(Dca. Iésia Nóbrega)
Texto Bíblico Básico: Gl 5:1; 16-25
Texto Bíblico Complementar: Rm 8:1-9
Texto Áureo: Hb 12:14
1 – INTRODUÇÃO
De acordo com James Montgomery Boice, a glória do cristianismo é a mensagem de que o Santo Deus preparou para nós um caminho de acesso – o Senhor JESUS CRISTO, à sua presença. Como resultado, o que não é santo é santificado e recebe permissão para habitar com o Eterno1. Nunca seremos santos enquanto carne na sua totalidade.
2 – DEFININDO E ENTENDENDO A SANTIFICAÇÃO
É um dos aspectos da salvação. É um atributo de Deus. Podemos classificá-la assim:
Santidade: qualidade ou estado de santo. Palavra descritiva da natureza divina, isto é, sua perfeição moral e majestade. (Lv 11:45; 19:2; 20:26; 1Pe 1:15). A santidade de Deus é, pois: incomparável (1Sm 2:2), perfeita e inspiradora (Sl 99:2,3).
Santificação: é um processo, é prática, ou seja, a salvação em desenvolvimento que só é possível quando deixamos a Palavra nos moldar. (Fp 2:12; 2Co 7:1; Cl 3:16). O termo santificação significa consagração, separação. É o processo que leva o crente a tornar-se uma pessoa limpa, pura, renovada, dedicada e envolvida com tudo o que diz respeito a Deus. À medida que esse relacionamento se aprofunda, ele (o crente), se aproxima do alvo pretendido – o céu.
3 – É ORDEM DE DEUS - ELE ASSIM QUER.
Antes da fundação do mundo ele já determinou assim (Ef 1:4).
Morreu para isto (Hb 13:12).
Para um sacerdócio espiritual (1Pe 2:5).
Não admite mistura (1Co 6:14-18; Lv 10:8-10).
4 – O QUE CARACTERIZA UMA VIDA SANTA?
Toda a vida do homem é pautada em regras e princípios. A Bíblia também, como manual de conduta do crente, o leva a viver de acordo com esses princípios a fim de que ele expresse uma vida de santidade.
Abandono do pecado (Cl 3:8-10).
Mudança de condição (Rm 6:18,19; 2Tm 2:21).
Leitura e estudo da Palavra (Cl 3:16). Verdadeira adoração (Sl 95:6; 29:2; 96:9).
Oração contínua (Cl 4:2; Ef 6:18; 1Ts 5:17).
Cooperação na obra do Senhor (1Co 3:9; Fp 4:3).
Produzindo o Fruto do Espírito. Manifestar sua glória entre os homens, pois somos sua imagem. (2Co 3:18).
Amor, Gozo e Paz: estas três qualidades dizem respeito à atitude do crente para com Deus.
Longanimidade, Benignidade e Bondade: refere-se ao relacionamento social.
1 BOICE, James Montgomery. Fundamentos da Fé Cristã - Um manual de Teologia ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2011. p. 115.
Fé, Mansidão e Temperança: estas três referem-se à sua própria pessoa, sua conduta pessoal.
5 – QUAL O ALCANCE DA SANTIFICAÇÃO?
Ela é progressiva, contínua, constante, permanente e abrangente (Ef 4:13; 1Ts 5:23). Significa dizer que ela se dá de modo integral.
Espírito: manter um relacionamento de intimidade diário, pois é isto que nos conecta diretamente ao Pai (Fp 4:8; Ef 1:17,18).
Alma: pensamento, vontade e entendimento (2Tm 2:25,26; 3:17; Cl 3:2). Conforme Descartes: Penso, logo existo.
Corpo: glorificar a Deus (1Co 6:20; Rm 6:12,13).
6 – BÊNÇÃOS ADVINDAS DA SANTIFICAÇÃO
Livre acesso à presença de Deus (Hb 10:19,20). Plena comunhão (1Co 12:12-14; 25-27).
Providência divina (Mt 6:33; Sl 23:1).
Esperança da glória (Mt 5:8; 25:21). Orações respondidas (Is 59:1; Jr 33:3; At 10:4; Lc 1:13).
7 – CONCLUSÃO
É possível viver uma vida de santidade nos dias atuais?
Vale à pena ser diferente mesmo habitando num mundo tão corrompido?
Este é, pois, o verdadeiro milagre da salvação.
Deus te abençoe !
ADVEC – ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – CLASSE DOS PROFESSORES LPD nº 54 – Ser Um Verdadeiro Cristão 2.º Trimestre de 2018
CAPÍTULO 38 (CRESCIMENTO, À SEMELHANÇA DE CRISTO)
Santificação
Como você crescer em maturidade cristã? Quais são as bênçãos do crescimento cristão? Explicação bíblica E BASES Nos capítulos anteriores discutimos as várias ações de Deus que ocorrem no início da nossa vida cristã: O chamado do evangelho (que Deus nos faz), regeneração (pelo qual Deus dá vida nova), justificativa ( por que Deus não dá pé direito legal na frente dele), e da adopção (pelo qual Deus nos faz membros de sua família). Estudamos também a conversão (nos arrependemos de nossos pecados e confiar em Cristo para a salvação). Todos esses eventos ocorrem no início da nossa vida cristã. [1] Mas agora chegamos a uma parte do pedido de resgate é um trabalho progressivo que continua ao longo de nossa vida na terra.É também uma obra na qual Deus eo homem cooperam, cada um em um papel diferente.Esta parte da aplicação da redenção e santificação saber: a santificação é uma obra progressiva de Deus e do homem nos leva a ser cada vez mais livre do pecado e nos tornar mais semelhantes a Cristo em nossa vida real. A. Diferenças entre justificação e santificação A tabela a seguir explica algumas das diferenças entre justificação e santificação:
Justificativa
Santificação Situação jurídica Condição interna
Uma vez por todas Continua ao longo da vida
É inteiramente a obra de Deus Nós cooperamos
Perfeito nesta vida Não é perfeito nessa vida
Mesmo para todos os cristãos Mais em alguns do que em outros Como mostra a tabela, a santificação é algo que continua ao longo da nossa existência como cristãos. O curso normal de uma vida cristã envolve o crescimento contínuo em santidade, e é algo que o Novo Testamento nos incentiva a prestar atenção e se esforçar para alcançá-lo. B. Três fases da santificação 1. A santificação é um começo definido na regeneração. Definido mudança moral tem lugar na nossa vida no momento da regeneração, porque Paulo fala: "Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Tito 3:5). Uma vez que nascemos de novo não podemos continuar pecando como um hábito ou estilo de vida (1 João 3:9), porque o poder da nova vida espiritual dentro de nós que nos impede de ceder à vida de pecado. A alteração inicial moral é o primeiro passo para a santificação. Neste sentido, há alguma sobreposição entre regeneração e santificação, porque esta mudança moral é realmente uma parte de regeneração. Mas quando a vemos do ponto de vista da mudança moral dentro de nós mesmos, podemos ver também como a primeira etapa da santificação. Paulo olha para trás para um evento concluído quando diz aos Coríntios: "Mas vocês foram lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus" (1 Coríntios 6:11) .Da mesma forma, em Atos 20:32 Paulo pode referir-se aos cristãos como aqueles que têm "uma herança entre todos os que são santificados." [2] Esta etapa inicial em santificação envolve um rompimento definitivo com o poder dominante e amor ao pecado, para que o crente não é mais controlado ou dominado pelo pecado e não gosta de pecado. Paulo diz: "Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus
em Cristo Jesus ... Pois o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei mas debaixo da graça" (Romanos 6:11 , 14).Paulo diz que os cristãos foram "libertados do pecado" (Romanos 6:18). Neste contexto, sendo mortos para o pecado ou ser livre do pecado envolve ações ou poder de superação de padrões de comportamento pecaminosos em nossas vidas. Paulo diz aos romanos: "Não deixe que o pecado reinar em vosso corpo mortal, obedeçais às suas paixões. Não oferecem as partes de seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus "(Romanos 6:12-13). Sendo mortos para o pecado poder dominante significa que nós, como cristãos, pelo poder do Espírito Santo e da vida de ressurreição de Cristo no trabalho dentro de nós, temos o poder para vencer a tentação e sedução do pecado. O pecado já não ser o nosso mestre como era antes de nos tornarmos cristãos. Em termos práticos, isto significa que nós afirmamos duas coisas como verdadeiras. Por um lado, nunca seremos capazes de dizer: "Eu sou completamente livre de pecado", porque a nossa santificação nunca está totalmente concluída (veja abaixo). Por outro lado, um cristão nunca deve dizer (dizer) 'Esse pecado tem me derrotou, eu desisto. Eu tinha um temperamento ruim para 37 e terei até o dia que eu morrer, e pessoas que terão de suportar como eu sou. " Para dizer que o pecado é reconhecer que você domina. É deixar o pecado reinar em nossos corpos. É a admitir a derrota. É negar a verdade das Escrituras que nos dizem: "Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Romanos 6:11). É negar a verdade das Escrituras que nos dizem que "o pecado não terá domínio sobre vós" (Rm 6:14). A ruptura inicial com o pecado, envolvendo uma reorientação dos nossos desejos, para que já não temos uma inclinação para o pecado dominante em nossas vidas. Paulo sabe que seus leitores eram escravos do pecado (como são todos os incrédulos), mas diz que eles não são mais escravos. "Mas graças a Deus que, embora você eram escravos do pecado, de todo coração obedecido o ensinamento que eram confiadas. Com efeito, tendo sido libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça "(Romanos 6:17-18). Esta mudança de os desejos e da inclinação da pessoa ocorre no início da santificação. [3] 2. Santificação é crescente ao longo da vida. Embora o Novo Testamento fala de um começo de santificação, também vê-lo como um processo que continua ao longo da nossa vida cristã. Em geral, este é o sentido primário em que a santificação é agora usado na teologia sistemática e conversa cristã. [4] Embora Paulo diz aos seus leitores que foram libertos do pecado (Romanos 6:18), e estão "mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Romanos 6:11), ele, no entanto, reconhece que o pecado permanece em suas vidas, de modo que não permite efectuar chamadas para reinar neles e dar-nos ao pecado (Romanos 6:12-13). Sua tarefa, portanto, como cristãos é crescer mais e mais na santificação, da mesma forma como antes estava cada vez mais no pecado. "Falo em termos humanos, devido às limitações da natureza humana. Antes de oferecer-lhe os membros do seu corpo em escravidão à impureza e à cada vez maior do que maldade, então agora oferecê-los a justiça conduz à santidade "(Romanos 6:19, os termos" antes "e" agora "[gr hosper ... houtos.] indicam que Paulo quer que eles façam isso da mesma forma: Se" antes de "cada vez mais o espectáculo o pecado," agora "cada vez mais oferecer-vos justiça pela santificação). Paulo disse que toda a vida cristã "todos nós ... somos transformados à sua semelhança com glória cada vez maior da parte do Senhor" (2 Coríntios 3:18). Estamos nos tornando mais semelhante a Cristo como nós vamos na vida cristã. Portanto, ele diz: "Irmãos, não acho que eu ainda não ter tomado já. Em vez disso, uma coisa faço: esquecendo o que fica para trás e para o que está adiante, prossigo para o alvo para ganhar o prémio para o qual Deus me chamou para o céu em Cristo Jesus "(Fl 3:13-14).Com isso, o apóstolo não está dizendo que quer perfeito, mas continua a atingir esses fins para os quais Cristo tinha guardados (vv. 9-12). Paulo diz aos Colossenses: "Não minta para si, agora que eles tiraram a roupa da velha natureza com seus vícios, e vos vestistes do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem de seu Criador "(Cl 3:10), mostrando assim que a santificação envolve uma crescente semelhança de
Deus em nossos pensamentos e nossas palavras e ações.O autor de Hebreus diz a seus leitores: "jogar fora tudo o que nos impede de lastro, eo pecado que tão facilmente embaraça" (Hb 12:1), e "procurar ... a santidade sem a qual ninguém verá o Senhor" (I 12 : 14).Tiago encoraja seus leitores: "Não apenas ouvir a palavra, e assim enganar a si mesmo. Leve-a à prática "(Tiago 1:22), e Pedro diz aos seus leitores:" Em vez disso, você é santo em tudo que você faz, como aquele que vos chamou é santo "(1 Pedro 1:15). Não é necessário acumular muitas citações mais porque grande parte do Novo Testamento é composto de instruções para os crentes em várias igrejas sobre como devem crescer em Cristo. Todas as exortações morais e mandamentos nas epístolas do Novo Testamento se aplica aqui, porque todos eles encorajar os crentes a crescer um ou outro aspecto de maior santidade em suas vidas. A expectativa de todos os escritores do Novo Testamento é que a nossa santificação aumentar ao longo da nossa vida cristã. 3. A santificação é completa em morte (nossas almas) e quando o Senhor voltar (nossos corpos). Porque o pecado continua em nossos corações, mas nós nos tornamos cristãos (Rm 6:12-13, 1 Jo 1:8), a nossa santificação jamais é completa nesta vida (ver abaixo). Mas, uma vez morremos e vamos estar com o Senhor, então a nossa santificação estará concluída em um sentido, porque as nossas almas serão liberados do pecado e ser perfeito. O autor de Hebreus diz que, quando entrar na presença de Deus a adoração que nós, como "os espíritos dos justos aperfeiçoados" (Atos 12:23).Isto é apropriado porque é uma antecipação do fato de que "nunca entrar nele nada impuro" refere-se a entrar na presença de Deus na cidade celestial (Ap 21:27). No entanto, agradecemos que a santificação envolve a pessoa inteira, inclusive os nossos corpos (veja 2 Coríntios 7:1, 1 Tessalonicenses 5:23), então percebemos que a santificação não está totalmente concluída até a volta do Senhor e receber novos corpos ressuscitados. Aguardamos a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo do céu e "Ele transformará o nosso pobre corpo para ser como o seu corpo glorioso" (Filipenses 3:21). É "quando ele vem" (1 Cor. 15:23) que receberemos um corpo de ressurreição e, em seguida, "devemos trazer também a imagem do [homem] nos céus" (1 Cor. 15:49). [5] Nós colocamos para fora o processo de santificação, como mostrado na Figura 38.1, mostrando que somos escravos do pecado antes da conversão, (1) que há um começo de santificação no momento da conversão, (2) que a santificação deve aumentou ao longo da vida cristã, e (3) que a santificação é aperfeiçoado em morte. (Por uma questão de simplicidade omitimos nesta tabela a conclusão da santificação quando recebermos nossos corpos ressuscitados.)
O processo de santificação Tabela 38,1 Eu tenho mostrado na tabela o progresso da santificação como uma linha irregular, indicando que o crescimento em santificação nem sempre é uma linha reta até nesta vida, mas o progresso da santificação acontece às vezes, enquanto em outros Às vezes percebemos que estamos recebendo algo em troca. Em um caso extremo, um crente que faz pouco uso dos meios de santificação, e prefiro ter má educação, não andar com os cristãos e paga pouco atenção à Palavra de Deus ea oração pode levar muitos anos e têm
pouco progresso no processo de santificação, mas isto certamente não é normal eo que é esperado na vida cristã. É realmente muito incomum. 4. Santificação nunca é completada nesta vida. Houve alguns na história da Igreja que tomaram ordens, tais como Mateus 5:48 ("Portanto, sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito") ou 2 Coríntios 7:1 ("purificarnos de toda a imundícia corpo e do espírito, aperfeiçoando o temor de Deus na obra de nossa santificação ") e ter raciocinado que desde que Deus nos dá estes mandamentos, ele também deve nos dar a capacidade de obedecer perfeitamente.Eles têm, portanto, concluiu, é possível para nós para obter um estado de perfeição sem pecado nesta vida. Além disso, apontam para a oração de Paulo para os tessalonicenses, "Maio o próprio Deus, o Deus da paz, vos santifique em tudo" (1 Tessalonicenses 5:23), e inferir que pode ser que a oração de Paulo ser cumprida em algum cristãos de Tessalônica. Na verdade, John ainda diz: "Todo aquele que pratica o pecado não, viu, nem conheceu" (1 Jo 3:6). São estes versos falam da possibilidade de perfeição sem pecado na vida de alguns cristãos? Neste estudo, eu uso o perfeccionismo palavra para se referir a este ponto de vista de que a perfeição sem pecado é possível nesta vida. Se olharmos com atenção vemos que essas passagens não apóiam a posição perfeccionista. Em primeiro lugar, não simplesmente ensinado nas Escrituras que quando Deus dá uma ordem, ele também nos dá a capacidade de obedecê-Lo em cada caso. [6] Deus ordena que todos em toda parte a obedecer todas as leis morais e é culpado de não obedecê-las, mesmo quando as pessoas são pecadores e não resgatadas, como tal, são mortos em nossos delitos e pecados, e que torna impossível obedecer aos mandamentos de Deus. Quando Jesus nos ordena a sermos perfeitos como nosso Pai celeste é perfeito (Mt 5:48), estamos simplesmente dizendo que a pureza absoluta de Deus moral é o objetivo para o qual pretendemos e o padrão pelo qual Deus vai perguntar contas. O fato de que não somos capazes de viver até aquele ideal não significa que será reduzido, mas significa que nós precisamos da graça e do perdão de Deus para superar o que resta do pecado em nós. Da mesma forma, quando Paul comanda o Corinthians para
completar a obra da santificação no temor do Senhor (2 Cor 7:1), ou pedir em oração que Deus totalmente santificar os tessalonicenses (1 Tessalonicenses 5:23), é apontando para o objetivo que ele quer que cheguem. Não estou dizendo que alguns vão ficar, mas isso é o ideal moral que Deus quer que todos os crentes aspiram. A declaração de João: "Qualquer que permanece nele não vive pecando" (1 João 3:6, [RVR 1960) não está ensinando que alguns de nós atingir a perfeição, porque o tempo presente de verbos em grego é melhor traduzida como indicador de uma ação contínua ou atividade normal, "Todo aquele que permanece nele,] não praticar pecado.Todo aquele que pratica o pecado, não viram, nem conheceu "(1 Jo 3:6, [NVI).Esta declaração é semelhante ao que fez John poucos versos depois: "Nenhum homem é nascido de Deus não comete pecado, porque a semente de Deus permanece nele, não pode praticar o pecado, porque é nascido de Deus" (1 Jo 3 : 9). Se tomarmos estes versos para provar a perfeição sem pecado teria que provar a todos os cristãos, porque eles estão falando sobre o que é verdadeiro de todos os que são nascidos de Deus, e todo mundo que viu Cristo e conhecidos dele. ] [7] Portanto, parece haver nenhum versículo na Bíblia que é convincente no ensino é possível para qualquer ser humano para ser completamente livre do pecado nesta vida. Por outro lado, há passagens em ambos Testamentos Antigo e Novo ensinam claramente que não podemos ser moralmente perfeito nesta vida. Na oração de Salomão na dedicação do templo, diz ele, "Já que nenhum homem que não peque, se o teu povo pecado contra ti ..." (1 Reis 8:46).Da mesma forma, lemos uma pergunta retórica com uma resposta negativa implícita em Provérbios 20:9: "Quem pode dizer:" Eu tenho um coração puro, estou limpo do pecado "?" E nós também ler uma declaração explícita em Eclesiastes 7:20: ". Ninguém na terra tão bela que faz bem, e nunca pecados" No Novo Testamento, encontramos Jesus enviando seus discípulos a rezar assim: "Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores "(Mateus 6:11 12).Assim como a oração para o nosso pão de cada dia nos dá um modelo de oração que devemos repetir todos os dias, assim que o pedido de perdão dos pecados está incluído no tipo de oração que devemos fazer todos os dias de nossas vidas como crentes. Como dito acima, quando Paulo fala sobre o poder do pecado que recebe o cristão não está dizendo que não haverá pecado na vida cristã, mas apenas que o crente e não deixar "reinado" no seu corpo ou " oferece "os seus membros para o pecado (Romanos 6:12-13). Não estou dizendo que não vai pecar, mas o pecado não "ter domínio" sobre eles (Rom. 6:14). O próprio fato de dar estas instruções mostra que ele percebeu que o pecado continue na vida dos crentes ao longo de suas vidas na Terra. Mesmo James, o irmão do Senhor poderia dizer: "Todos nós tropeçamos muito" (Tiago 3:2), e se o próprio James pode dizer que, então nós também devemos estar dispostos a dizer.Finalmente, na mesma carta em que João declarou muitas vezes que um filho de Deus não vai continuar em um padrão de comportamento pecaminoso, ele também diz claramente: "Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos e temos a verdade "(1 João 1:8). Aqui João está excluindo explicitamente a possibilidade de ser completamente livre de pecado em nossas vidas. Na verdade, diz que qualquer pessoa que diz ser livre do pecado é simplesmente enganando a si mesmo, ea verdade não está nele. [8] Mas uma vez concluímos que a santificação, nunca é completa nesta vida, devemos exercitar a sabedoria pastoral e cuidado na forma como usamos esta verdade. Alguns podem tomar isso e usá-lo como uma desculpa para não se esforçam para a santidade ou santificação crescimento, que é o oposto de dezenas de outros mandamentos no Novo Testamento. Outros podem pensar sobre o fato de que não podemos ser perfeito na vida e perder a esperança de progresso na vida cristã, uma atitude que também é contrário ao claro ensino de Romanos 6 e outras passagens sobre o poder da ressurreição de Cristo para que possamos vencer o pecado. Portanto, embora nunca santificação completa nesta vida, devemos também ressaltar que nunca devemos parar de aumentá-lo em nossas vidas.
