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Escola Bíblica Dominical: Orando sem Cessar

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TEXTO ÁUREO
"Orai sem cessar." (1 Ts 5.17)

VERDADE PRÁTICA
O Novo Testamento nos ensina que a oração deve ser uma prática contínua dos cristãos, desde a primeira até a segunda vinda de Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 6.5-13.
5 E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
6 Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.
7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos.
8 Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós Iho pedirdes.
9 Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.
10 Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.
11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
12 Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.
13 E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém!

INTRODUÇÃO
A oração do Pai Nosso, conhecida também como a Oração Dominical, do latim Dominus, "Senhor", portanto a oração do Senhor, é um dos textos mais conhecidos da Bíblia. Pessoas de dotas as idades e dos diversos ramos do cristianismo conhecem pelo menos as primeiras palavras dessa oração. Muitos livros, poesias e hinos sobre tema já foram produzidos ao longo da história. Lutero escreveu um comentário sobre o "Pai Nosso", juntamente com os Dez Mandamentos e o Credo do Apóstolo, no seu Catecismo Menor em 1529. Isso, por si só, mostra a importância dessa oração no cristianismo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- No texto base desta lição encontramos os discípulos pedindo que Jesus os ensinasse a orar de modo que Deus se agradasse. Como escreveu o comentarista, muitas matizes da fé cristã ensinam e incentivam a recitação dos versos 9 a 13 como uma forma de oração. Muitas pessoas têm memorizado a Oração dos Discípulos, para que eles possam recitá-la freqüentemente, mas, não importa quão bela ela seja, ela não foi dada para este propósito. De fato, após Jesus a dar, ninguém no Novo Testamento a recitou –– nem mesmo o próprio Jesus (confira João 17). Os discípulos não pediram para Jesus ensiná-los uma oração, mas para ensiná-los como orar (Lc 11.1). A resposta de Jesus foi: “Portanto, vós orareis assim” (v. 9). Estes versos apresentam um padrão geral para todas as orações, e embora ela não seja recitada, seus princípios estão evidentes em todas as orações do Novo Testamento. Arthur W Pink, em seu livro ‘A Oração do Senhor’ (Fonte: Providence Baptist Ministries, disponível em: http://www.pbministries.org), afirma que este dilema perdura a muito tempo, “se a Oração do Senhor deve ser considerada como uma forma a ser usada ou um padrão a ser imitado. A resposta certa para esta questão é que ela deve ser considerada como ambas as coisas. Em Mateus, ela é manifestamente apresentada como um exemplo ou padrão do tipo de oração que deve ser oferecida sob a nova economia. “Portanto, vós orareis assim”. Devemos orar “com aquela reverência, humildade, seriedade, confiança em Deus, interesse pela Sua glória, amor pela humanidade, submissão, moderação nas coisas temporais, e zelo pelas coisas espirituais que ela inculca” (Thomas Scott). Mas, em Lucas 11:2, encontramos nosso Senhor ensinando isto: “Quando orardes, dizei: ...”, ou seja, devemos usar Suas palavras como uma fórmula. Então, é o dever dos discípulos de Cristo, em sua oração, tanto usar a Oração do Senhor continuamente como um padrão quanto, às vezes, como uma forma.” A oração é a linguagem da dependência; quem não ora, está se esforçando para viver independentemente de Deus: esta foi a primeira maldição, e continua a ser a grande maldição da humanidade. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!

I – O SIGNIFICADO DE VIGILÂNCIA

“A oração é a alma do cristianismo e expressa a nossa total dependência de Deus. Ela é tão antiga quanto à humanidade, e o próprio Jesus se dedicava à oração particular e secreta. Sendo Ele Deus, vivia em oração contínua. Que exemplo! O que não diremos nós, com respeito à oração?”
- A oração é uma conversa com Deus; não é um monólogo, Ele responde às nossas orações de várias maneiras. Quando oramos, estamos iniciando uma conversa com Deus, para falar com Ele sobre o que está passando e ouvir o que Ele tem a dizer. A oração era parte constante na vida de Jesus, mesmo sendo ele Deus - “Eu e o Pai somos um”, disse Jesus aos judeus no Pórtico de Salomão (Jo 10.30). E apesar desta completa intimidade com o Pai, Jesus era um homem de oração: “Durante a sua vida aqui na terra, Cristo, em alta voz e com lágrimas, fez orações e súplicas a Deus, que o podia salvar da morte. E as suas orações foram atendidas porque ele era dedicado a Deus” (Hb 5.7).

