismo” foi empregado pela primeira vez pelo biólogo e filósofo inglês Thomas Henry Huxley.
Desapontado com as declarações dogmáticas da igreja, que lhe pareciam sem fundamento, recusou-se a opinar sobre temas teológicos. Huxley usou a palavra em questão a fim de expressar a idéia de crença suspensa — de quem não crê nem deixa de crer. Por conseguinte, os agnósticos não têm opinião formada sobre Deus; não negam nem afirmam a sua existência; não são contra nem a favor do Todo-Poderoso.
Evolucionísmo. Essa teoria ensina que organismos biológicos evoluíram num longo processo através das eras. A seleção natural, evolucionísmo, ou darwmismo, é a teoria da sobrevivência dos mais fortes. Há duas formas de evolucionísmo: o ateísta e o teísta. O primeiro excluí Deus da criação; o segundo parte do princípio de que o Senhor criou os materiais originais e que o processo evolutivo se encarregou do desenvolvimento deles até à perfeição.
Políteísmo. E a prática da adoração a mais de uma divindade. Esse vocábulo vem da língua grega — polys, “muito”; e theos, “deus”. Isso significa que o politeísta serve e adora a vários deuses. Não se trata do simples fato de ele reconhecer a existência daqueles, e sim de obedecer a um sistema oposto ao monotcísmo (gr. monos, “único”), crença no único Deus verdadeiro, revelado nas Escrituras (Dt 6.4).
Hcnoteísmo. Este termo (do adjetivo numeral grego hen, “um”, e de theos) foi empregado por Max Muller, historiador das religiões alemão, a fim de indicar o sistema de adoração a um só Deus, admitindo, todavia, a existência de outros deuses. E, pois, um sistema que se situa, paradoxalmente, entre o monoteísmo e o políteísmo.
Matcrialísmo. Não é o mesmo que materialidade; trata-se da doutrina pela qual se afirma que a matéria é a realidade última, a única coisa existente. Nessa teoria não há lugar para Deus, tampouco para qualquer classe de realidade espiritual, transcendental ou imaterial.
Panteísmo. Os defensores dessa teoria postulam a identidade do Todo-Poderoso com o Universo. Trata-se da crença filosófica ou religiosa do hmduísmo, a qual esteve presente nos pensamentos grego e romano. E a doutrina de que Deus é tudo, e tudo é Deus; ela não separa a criatura do Criador, associando-o ao próprio Satanás, que — segundo a teoria em apreço — também é um deus. Em suma, nada há que não seja Deus; nada existe além dele.
Deísmo. Doutrina pela qual se afirma a existência de Deus, mas, ao mesmo tempo, assevera que Ele está muito longe de nós, a ponto de não se envolver com os assuntos humanos, como um relojoeiro que dá corda a um relógio e se esquece dele. E a doutrina dos epicureus, contrária ao teismo, ensinado pela ortodoxia cristã; ou seja, Deus “não está longe de cada um de nós” (At 17.27), e sim interessado no ser humano (Hb II.6).
Os Neopentencostais e os Crentes modernos que se auto intitulam – veem Deus como Garçom pronto para atender suas vontades, não , aceitando os designos nem avontade de Deus em suas vidas, descartam o caminho do sofrimento esquecendo do Que Jesus falou:
Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. João 16:33:
IV. EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO 2Tm 3.16
Uma das características mais tocantes na carta do Apostolo Paulo a Timóteo é a comprovação da fé inabalável do apóstolo Paulo. Numa prisão, e do ponto de vista humano, perder a esperança é explicável.
Na história da Igreja de Cristo, ao longo das perseguições do império romano, muitos cristãos negaram oficialmente a sua fé, pelos menos apenas de lábios, para não perderem as suas vidas e protegerem a integridade da sua família. Mas a vida do apóstolo, ainda que “presa” em sua dimensão física, confinada pela prisão romana, tinha liberdade plena e confiança em Deus para propagar livremente a palavra divina.
O apóstolo dos gentios tinha uma convicção internalizada na alma de que estava cumprindo sua missão, mesmo preso numa prisão abjeta. Toda a sua vida se dava em torno da dimensão proclamatória do Evangelho a todos os povos. Isso fazia Paulo compreender que tudo o que acontecia com ele, direta ou indiretamente, levaria prosperar o Evangelho nas regiões habitadas por povos gentílicos. Paulo cria firmemente que Deus, segundo a sua maravilhosa graça, estava conduzindo a sua vida. Ele estava ciente de que mesmo em meio a todo perigo Deus estava presente.
Diante de todas as circunstâncias que o apóstolo estava imerso, ele dava “graças a Deus”, o servia “com
uma consciência pura”, e fazia “memória de ti [Timóteo] nas minhas orações, noite e dia”. Ou seja, o jovem
pastor de Éfeso constantemente era objeto das orações do apóstolo Paulo, mesmo este preso.
CONCLUSÃO
Deus vai além dos limites que o homem pode imaginar. E, em face dessas suas infinitude e transcendência, não é possível defini-lo; mas podemos descrevê-lo, parcialmente, com base naquilo que Ele mesmo revelou na sua Palavra.
Podemos conhece-lo a medida que nos se aproximamos dele, também por meio da oração e uma vida dedicada ele deseja ter um relacionamento mas profundo com seu povo. Por essa razão o profeta Isaias falou:
“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai enquanto esta perto” (Is 55.6)
OBRAS CONSULTADA
BENTHO, E. C. Hermenêutica fácil e descomplicada. 7.ed., RJ: CPAD, 2008.
HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.
Comentário Bíblico Beacon. Volume 9. 1ª Edição. RJ: CPAD.
Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD.

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