Além disso, como os cristãos crescem em classes de maturidade que permanecem pecados em suas vidas, muitas vezes não são pecados tanto de palavras e ações que são externamente visível para os outros, mas os pecados atitudes internas e motivos do coração, tais desejos como o orgulho eo egoísmo, a falta de coragem ou de fé, falta de zelo e amor a Deus com todo nosso coração e ao nosso próximo como a nós mesmos, e não confiar totalmente em Deus sobre tudo o que prometeu todas as circunstâncias. Esses pecados autênticos! Mostre como estávamos longe da perfeição moral de Cristo. No entanto, reconhecendo a natureza desses pecados que persistem mesmo nos cristãos mais maduros também ajuda a proteger contra malentendidos quando dizemos que ninguém vai ser livres do pecado nesta vida. É certamente possível que muitos cristãos estão livres em muitas vezes ao longo do dia de atos conscientes da desobediência a Deus em suas palavras e ações. Na verdade, se os líderes cristãos estão indo ser um "modelo de papel no discurso, na conduta, e de amor, fé e pureza" (1 Tm 4:12), então muitas vezes é verdade que suas vidas serão palavras livres e ações que outros considerados indesejáveis.Mas isso está longe de ter alcançado a liberdade completa do pecado em nossas motivações, pensamentos e intenções do coração. John Murray observa que quando o profeta Isaías estava na presença de Deus a sua reação foi: "Então eu disse:" Ai de mim, estou perdido! Sou um homem de lábios impuros e habito no meio dum povo de lábios impuros, e meus olhos viram o Rei, o Senhor Todo-Poderoso! " (Is 6:5). E quando Jó, cuja justiça foi inicialmente elogiado na história de sua vida, quando ele estava diante de Deus Todo-Poderoso, só poderia dizer: "Eu tinha ouvido rumores sobre você, mas agora eu vejo com meus próprios olhos. Então eu retiro o que disse, e me arrependo no pó e na cinza "(Jó 42:5-6). Murray concluiu com base nesses exemplos e muitos outros santos em toda a história da igreja: Na verdade, o mais santificado é um crente, será feita à imagem de seu Salvador, a mais deve ser contra qualquer falta de conformidade com a santidade divina. A percepção mais profunda da majestade de Deus, o amor mais intenso por Deus, o
mais persistente desejo seu para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus, a vontade mais consciente da gravidade do pecado permanece nele e maior aversão a dele ... Não era esse o efeito de todos os servos de Deus para ser cada vez mais estreita com a revelação da santidade de Deus? [9] C. Deus eo homem cooperam na santificação Alguns (como John Murray) [10] objeto de dizer que Deus eo homem "cooperar" em santificação, porque quero enfatizar que esta é a principal obra de Deus e nossa parte na santificação é apenas secundária (veja Filipenses 2:12-13) .No entanto, se explicar claramente a natureza do papel de Deus e nosso papel na santificação, não é inadequado dizer que Deus eo homem cooperam na santificação. Deus opera em nossa santificação e nós também, e trabalhar para o mesmo fim. Nós não estamos dizendo que temos partes iguais na santificação ou ambos trabalham da mesma maneira, mas apenas dizendo que nós cooperamos com Deus de maneiras que são apropriadas para a nossa condição de criaturas de Deus, eo fato de que as Escrituras enfatizam o papel temos em santificação (com todos os mandamentos moral do Novo Testamento), a torna apropriada a ensinar que Deus nos chama a colaborar com ele nessa atividade. [11] 1. A mão de Deus na santificação. Uma vez que a santificação é obra de Deus, é conveniente que Paulo orou dizendo: "Que o próprio Deus, o Deus da paz, vos santifique em tudo" (1 Tessalonicenses 5:23). Uma das funções específicas de Deus Pai, em santificação é o processo de disciplinar seus filhos (ver Hebreus 2:5-11). Paulo diz aos filipenses: "é Deus quem opera em vós o querer eo fazer para obter a sua boa vontade" (Fl 2:13), indicando que algo da maneira em que Deus santificou, fazendo Desejo-lhes a vontade eo poder de cumpri-la.O autor de Hebreus fala dos papéis do Pai e do Filho na bênção da família, "O Deus que dá a paz ... que ele treinou em tudo de bom para fazer a Sua vontade. E, por meio de Jesus Cristo, Deus cumprisse em nós o que lhe agrada. A ele seja a glória para todo o sempre. Amém "(Atos 13:20-21). O papel de Deus, o Filho, Jesus Cristo, a santificação é, primeiro, que ganhou a nossa santificação.Portanto, Paulo pode dizer que Deus fez de Cristo ", que é a nossa sabedoria, justiça, santificação e redenção" (1 Coríntios 1:30). Além disso, no processo de santificação Jesus é o nosso exemplo, porque a corrida da vida "[definição] olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé" (Hb 12:2).Peter diz a seus leitores: "Cristo sofreu por vós, deixando-o um exemplo a seguir seus passos" (1 Pedro 2:21). E João diz: "aquele que diz estar nele deve andar como ele andou" (1 João 2:6). Mas Deus é o Espírito Santo que trabalha especificamente dentro de nós para nos transformar e santificar-nos, dando-nos maior santidade da vida. Pedro fala de "obra santificadora do Espírito" (1 Pedro 1:2), e Paulo também fala de "obra santificadora do Espírito" (2 Tessalonicenses 2:13). É o Espírito Santo que opera em nós "o fruto do Espírito" (Gl 5:22-23), aqueles traços que fazem parte de uma maior santificação diária. Se crescer no "andar no Espírito" santificação e são "guiados pelo Espírito" (Gl 5:16-18; [Cf.Ro 8:14), isto é, estamos cada vez mais sensível aos desejos e encorajamento do Espírito Santo em nossa vida e caráter. O Espírito Santo é o espírito de santidade e de santidade gerada dentro de nós.] [12] 2. Nossa parte na santificação. A parte que nos manter na santificação é passiva em que tanto dependemos de Deus para nos santificar, como ativo, no qual nós nos esforçamos para obedecer a Deus e tomar medidas que vão aumentar a nossa santificação.Vamos agora considerar os dois aspectos do nosso papel na santificação. Primeiro, qual o papel que poderíamos chamar de "passivo" que temos em santificação vemos nos textos que nos encorajam a confiar em Deus e orar pedindo-lhe para nos santificar. Paulo diz aos seus leitores ", mas sim oferecer-vos a Deus como aqueles que foram trazidos da morte para a vida" (Rom. 6:13, cf V. 19.), E diz a todos os cristãos em Roma: "oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus "(Romanos 12:1).Paulo percebe que depender do Espírito Santo para crescer na santificação, porque ele diz: "Se pelo Espírito fizerdes morrer os atos do corpo, viverão" (Romanos 8:13). Infelizmente, esse papel "passivo" na santificação, a idéia de oferecer a Deus e confiar nele para produzir em nós "tanto o querer como o fazer para
obter a boa vontade dele" (Filipenses 2:13) enfatiza tanto hoje isso é tudo que as pessoas ouvem falar do caminho da santificação. Às vezes a frase popular de "deixar e deixar Deus" é apresentado como um resumo de como viver a vida cristã. Mas isso é uma distorção trágica da doutrina da santificação, porque ele só fala sobre a metade da parte que devemos fazer e, por si só, levar os cristãos a ser preguiçoso e negligenciar o papel activo que a Escritura nos ordena a temos em nossa própria santificação. O apóstolo Paulo nos diz em Romanos 8:13 o papel ativo que temos, quando ele diz: ". Se pelo Espírito mortificardes os atos do corpo, viverão"Paulo reconhece que aqui é "o Espírito" que somos capazes de. Mas também nos diz que devemos fazê-lo! Ele envia o Espírito Santo para dar a morte aos atos do corpo, mas o cristão! Da mesma forma, Paulo diz aos filipenses: "Então, meus queridos amigos, como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência para levar a cabo a sua salvação com temor e tremor, porque Deus é que opera em vós o querer eo fazer para obter a sua boa vontade "(Fl 2:12-13). Paulo exorta-os a obedecer, mesmo quando ele estava presente com eles. Ele diz que a obediência é o meio pelo qual eles "[ter] para trabalhar a vossa salvação", o que significa que a área deve continuar lización os benefícios da salvação em sua vida cristã. [13] Os filipenses tiveram que assegurar que o crescimento na santidade, e fazê-lo com solenidade e reverência ("com temor e tremor") porque eles estão fazendo na presença de Deus. Mas há mais: A razão pela qual eles devem trabalhar e espero que seu trabalho seja bem sucedido é porque "Deus é quem efetua em vós ..." o trabalho anterior e fundamental para a santificação de Deus significa que seu trabalho é fortalecido por Deus , assim vale a pena e vai dar resultados positivos. Há muitos aspectos do papel ativo que devem desempenhar na santificação. Devemos "[procurar] ... a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Atos 12:14).Devemos longe "imoralidade sexual", porque "a vontade de Deus que são santificados" (1 Tessalonicenses 4:3).João diz que eles esperam para ser como Cristo, quando ele parece trabalhar ativamente na purificação de sua vida: "Todo mundo que tem esta esperança, purifica
lo a si mesmo, como ele é puro" (1 Jo 3:3).Paulo diz aos Coríntios que "fujam da imoralidade sexual" (1 Coríntios 6:18), e não junte-se a jugo desigual com os incrédulos "(2 Coríntios 6:14, KJV 1960).Então ele diz: "purificar-nos de tudo o que contamina o corpo eo espírito, aperfeiçoando o temor de Deus na obra de nossa santificação" (2 Cor 7:1).Este tipo de luta pela obediência e santidade pode envolver um grande esforço da nossa parte porque Peter diz a seus leitores a "lutar" para crescer em funcionalidades que estão de acordo com a piedade (2 Pedro 1:5).Muitas passagens específicas do Novo Testamento nos encorajam a prestar muita atenção a vários aspectos da santidade e piedade na vida (cf. Rm 12:01-13:14, Efésios 4:17 - 6:20, Fl 4 4-9; Col 3:05 - 4:06, 1 P 2:11 - 5:11; [Et al.).Devemos constantemente construir padrões e hábitos de santidade, porque a medida da maturidade é que os cristãos maduros "têm a capacidade de distinguir entre o bem eo mal, porque eles exerceram o seu poder de percepção espiritual" (Atos 5:14).] O Novo Testamento não sugere qualquer atalho pelo qual crescemos em santificação, mas só nos incentivou repetidamente a dar-nos a meio da leitura da Bíblia antiga e famosa e meditação (Salmo 1:2; Mt 4: 4; Jo 17:17) oração (Ef 6:18, Fp 4:6), adoração (Ef 5:18-20), testemunho (Mt 28:19-20), a comunhão cristã (Atos 10 :24-25), auto-disciplina e auto-controle (Gálatas 5:23, Tito 1:8). É importante que continuemos a crescer na confiança passiva em Deus para a nossa santificação eo nosso esforço ativo para a santidade e maior obediência em nossas vidas. Se negligenciarmos o esforço ativo para obedecer a Deus, tornamo-nos cristãos passivos e preguiçosos. Se negligenciarmos o papel passivo de confiança em Deus e entregar a ele, tornamo-nos muito orgulhosos e confiantes em nós mesmos. Em qualquer caso, a nossa santificação é pobre. Devemos manter a fé e diligência em obedecer ao mesmo tempo. O antigo hino diz: "Ouve, e confiança em Jesus é a régua marcada para andar na luz." [14] Nós adicionamos mais um ponto em nosso estudo do nosso papel na santificação: A santificação é um processo corporativo no Novo
Testamento. Acontece na comunidade. Ele nos chama: "Pense em maneiras de um outro, para nos estimularmos ao amor e boas obras.Não deixemos de reunir, como fazem algumas pessoas, mas vamos incentivar um ao outro, e mais como vedes que o Dia se aproxima "(Hebreus 10:24-25). Cristãos juntos "são como pedras vivas, que está construindo uma casa espiritual. Assim, tornar-se um sacerdócio santo "(1 Pedro 2:5), juntos, são uma" nação santa "(1 Pedro 2:9), em conjunto, são instados a" encorajar uns aos outros e edificar uns aos outros, assim como fazer "(1 Tessalonicenses 5:11). Paulo pede aos irmãos de Éfeso que "para viver uma vida digna da vocação que receberam" (Efésios 4:1) e, assim, viver em comunidade ", humilde e manso, paciente, suportando uns aos outros em amor. Esforce-se para manter a unidade do Espírito pelo vínculo da paz "(Ef 4:2-3). Quando isso acontece, o corpo de Cristo funciona como um todo unificado, cada parte funcionando corretamente, de modo que a santificação corporativa acontece quando "o corpo todo cresce e se constrói com amor" (Ef 4:16, cf. 1 Coríntios 12:12-26, Gal. 6:1-2). Significativamente, o fruto do Espírito inclui muitas coisas que servem para construir uma comunidade ("amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e auto-controle" Gálatas 5:22-23), enquanto " obras da natureza pecaminosa "destruir a comunidade (" imoralidade sexual, impureza e libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúme, acessos de raiva, ambição egoísta, dissensões, facções e inveja, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes " Gal 5:19-21). D. Santificação envolve toda a pessoa Vemos que a santificação afeta nosso intelecto e inteligência quando Paulo diz que devemos colocar-se do novo "que está sendo renovado em conhecimento, à imagem de seu Criador" (Cl 3:10).Ele reza que os filipenses para ver seu amor "abunde mais e mais no conhecimento e bom senso" (Fl 1:9). E exorta os cristãos romanos para "transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:2). Embora o nosso conhecimento de Deus é mais do que conhecimento intelectual, não é certamente um componente intelectual, e Paulo diz que esse conhecimento de Deus deve
aumentar sobre as nossas vidas "viver de modo digno do Senhor para o seu inteiro agrado" ( Col 1:10). A santificação dos nossos intelectos envolvem o crescimento em sabedoria e conhecimento para ser gradualmente "[tendo] cativo todo pensamento para torná-lo obediente a Cristo" (2 Coríntios 10:5) e achar que os nossos pensamentos estão recebendo os pensamentos que Deus nos ensina através da Sua Palavra. Além disso, o crescimento na santificação afeta nossas emoções.Veremos cada vez mais em nossas emoções da vida como "amor, alegria, paz, paciência" (Gl 5:22). Nós vemos mais e mais capaz de obedecer o comando de Pedro de longe dos "desejos pecaminosos, que a guerra contra a sua alma" (1 Pedro 2:11). Cada vez mais achar que "ele [o amor] o mundo ou qualquer coisa nele» (1 Jo 2:15), mas que nós, como nosso Salvador, regozijamo-nos a vontade de Deus. Em uma medida cada vez maior que "[vontade subject] coração" (Romanos 6:17), e abandonar as emoções negativas da "amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, juntamente com toda a malícia" (Efésios 4: 31). Além disso, a santificação afetar nossa vontade, o poder de tomada de decisão, porque Deus está trabalhando em nós, "é Deus quem opera em vós o querer eo fazer para obter a sua boa vontade" (Fp 2:13 .)À medida que crescem na santificação, nossa que respeitar mais e mais à boa vontade de nosso Pai celestial. Santificação também afetam o nosso espírito, a parte não-física de nossos seres.Devemos "[purificar] de tudo o que contamina o corpo eo espírito, aperfeiçoando o temor de Deus na obra de nossa santificação" (2 Cor 7:1), e Paulo nos diz que a preocupação com "as coisas do Senhor "leva a" dedicar-se ao Senhor em corpo e espírito "(1 Coríntios 7:34). [15] Finalmente, a santificação afeta nossos corpos físicos.Paulo diz: "Que o próprio Deus, o Deus da paz, vos santifique completamente, e manter todo o seu ser-espírito, alma e corpo - irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 5:23).Além disso, Paulo incentivou os coríntios a limpar "tudo o que contamina o corpo eo espírito, aperfeiçoando o temor de Deus na obra de nossa santificação" (2 Coríntios 7:1, cf.1
Coríntios 7:34). Para correr mais santificados em nossos corpos, eles estão se tornando servos mais úteis de Deus, mais receptivo à vontade de Deus e os desejos do Espírito Santo (cf. 1 Coríntios 9:27). [16] Nós não vamos deixar o pecado reinar em nossos corpos (Romanos 6:12), nem participar em qualquer forma de imoralidade (1 Coríntios 6:13), mas tratar o corpo com cuidado e reconhecer que eles são meios pelos quais o Espírito Santo trabalha em nossas vidas. Portanto, não ser molestado ou abusado de qualquer jeito, mas vou tentar ser útil e sensível à vontade de Deus: "Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós e que tenham recebido Deus? Você não é sua; foram comprados por um preço. Portanto, honrar a Deus no vosso corpo "(1 Coríntios 6:19-20). E. Motivo para obedecer a Deus na vida cristã Os cristãos, por vezes, não reconhecem a ampla variedade de razões para obedecer a Deus que encontramos no Novo Testamento. (1) É verdade que o desejo de agradar a Deus e expressar nosso amor por ele é uma razão muito importante para obedecer. Jesus disse: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (Jo 14:15), e "Quem é ele que me ama? A tão reivindicada meus mandamentos e os guarda "(Jo 14:21, cf. 1 João 5:3). Mas também nos dá muitas razões: (2) a necessidade de manter a consciência limpa diante de Deus (Rm 13:5, 1 Timóteo 1:5, 19-20; 2 Timóteo 1:3, 1 Pe 3:16) (3), o desejo de ser "vasos para usos mais nobres" e têm uma maior eficiência ao trabalho do reino de Deus (2 Tim 2:20-21), (4) o desejo de ver os incrédulos vindo a Cristo mediante o testemunho de nossas vidas (1 Pedro 3:1-2, 15-16), (5) o desejo de apresentar as bênçãos de Deus em nossa vida e ministério (1 Pedro 3:9-12), (6 ) o desejo de evitar desconforto ou disciplina de Deus em nossa vida (aa às vezes chamado de "medo de Deus") (Atos 5:11; 9:31, 2 Coríntios 5:11, 7:1, Ef 4: 30, Phil 2:12, 1 Tm 5:20;. I, 12:3-11, 1 Pedro 1:17, 2:17, cf o estado de não-crentes em Romanos 3:18), (7) o desejo do buscar uma maior recompensa celeste (Mateus 6:19-21, Lucas 19:17-19, 1 Coríntios 3:12-15, 2 Coríntios 5:9-10); [17] (8) o desejo de caminhar em uma relação mais íntima com Deus (Mt 5:8, Jo 14:21, 1 João 1:6, 3:21-22, e no Antigo Testamento (Salmos 66:18 ;
É 59:2), (9) que os anjos desejam glorificar a Deus pela nossa obediência (1 Tm 5:21, 1 Pe 1:12), (10) o desejo de paz (Filipenses 4:9) e alegria (Ele 12:1-2) em nossas vidas, e (11) o desejo de fazer o que Deus nos ordena, simplesmente porque seus mandamentos são justos, e nos deleitamos em fazer o que é certo (Filipenses 4:8, cf .Salmo 40:8) F. A beleza ea alegria da santificação Seria errado para acabar com este estudo, sem notar que a santificação nos traz grande alegria. Quanto mais crescemos na semelhança de Cristo, tanto mais que experimentar pessoalmente a "alegria" e "paz" que fazem parte do fruto do Espírito (Gl 5:22), e quanto mais nos aproximamos do tipo de vida que vamos o céu. Paulo diz que à medida que crescemos em obediência a Deus, nós colhemos "a santidade que conduz à vida eterna" (Romanos 6:22). Ele percebe que esta é a fonte da verdadeira alegria. "Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça de paz, e alegria no Espírito Santo" (Rm 14:17). À medida que crescem em santidade nós crescemos em conformidade com a imagem de Cristo, e cada vez mais vendo mais do seu caráter em nossas vidas. Este é o objetivo da perfeita santificação que esperamos e longo prazo, e será nossa quando Cristo voltar. "Todo mundo que tem esta esperança purifica-se nele, assim como ele é puro" (1 João 3:3).