1. Definição. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus define oração como "o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento". A oração é central para a vida cristã. A fé cristã não prescreve local, dia da semana, horário ou postura de pé, sentado ou ajoelhado para fazer orações. O ensino cristão é: “Orai sem cessar" (1 Ts 5.17). Não há problema para quem deseja orar em pé (1 Sm 1.9,10), prostrado em terra (Ne 8.6), de joelhos (1 Rs 8.54). A postura física não importa; o importante é a posição espiritual diante de Deus, é orar com sinceridade e estar em comunhão com o Senhor Jesus.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- Não há o que acrescentar aqui quanto à definição. A oração é uma conversa. Deus responde às nossas orações de várias maneiras. Quando oramos, estamos iniciando uma conversa com Deus, para falar com Ele sobre o que está passando e ouvir o que Ele tem a dizer. “Se você quiser saber o conceito que um povo tem de Deus, preste atenção nas suas orações e nos seus cânticos. Pois é impossível ter um conceito correto de Deus revelado nas Escrituras e orar, cantar e adorar de maneira errada. Como sabemos, a teologia precede a ética, ou seja, o nosso comportamento, os nossos valores e prioridades são reflexos ou expressões do conceito que temos de Deus e da vida. Portanto, quanto mais conhecermos pelas Escrituras o Deus que se revelou na Pessoa de Jesus Cristo, quanto mais conhecermos o seu ser, os seus atributos, isto determinará a nossa maneira de orar, cantar e adorar a Deus.” (Paulo Cesar Bornelli). A Bíblia diz que o Espírito Santo intercede por nós (ora por nós), porque ainda não sabemos orar como convém (Rm 8.26).

2. Exemplos bíblicos. A Bíblia mostra a oração desde que Sete, filho de Adão e Eva, nasceu: "Então, se começou a invocar o nome do SENHOR" (Gn 4.26). Essa prática continuou na vida dos patriarcas do Gênesis, Abraão, Isaque e Jacó (Gn 20.17; 25.21; 32.9-12). A oração estava presente na vida de Moisés, dos profetas Samuel e Elias, entre outros, e dos reis piedosos como Ezequias (Êx 8.30; 1 Sm 8.6; 1 Rs 17.19-22; 2 Rs 19.15).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- Interessante notar que este filho do primeiro casal recebeu um nome bem adequado. Sete significa “designado ou colocado”, o que indicava a misericórdia de Deus. Deus agraciou o primeiro casal com um filho que preservaria a fé no único Deus verdadeiro. Sua descendência logo começou na adoração - Foi uma experiência para nunca mais ser esquecida, quando, sob o estímulo de Enos, os homens começaram a invocar o nome de YWHW, o Deus da aliança. Enos, que se destacou na linhagem de Sete, foi o originador da oração pública e da adoração espiritual. Nela se usava o inefável nome do Deus eterno. Através dos descendentes de Sete havia uma esperança para dias melhores. É inadequado falarmos da vida de oração destes grandes homens de Deus, aliás, eles foram grandes justamente por que a oração fazia parte de suas vidas,já que orar é falar com Deus, é declarar lealdade a uma realidade espiritual que está acima e além do terreno humano, do auto esforço e do controle. Veja que Elias foi um homem poderoso na oração (1Rs 18.41-46).

“3. Jesus e a prática da oração. Os Evangelhos relatam que Jesus orava em secreto continuamente e chegam a registrar algumas orações, como aquela feita no jardim de Getsêmani e também aquela em favor dos discípulos em João 17. Todos os Evangelhos mostram a oração individual do Senhor (Mt 14.23; Mc 1.35; Lc 6.12). Mesmo sendo Deus, Jesus estava também na condição humana e, como tal, buscava a dependência do Pai. Jesus é o maior exemplo de oração para os cristãos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
Qualquer leitura dos Evangelhos deixa muito clara a prática constante de oração na vida de Jesus. Algumas coisas que os apóstolos fizeram e falaram mostram como eles perceberam estes hábitos de oração. Eles pediram que Jesus lhes ensinasse sobre a oração, porque tinham observado o exemplo dele (Lc 11.1). A facilidade de Judas em encontrar Jesus mostra que os discípulos bem conheciam a prática dele de se isolar para falar com o Pai (Jo 18.1-2). Jesus Cristo, a pessoa que mais entendia o valor da comunhão com o Pai, constantemente procurava conversar com ele. Podemos aprender muito do exemplo de oração na vida de Jesus. “Não se diz que Jesus orava naqueles horários rígidos de oração, pela manhã, ao meio-dia e à tarde (Sl 55.17; Dn 6.10). Ele orava mais durante a noite do que durante o dia, mais nas montanhas do que em outro lugar. Uma coisa é certa: as orações do Senhor não eram rotineiras e cheias de vãs repetições. Influenciado pela vida de oração de Jesus, um dos discípulos lhe disse: “Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou os discípulos dele” (Lc 11.1). Foi nessa ocasião que Jesus ofereceu o modelo universal da oração dominical e discorreu sobre a perseverança na oração e sobre a boa vontade de Deus em nos ouvir e responder (Lc 11.2-13). Há uma relação das orações de Jesus com os acontecimentos anteriores ou posteriores que o envolviam, como se pode ver nos textos que as seguem ou antecedem.” (ULTIMATOONLINE).


II - A ORAÇÃO NO SERMÃO DO MONTE
O Senhor Jesus falou sobre o assunto no Sermão do Monte para corrigir as distorções existentes na época sobre a oração. É necessário reconhecer, nas palavras dos vv. 5-8, o que Jesus estava ensinando, qual prática tinha a aprovação de Deus e o que era reprovado.”.

1. Oração nas praças e nas sinagogas (v.5). Jesus não estava proibindo orar nas ruas, praças ou nas sinagogas. É que líderes religiosos da época procuravam as esquinas e os locais movimentados, onde levantavam as mãos para cima na presença das pessoas, para mostrar a elas uma imagem de alguém piedoso e temente a Deus. Eram exibições para serem elogiadas pelo público; por isso, Jesus disse: "Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão" (v.5b). São essas práticas exibicionistas que Jesus proibiu aos seus discípulos, e não as orações em público ou nas igrejas. Ele mesmo ensinava, pregava e curava nas sinagogas (Mt 4.23). Estava orando quando o Espírito Santo desceu sobre Ele no batismo: "Sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu" (Lc 3.21). Ele também orou em público por ocasião da ressurreição de Lázaro (Jo 11.41-44). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- Aqui não é uma proibição a oramos em público, mas é uma desaprovação à atitude dos fariseus em quererem parecer piedosos, faziam isso para aparecer. tu, porém -- O discípulo deve ter outra atitude. Não deve imitar os outros, mas deve seu comportamento ter algo nitidamente pessoal. Também aprendemos aqui que Deus quer que cada pessoa tenha com ele um contato pessoal e exclusivo. Por isso, a recomendação de sair da agitação, do meio das pessoas e ir a um lugar calmo e sossegado, sem ninguém ao redor parar orar, onde é possível falar com Deus sem interrupção ou perturbações. Esta é a recomendação de Jesus.

“2. Oração em secreto (v.6). Jesus proíbe a ostentação e a hipocrisia. Não há como alguém se mostrar estando no próprio aposento, sozinho em oração, onde ninguém está vendo. Isso, no entanto, não significa que a oração só pode ser aceita se for secreta. Mas significa que Deus, que é onisciente e onipresente e conhece o nosso coração, nos recompensa. Ou seja, as nossas petições e súplicas são atendidas (Fp 4 .6). A oração num lugar secreto em uma das dependências da residência, sem a comunhão com Deus, tampouco lema aprovação do Senhor. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
fecha a porta -- Oração é momento de intimidade com Deus. secreto -- a oração individual é diferente da pública. Não é para expor algo ao público, mas para se expor diante de Deus. É desnudamento. É jogo da verdade. É momento de confissão de pecados. É momento de falar e ouvir. “O Messias estava se referindo a intenção do coração, onde existe uma clara diferença em orar para os homens e orar para Deus, como alguém que sabe que é pecador e necessita desesperadamente da Graça do Senhor ou aquele que confia na sua própria “santidade”. “quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens”. (Mt 6.5). Cristo chama isso de hipocrisia, porque não é verdadeiro, não é raro encontrar por aí orações de “línguas” ou não, extremamente “forçadas”, para que a pessoa “pareça” mais santa.” (BIBLIACOMENTADA)

“3. As vãs repetições (v.7). Jesus nus instrui com essas palavras: "Orando, mio useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos". Isso dá a entender que havia judeus que oravam como os gentios, ou seja, os pagãos (1 Rs 18.26; At 19.34). Há religiosos que levam horas orando e repetindo palavras sagradas, pois acreditam que isso aumenta o seu crédito no céu. O termo grego usado para "vãs repetições" é battalogéo, "repetir palavras sem sentido". A eficácia da oração não está na sua extensão nem nas repetições das palavras, pois oração é também comunhão com Deus. A oração do Pai Nosso é usada na adoração coletiva desde muito cedo na história e continua ainda hoje em muitas igrejas [...]. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- Oração deve ser derramamento do espírito, não uma reza (conjunto repetido de palavras). Os pagãos repetiam os nomes dos seus deuses, para ver se ouviam... Jesus está nos advertindo de que repetir frases sem valor em nossas orações não as ajudará a serem ouvidas por Deus. Nosso Pai Celestial não se preocupa com a contagem de palavras, expressões poéticas ou mantras; Ele deseja a "verdade no íntimo" (Salmo 51.6). Orar é derramar a alma, nesse ‘derramar’ não cabem palavras sem sentido. Nossas orações devem ser mais como a breve e simples oração de Elias no Monte Carmelo e menos como as orações prolongadas e repetitivas dos profetas de Baal (1Rs 18.25-39). Se você entender e seguir o padrão de Cristo para a oração, você pode estar seguro que estará orando como Ele instruiu, e que, seja o que for que você peça em Seu nome, Ele fará, “para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo 14.13).