PERGUNTAS PESSOAIS DE APLICAÇÃO
1. Você consegue se lembrar de sua própria experiência o momento definidor de início da santificação quando ele se tornou um cristão? Você sentiu uma clara ruptura com o poder dominante eo amor do pecado em sua vida? Você realmente acredita que até agora ele está morto para o poder eo amor do pecado em sua vida? Pode esta verdade da vida cristã ser útil em áreas específicas de sua vida onde você ainda precisa de crescer em santidade?
2. Olhando para os últimos anos de sua vida cristã, você pode ver um padrão definido de crescimento em santidade? O prazer e as coisas que não são mais do seu interesse? Quais são algumas coisas que não tinham interesse e agora tem grande interesse para você?
3. Como ele cresceu em uma maior maturidade e santidade na vida cristã, você já fez mais conscientes do peso do pecado que permanece em seu coração? Se não, porque não foi? Você acha que seria bom se você tem uma maior consciência do pecado que permanece em sua própria vida? Se assim fosse, qual seria a diferença em sua vida?
4. Como a vida seria afetada se eu pensasse mais sobre o fato de que o Espírito Santo está trabalhando continuamente em você para aumentar a sua santificação? Ao viver a vida cristã, você tem mantido um equilíbrio entre o papel passivo e ativo na santificação, ou tende a enfatizar um aspecto sobre o outro? Por quê? O que eu poderia fazer para corrigir este desequilíbrio, se houver em sua vida?
5. Se você tivesse que se pensava que a santificação afeta seu intelecto e sua maneira de pensar? Quais são as áreas de seu intelecto ainda precisam de algum crescimento na santificação? Com relação às suas emoções, que áreas precisam saber que Deus continue a trabalhar em você para produzir maior santificação? Há alguma área ou aspectos de santificação que você precisa melhorar em seu corpo físico, em obediência aos propósitos de Deus?
6. Existem áreas em que tem lutado por anos para crescer na santificação, mas não estão vendo o progresso em sua vida? Tem este capítulo ajudou a restaurar a esperança de progresso nessas áreas? (Para os cristãos que estão muito desanimados com a falta de progresso na santificação, é muito importante para falar pessoalmente com um cristão pastor ou madura sobre essa situação, em vez de deixá-lo ir mais longe.)
7. Em geral, o que tem este capítulo de estímulo ou desestímulo para você na vida cristã?
TERMOS ESPECIAIS
perfeccionismo
perfeição
sem pecado
santificação 3.
X. SANTIFICAÇÃO
A. Termos Bíblicos Para Santificação e Santidade.
1. TERMOS DO VELHO TESTAMENTO. A palavra veterotestamentária para “santificar” é qadash, verbo empregado nas formas niphal, do hiphil e do hithpa’el. O substantivo correspondente é qodesh, enquanto que o adjetivo é qadosh. As formas verbais são derivadas das formas nominal e adjetiva. O significado original destas palavras é incerto. Alguns são de opinião que o vocábulo qadash é relacionado com chadash, significando “brilhar”. Isso estaria em harmonia com o aspecto qualitativo da idéia bíblica de santidade, a saber, a de pureza. Outros, com maior grau de probabilidade, derivam-no da raiz qad, significando “cortar”. Isto faria da idéia de separação a idéia original. A palavra indicaria, então, isolamento, separação, ou majestade. Embora esta significação das palavras “santificação” e “santidade” possa parecer-nos inusitada, é, com toda a probabilidade, a idéia fundamental expressa por elas. Diz Girdelstone: “Os termos ‘santificação’ e ‘santidade’ são atualmente empregados com tanta freqüência para descrever qualidades morais e espirituais, que mal comunicam ao leitor a idéia de posição ou de relação existente entre Deus e uma pessoa ou coisa a Ele consagrada; contudo, vê-se que este é o significado real da palavra.”1 Similarmente, Cremer-Koegel chama a atenção para o fato de que a idéia de separação é fundamental quanto à idéia de santidade. “Heiligheit ist ein verhaeltnisbegriff”. Ao mesmo tempo, admite-se que as duas idéias de santidade e de separação não se fundem, não são absorvidas uma pela outra, mas que, em certa medida, uma serve para qualificar a outra.2
2. TERMOS DO NOVO TESTAMENTO
a. O verbo hagiazo e seus vários sentidos. O verbo hagiazo é derivado de hagios, que, como a palavra hebraica qadosh, expressa primariamente a idéia de separação. Todavia, é empregado em vários sentidos diferentes no Novo Testamento. Podemos distinguir os seguintes: (1) È empregado num sentido mental, com referência a pessoas ou coisas, Mt 6.9; Lc 11.2; 1 Pe 3.15. Em casos como esses, significa “considerar um objeto como santo”; “atribuir santidade a”, ou “reconhecer sua santidade por palavra ou ato”. (2) Também é empregado, ocasionalmente, num sentido ritual, isto é, no sentido de “separar do ordinário para propósitos sagrados”, ou de “por de lado para certo ofício”, Mt 23.17, 19; Jo 10.36; 2 Tm 2.21. (3) É empregado ainda para denotar a operação de Deus pela qual Ele, especialmente por intermédio do Seu Espírito, produz no homem a qualidade subjetiva da santidade, Jo 17.17; At 20.32; 26.18; 1 Co 1.2; 1 Ts 5.23. (4) Finalmente, na Epístola aos Hebreus, é, ao que parece, empregado num sentido expiatório, e também no sentido correlato do dikaioo paulino, Hb 9.13; 10.10, 29; 13.12.3 1 Old Testament Synonyms, p. 283. 2 Biblisch-Theologisches Woerterbuch (10ª ed.), p. 41. 3 Cf. Denney, The Death of Christ, p. 220; Kennedy, The Theology of the Epistles, p. 214. 524
b. Os adjetivos que expressam a idéia de santidade. (1) Hieros. A palavra menos empregada, e também menos expressiva, é hieros. Acha-se unicamente em 1 Co 9.13; 2 Tm 3.15, e, aí, não se referindo a pessoas, mas a coisas. Não expressa excelência moral, mas o caráter inviolável da coisa referida, resultante da sua relação com Deus. Sua melhor versão para o vernáculo é com a palavra “sagrado”. (2) Hosios. A palavra hosios ocorre com maior freqüência. Acha-se em At 2.27; 13.34, 35; 1 Tm 2.8; Tt 1.8; Hb 7.26; Ap 15.4; 16.5, e se aplica não somente a coisas, mas também a Deus e a Cristo. Descreve uma pessoa ou coisa como livre de profanação ou de iniqüidade, ou mais ativamente (quanto a pessoas), como cumprindo religiosamente toda obrigação moral. (3) Hagnos. A palavra hagnos ocorre em 2 Co 7.11; 11.2; Fp 4.8; 1 Tm 5.22; Tg 3.17; 1 Pe 3.2; 1 Jo 3.3. Ao que parece, a idéia fundamental da palavra é a de liberdade da impureza e corrupção, num sentido ético. (4) Hagios. A palavra realmente característica do Novo Testamento é, porém, hagios. Seu significado primário é o de separação na consagração e dedicação ao serviço de Deus. Com isto se relaciona a idéia de que aquilo que é posto à dedicação ao serviço de Deus. Com isto se relaciona a idéia de que aquilo que é posto à parte do mundo para Deus, também deve separar-se da corrupção do mundo e compartir a pureza de Deus. Isto explica por que hagios depressa adquiriu uma significação ética. Nem sempre a palavra tem o mesmo sentido no Novo Testamento. (a) É empregada para indicar uma relação oficial externa, uma separação dos propósitos comuns para o serviço de Deus, como por exemplo, quando lemos sobre os “santos profetas”, Lc 1.70, os “santos apóstolos”, Ef 3.5, e os “homens santos”, 2 Pe 1.21. (b) Mais freqüentemente, porém, é empregada num sentido ético para descrever a qualidade necessária para manter-se uma estreita relação com Deus e para servi-lo aceitavelmente, Ef 1.4; 5.27; Cl 1.22; 1 Pe 1.15, 16. Deve-se ter em mente que, ao tratarmos da santificação, utilizamos a palavra primordialmente neste último sentido. Quando falamos da santidade em conexão com a santificação, temos em mente tanto uma relação externa como uma qualidade subjetiva interior.
c. Os substantivos que denotam santificação e santidade. O vocábulo neotestamentário para santificação é hagiasmos. Ocorre dez vezes, a saber, em Rm 6.19, 22; 1 Co 1.30; 1 Ts 4.3, 4, 7; 2 Ts 2.13; 1 Tm 2.15; Hb 12.14; 1 Pe 1.2. Embora denote purificação ética, inclui a idéia de separação, isto é, “a separação do espírito de tudo que é impuro e corruptor, e uma renúncia dos pecados para as quais os desejos da carne e da mente nos levam”. Enquanto hagiasmos denota a obra da santificação, há outras duas palavras que descrevem o resultado do processo, quais sejam, hagiotes e hagiosyne. Aquela se acha em 1 Co 1.30 e Hb 12.10; e esta em Rm 1.4; 2 Co 7.1 e 1 Ts 3.13. Estas passagens mostram a qualidade da santidade ou de estar livre da corrupção e da impureza é essencial para Deus, foi demonstrada por Jesus Cristo, e é dada ao cristão.
B. A Doutrina da Santificação na História.
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1. ANTES DA REFORMA. No desenvolvimento histórico da doutrina da santificação, a igreja preocupou-se primeiramente com três problemas: (a) a relação da graça de Deus na santificação com a fé; (b) a relação da santificação com a justificação; e (c) o nível da santificação nesta existência. Os escritos dos chamados pais da igreja primitivos contêm muito pouca coisa a respeito da doutrina da santificação. Um ar de moralismo transparece em que o homem era ensinado a depender da fé e das boas obras para a salvação. Ele deve levar uma vida virtuosa e, assim, merecer a aprovação do Senhor. “Tal dualismo”, diz Scott em sua Teologia Nicena (The Nicene Theology),1 “deixava os domínios da santificação só diretamente relacionados com a redenção em Cristo; e foi este o campo em que, naturalmente, se desenvolveram concepções defeituosas do pecado, o legalismo, o sacramentalismo, o falso sacerdócio e todos os excessos da devoção monacal”. O ascetismo veio a ser considerado da maior importância. Havia também a tendência de confundir a justificação com a santificação, e as suas opiniões tiveram determinante influência sobre a igreja da Idade Média. Ele não distinguia claramente entre a justificação e a santificação, incluindo esta naquela. Desde que ele cria na corrupção total da natureza humana, ocasionada pela Queda, pensava na santificação como uma nova comunicação da vida divina, uma nova energia infusa, operando exclusivamente dentro dos limites da igreja e mediante os sacramentos. Conquanto não tenha perdido de vista a importância do amor pessoal a Cristo como um elemento constitutivo da santificação, manifestava a tendência para uma visão metafísica da graça de Deus na santificação – para considera-la um depósito de Deus no homem. Ele não acentuava suficientemente a necessidade de uma constante preocupação da fé com Cristo Redentor como o fator mais importante da transformação da vida cristã. As tendências patentes nos ensinos de Agostinho frutificaram na teologia da Idade Média, que se vê em sua elaboração mais desenvolvida nos escritos de Tomaz de Aquino. Não se distinguem claramente a justificação e a santificação, mas, segundo essa concepção, aquela inclui a infusão da graça divina, como uma coisa substancial, na alma humana. Esta graça é uma espécie de donum superadditum (dom superádito), pelo qual a alma é elevada a novo nível ou a uma ordem superior do ser, e é capacitada a cumprir o seu destino celestial de conhecer, possuir e fruir a Deus. A graça é derivada do inexaurível tesouro dos méritos de Cristo e é infundida nos crentes por meio dos sacramentos. Vista do ponto de vista divino, esta graça santificadora na alma assegura a remissão do pecado original, infunde um hábito permanente de retidão inerente, e leva consigo o potencial de ulterior desenvolvimento, e até de perfeição. A partir dela a nova vida se desenvolve, com todas as suas virtudes. Sua obra pode ser neutralizada ou destruída por pecados mortais; mas a culpa contraída após o batismo pode ser removida pela eucaristia, no caso dos pecados veniais, e pelo sacramento da penitência, no caso dos pecados mortais. Consideradas do ponto de vista humano, as obras sobrenaturais da fé, operando pelo amor, têm mérito perante Deus e garantem um aumento da graça. Contudo, tais obras são impossíveis sem a contínua operação da graça de Deus. O resultado do processo todo era conhecido como justificação, em vez de
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santificação; consistia em tornar justo o homem diante de Deus. Estas idéias estão incorporadas nos Cânones e Decretos do Concílio de Trento.
2. DEPOIS DA REFORMA. Ao falarem de santificação, os Reformadores davam ênfase à antítese de pecado e redenção, e não à de natureza e supernatureza. Eles faziam clara distinção entre justificação e santificação, considerando a primeira como uma ato legal da graça divina, afetando a posição judicial do homem, e a última como uma obra moral ou recriadora, mudando a natureza interior do homem. Mas, enquanto que faziam cuidadosa distinção entre as duas, também salientavam a sua inseparável conexão. Embora profundamente convictos de que o homem é justificado somente pela fé, também compreendiam que a fé que justifica não está sozinha. A justificação é imediatamente seguida pela santificação, visto que Deus envia o Espírito de Seu Filho aos corações dos que Lhe pertencem, tão logo são justificados, e esse Espírito é o Espírito de santificação. Eles não consideravam a graça da santificação como uma essência sobrenatural infusa no homem através dos sacramentos, mas como uma sobrenatural e graciosa obra do Espírito Santo, primariamente mediante a Palavra, e secundariamente mediante os sacramentos, pela qual Ele nos livra mais e mais do poder do pecado e nos habilita a praticar boas obras. Embora de modo algum confundindo a justificação com a santificação, sentiam a necessidade de preservar a mais estreita relação possível entre aquela, na qual a livre e perdoadora graça de Deus é fortemente acentuada, e esta, que requer a cooperação do homem, com o fim de evitarem o perigo da justiça das obras. No pietismo e no metodismo, forte ênfase foi dada à comunhão constante com Cristo como o grande meio de santificação. Exaltando a santificação em detrimento da justificação, nem sempre evitaram o perigo da justiça própria. Wesley não distinguia meramente entre a justificação e a santificação, mas virtualmente as separava, e falava da santificação completa como um segundo dom da graça, seguindo-se ao primeiro, a justificação pela fé, após um período mais curto ou mais longo. Embora também falasse da santificação como um processo, todavia afirmava que o crente deve rogar e buscar a santificação completa e definitiva, efetuada por um ato definido de Deus. Sob a influência do racionalismo e do moralismo de Kant, a santificação deixou de ser considerada como uma obra sobrenatural do Espírito Santo na renovação dos pescadores, e foi rebaixada ao nível de um simples melhoramento moral obtido pelos poderes naturais do homem. Para Scheleiermacher, era simplesmente o progressivo domínio da consciência de Deus dentro de nós sobre a consciência humana do mundo, meramente perceptiva e sempre moralmente defeituosa. E para Ritschl. Era a perfeição moral da vida cristã a que chegamos pelo cumprimento da nossa vocação como membros do reino de Deus. Em grande parte da teologia “liberal” moderna, a santificação consiste apenas na sempre crescente redenção do ser inferior do homem mediante o domínio do seu ser superior. Redenção pelo caráter é um dos lemas dos dias atuais, e o termo “santificação” veio a significar mero melhoramento moral.
C. A Idéia Bíblica de Santidade e Santificação.
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1. NO VELHO TESTAMENTO. Na Escritura, a qualidade da santidade aplica-se primeiramente a Deus, e, aplicada a Ele, sua idéia fundamental é a de inacessibilidade. Esta se baseia no fato de que Deus é divino e, portanto, absolutamente distinto das criaturas. Neste sentido, a santidade não é apenas um atributo em coordenação com os demais em Deus. Ele é santo em Sua graça bem como em Sua justiça, em Seu amor bem como em Sua ira. Estritamente falando, a santidade só vem a ser um atributo no sentido ético posterior da palavra. O sentido ético do termo desenvolveu-se do sentido de majestade. Este desenvolvimento parte da idéia de quem ser pecador está mais agudamente cônscio da majestade de Deus, do que um ser sem pecado. O pecador fica ciente da sua impureza quando esta é contrastada com a majestosa pureza de Deus, cf. Is 6. Otto* fala da santidade no sentido original, como numinosa,** e se propõe denominar a reação típica a isto “sentimento de criaturidade, ou consciência de ser criatura”, uma desvalorização do ego, reduzindo-o à nulidade, ao passo que fala da reação à santidade no sentido ético derivado como um “sentimento de profanidade”. Assim é que se desenvolve a idéia da santidade como pureza majestosa ou sublimidade ética. Esta pureza é um principio ativo em Deus, que necessariamente se afirma a si próprio e defende a sua honra. Isto explica o fato de que a santidade é apresentada na Escritura também como a luz da glória divina transformada num fogo devorador, Is 5.24; 10.17; 33.14, 15. Em contraste com a santidade de Deus, o homem se sente não meramente insignificante, mas positivamente impuro e pecaminoso, e, como tal, como objeto da ira de Deus. Deus revelou no Velho Testamento a Sua santidade de várias maneiras. Ele o fez com terríveis juízos sobre os inimigos de Israel, Ex 15.11, 12. Também o fez separando para Si um povo, que Ele retirou do mundo, Ex 19.4-6; Ez 20.39-44. Tomando e retirando este povo do mundo impuro e ímpio, Ele protestou contra esse mundo e seu pecado. Ademais, Ele o fez repetidamente, poupando o Seu povo infiel, porque não queria que o mundo não santo se regozijasse com aquilo que poderia considerar fracasso em Sua obra, Os 11.9.
Num sentido derivado, a idéia de santidade também é aplicada a coisas e pessoas que são colocadas numa relação especial com Deus. A terra de Canaã, a cidade de Jerusalém, o montetemplo, o tabernáculo e o templo, os sábados e as festas solenes de Israel – todas estas coisas são chamadas santas, visto serem consagradas a Deus e introduzidas no resplendor da Sua augusta santidade. Similarmente, os profetas, os levitas e os sacerdotes são chamados santos na qualidade de pessoas que foram separadas para o serviço especial do Senhor. Israel tinha os seus lugares sagrados, as suas épocas sagradas, os seus ritos sagrados e as suas pessoas sagradas. Contudo, esta ainda não é a idéia ética da santidade. Uma pessoa podia ser sagrada e. todavia, estar inteiramente vazia da graça de Deus em seu coração. Na antiga dispensação, como também na nova, a santidade ética resulta da influência renovadora e santificante do Espírito
* Rudolpf Otto, autor de The Idea of the Holy, Londres, 1928, e de The Kingdom of God and the Son of Man. Nota do tradutor. ** Do latim numen, sujos significados vários vão desde os de “movimento de cabeça” e “assentimento”, até os de “poder”, “majestade”, “grandeza”, “poder divino” e “divindade”. Otto se refere à santidade de Deus como numinosa, isto é, como revestida de poder e augusta majestade. Nota do tradutor. 528
Santo. Deve-se lembrar, porém, que mesmo quando a concepção de santidade é completamente espiritualizada, sempre expressa uma relação. Nunca a idéia de santidade é a de bondade moral, considerada em si mesma, mas sempre é a idéia de bondade ética vista em relação com Deus.
2. NO NOVO TESTAMENTO. Ao passarmos do Velho Testamento para o Novo, damo-nos conta de uma notável diferença. Enquanto no Velho Testamento não há nem um só atributo de Deus que sequer lembre alguma semelhança com a proeminência dada à Sua santidade, no Novo Testamento raramente se atribui santidade a Deus. Exceto nalgumas citações do Velho Testamento, somente nos escritos de João a santidade é atribuída a Deus, Jo 17.11; 1 Jo 2.20; Ap. 6.10. Com toda a probabilidade, a explicação para isso está no fato de que a santidade, no Novo Testamento, projeta-se como a característica especial do Espírito Santo, por Quem os crentes são santificados, são qualificados para o serviço e são conduzidos ao seu destino eterno, 2 Ts 2.13; Tt 3.5. A palavra hagios é empregada em conexão com o Espírito de Deus cerca de cem vezes. Contudo, a concepção de santidade e de santificação no Novo Testamento não é diferente da que se vê no Velho Testamento. Tanto naquele como neste a santidade, num sentido derivado, é atribuída ao homem. Num e no outro a santidade ética não é mera retidão moral, e nunca a santificação é mero melhoramento moral. Há confusão destas duas coisas atualmente, quando falam em salvação pelo caráter. Um homem pode gabar-se de um grande melhoramento moral, e, todavia, não ter nenhuma experiência da santificação. A Bíblia não insiste no progresso moral puro e simples, mas no progresso moral em relação com Deus, em atenção a Deus e com vistas ao serviço de Deus. Ela insiste na santificação. Justamente neste ponto, muita pregação ética dos dias atuais é completamente enganosa; e o corretivo para isto está na apresentação da verdadeira doutrina da santificação. Pode-se definir a santificação como a graciosa e contínua operação do Espírito Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras.
D. Natureza da Santificação.
1. É UMA OBRA SOBRENATURAL DE DEUS. Alguns têm a equivocada noção de que a santificação consiste meramente em induzir a nova vida implantada na alma pela regeneração, de maneira persuasiva, mediante a apresentação de motivos à vontade. Mas isto não está certo. Ela consiste, fundamental e primariamente, de uma operação divina na alma pela qual a santa disposição nascida na regeneração é fortalecida e os seus santos exercícios são aumentados. É essencialmente uma obra de Deus, embora, na medida em que Deus emprega meios, possamos esperar que o homem coopere, pelo uso adequado desses meios. A Escritura mostra claramente o caráter sobrenatural da santificação de diversas maneiras. Descreve-a como obra de Deus, 1 Ts 5.23; Hb 13.20,21, como fruto da união vital com Jesus Cristo, Jo 15.4; Gl 2.20; 4.19, como uma obra que é realizada no homem por dentro e que, por essa mesma razão, não pode ser obra do homem, Ef 3.16; Cl 1.11, e fala da sua manifestação nas virtudes cristãs como sendo obra do
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Espírito, Gl 5.22. Jamais deverá ser descrita como um processo meramente natural de desenvolvimento espiritual do homem, nem tampouco deverá ser rebaixada ao nível de uma simples realização humana, como se faz em grande parte da teologia “liberal” moderna.
2. CONSISTE DE DUAS PARTES. As duas partes da santificação são expostas na Escritura como:
a. A mortificação do velho homem, o corpo do pecado. Esta expressão escriturística denota o ato de Deus pelo qual a contaminação e a corrupção da natureza que resultam do pecado são removidas gradativamente. Muitas vezes é exposta na Bíblia como a crucificação do velho homem e, assim, é associada à morte de Cristo na cruz. O velho homem é a natureza humana na medida em que é dirigida pelo pecado, Rm 6.6; Gl 5.24. No contexto da passagem de Gálatas Paulo contrasta as obras da carne com as do Espírito, e depois diz: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências”. Significa que, no caso deles, o Espírito obteve predomínio.
b. A vivificação do novo homem, criado em Cristo Jesus para boas obras. Enquanto que a primeira parte da santificação é de caráter negativo, esta é de cunho positivo. É o ato de Deus pelo qual a disposição santa da alma é fortalecida, os exercícios santos são incrementados e, assim, é gerado e promovido um novo curso da vida. A velha estrutura so pecado vai sendo posta abaixo aos poucos, e uma nova estrutura é erguida em seu lugar. Estas duas partes da santificação não são sucessivas, mas, sim, simultâneas. Graças a Deus, o levantamento gradual do novo edifício não precisa esperar até que o antigo esteja completamente demolido. Se precisasse, nunca poderia começar nesta existência. Com a gradativa dissolução do antigo, o novo vai aparecendo. É como arejar uma casa impregnada de odores pestilentos. Conforme o ar que ali estava é extraído, o novo ar se precipita para dentro. Esta faceta positiva da santificação muitas vezes é chamada ressurreição com Cristo, Rm 6.4, 5; Cl 2.12; 3.1, 2. A nova vida à qual conduz é chamada viver para Deus, Rm 6.11; Gl 2.19.
3. AFETA O HOMEM TODO: CORPO E ALMA; INTELECTO, AFETOS E VONTADE. Isto decorre da natureza do caso, porque a santificação ocorre na vida interior do homem, no coração, e este não pode ser mudado sem se mudar todo o organismo do homem. Se se transforma o homem interior, forçosamente há transformação da periferia da vida também. Ademais a Escritura ensina clara e explicitamente que a santificação afeta tanto o corpo como a alma, 1 Ts 5.23; 2 Co 5.17; Rm 6.12; 1 Co 6.15, 20. O corpo é focalizado aqui como órgão ou instrumento da alma pecaminosa, pelo qual se expressam os pendores, hábitos e paixões pecaminosos. A santificação do corpo tem lugar principalmente na crise da morte e na ressurreição dos mortos. Finalmente, transparece na Escritura que a santificação afeta todos os poderes ou faculdades da alma: o entendimento, Jr. 31.34; Jo 6.45; – a vontade, Ez 36.25-27; Fp 2.13; – as paixões, Gl 5.24; – e a consciência, Tt 1.15;. Hb 9.14.
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4. É UMA OBRA DE DEUS NA QUAL OS CRENTES COOPERAM. Quando se diz que o homem participa na obra de santificação, não significa que o homem e um agente independente de ação, como se fizesse em parte a obra de Deus e em parte a obra do homem; mas apenas que Deus efetua essa obra em parte pela instrumentalidade do homem como ser racional, requerendo dele devota e inteligente cooperação com o Espírito. Que o homem precisa cooperar com o Espírito de Deus se deduz: (a) das repetidas advertências contra males e tentações, que claramente implicam que o homem deve agir dinamicamente no empenho para evitar as armadilhas da vida, Rm 12.9, 16, 17; 1 Co 6.9, 10; Gl 5.16-23; e (b) das constantes exortações a um viver santo. Estes fatos implicam que o crente deve ser inteligente no emprego dos meios a seu dispor, para o aperfeiçoamento moral e espiritual da sua vida, Mq 6.8; Jo 15.2, 8, 16; Rm 8.12, 13; 12.1, 2, 17; Gl 6.7, 8, 15.
E. Características da Santificação.
1. Como se vê no item imediatamente anterior, a santificação é uma obra cujo autor é Deus, e não o homem. Somente os defensores do livre arbítrio, assim chamado, podem pretender que seja obra do homem. Nada obstante, ela difere da regeneração em que o homem pode e tem o dever de lutar pela santificação permanentemente crescente, utilizando os meios que Deus colocou a seu dispor. Isto é ensinado claramente na Escritura, 2 Co 7.1; Cl 3.5-14; 1 Pe 1.22. Os antinomianos coerentes perdem de vista esta importante verdade, e não sentem necessidade de evitar cautelosamente o pecado, uma vez que é santo com a santidade de Cristo.
2. A santificação tem lugar, em parte, na vida subconsciente, e, como tal, é uma operação imediata do Espírito Santo; mas também, em parte, dá-se na vida consciente, e, neste caso, depende do uso de certos meios, tais como o exercício da fé, o estudo da Palavra de Deus, a oração e a associação com outros crentes.
3. Normalmente, a santificação é um processo longo, e jamais alcança a perfeição nesta vida. Ao mesmo tempo, pode haver casos nos quais ela é completada num curto período de tempo, ou até num momento, como, por exemplo, nos casos em que a regeneração e a conversão são imediatamente seguidas pela morte temporal. Se pudermos partir do pressuposto de que a santificação do crente é perfeita logo depois da sua morte – e a Escritura parece ensinar isto, no concernente à alma – então, em tais casos, a santificação da alma deve completar-se quase imediatamente.
4. Ao que parece, a santificação do crente deve completar-se no exato momento da morte, ou imediatamente após a morte, no que se refere à alma, e na ressurreição, quanto ao concernente ao corpo. Isto parece decorrer do dato de que, por um lado, a Bíblia ensina que, na vida presente, ninguém pode arrogar-se liberdade do pecado, 1 Rs 8.46; Pv 20.9; Rm 3.10, 12; Tg 3.2; 1 Jo 1.8; e que, por outro lado, os que já partiram estão inteiramente santificados. Ela fala deles como
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“espíritos dos justos aperfeiçoados”,Hb 12.23, e como sem “mácula”, Ap 14.5. Ademais, é-nos dito que na celestial cidade de Deus de modo nenhum “penetrará cousa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira”. Ap 21.27; e que Cristo, na Sua vinda, “transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória”, Fp 3.21.
F. O Autor e os Meios da Santificação.
A santificação é obra do Deus triúno, mas é atribuída mais particularmente ao Espírito Santo na Escritura, Rm 8.11; 15.16; 1 pe 1.2. É particularmente importante em nossos dias, com sua ênfase à necessidade de abordar antropologicamente o estudo da teologia e com seu unilateral chamamento para o serviço no reino de Deus, salientar o fato de que Deus, e não o homem, é o autor da santificação. Especialmente em vista do ativismo, que é um traço tão característico da vida religiosa americana,* e que glorifica a obra do homem, e não a graça de Deus, é necessário acentuar muitas vezes que a santificação é fruto da justificação, que aquela é simplesmente impossível sem esta, e que ambas são frutos da graça de Deus na redenção dos pecadores. Conquanto o homem tenha o privilégio de cooperar com o Espírito de Deus, só pode faze-lo em virtude das forças que o Espírito lhe comunica dia após dia. O desenvolvimento espiritual do homem não é uma realização humana, mas é obra da graça divina. O homem não merece crédito algum pela contribuição que lhe dá instrumentalmente. Na medida em que a santificação tem lugar na vida subconsciente, é efetuada pela operação imediata do Espírito Santo. Mas como obra realizada na vida consciente dos crentes, é feita por diversos meios, que o Espírito Santo emprega.
1. A PALAVRA DE DEUS. Em oposição à igreja de Roma, deve-se afirmar que o principal meio usado pelo Espírito Santo é a Palavra de Deus. A verdade em si mesma certamente não tem eficiência adequada para santificar o crente, mas é naturalmente adaptada para ser o meio de santificação empregado pelo Espírito Santo. A Escritura apresenta todas as condições objetivas para exercícios e atos santos. Ela é útil para estimular a atividade espiritual apresentando motivos e incentivos, e nos dá direção para essa atividade por meio de proibições, exortações e exemplos, 1 pe 1.22; 2.2; 2 Pe 1.4.**
2. OS SACRAMENTOS. Estes são os meios par excellence (por excelência), segundo a igreja de Roma. Os protestantes os consideram subordinados à Palavra de Deus, e às vezes falam deles até como “Palavra visível”. Simbolizam e selam para nós as mesmas verdades que são expressas verbalmente na Palavra de Deus, e podem ser considerados como uma palavra em ação, contendo uma viva representação da verdade, que o Espírito Santo torna ocasião para santos exercícios. Eles não somente são subordinados à Palavra de Deus, mas também não
* E a que ponto esse ativismo chegou na América Latina! Nota do tradutor. ** Esta última passagem faz referência às preciosas promessas de Deus como um meio pelo qual podemos crescer na santificação. Tenha-se em conta o contexto. Nota do tradutor. 532
podem existir sem ela, e, portanto, sempre são acompanhados por ela, Rm 6.3; 1 co 12.13; Tt 3.5; 1 pe 3.21.
3. DIREÇÃO PROVIDENCIAL. As providências de Deus, quer favoráveis quer adversas, muitas vezes são poderosos meios de santificação. Em conexo com a operação do Espírito Santo mediante a Palavra, elas agem em nossos afetos naturais e, assim, freqüentemente aprofundam a impressão da verdade religiosa e a acionam vigorosamente. Devemos ter em mente que a luz da revelação de Deus é necessária para a interpretação das Suas orientações providenciais, Sl 119.71; Rm 2.4; Hb 12.10
G. Relação da Santificação com Outros Estágios da Ordo Salutis.
É de considerável importância ter correta concepção da relação que há entre a santificação e alguns dos outros estágios da obra de redenção.
1. COM A REGENERAÇÃO. Há aqui diferença e semelhança. A regeneração é completada de uma vez, pois o homem não pode ser mais ou menos regenerado; está vivo ou morto espiritualmente. A santificação é um processo que produz mudanças graduais, de sorte que é possível distinguir diferentes graus da santidade resultante. Daí, somos admoestados a aperfeiçoar a santidade, no temor do Senhor, 2 Co 7.1. O Catecismo de Heidelberg também pressupõe a existência de graus de santidade, quando declara que, mesmo “os homens mais santos, nesta existência, têm apenas um pequeno princípio desta obediência”.1 Ao mesmo tempo, a regeneração é o princípio da santificação. A obra de renovação, iniciada naquela, tem prosseguimento nesta, Fp 1.6. Diz Strong: “Ela (a santificação) se distingue da regeneração como o crescimento se distingue do nascimento, ou como o fortalecimento de uma santa disposição se distingue da comunicação original dela”.2
2. COM A JUSTIFICAÇÃO. Na aliança da graça a justificação precede à santificação e lhe é básica. Na aliança das obras a ordem da justiça e da santidade é precisamente o inverso. Adão foi criado com uma santa disposição e inclinação para servir a Deus, mas, com base nesta santidade, ele tinha que se sair bem na prática da justiça para ter direito à vida eterna. A justificação é a base judicial da santificação. Deus tem direito de exigir de nós santidade no viver, mas, uma vez que não podemos ter bom êxito com esta santidade por nós mesmos, Ele gratuitamente a produz em nós, por intermédio do Espírito Santo, com base na justiça de Jesus Cristo, que nos é imputada na justificação. O próprio fato de que ela se baseia na justificação, na qual a livre graça de Deus sobressai com a máxima proeminência, exclui a idéia de que alguma vez possamos merecer alguma coisa na santificação. A idéia católica romana de que a justificação habilita o homem para praticar obras meritórias é contrária à Escritura. A justificação, como tal,
1 Perg. 114. 2 Syst. Theol., p. 871.
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não efetua mudança em nosso ser interior e, portanto, necessita da santificação como seu complemento. Não basta que o pecador tenha a posição de justo diante de Deus; é preciso também que ele seja santo em sua vida interior. Barth tem uma descrição bem incomum da relação entre a justificação e a santificação. Com o fim de evitar toda justiça própria, ele insiste em que as duas sejam sempre consideradas juntamente. Elas andam juntas e não devem se consideradas quantitativamente, como se uma seguisse a outra. A justificação não é um posto pelo qual a gente passa, um fato realizado em cuja base logo parte para a estrada principal da santificação. Não é um fato consumado que se possa ver olhando para trás com definida segurança, mas ocorre sempre de novo, toda vez que o homem chega ao ponto de completo desespero, e então vai de mãos dadas com a santificação. E, exatamente como o homem continua sendo pecador depois da justificação, assim continua sendo pecador na santificação; mesmo as suas melhores ações continuam sendo pecado. A santificação não gera uma disposição santa, e não purifica gradativamente o homem. Não lhe dá posse de alguma santidade pessoal, não faz dele um santo, mas o deixa pecador. A santificação passa a ser realmente um ato declarativo, como a justificação. McConnachie, intérprete de Barth que o vê com muita simpatia, diz: “Portanto, para Barth a justificação e a santificação são duas faces de um ato de Deus sobre os homens. A justificação é o perdão do pecador (justificatio impii), pelo qual Deus declara justo o pecador. A santificação é santificação do pecador (sanctificatio impii), pela qual Deus declara ‘santo’ o pecador”. Por mais louvável que seja o desejo de Barth de destruir todo vestígio de justiça das obras, certamente ele vai a um extremo destituído de fundamento, no qual virtualmente confunde a justificação com a santificação, denega a vida cristã e elimina a possibilidade de confiante segurança.
3. COM A FÉ. A fé causa mediata ou instrumental santificação, como também da justificação. Não merece a santificação, como tampouco a justificação, mas nos une a Cristo e nos mantém em contato com Aquele que é a Cabeça da nova humanidade, a fonte da nova vida em nós, e também da nossa progressiva santificação, através da operação do Espírito Santo. A consciência do fato de que a santificação se baseia na justificação e de que é impossível sobre qualquer outra base, e de que o constante exercício da fé é necessário para haver avanço no caminho da santidade, proteger-nos-á de toda justiça própria em nossa luta para progredir na vida piedosa e na santidade em nosso viver. Merece particular atenção aqui o fato de que, enquanto que mesmo a mais fraca fé serve de meio para uma justificação perfeita, o grau de santificação é proporcional ao vigor da fé cristã e à persistência com que se apega a Cristo.
H. O Caráter Imperfeito da Santificação Nesta Vida.
1. IMPERFEITA EM GRAU. Quando dizemos que a santificação é imperfeita nesta vida, não queremos dizer que é imperfeita em partes, como se somente uma parte do homem santo, que se origina na regeneração, fosse afetada. É a totalidade do novo homem, mas ainda não
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desenvolvida, que deve crescer rumo à plena estatura. Uma criança recém-nascida é, salvo exceções, perfeita em suas partes, mas não está no grau de desenvolvimento ao qual foi destinada. Justamente assim, o novo homem é perfeito em suas partes, mas, na presente vida, continua imperfeito no grau de desenvolvimento espiritual. Os crentes terão que combater o pecado enquanto viverem, 1 rs 8.46; Pv 20.9; Ec 7.20; Tg 3.2; 1 jo 1.8.
2. NEGAÇÃO DESTA IMPERFEIÇÃO PELOS PERFECCIONISTAS.
a. A doutrina do perfeccionismo. Falando em termos gerais, esta doutrina pretende que se pode alcançar a perfeição religiosa na presente existência. É ensinada em várias formas pelos pelagianos, católicos romanos ou semipelagianos, arminianos, wesleyanos, seitas místicas como as labadistas, dos quietistas, dos quacres e outras, por alguns dos teólogos de Oberlin, como Mahan e Finney, e por Ritschl. Todos eles concordam em sustentar que é possível aos crentes, nesta vida, atingir um estado em que cumprem as exigências da lei, sob a qual agora vivem, ou sob essa lei nos termos em que foi ajustada à sua capacidade e às suas necessidades atuais, e, conseqüentemente, libertar-se do pecado. Eles diferem, porém: (1) Em sua idéia do pecado, sendo que os pelagianos, em distinção de todos os demais, negam a corrupção inerente do homem. Contudo, todos concordam na exteriorização do pecado. (2) Em sua concepção da lei, que os crentes não estão obrigados a cumprir, sendo que os arminianos, incluindo-se os wesleyanos, diferem de todos os outros na afirmação de que esta não é a lei moral original, mas as exigências do Evangelho ou a nova lei da fé e da obediência evangélica. Os católicos romanos e os teólogos de Oberlin afirmam que se trata da lei original, mas admitem que as exigências desta lei são ajustadas aos poderes deteriorados do homem e à sua capacidade atual. E Ritschl descarta toda a idéia de que o homem está sujeito a uma lei imposta externamente. Ele defende a autonomia da conduta moral, e afirma que não estamos debaixo de nenhuma lei, senão a que evolui da nossa própria disposição moral no transcurso das atividades exercidas para o cumprimento da nossa vocação. (3) Em sua idéia da dependência em que o pecador está da graça renovadora de Deus para ter capacidade para cumprir a lei. Todos, exceto os pelagianos, admitem que, nalgum sentido, ele depende da graça divina para alcançar a perfeição.
É muito significativo que todas as principais teorias perfeccionistas (com a única exceção da pelagiana, que nega a corrupção inerente do homem) julgam necessário abaixar o padrão de perfeição e não responsabilizam o homem por muita coisa que indubitavelmente é exigida pela lei moral original. E é igualmente significativo que eles sentem a necessidade de exteriorizar a idéia de pecado, quando alegam que somente o mau procedimento consciente pode ser considerado pecaminoso, e se recusam a reconhecer como pecado grande parte daquilo que é exposto como tal na Escritura.
b. Provas bíblicas aduzidas em prol da doutrina do perfeccionismo [e as respectivas réplicas].
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(1) A Bíblia ordena que os crentes sejam santos, e até perfeitos, 1 Pe 1.16; Mt 5.48; Tg 1.4, e os insta a seguirem o exemplo de Cristo, que não cometeu pecado, 1 Pe 2.21, 22. Tais ordens seriam irrazoáveis, se não fosse possível alcançar a perfeição impecável. Mas o mandado escriturístico para sermos santos e perfeitos vale tanto para os regenerados como para os não regenerados, desde que a lei de Deus exige santidade desde o princípio, e nunca foi revogada. Se o mandamento implica que aqueles a quem ele chega podem cumprir a exigência, isso terá que valer para todos os homens. Todavia, somente os que ensinam o perfeccionismo no sentido pelagiano podem ter essa opinião. A medida da nossa capacidade não pode ser inferida dos mandamentos bíblicos.
(2) Muitas vezes a santidade e a perfeição são atribuídas aos crentes, na Escritura, Ct 4.7; 1 co 2.6; 2 Co 5.17; Ef 5.27; Hb 5.14; Fp 4.13; Cl 2.10. – Contudo, quanto a Bíblia descreve os crentes como santos e perfeitos, não significa necessariamente estão isentos de pecado, visto que ambas as palavras muitas vezes são empregadas com sentido diferente, não só no linguajar comum, mas também na Bíblia. A pessoas separadas para o serviço especial de Deus a Bíblia chama santas, independentemente da sua condição e vida moral. Os crentes podem ser chamados santos, porque são objetivamente santos em Cristo, ou porque são, em princípio, subjetivamente santificadas pelo Espírito de Deus. Em suas epístolas, Paulo invariavelmente se dirige aos seus leitores como a santos, isto é, chama-lhe “os santos”, e em seguida, em vários casos, põe-se a chamá-los a contas pelos pecados deles. E quando os crentes são descritos como perfeitos, nalguns casos significa meramente que alcançaram pleno desenvolvimento, 1 Co 2.6; Hb 5.14; e, noutros casos, que se acham plenamente equipados para a sua tarefa, 2 Tm 3.17. Isso tudo certamente não dá apoio à teoria da perfeição imune de pecado.
(3) Há, segundo se diz, exemplos de santos que levaram vida perfeita, como Noé, Jó e Asa, Gn 6.9; Jó 1.1; 1 Rs 15.14. Mas seguramente, exemplos que tais não provam o ponto, pela simples razão de que eles não são exemplos de perfeição sem pecado. Mesmo os santos mais notáveis da Bíblia são retratados como homens que tiveram seus deslizes e pecaram, nalguns casos, gravemente. Isto vale para Noé, Moisés, Jó, Abraão e todos os demais. É certo que isto não prova que as sua vidas continuaram sendo pecaminosas enquanto viveram na terra, mas é notável o fato de que não nos é apresentado um único personagem sem pecado. A interrogação de Salomão ainda é pertinente: “Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou do meu pecado?” – Pv 20.9. Ademais, diz João: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”, 1 Jo 1.8.*
(4) O apóstolo declara explicitamente que os nascidos de Deus não pecam, 1 Jo 3.6, 8, 9; 5.18. – Mas quando João declara que os nascidos de Deus não pecam, está pondo em contraste dois estados, representados pelo velho homem e pelo novo, quanto à sua natureza e princípio
* Cf. também o versículo 10. Nota do tradutor.
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essencial. Uma das características essenciais do novo homem é que ele não peca. Tendo em vista que João emprega invariavelmente o presente para expressar a idéia de que aquele que nasceu de Deus não peca, é possível que ele deseje expressar a idéia de que o filho de Deus não vive pecando, habitualmente, como o diabo faz, 1 Jo 3.8.1** Por certo que ele não pretende asseverar que o crente jamais pratica um ato pecaminoso, cf. 1 Jo 1.8-10. Ademais, o perfeccionista não pode fazer bom uso destas passagens para provar o ponto que defende, visto que provariam demais, para o seu propósito. Ele não corre o risco de dizer que todos os crentes são de fato isentos de pecado, mas somente afirma que eles podem chegar a um estado de perfeição imune de pecado. Contudo, as passagens joaninas provariam, na interpretação perfeccionista, que todos os crentes são imunes de pecado. E, mais que isso, provariam também que os crentes jamais caem do estado de graça (pois isto é pecar); e, todavia, são justamente os perfeccionistas que acreditam que até o cristão perfeito pode cair.
c. Objeções à teoria do perfeccionismo.
(1) À luz da Escritura, a doutrina do perfeccionismo é absolutamente insustentável. A Bíblia nos dá a explícita e mui definida segurança de que não existe ninguém na terra que não peque, 1 Rs 8.46; Pv 20.9; Ec 7.20; Tg 3.2; 1 Jo 1.8. Em vista destas claras afirmações da Escritura, é difícil enxergar como alguém que se diz crente na Bíblia como sendo a infalível Palavra de Deus, pode afirmar que aos crentes é possível ter vida sem pecado, e que alguns conseguem realmente evitar todo pecado.
(2) Segundo a Escritura, há uma guerra constante entre a carne e o Espírito nas vidas dos filhos de Deus, e mesmo os melhores deles ainda estão lutando por perfeição, em sua existência terrena. Paulo nos dá uma extraordinária descrição desta luta em Rm 7.7-26, passagem que certamente se refere a ele em seu estado regenerado. Em Gl 5.16-24 ele fala dessa mesma luta como sendo uma luta que caracteriza todos os filhos de Deus. E em Fp 3.10-14 ele fala de si próprio, praticamente no final de sua carreira, como alguém que ainda não alcançara a perfeição, prosseguindo avante para a meta.
(3) Exigem-se continuamente a confissão de pecados e a oração pelo perdão. Jesus ensinou todos os Seus discípulos, sem exceção nenhuma, a orar pelo perdão de pecados e pela libertação da tentação do maligno, Mt 6.12, 13. E João diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”, 1 Jo 1.9. Além disso, os santos da Bíblia são constantemente descritos confessando os seus pecados, Jó 9.3, 20; Sl 32.5; 130.3; 143.2; Pv 20.9; Is 64.6; Dn 9.16; Rm 7.14.
(4) Os próprios perfeccionistas julgam necessário rebaixar o padrão da lei e exteriorizar a idéia de pecado, a fim de manterem a sua teoria. Ademais, alguns deles têm modificado 1 Cf. Robertson, The Minister and His Greek Testament, p. 100. ** Cf. também Almeida, Ed. Ver. E Atualizada, 1 Jo 3.8, 9, comp. com a Ed, Rev. e Corrigida. Nota do Tradutor. 537
repetidamente o ideal a que, em sua opinião, os crentes podem chegar. A princípio, o ideal era “estar livre de todo o pecado”; depois, “estar livre de todo o pecado consciente”; em seguida, “inteira consagração a Deus; e, finalmente, “segurança cristã”. Isto, já por si, é suficiente condenação da sua teoria. Naturalmente, nós não negamos que o cristão pode alcançar a segurança da fé.
I. Santificação e Boas Obras.
A santificação e as boas obras são interrelacionadas muito intimamente. Precisamente como a velha vida se expressa nas obras do mal, assim a nova vida, que se origina na regeneração e é promovida e fortalecida na santificação, naturalmente se manifesta nas boas obras. Estas podem ser denominadas frutos da santificação e, como tais, entram em consideração aqui.
1. NATUREZA DAS BOAS OBRAS.
a. As boas obras no sentido especificamente teológico. Quando falamos das boas obras em conexão com a santificação, não nos referimos a obras que são perfeitas, que correspondem perfeitamente às exigências da lei moral divina e que são de tanto valor inerente que dão à pessoa o direito à recompensa da vida eterna sob as condições da aliança das obras. Referimonos, porém, a obras que são essencialmente diversas, quanto à qualidade moral, das ações dos não regenerados, e que são expressões de uma nova e santa natureza, como o princípio do qual elas provêm. Estas são obras que Deus não somente aprova, mas, em certo sentido, também recompensa. Eis as características das obras espiritualmente boas: (1) São frutos de um coração regenerado, visto que, sem isso, ninguém pode ter a disposição (obedecer a Deus) e o motivo (glorificar a Deus) exigidos, Mt 12.33; 7.17, 18. (2) Não estão apenas em externa conformidade com a lei de Deus, mas também são feitas com consciente desobediência à vontade revelada de Deus, isto é, porque são exigidas por Deus. Elas brotam do princípio do amor a Deus e do desejo de fazer a Sua vontade, Dt 6.2; 1 Sm 15.22; Is 1.12; 29.13; Mt 15.9. (3) Seja qual for o seu objetivo, seu alvo final não é o bem-estar do homem, mas a glória de Deus, que é o supremo alvo concebível da vida humana. 1 Co 10.31; Rm 12.1; Cl 3.17, 23.
b. As boas obras num sentido mais geral. Conquanto a expressão “boas obras” seja geralmente empregada na teologia no sentido estrito recém-indicado, permanece sendo verdade que os não regenerados também podem praticar obras que podem ser chamadas boas num sentido superficial da palavra. Eles muitas vezes praticam boas obras que estão em conformidade exterior com alei de Deus e que podem ser chamadas objetivamente boas, em distinção das flagrantes transgressões da lei. Tais obras atendem a um fim próximo que recebe a aprovação de Deus. Ademais, em virtude dos restos da imagem de Deus presentes no homem natural e da luz da natureza, o homem pode ser guiado em sua relação com outros homens por motivos louváveis e, dentro destes limites, levar o selo da aprovação de Deus. Contudo, essas boas obras não
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podem ser consideradas frutos do coração corrupto do homem. Só encontram sua explicação na graça comum de Deus. Acresce que devemos ter em mente que, embora estas obras possam ser chamadas boas em certo sentido, e assim sejam chamadas na Bíblia, Lc 6.33, todavia, são essencialmente defeituosas. Os feitos dos não regenerados estão divorciados da raiz espiritual do amor a Deus. Não representam nenhuma obediência interior à lei de Deus, e nenhuma sujeição à vontade do soberano Governador de céus e terra. Não têm objetivo espiritual, visto que não são feitas com o propósito de glorificar a Deus, mas somente atentam para as relações da vida natural. A verdadeira qualidade de um ato é, naturalmente, determinada pela qualidade do seu objetivo final. A capacidade dos não regenerados para a prática de boas obras, nalgum sentido da expressão, tem sido negada muitas vezes. Barth dá um passo mais, quando chega ao extremo de negar que os crentes possam fazer boas obras, e afirma que todas as obras dos crentes são pecados.
2. O CARÁTER MERITÓRIO DAS BOAS OBRAS. Já nos primeiros tempos da igreja cristã, havia a tendência de atribuir certo mérito às boas obras, mas a doutrina dos méritos realmente se desenvolveu na Idade Média. Ao tempo da Reforma, ela era muito proeminente na teologia católica romana e foi impelida a ridículos extremos na vida prática. Os Reformadores logo mediram forças com a igreja de Roma sobre este ponto.
a. A posição de Roma sobre o ponto em questão. A Igreja Católica Romana distingue entre o meritum de condigno (mérito por ser digno), que representa dignidade e valor inerentes, e o meritum de congruo (mérito por ser apropriado, proporcional, conveniente), que é uma espécie de semi-mérito, uma coisa boa para ser recompensada. O primeiro liga-se unicamente a obras praticadas depois da regeneração, com o auxílio da graça divina, e é um mérito que intrinsecamente merece a recompensa e a recebe das mãos de Deus. O último liga-se àquelas disposições ou obras que o homem pode desenvolver ou praticar antes da regeneração, em virtude de uma simples graça preveniente, e é um mérito que torna côngruo ou próprio para Deus recompensar o praticante dessas obras infundindo graça em seu coração. Contudo, desde que as decisões do Concílio de Trento são dúbias sobre este ponto, há alguma incerteza quanto à posição exata da igreja de Roma. Parece que a idéia geral é que a capacidade para praticar boas obras, no sentido estrito da palavra, provém da graça infundida no coração do pecador por amor a Cristo; e que, depois, estas boas obras merecem, isto é, dão ao homem o justo direito à salvação e à glória. A igreja de Roma vai até mesmo além, e ensina que os fiéis podem praticar obras de supererrogação – podem fazer mais do que o necessário para a sua própria salvação e, assim, podem estabelecer um depósito de boas obras, que podem vir em benefício de outros.
b. A posição escriturística sobre este ponto. A Escritura ensina claramente que as boas obras dos crentes não são meritórias, no sentido próprio da palavra. Devemos ter em mente, porém, que a palavra “mérito” é empregada com duplo sentido, o estrito e próprio, e o outro livre. Estritamente
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falando, uma obra meritória é uma obra à qual, por causa do seu valor e da sua dignidade intrínsecas, a recompensa é devida justamente, em função da justiça comutativa. Falando de modo livre, porém, uma obra merecedora de aprovação e à qual está ligada uma recompensa (por promessa, acordo ou de outro modo), também às vezes é chamada meritória. Obras deste tipo são dignas de louvor e são recompensadas por Deus. Mas, por mais que seja assim, certamente elas não são meritórias no sentido estrito da palavra. Elas não fazem, por seu valor moral intrínseco, de Deus um devedor àquele que as pratica. Pela estrita justiça, as boas obras dos crentes não merecem nada. Eis algumas passagens mais conclusivas para provar o ponto em foco: Lc 17.9, 10;Rm 5.15-18; 6.23; Ef 2.8-10; 2 Tm 1.9, Tt 3.5. Estas passagens mostram claramente que os crentes não recebem a herança da salvação por ser esta devida a eles em virtude das suas boas obras, mas unicamente como um dom gratuito de Deus. Também atende à razão que tais obras não podem ser meritórias, pois: (1) Os crentes devem toda a sua vida a Deus e, portanto, não podem ter merecimento de coisa alguma por darem a Deus simplesmente o que lhe é devido, Lc 17.9, 10 (2) Eles não podem praticar boas obras com suas próprias forças, mas somente com as forças que Deus lhes transmite dia após dia; e, em vista disto, eles não podem esperar crédito por essas obras, 1 co 15.10; Fp 2.13. (3) Mesmo as melhores obras dos crentes continuam sendo imperfeitas nesta vida, e todas as obras juntas representam apenas uma obediência parcial, ao passo que a lei requer obediência perfeita, e nada menos que isso poderá satisfaze-la, Is 64.6; Tg 3.2. (4) Ademais, as boas obras dos crentes estão totalmente fora de proporção em relação à recompensa da glória eterna. Uma obediência temporal e imperfeita nunca pode merecer uma recompensa eterna e perfeita.
3. NECESSIDADE DAS BOAS OBRAS. Não pode haver dúvida quanto à necessidade das boas obras, corretamente entendida. Não as podemos considerar como necessárias para merecimento da salvação, nem como meios pelos quais segurar a salvação, nem ainda como o único caminho pelo qual seguir rumo à glória eterna, pois as crianças dão entrada à salvação sem terem praticado nenhuma boa obra. A Bíblia não ensina que ninguém pode salvar-se sem boas obras. Ao mesmo tempo, as boas obras decorrem necessariamente da união dos crentes com Cristo.”Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto”, Jo 15.5. Elas são necessárias também porque exigidas por Deus, Rm 7.4; 8.12, 13; Gl 6.2, como frutos da fé, Tg 2.14, 17, 20-22, como expressões de gratidão, 1 co 6.20, como conducentes à segurança da fé, 2 pe 1.5-10, e para a glória de Deus, Jo 15.8; 1 co 10.31. Deve-se defender a necessidade das boas obras contra os antinomianos, que alegam que, desde que Cristo não somente levou sobre Si a pena do pecado, mas também satisfez as exigências positivas da lei, o crente está livre da obrigação de observa-la, erro que ainda está conosco hoje em dia, nalgumas formas de dispensacionalismo. Esta é uma posição completamente falsa, pois somente como sistema de penalização e método de salvação é que a lei é abolida na morte de Cristo. Como padrão para a nossa vida moral, a lei é uma transcrição da santidade de Deus e, portanto, tem validade permanente para o crente também, apesar de que a sua atitude para com a lei passou por uma transformação radical. Ele
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recebeu o Espírito de Deus, que é o espírito de obediência, de sorte que, sem nenhum constrangimento, ele obedece voluntariamente à lei. Strong resume bem isso, quando diz: Cristo nos livra: “(1) da lei como um sistema de maldição e penalidade; isto Ele faz levando sobre Si a maldição e a penalidade...; (2) da lei com as suas exigências como método de salvação; isto Ele faz tornando nossos a Sua obediência e os Seus méritos...; (3) da lei como compulsão externa e alheia; isto Ele faz dando-nos o espírito de obediência e de filiação, pelo qual a lei é realizada progressivamente dentro em nós”.1
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1. Como a santidade teocrática se relacionava com a santidade ética entre os israelitas? 2. Como a purificação ritual se relacionava com a santificação? 3. Quem é o sujeito da santificação, o velho homem, ou o novo, ou ambos? 4. A santificação nesta vida afeta igualmente todas as partes do homem? 5. Onde começa o processo de santificação? 6. Todos os cristãos experimentam um constante progresso na santificação? 7. Qual a diferença entre santificação e melhoramento moral? 8. O fato de que a santificação nunca é completa nesta vida leva necessariamente à doutrina do purgatório, ou à doutrina da santificação depois da morte? 9. Como concebe Wesley “Santificação Integral”? 10. Barth também atribui ao crente a santidade no sentido de qualidade ética? 11. Que prova bíblica existe de que o cristão não está livre da lei como norma de vida? 12. Os protestantes em geral ensinam que as boas obras não são necessárias? 13. Como diferem os católicos romanos e os protestantes quanto à necessidade das obas obras? 14. É sábio dizer, sem nenhuma ressalva, que as boas obras são necessárias para a salvação? 15. Se todos os cristãos herdam a vida eterna, em que sentido as suas obras servirão de padrão para a sua recompensa?
BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm. IV, p. 245-288; Kuyper, Dict. Dogm., De Salute, p. 134-157; ibid., Het Werk van den Heiligen Geest III, p. 1-123; Vos, Geref. Dogm. IV, p. 211-248; Hodge, Syst. Theol. III, p. 213-258; Shedd, Dogm. Theol. II, p. 553-560; Dabney, Syst., and Polem. Theol., p. 660-687; Strong, Syst. Theol., p. 869-881; Alexander, Syst. Of Bibl. Theol. II, p.428-459; Litton, Introd. To Dogm. Theol., p. 322-337; Schmid, Doct. Theol. Of the Luth. Church, p. 491-503; Valentine, Chr. Theol. II, p. 272-277; Pieper, Chr. Dogmatik III, p. 1106; Watson, Theol. Institutes III, p. 197-206; Curtis, The Chr. Faith, p. 373-393; Pope, Chr. Theol. III, p. 28-99; Candlish, The Chr. Salvation, p. 110-133; Impeta, De Leer der Heiliging and Volmaking bij Wesley and Fletcher; Clarke, An Outline of Chr. Theol., p. 409-427; Wilmers, Handbook of the Chr. Rel., p. 293-304; Moehler, Symbolism, p. 157-175; Finney, Syst. Theol., p. 402-481; Starbuck, The Psych. Of Rel., p. 375-391; Koberle, The Quest of Holiness; Warfield, Studies in Perfectionism (2 volumes); Newton Flew, The Idea of Perfection in Christian Theology.
1 System. Theol., p. 876.
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XI. A Perseverança dos Santos
A. A Doutrina da Perseverança dos Santos na História.
A doutrina da perseverança dos santos tem o sentido de que aqueles que Deus regenerou e chamou eficazmente para um estado de graça não podem cair nem total nem definitivamente, mas certamente perseverarão nele até o fim e serão salvos para toda a eternidade. Quem primeiro ensinou explicitamente esta doutrina foi Agostinho, embora não fosse coerente neste ponto, como se poderia esperar dele, um rigoroso predestinacionista. Com ele a doutrina não assumiu a forma exposta acima. Ele sustentava que os eleitos não podem cair de modo que se percam definitivamente, mas, ao mesmo tempo, achava possível que alguns que foram revestidos da nova vida e da fé verdadeira possam cair completamente da graça e, por fim, sofrer a condenação eterna. A igreja de Roma, com o seu semipelagianismo, inclusa a doutrina do livre arbítrio, negava a doutrina da perseverança dos santos e colocava a perseverança destes na dependência da incerta obediência do homem. Os Reformadores restabeleceram esta doutrina, colocando-a no seu devido lugar. Contudo, a Igreja Luterana voltou a faze-la incerta, atribuindolhe dependência da contínua atividade da fé, por parte do homem, e pressupondo que os crentes verdadeiros podem cair completamente da graça. Somente nas igrejas calvinistas é que a doutrina é defendida numa forma que lhe dá segurança absoluta. Os Cânones de Dort, depois de chamarem a atenção para as muitas fraquezas e faltas dos filhos de Deus, declaram: “Mas Deus, que é rico em misericórdia, segundo o Seu imutável propósito de eleição, não retira totalmente o Espírito Santo do Seu povo, mesmo em suas graves quedas; nem consente que cheguem ao ponto de perderem a graça da adoção e serem provados do estado de justificação, ou de cometerem pecado para a morte ou contra o Espírito Santo; tampouco permite que eles fiquem totalmente desamparados e se precipitem na destruição eterna”.1 Os arminianos rejeitaram este conceito e proclamaram que a perseverança dos crentes depende da sua vontade de crer e das suas boas obras. Pessoalmente, Armínio evitou esse extremo, mas os seus seguidores não hesitaram em manter a sua posição sinergista, com todas as suas conseqüências. Os arminianos wesleyanos seguiram esse rumo, e assim também várias outras seitas. As igrejas reformadas calvinistas ficam praticamente sozinhas na atitude de responder negativamente a indagação sobre se o cristão pode cair completamente do estado de graça e perder-se definitivamente.
B. Exposição da Doutrina da Perseverança.
A doutrina da perseverança exige exposição cuidadosa, principalmente em vista do fato de que a expressão “perseverança dos santos” está sujeita a ser mal compreendida. Devemos
1 V . Art. 6.
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observar primeiramente que a doutrina não pretende ensinar apenas que os eleitos serão certamente salvos no final, embora Agostinho lhe tenha dado essa forma, mas ensina mui especificamente que aqueles que uma vez foram regenerados e chamados eficazmente por Deus para um estado de graça, jamais poderão cair completamente desse estado e, daí, deixar de alcançar a salvação eterna, apesar de poderem, às vezes, ser dominados pelo mal e cair em pecado. Afirma-se que a vida própria da regeneração e os hábitos que dela se desenvolvem nas veredas da santificação jamais poderão desaparecer inteiramente. Além disso, devemos protegernos do possível mal-entendido, segundo o qual, esta perseverança é considerada como uma propriedade natural do crente, ou como uma atividade contínua do homem, por meio da qual ele persevera no caminho da salvação. Quando Strong a descreve como “a continuação voluntária, da parte do cristão, na fé e na prática do bem”, e como “o lado ou aspecto humano do processo espiritual que, visto do lado divino, denominamos santificação” – por certo isso está sujeito a criar a impressão de que a perseverança depende do homem. Os reformados, porém, não consideram a perseverança dos santos como sendo,a cima de tudo, uma disposição ou atividade do crente, embora certamente creiam que o homem coopera nela, exatamente como coopera na santificação. Eles até acentuam o fato de que o crente cairia, se fosse deixado entregue a si mesmo. Estritamente falando, é Deus quem persevera, não o homem. Pode-se definir a perseverança como a contínua operação do Espírito Santo no crente, pela qual a obra da graça divina, iniciada no coração, tem prosseguimento e se completa. É porque Deus nunca abandona a Sua obra que os crentes continuam de pé até o fim.
C. Prova da Doutrina da Perseverança.
Pode-se provar a doutrina da perseverança com certas afirmações da Escritura e mediante a inferência doutras doutrinas.
1. AFIRMAÇÕES DIRETAS DA ESCRITURA. Há algumas passagens importantes da Escritura que consideraremos aqui. Em Jo 10.27-29 lemos: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar”. Em Rm 11.29 diz o apóstolo Paulo: “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (ou, na versão utilizada pelo Autor, “são sem arrependimento”). Quer dizer que a graça de Deus revelada em Sua vocação nunca mais é retirada, como se Deus se arrependesse de havê-la dado. Esta afirmação é de caráter geral, embora no contexto em que se acha à vocação de Israel. O apóstolo consola e fortalece os crentes de Filipos com as palavras: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus”, Fp 1.6. Em 2 Ts 3.3 ele diz: “Todavia o Senhor é fiel; ele vos confirmará e guardará do maligno”. Em 2 Tm 1.12 ele faz soar uma nota de regozijo: “... porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para
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guardar o meu depósito até aquele dia”. E em 4.18, na mesma epístola, Paulo de gloria [e dá glória a Deus] pelo fato de que o Senhor o livrará de toda obra maligna e o levará a salvo para o Seu reino celestial.
2. PROVAS POR INFERÊNCIA. Também se pode comprovar a doutrina da perseverança por inferência.
a. Da doutrina da eleição. A eleição não significa apenas que alguns serão favorecidos por certos privilégios externos e poderão ser salvos, se cumprirem com o seu dever, mas, sim, que aqueles que pertencem ao número dos eleitos serão finalmente salvos e nunca ficarão aquém da salvação perfeita. É eleição para um fim, a saber, para a salvação. Ao levá-la a efeito, Deus reveste os crentes de influências do Espírito Santo que os levam, não somente a aceitar a Cristo, mas também a perseverar até o fim e a salvar-se para a eternidade.
b. Da doutrina da aliança da redenção. Na aliança da redenção Deus deu o Seu povo ao Seu filho como recompensa pela obediência e pelo sofrimento Deste. Esta recompensa foi estabelecida na eternidade pretérita e não foi submetida à condição de alguma fidelidade incerta do homem. Deus não volta atrás, em Sua promessa, e, portanto, é impossível que aqueles que são considerados como unidos a Cristo e como partes da Sua recompensa, possam separar-se dele (Rm 8.38, 39), e que aqueles que ingressaram na aliança, entendida como uma comunhão vital, caiam e sejam eliminados dela.
c. Da eficácia dos méritos e da intercessão de Cristo. Em Sua obra expiatória, Cristo pagou o preço necessário para adquirir o perdão e a divina aceitação do pecador. A justiça de Cristo constitui a base perfeita para a justificação do pecador, e é impossível que aquele que é justificado pelo pagamento de um preço tão perfeito e eficaz fique de novo debaixo da condenação. Ademais, Cristo faz constante intercessão por aqueles que Lhe são dados pelo Pai, e a Sua oração intercessória por Seu povo é sempre eficaz, Jo 11.42; Hb 7.25.
d. Da união mística com Cristo. Os que estão unidos a Cristo pela fé, tornam-se participantes do Seu Espírito e, assim, tornam-se um corpo com Ele, pulsando neles a vida do Espírito. Compartem a vida de Cristo, e, porque Cristo vive, eles vivem também. É impossível que eles sejam retirados do corpo e, assim, frustrem o ideal divino. A união é permanente, visto que se origina numa causa permanente e imutável – o livre e terno amor de Deus.
e. Da obra que o Espírito Santo realiza no coração. Diz corretamente Dabney: “É uma inferior e indigna avaliação da sabedoria do Espírito Santo e da Sua obra no coração humano, supor que Ele comece a obra agora e, logo em seguida, a abandone; que a centelha vital do nascimento celestial seja um ignis fatuum (fogo fátuo), ardendo por um pouco e depois expirando na escuridão total; que a vida comunicada no novo nascimento seja uma espécie de vitalidade
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espasmódica e galvânica, dando a aparência exterior de vida à alma morta, e depois morrendo”.1 Segundo a Escritura, já nesta vida o crente está de posse da salvação e da vida eterna, Jo 3.36; 5.24; 6.54. Poderíamos partir da suposição de que a vida eterna não é eterna?
f. Da segurança da salvação. É evidente na Escritura que os crentes podem, nesta existência, alcançar a segurança da salvação, Hb 3.14; 6.11; 10.22; 2 pe 1.10. Isso estaria fora de questão, se fosse possível aos crentes cair da graça a qualquer momento. Essa segurança só pode ser desfrutada por aqueles que estão com a firme convicção de que Deus aperfeiçoará a obra que começou.
D. Objeções à Doutrina da Perseverança.
1. NÃO SE HARMONIZA COM A LIBERDADE HUMANA. Dizem que a doutrina da perseverança é incoerente com a liberdade humana. Mas esta objeção parte da falsa pressuposição de que a verdadeira liberdade consiste na liberdade da indiferença, ou no poder de fazer escolha contrária em questões morais e espirituais. Contudo, isto é errôneo. A verdadeira liberdade consiste exatamente na autodeterminação rumo à santidade. O homem nunca é mais livre do que quando se move conscientemente em direção a Deus. E o cristão está com essa liberdade pela graça de Deus.
2. LEVA À INDOLÊNCIA E A IMORALIDADE. Assevera-se confiadamente que a doutrina da perseverança conduz à indolência, ao abuso e até à imoralidade. Dela resulta uma falsa segurança, é o que se diz. Esta é, porém, uma noção equivocada, pois, conquanto a Bíblia nos diga que somos guardados pela graça de Deus, ela não fomenta a idéia de que Deus nos guarda sem que de nossa parte haja constante vigilância, diligência e oração. É difícil ver como uma doutrina que garante ao crente uma perseverança na santidade pode ser um incentivo ao pecado. Quer-nos parecer que a certeza de sucesso na luta ativa pela santificação é o melhor estímulo possível para esforços cada vez maiores.
3. É CONTRÁRIA À ESCRITURA. Com freqüência se declara que a doutrina é contrária à Escritura. As passagens aduzidas para provar esta alegação podem ser reduzidas a três classes:
a. Há advertências contra a apostasia que pareceriam completamente sem razão de ser, se o crente não pudesse cair, Mt 24.12; Cl 1.23; Hb 2.1; 3.14; 6.11; 1 Jo 2.6. Mas estas advertências consideram a questão toda a partir do lado do homem e seu propósito é sério. Elas incitam os crentes ao exame de si mesmos e servem de instrumento para mantê-los no caminho da perseverança. Não provam que alguns dos seus destinatários irão apostatar da fé, mas simplesmente que o uso dos meios é necessário para impedi-los de cometer este pecado. Comparando-se At 27.22-25 com o versículo 31, tem-se uma ilustração deste princípio.
1 Syst. and Polem. Theol., p. 692.
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b. Também há exortações que concitam os crentes a permanecer no caminho da santificação, o que parece desnecessário, se não há dúvida de que eles permanecerão até o fim. Mas, geralmente, essas exortações acham-se ligadas a advertências do tipo das referidas no item (a), e atendem exatamente ao mesmo propósito. Elas não provam que quaisquer dos crentes exortados não perseverarão, mas somente que Deus utiliza meios morais para a realização de fins morais.
c. Dizem ainda que a Escritura registra diversos casos de apostasia concretizada, 1 Tm 1.19, 20; 2 tm 2.17, 18; 4.10; 2 pe 2.1, 2; cf. também Hb 6.4-6. Mas estes exemplos não provam a alegação de que os crentes verdadeiros, de posse da verdadeira fé salvadora, podem cair da graça, a não ser que se demonstre primeiro que as pessoas indicadas nestas passagens tinham a verdadeira fé em Cristo, e não uma simples fé temporal, não arraigada na regeneração. A Bíblia nos ensina que há pessoas que professam a fé verdadeira e que, todavia, não pertencem à fé, Rm 9.6; 1 jo 2.19; Ap 3.1. De alguns deles diz João: “Eles saíram do nosso meio”, e, à guisa de explicação, acrescenta: “entretanto, não eram dos nossos: porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco”, 1 Jo 2.19.
E. A Negação Desta Doutrina Torna a Salvação Dependente da Vontade Humana.
A negação da doutrina da perseverança virtualmente torna a salvação do homem dependente da vontade humana, e não da graça de Deus. Naturalmente, esta consideração não terá efeito nenhum nos que partilham a concepção da salvação como auto-sotérica – e eles são numerosos – mas certamente deveria fazer com que parem para meditar aqueles que se gloriam em salvarse pela graça. A idéia é que, depois que o homem é levado a um estado de graça unicamente pela operação do Espírito Santo, ou pela ação conjunta do Espírito Santo e da vontade do homem, cabe somente ao homem continuar na fé ou abandona-la, como lhe convenha. Isso torna a causa do homem muito precária e o impossibilita de obter a bendita segurança da fé. Conseqüentemente, é da máxima importância defender a doutrina da perseverança. Nas palavras de Hovey, “Ela pode ser uma fonte de grande consolação e poder – um incentivo para a gratidão, uma motivação para o sacrifício próprio e uma coluna de fogo na hora de perigo”.
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA: 1. Qual é a real questão concernente à perseverança: é se os eleitos ou se s regenerados perseveram? 2. Agostinho e os luteranos também ensinam que os eleitos poderão perder-se definitivamente? 3. Como a analogia da vida natural favorece a doutrina da perseverança? 4. Passagens como Hb 6.4-6; 10.29; 2 pe 2.1 não provam a possibilidade da queda definitiva? 5. Que dizer de Jo 15.1-6? 6. A graça da perseverança é alguma coisa inata, necessariamente dada com a nova natureza, ou é fruto de uma atividade especial, graciosa e preservadora de Deus? 7. A doutrina implica que a pessoa pode estar vivendo em pecado habitual e intencional e, contudo, estar num estado justificado? 8. Ela exclui a idéia de quedas em pecado?
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BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA: Bavinck, Geref. Dogm. IV, p.289-294; Vos, Geref. Dogm. IV, p. 248-260; Dabney, Syst. And Polem. Theol., p. 687-698; Dick, Theology, Lect. LXXIX; Litton, Introd. To Dogm. Theol., p. 338-343; Finney, Syst. Theol., p. 544-619; Hovey, Manual of Theology and Ethics, p. 295-299; Pieper, Christ. Dogm. III, p. 107-120; Pope, Chr. Theol. III, p. 131-147; Meijering, De Dordtsche Leerregels, p. 256-354; Bos, De Dordtsche Leerregelen, p. 199-255.
AUTOR: CAROLINE V. Sandell-Berg, [TRANS. INGLÊS, ERNST B. OLSON, TRAD. O espanhol: SALOMÃO MUSSIETT C. (TOMADA DE BATISTA HINÁRIO, # 233)]

Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.
Texto Bíblico Básico
Gálatas 5.1,16-25
SANTIFICAÇÃO: RESULTADO DA JUSTIFICAÇÃO

Se colocarmos no mesmo ambiente uma pessoa saudável e outra gripada, as chances da pessoa saudável ficar gripada é muito grande. É evidente que a pessoa saudável não vai conseguir “passar”, transmitir, saúde àquela que estava gripada. Podemos usar este exemplo para nossa vida em busca de santidade ao Senhor. Podemos dizer que todos os dias estamos em santificação, ou seja, lutamos contra o pecado, contra tudo o que nos afasta de Deus. Quando levamos uma vida longe das coisas santas, estamos nos afastando, do que Deus deseja para nós. Se não tivermos cuidado, aos poucos, os pensamentos e atitudes que não condizem com o cristianismo começam a entrar em nossa vida.
Quando decidimos seguir o cristianismo seriamente, devemos deixar o homem velho para traz e viver uma vida nova. Isso significa que devemos analisar nossas atitudes, para evitar aquilo que não traz santificação. Antigos costumes, como beber, fumar, mentir, falar mal ou enganar, por exemplo, devem ser deixados de lado, para que possamos seguir o exemplo de Cristo. A busca de santidade ao Senhor envolve identificar hábitos que queremos eliminar.
Práticas antigas
Para este estudo sobre santidade ao Senhor vamos tomar como base o versículo de Êxodo 32:1 – Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós, pois quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe será sucedido.
Se você não conhece o contexto desta história, vamos explicar. O povo havia saído do Egito e Moisés estava no monte orando e buscando as leis santas para o povo, os conhecidos dez mandamentos. Como ele estava demorando muito, o povo resolveu fazer um deus para adorarem. O povo se afastou de Deus e caiu na idolatria. Depois, lendo Juízes, Reis, Crônicas, podemos ver que o povo sempre se voltava à idolatria. Até o fim do Antigo Testamentos há relatos do povo adorando outros deuses, ao invés de buscarem a santidade ao Senhor. Mesmo o povo escolhido por Deus, que saiu da escravidão para viver em sua própria terra, tinha dificuldade em buscar sua santificação. Sabem por que isso acontecia? Porque não guardavam no coração as bênçãos do Senhor e se afastavam de Deus.
Podemos dizer que não conseguimos santidade ao Senhor quando ficamos muito tempo sem ler a bíblia, sem louvar, sem ouvir e cantar músicas cristãs, sem ir à igreja, sem ouvir a palavra, sem jejuar. Quando deixamos de fazer essas coisas, estamos mais propícios a pecar – a esquecer de Deus. Temos que tomar cuidado para não nos afastarmos das coisas santas.
Novas práticas
Nosso relacionamento com Deus envolve a constante busca por santificação. Paulo escreve aos coríntios que, ao aceitarmos seguir Cristo nos afastar das práticas que não trazem comunhão com o Eterno. Recomendamos que você leia também, na sua bíblia, o texto que segue de 2 Coríntios 6:14 até 18. Aqui, vamos destacar o versículo seguinte.
2 Coríntios 7:1 – Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
Como podemos ver a vontade de Deus é que tenhamos comunhão constante com Ele; para isso a busca por santidade ao Senhor é inevitável. Devemos nos empenhar para manter nossa mente e coração afastado daquilo que traz condenação. No entanto, sabemos que estamos em um mundo corrupto e vencido pelo pecado, não há como uma pessoa se isolar totalmente deste mundo, o que dificulta a procura por santidade ao Senhor. Aliás, esta também não é a vontade do Altíssimo. Como podemos ler em João 17:15 – “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”. Para compreender melhor este contexto, recomendamos a leitura desde do versículo 14 ao 21. Em 1 Timóteo 6:11 também podemos ver que a orientação para nossa vida cristã – “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão”.
Como buscar santidade ao Senhor
Para buscar uma vida de santificação, não devemos nos afastar das coisas santas.
A oração é uma parte importante na vida do cristão, pois nos leva a uma comunhão direta com o Pai. Quando oramos estamos exercendo a fé e buscando comunhão com o Senhor. A oração é um ato de fé, pois estamos falando com quem não vemos, mas cremos. Crer em alguém que não podemos ver é um ato de fé, e sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11:6). Orar também é como mantemos comunhão com Deus, pois, de certa forma, estamos conversando com Deus, e quando conversamos com as pessoas estamos em comunhão. Por exercer a fé e a comunhão, podemos dizer que a oração é uma eficiente forma de buscar a santidade ao Senhor.
Outra maneira de buscar a santificação é através do jejum. O jejum é um ato que demonstra que estamos dispostos a vencer a vontade da carne. Hoje em dia é muito comum jejuns não só de alimentos, mas de televisão, internet e outras coisas que demandam esforço para abrir mão. O importante é fazer um jejum de algo que demonstre que estamos dispostos a abrir mão de nossas vontades carnais.
Também podemos indicar como busca de santificação ouvir louvores e canções de adoração, as chamadas músicas evangélicas. Os louvores também podem ser considerados uma fonte de aprendizado, uma ferramenta que nos leva à comunhão com o Pai. Por isso, embora não seja pecado, ouvir músicas seculares (não cristãs) em nada nos ajuda a manter uma comunhão com nosso Senhor.
Evidentemente, não podemos deixar de falar em ler a Bíblia. A principal fonte de informação de nossa fé. Leituras diárias, mesmo que curtas, nos levam a compreender melhor o propósito do Eterno para nossas vidas. A leitura bíblica é indispensável seja para os cristãos mais experientes, ou para os novatos. Não podemos nos acomodar porque já lemos a Bíblia duas, três, quatro vezes.
Por fim, podemos mencionar a comunhão com os irmãos como uma boa forma de buscar nossa santidade ao Senhor. Quando estamos com pessoas que exercem a mesma fé, falamos a mesma língua, temos os mesmos desafios e dificuldades. Manter amizades e relacionamentos com pessoas de fé diferentes não vai nos ajudar em nossa santificação. Os conceitos, a ética, os assuntos são diferentes.
Não se afaste das coisas santas
Podemos concluir esta devocional sobre santidade ao Senhor enfatizando que não podemos nos afastar das coisas santas; oração, igreja, leitura bíblica, louvores. Quando caímos no comodismo, somos influenciados por ideias que não estão de acordo com nossa fé. Como dito no começo do texto, uma pessoa sã e uma gripada na mesma sala fará a pessoa saudável ficar gripada, pois não há como transmitir saúde para alguém doente. Devemos tomar cuidado com nossas companhias e nossas ações. Não devemos nos afastar das coisas santas.
A essência do ensino e pregação na igreja apostólica sempre foi voltada à santidade. Para que haja santidade é preciso primeiro que haja arrependimento e conversão (At 3.19), daí vêm mudança de atitude, de pensar, de agir, de sentir, gerando uma vida diferente, que busca diariamente a santificação. É a Palavra que é Santa (Jo 17.17), poderosa para santificar, purificar e levar a igreja a tornar-se sem mácula, sem ruga, santa e irrepreensível (Ef 5.26,27).
Até o capítulo cinco de Atos dos Apóstolos, está registrado que a Igreja gozava da ação gloriosa do Espírito Santo, de um profundo sentimento de amor, de fraternidade, de união e, principalmente, de sinceridade entre seus membros, até que o casal Ananias e Safira tentaram macular a vida de santidade e lealdade da igreja e, por essa razão, foram castigados.
1. O PRINCIPIO DE SANTIDADE
Deus é santo. Santidade é, pois, um dos atributos do Todo-Poderoso. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, para que fosse santo como Ele é.
Justamente o que separa o homem de Deus é o estado pecaminoso, isto é, a falta de santidade. O Senhor ama o pecador, mas não tolera o pecado (Rm 3.23). Ele exige que Seu povo seja santo, assim como Ele é (Lv 11.44; 19.2; 20.7,26).
1.1 O que se entende por santidade
Ser santo significa ser separado, ser irrepreensível (l Ts 3.13); viver segundo a vontade divina, não se contaminar com o pecado (Ef 1.4); não se conformar com o mundo (Rm 12.2); isto é, não tomar a forma do mundo porque não pratica as obras da carne, mas produz o fruto do Espírito (Gl 5.22).
1.2 O padrão de santidade do crente
O Espírito Santo trabalha na vida do crente para o santificar, tornando-o puro para Deus. É Ele quem dá as condições para se ter uma vida espiritual equilibrada. Sem fanatismo, porque esse leva à prática de doutrinas heréticas, e sem modernismo, porque esse dá lugar aos exageros e à carnalidade.
O modelo de santidade do cristão é o próprio Jesus, como o apóstolo Pedro escreveu (1 Pe 1.15); e também o apóstolo repetiu aquilo que o próprio Deus já havia determinado desde os tempos antigos: "Sede santos porque eu sou santo" (Lv 11.44).
1.2.1. A santificação pela Palavra
A Palavra de Deus é santificadora porque é verdadeira. Na oração feita por Jesus ao Pai, Ele intercedeu pela santificação dos discípulos (Jo 17.17). Com certeza, a Sua Igreja também já estava incluída naquela oração. A Palavra limpa, purifica e guarda (Jo 15.3; Sl 119.11).
1.2.2. Santificação na pessoa de Jesus
Quem deixou o mundo e passou a pertencer a Jesus já é santificado por Ele. O apóstolo Paulo escreveu que "as más conversações corrompem os bons costumes" (1 Co 15.33b). Certamente, acontece bem ao contrário com aquele que escolheu o próprio Jesus para ser seu amigo, seu constante companheiro, seu Senhor e Mestre (I Co 1.30).
1.2.3. Santificação pelo sangue redentor
Foi lá no Calvário que Jesus deu o passo decisivo de redenção da humanidade. Derramou o Seu precioso sangue para remir o pecador. Resgatou o homem das trevas para a luz, da mentira para a verdade, da impureza para a santificação (Hb 13.12).
2. A BUSCA CONSTANTE DA SANTIDADE
Santidade é um estado de vida que se adquire gradativa e continuamente. É preciso a busca constante dessa qualidade, com a ajuda do Espírito Santo. É necessário constância da perfeita santidade (Ef 4.12,13).
O primeiro passo dado em direção a uma vida pura é a conversão (2 Co 5.17).
Depois, o crescer na graça e no conhecimento de Jesus (2 Pe 3.18) vai dando ao crente a condição de ir se purificando em todas as dimensões (1 Jo 3.3) em todos os sentidos:
• No olhar (Mt 6.22; 18.9);
• No falar (Mt 5.37; Ef 4.25);
• No andar (Gl 5.16);
• No portar-se diante dos descrentes (Rm 14.16);
• Em todo o viver (Fp 1.21; Gl 2.20).
A recomendação de Jesus é para que o crente seja santo em toda a sua totalidade: Espírito, alma e corpo (l Ts 5.23).
2.1. Quando se deve exercitar a santidade
É verdade que, enquanto o crente estiver aqui neste mundo em sua peregrinação, ele não será perfeito em santidade. A perfeição, porém, é o alvo maior a que se propõe (Ef 4.13).
Mas a santidade deve ser buscada e exercitada em todas as situações de vida. Para alguns, a santidade só deve ser considerada em casos especiais. Pequenos deslizes não devem ser levados em consideração.
Porém, as grandes coisas iniciam como pequenas coisas. Se o crente se acostumar a não dar importância a elas, a sua mente ficará cauterizada e a expressão "não tem nada a ver" passará a ter lugar no seu vocabulário. Certamente, os resultados serão desagradáveis, porque sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
2.2. Recomendações aos participantes da Ceia do Senhor
O apóstolo Paulo escrevendo aos corintos, em sua primeira carta, capítulo onze, versículos vinte e sete ao trinta, recomendou quanto à necessidade de um preparo especial para aqueles que pretendem participar da Ceia do Senhor. Ele advertiu que quem participa indignamente do ato torna-se culpado, isto é, está pecando (1 Co 11.27,28).
Em seguida, diz que na igreja existem muitos fracos, doentes e ate mortos espirituais porque não se preparam, isto é, não se purificam de modo adequado, que agrade ao Senhor.
A maior bem-aventurança dos santos, para os limpos de coração, foi dita pelo próprio Jesus: "eles verão a Deus" (Mt 5.8b).
3. O PRINCIPIO DA VIDA DA IGREJA
No livro de Atos dos Apóstolos, está registrado o princípio da Igreja de Jesus aqui na terra. Sua inauguração e os primeiros anos da Igreja são descritos como uma série de abençoados acontecimentos.
Todos os que aceitavam a fé participavam unânimes, com o mesmo espírito de colaboração. Era comum alguém vender sua propriedade ou parte dela para ajudar os mais necessitados (At 2.44-46).
Aconteceu, porém, um caso inédito que causou espanto e temor a toda comunidade dos crentes em Jerusalém.
3.1. Colaboração de todos os crentes
Barnabé, um dos apóstolos, como muitos outros crentes, teve a atitude louvável de vender uma propriedade e reverter todo o seu valor para um fundo de ajuda aos mais necessitados da igreja (At 4.34-37). Ananias e Safira também, como os demais, venderam uma propriedade, porém retiveram parte do valor. Mas Deus conhece o profundo do coração do homem (At 5.1-4). Precisamos estar em alerta às ações que parecem corretas, cuja motivação é profundamente errada. Ananias e Safira foram mentirosos e hipócritas.
O apóstolo Pedro, por revelação do Espírito Santo, detectou onde se originou todo o mal que pretendia atingir a igreja: o coração daquele casal. O que chama atenção no texto sagrado é a expressão: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração?" (At 5.3).
Ananias deixou que seu coração fosse o centro da vontade de Satanás e por ele fosse controlado. Ananias agiu segundo projetou o seu coração. As Escrituras nos alertam para guardar nosso coração (Pv 4.23).
3.1.1. A impureza prejudica até a família
É triste, mas o mal cresceu rapidamente, atingindo não só o coração de Ananias, como também de Safira, sua esposa. Ananias e Safira planejaram tudo em oculto e, talvez, para alguns, o ato de trazer aos pés dos apóstolos a importância cujo valor real era desconhecido por todos, fosse motivo até de elogios. Mas, quando os crentes estão unidos em um só Espírito e em santidade, todo o pecado é descoberto. "Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade" Jo 17.17
3.1.2. A impureza mancha a igreja
O alvo do adversário foi de macular a veste da noiva do Cordeiro, porém Deus não permitiu que uma situação de mentira ficasse encoberta na Sua casa. Ananias e Safira também tentaram a Deus permitindo a ação de Satanás em suas vidas, mas Deus conhece o mais oculto dos sentimentos do homem e é capaz de, na hora certa, revelá-los. Precisamos vigiar com as nossas atitudes ao entrar na Casa do Senhor.
3.1.3. A ação do Espírito Santo inibe a ação do pecado
O diabo, nessa passagem em apreço, agiu sutilmente para tentar manchar a igreja, mas a ação poderosa e reveladora do Espírito Santo o impediu. O apóstolo Pedro enfatizou o nome desta gloriosa pessoa que é o Espírito Santo, cuja atividade na igreja é santificá-la. Para termos uma igreja santa, o Espírito Santo deve ter liberdade de ação.
Pedro é um grande exemplo de líder sensível ao Espírito Santo. Em meio a toda aquela farsa, mentira e engano, foi revelado o que se passava no coração do casal.
Não se deixou levar pelos valores ali depositados pelo casal. Essa deve ser a atitude dos homens de Deus que são responsáveis pela pureza e integridade da igreja.
3.2. Resultado da disciplina
Para muitos, parece que a disciplina foi dura, pois o casal pagou com suas vidas. Não é dado a nenhum homem o direito de questionar os atos de Deus. Ele sabe porquê usa esse ou aquele meio para disciplinar os errados. "Porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará". Gl 6.7b
Todos os que estavam naquela reunião se encheram de temor pela ação divina (At 5.5,11). O mesmo temor deve continuar existindo nos nossos cultos. Precisamos compreender que cultuamos a Deus em um lugar que é santo e também é nosso dever servi-lo em santidade. Deus não espera que Seus filhos O sirvam com medo, mas que O respeitem e O reverenciem, pois Ele é digno.
Muitos, até hoje, ouvem e leem sobre o que ocorreu com o casal e entendem que essa obra não é de homem, mas de Deus. Para Deus derramar do Seu óleo na Igreja, primeiro, Ele a purifica de toda imundícia.
Muitos que moravam em outras cidades foram para Jerusalém, capital do avivamento (At 5.16). Após o episódio com o casal Ananias e Safira, a igreja continuou a crescer, não de expectadores, mas de crentes convertidos, que temiam ao Senhor.
O mundo tem que ser atraído pelas maravilhas que Deus faz: salva, liberta, cura, batiza com o Espírito Santo e dá vida eterna. A igreja não vive de movimentos passageiros que envolvem o emocional e não mudam o coração.
Muitos liberais acham que falar sobre santidade vai afastar o povo da igreja. Não é verdade. O mundo nos observa. É preciso fazer a diferença nessa terra corrompida pelo pecado. A igreja é um lugar diferente, onde Deus se revela e se relaciona com o homem.
Quando a igreja faz a diferença, alguma coisa acontece: "E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais" (At 5.14).
Deus tem disponibilizado meios para que a Sua Igreja alcance esse objetivo: o sangue de Jesus (Hb 13.12; 1 Jo 1.7; Ap 7.14), a Sua Palavra (Jo 15.3; 17.17; Sl 119.9), a ação do Espírito Santo (Rm 8.2; Gl 5.16). A igreja deve ser santa porque serve a um Deus santo, logo deve buscar a santidade como condição indispensável para adorá-lo e, no futuro, morar com Ele no céu (Sl 15). Porque Deus é a essência da santidade!
Quando decidimos seguir o cristianismo seriamente, devemos deixar o homem velho para traz e viver uma vida nova. Isso significa que devemos analisar nossas atitudes, para evitar aquilo que não traz santificação. Antigos costumes, como beber, fumar, mentir, falar mal ou enganar, por exemplo, devem ser deixados de lado, para que possamos seguir o exemplo de Cristo. A busca de santidade ao Senhor envolve identificar hábitos que queremos eliminar.
Práticas antigas
Para este estudo sobre santidade ao Senhor vamos tomar como base o versículo de Êxodo 32:1 – Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós, pois quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe será sucedido.
Se você não conhece o contexto desta história, vamos explicar. O povo havia saído do Egito e Moisés estava no monte orando e buscando as leis santas para o povo, os conhecidos dez mandamentos. Como ele estava demorando muito, o povo resolveu fazer um deus para adorarem. O povo se afastou de Deus e caiu na idolatria. Depois, lendo Juízes, Reis, Crônicas, podemos ver que o povo sempre se voltava à idolatria. Até o fim do Antigo Testamentos há relatos do povo adorando outros deuses, ao invés de buscarem a santidade ao Senhor. Mesmo o povo escolhido por Deus, que saiu da escravidão para viver em sua própria terra, tinha dificuldade em buscar sua santificação. Sabem por que isso acontecia? Porque não guardavam no coração as bênçãos do Senhor e se afastavam de Deus.
Podemos dizer que não conseguimos santidade ao Senhor quando ficamos muito tempo sem ler a bíblia, sem louvar, sem ouvir e cantar músicas cristãs, sem ir à igreja, sem ouvir a palavra, sem jejuar. Quando deixamos de fazer essas coisas, estamos mais propícios a pecar – a esquecer de Deus. Temos que tomar cuidado para não nos afastarmos das coisas santas.
Novas práticas
Nosso relacionamento com Deus envolve a constante busca por santificação. Paulo escreve aos coríntios que, ao aceitarmos seguir Cristo nos afastar das práticas que não trazem comunhão com o Eterno. Recomendamos que você leia também, na sua bíblia, o texto que segue de 2 Coríntios 6:14 até 18. Aqui, vamos destacar o versículo seguinte.
2 Coríntios 7:1 – Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.
Como podemos ver a vontade de Deus é que tenhamos comunhão constante com Ele; para isso a busca por santidade ao Senhor é inevitável. Devemos nos empenhar para manter nossa mente e coração afastado daquilo que traz condenação. No entanto, sabemos que estamos em um mundo corrupto e vencido pelo pecado, não há como uma pessoa se isolar totalmente deste mundo, o que dificulta a procura por santidade ao Senhor. Aliás, esta também não é a vontade do Altíssimo. Como podemos ler em João 17:15 – “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”. Para compreender melhor este contexto, recomendamos a leitura desde do versículo 14 ao 21. Em 1 Timóteo 6:11 também podemos ver que a orientação para nossa vida cristã – “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão”.
Como buscar santidade ao Senhor
Para buscar uma vida de santificação, não devemos nos afastar das coisas santas.
A oração é uma parte importante na vida do cristão, pois nos leva a uma comunhão direta com o Pai. Quando oramos estamos exercendo a fé e buscando comunhão com o Senhor. A oração é um ato de fé, pois estamos falando com quem não vemos, mas cremos. Crer em alguém que não podemos ver é um ato de fé, e sem fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11:6). Orar também é como mantemos comunhão com Deus, pois, de certa forma, estamos conversando com Deus, e quando conversamos com as pessoas estamos em comunhão. Por exercer a fé e a comunhão, podemos dizer que a oração é uma eficiente forma de buscar a santidade ao Senhor.
Outra maneira de buscar a santificação é através do jejum. O jejum é um ato que demonstra que estamos dispostos a vencer a vontade da carne. Hoje em dia é muito comum jejuns não só de alimentos, mas de televisão, internet e outras coisas que demandam esforço para abrir mão. O importante é fazer um jejum de algo que demonstre que estamos dispostos a abrir mão de nossas vontades carnais.
Também podemos indicar como busca de santificação ouvir louvores e canções de adoração, as chamadas músicas evangélicas. Os louvores também podem ser considerados uma fonte de aprendizado, uma ferramenta que nos leva à comunhão com o Pai. Por isso, embora não seja pecado, ouvir músicas seculares (não cristãs) em nada nos ajuda a manter uma comunhão com nosso Senhor.
Evidentemente, não podemos deixar de falar em ler a Bíblia. A principal fonte de informação de nossa fé. Leituras diárias, mesmo que curtas, nos levam a compreender melhor o propósito do Eterno para nossas vidas. A leitura bíblica é indispensável seja para os cristãos mais experientes, ou para os novatos. Não podemos nos acomodar porque já lemos a Bíblia duas, três, quatro vezes.
Por fim, podemos mencionar a comunhão com os irmãos como uma boa forma de buscar nossa santidade ao Senhor. Quando estamos com pessoas que exercem a mesma fé, falamos a mesma língua, temos os mesmos desafios e dificuldades. Manter amizades e relacionamentos com pessoas de fé diferentes não vai nos ajudar em nossa santificação. Os conceitos, a ética, os assuntos são diferentes.
Não se afaste das coisas santas
Podemos concluir esta devocional sobre santidade ao Senhor enfatizando que não podemos nos afastar das coisas santas; oração, igreja, leitura bíblica, louvores. Quando caímos no comodismo, somos influenciados por ideias que não estão de acordo com nossa fé. Como dito no começo do texto, uma pessoa sã e uma gripada na mesma sala fará a pessoa saudável ficar gripada, pois não há como transmitir saúde para alguém doente. Devemos tomar cuidado com nossas companhias e nossas ações. Não devemos nos afastar das coisas santas.
A essência do ensino e pregação na igreja apostólica sempre foi voltada à santidade. Para que haja santidade é preciso primeiro que haja arrependimento e conversão (At 3.19), daí vêm mudança de atitude, de pensar, de agir, de sentir, gerando uma vida diferente, que busca diariamente a santificação. É a Palavra que é Santa (Jo 17.17), poderosa para santificar, purificar e levar a igreja a tornar-se sem mácula, sem ruga, santa e irrepreensível (Ef 5.26,27).
Até o capítulo cinco de Atos dos Apóstolos, está registrado que a Igreja gozava da ação gloriosa do Espírito Santo, de um profundo sentimento de amor, de fraternidade, de união e, principalmente, de sinceridade entre seus membros, até que o casal Ananias e Safira tentaram macular a vida de santidade e lealdade da igreja e, por essa razão, foram castigados.
1. O PRINCIPIO DE SANTIDADE
Deus é santo. Santidade é, pois, um dos atributos do Todo-Poderoso. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, para que fosse santo como Ele é.
Justamente o que separa o homem de Deus é o estado pecaminoso, isto é, a falta de santidade. O Senhor ama o pecador, mas não tolera o pecado (Rm 3.23). Ele exige que Seu povo seja santo, assim como Ele é (Lv 11.44; 19.2; 20.7,26).
1.1 O que se entende por santidade
Ser santo significa ser separado, ser irrepreensível (l Ts 3.13); viver segundo a vontade divina, não se contaminar com o pecado (Ef 1.4); não se conformar com o mundo (Rm 12.2); isto é, não tomar a forma do mundo porque não pratica as obras da carne, mas produz o fruto do Espírito (Gl 5.22).
1.2 O padrão de santidade do crente
O Espírito Santo trabalha na vida do crente para o santificar, tornando-o puro para Deus. É Ele quem dá as condições para se ter uma vida espiritual equilibrada. Sem fanatismo, porque esse leva à prática de doutrinas heréticas, e sem modernismo, porque esse dá lugar aos exageros e à carnalidade.
O modelo de santidade do cristão é o próprio Jesus, como o apóstolo Pedro escreveu (1 Pe 1.15); e também o apóstolo repetiu aquilo que o próprio Deus já havia determinado desde os tempos antigos: "Sede santos porque eu sou santo" (Lv 11.44).
1.2.1. A santificação pela Palavra
A Palavra de Deus é santificadora porque é verdadeira. Na oração feita por Jesus ao Pai, Ele intercedeu pela santificação dos discípulos (Jo 17.17). Com certeza, a Sua Igreja também já estava incluída naquela oração. A Palavra limpa, purifica e guarda (Jo 15.3; Sl 119.11).
1.2.2. Santificação na pessoa de Jesus
Quem deixou o mundo e passou a pertencer a Jesus já é santificado por Ele. O apóstolo Paulo escreveu que "as más conversações corrompem os bons costumes" (1 Co 15.33b). Certamente, acontece bem ao contrário com aquele que escolheu o próprio Jesus para ser seu amigo, seu constante companheiro, seu Senhor e Mestre (I Co 1.30).
1.2.3. Santificação pelo sangue redentor
Foi lá no Calvário que Jesus deu o passo decisivo de redenção da humanidade. Derramou o Seu precioso sangue para remir o pecador. Resgatou o homem das trevas para a luz, da mentira para a verdade, da impureza para a santificação (Hb 13.12).
2. A BUSCA CONSTANTE DA SANTIDADE
Santidade é um estado de vida que se adquire gradativa e continuamente. É preciso a busca constante dessa qualidade, com a ajuda do Espírito Santo. É necessário constância da perfeita santidade (Ef 4.12,13).
O primeiro passo dado em direção a uma vida pura é a conversão (2 Co 5.17).
Depois, o crescer na graça e no conhecimento de Jesus (2 Pe 3.18) vai dando ao crente a condição de ir se purificando em todas as dimensões (1 Jo 3.3) em todos os sentidos:
• No olhar (Mt 6.22; 18.9);
• No falar (Mt 5.37; Ef 4.25);
• No andar (Gl 5.16);
• No portar-se diante dos descrentes (Rm 14.16);
• Em todo o viver (Fp 1.21; Gl 2.20).
A recomendação de Jesus é para que o crente seja santo em toda a sua totalidade: Espírito, alma e corpo (l Ts 5.23).
2.1. Quando se deve exercitar a santidade
É verdade que, enquanto o crente estiver aqui neste mundo em sua peregrinação, ele não será perfeito em santidade. A perfeição, porém, é o alvo maior a que se propõe (Ef 4.13).
Mas a santidade deve ser buscada e exercitada em todas as situações de vida. Para alguns, a santidade só deve ser considerada em casos especiais. Pequenos deslizes não devem ser levados em consideração.
Porém, as grandes coisas iniciam como pequenas coisas. Se o crente se acostumar a não dar importância a elas, a sua mente ficará cauterizada e a expressão "não tem nada a ver" passará a ter lugar no seu vocabulário. Certamente, os resultados serão desagradáveis, porque sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12.14).
2.2. Recomendações aos participantes da Ceia do Senhor
O apóstolo Paulo escrevendo aos corintos, em sua primeira carta, capítulo onze, versículos vinte e sete ao trinta, recomendou quanto à necessidade de um preparo especial para aqueles que pretendem participar da Ceia do Senhor. Ele advertiu que quem participa indignamente do ato torna-se culpado, isto é, está pecando (1 Co 11.27,28).
Em seguida, diz que na igreja existem muitos fracos, doentes e ate mortos espirituais porque não se preparam, isto é, não se purificam de modo adequado, que agrade ao Senhor.
A maior bem-aventurança dos santos, para os limpos de coração, foi dita pelo próprio Jesus: "eles verão a Deus" (Mt 5.8b).
3. O PRINCIPIO DA VIDA DA IGREJA
No livro de Atos dos Apóstolos, está registrado o princípio da Igreja de Jesus aqui na terra. Sua inauguração e os primeiros anos da Igreja são descritos como uma série de abençoados acontecimentos.
Todos os que aceitavam a fé participavam unânimes, com o mesmo espírito de colaboração. Era comum alguém vender sua propriedade ou parte dela para ajudar os mais necessitados (At 2.44-46).
Aconteceu, porém, um caso inédito que causou espanto e temor a toda comunidade dos crentes em Jerusalém.
3.1. Colaboração de todos os crentes
Barnabé, um dos apóstolos, como muitos outros crentes, teve a atitude louvável de vender uma propriedade e reverter todo o seu valor para um fundo de ajuda aos mais necessitados da igreja (At 4.34-37). Ananias e Safira também, como os demais, venderam uma propriedade, porém retiveram parte do valor. Mas Deus conhece o profundo do coração do homem (At 5.1-4). Precisamos estar em alerta às ações que parecem corretas, cuja motivação é profundamente errada. Ananias e Safira foram mentirosos e hipócritas.
O apóstolo Pedro, por revelação do Espírito Santo, detectou onde se originou todo o mal que pretendia atingir a igreja: o coração daquele casal. O que chama atenção no texto sagrado é a expressão: "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração?" (At 5.3).
Ananias deixou que seu coração fosse o centro da vontade de Satanás e por ele fosse controlado. Ananias agiu segundo projetou o seu coração. As Escrituras nos alertam para guardar nosso coração (Pv 4.23).
3.1.1. A impureza prejudica até a família
É triste, mas o mal cresceu rapidamente, atingindo não só o coração de Ananias, como também de Safira, sua esposa. Ananias e Safira planejaram tudo em oculto e, talvez, para alguns, o ato de trazer aos pés dos apóstolos a importância cujo valor real era desconhecido por todos, fosse motivo até de elogios. Mas, quando os crentes estão unidos em um só Espírito e em santidade, todo o pecado é descoberto. "Santifica-os na verdade: a tua palavra é a verdade" Jo 17.17
3.1.2. A impureza mancha a igreja
O alvo do adversário foi de macular a veste da noiva do Cordeiro, porém Deus não permitiu que uma situação de mentira ficasse encoberta na Sua casa. Ananias e Safira também tentaram a Deus permitindo a ação de Satanás em suas vidas, mas Deus conhece o mais oculto dos sentimentos do homem e é capaz de, na hora certa, revelá-los. Precisamos vigiar com as nossas atitudes ao entrar na Casa do Senhor.
3.1.3. A ação do Espírito Santo inibe a ação do pecado
O diabo, nessa passagem em apreço, agiu sutilmente para tentar manchar a igreja, mas a ação poderosa e reveladora do Espírito Santo o impediu. O apóstolo Pedro enfatizou o nome desta gloriosa pessoa que é o Espírito Santo, cuja atividade na igreja é santificá-la. Para termos uma igreja santa, o Espírito Santo deve ter liberdade de ação.
Pedro é um grande exemplo de líder sensível ao Espírito Santo. Em meio a toda aquela farsa, mentira e engano, foi revelado o que se passava no coração do casal.
Não se deixou levar pelos valores ali depositados pelo casal. Essa deve ser a atitude dos homens de Deus que são responsáveis pela pureza e integridade da igreja.
3.2. Resultado da disciplina
Para muitos, parece que a disciplina foi dura, pois o casal pagou com suas vidas. Não é dado a nenhum homem o direito de questionar os atos de Deus. Ele sabe porquê usa esse ou aquele meio para disciplinar os errados. "Porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará". Gl 6.7b
Todos os que estavam naquela reunião se encheram de temor pela ação divina (At 5.5,11). O mesmo temor deve continuar existindo nos nossos cultos. Precisamos compreender que cultuamos a Deus em um lugar que é santo e também é nosso dever servi-lo em santidade. Deus não espera que Seus filhos O sirvam com medo, mas que O respeitem e O reverenciem, pois Ele é digno.
Muitos, até hoje, ouvem e leem sobre o que ocorreu com o casal e entendem que essa obra não é de homem, mas de Deus. Para Deus derramar do Seu óleo na Igreja, primeiro, Ele a purifica de toda imundícia.
Muitos que moravam em outras cidades foram para Jerusalém, capital do avivamento (At 5.16). Após o episódio com o casal Ananias e Safira, a igreja continuou a crescer, não de expectadores, mas de crentes convertidos, que temiam ao Senhor.
O mundo tem que ser atraído pelas maravilhas que Deus faz: salva, liberta, cura, batiza com o Espírito Santo e dá vida eterna. A igreja não vive de movimentos passageiros que envolvem o emocional e não mudam o coração.
Muitos liberais acham que falar sobre santidade vai afastar o povo da igreja. Não é verdade. O mundo nos observa. É preciso fazer a diferença nessa terra corrompida pelo pecado. A igreja é um lugar diferente, onde Deus se revela e se relaciona com o homem.
Quando a igreja faz a diferença, alguma coisa acontece: "E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais" (At 5.14).
Deus tem disponibilizado meios para que a Sua Igreja alcance esse objetivo: o sangue de Jesus (Hb 13.12; 1 Jo 1.7; Ap 7.14), a Sua Palavra (Jo 15.3; 17.17; Sl 119.9), a ação do Espírito Santo (Rm 8.2; Gl 5.16). A igreja deve ser santa porque serve a um Deus santo, logo deve buscar a santidade como condição indispensável para adorá-lo e, no futuro, morar com Ele no céu (Sl 15). Porque Deus é a essência da santidade!
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