“4. Entendendo o ensino de Jesus. O Mestre não está condenando a oração longa ou repetitiva, mas as "vãs repetições". 0 próprio Jesus, no Getsêmani, repetiu as mesmas palavras três vezes na oração (Mt 26.39,44). Jesus passou a noite orando no monte para escolher os doze apóstolos; com certeza, essa oração não foi curta (Lc 6.12). Além disso, Ele nos ensina a orar sem nunca desanimar (Lc 18.1). A oração do Pai Nosso é usada na adoração coletiva desde muito cedo na história e continua ainda hoje em muitas igrejas nos diversos ramos do cristianismo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- Há coisas em nossa vida que apresentamos em oração ao Senhor, uma, duas, três vezes, isso não configura repetição no sentido do texto em estudo, mas sim, perseverança. Sua oração era um padrão geral para todas as orações, e embora ela não seja recitada, seus princípios estão evidentes em todas as orações do Novo Testamento. A oração modelo de Cristo nos ensina a pedir seis coisas a Deus:
 (1) que Seu nome seja honrado,
 (2) que Ele traga o Seu reino à terra,
 (3) que Ele faça Sua vontade,
 (4) que Ele proveja nossas necessidades diárias,
 (5) que Ele perdoe os nossos pecados, e
 (6) que Ele nos proteja de tentação.
Cada uma dessas contribui para o objetivo último de toda oração, que é trazer glória a Deus. As últimas três são os meios pelos quais as três primeiras são alcançadas. À medida que Deus providencia o nosso pão diário, perdoa os nossos pecados e nos protege quando somos tentados, Ele é exaltado em Seu nome, glória e vontade.


III - O PAI NOSSO
Jesus repetia os seus ensinos em ocasiões e locais diferentes. Esses discursos são registrados, às vezes, por mais de um evangelista, e assim surgem algumas modificações. Um exemplo disso é a oração do Pai Nosso, em Mateus e em Lucas. São duas situações e locais diferentes. Sua importância está no fato de ser uma oração modelo. Podemos dividi-la em três partes: sobre o Deus que adoramos, sobre as nossas necessidades e sobre os nossos perigos.”.
- Há duas formas do Pai Nosso no Novo Testamento, a versão de Lucas é mais breve do que a que encontramos em Mateus 6. Neste caso, não há uma repetição do ensino, mas duas narrativas de um mesmo evento. Lembrando que Mateus escreveu para um público judeu e Lucas para um público gentio.

1. O nosso Deus. O Pai Nosso é uma oração modelo, e isso pode ser visto na linguagem usada por Jesus: "Vós orareis assim" (v.9), e não o que devemos orar. Ele continua: "Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome". Essa forma de se dirigir a Deus é peculiar ao Novo Testamento, pois os justos do Antigo Testamento nunca a usaram. Deus, o Criador, é o nosso Pai. A liberdade que temos de nos aproximar dEle e chamá-lo de "Pai" ou, de maneira mais íntima, de “Aba, Pai", expressão aramaica que significa "papai", é um dos grandes privilégios dos cristãos (Rm 8.15; Gl 4.4-6). Essa bênção foi mediada por Jesus. Santificar o nome não significa tornar seu nome santo, pois ele já é santo em sua essência e natureza, mas é o nosso dever reconhecê-lo como tal. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- Orareis assim não significa usar as mesmas palavras, mas sim seguir esse modelo de oração. As pessoas geralmente reduzem essa oração a uma recitação vazia — justamente o que o Senhor disse para não fazermos (Mt 6.7). A oração aqui é composta por seis pedidos. Os três primeiros são para que venha o Reino (Mt 6.9,10), e os três últimos para que Deus supra as necessidades de Seu povo até que o Reino seja plenamente estabelecido (Mt 6.11-13). Notemos, ainda, que as palavras “Santificado seja o teu nome” não são palavras de adoração ao Pai. O verbo aqui está no modo imperativo e quer dizer que o “teu nome seja santificado!” Isso nos traz à mente a profecia em Ezequiel 36.25-32, em que o profeta diz que Israel profanou o nome de Deus entre as nações. Um dia Deus reunirá Seu povo dentre as nações, irá purificá-lo e, assim, vindicará santidade ao Seu santo nome. A santificação do nome do Pai significa a chegada do Reino de Deus. O termo Abba é aramaico, a língua falada por Jesus, significa ‘papai’ ou ‘paizinho querido’ – “E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: "Aba, Pai"” (Gl 4.6) – assim, chamar Deus de papai é algo muito sério, pelo menos foi para Jesus. Quando Deus é chamado de pai ele é honrado como criador , ou seja, tinha-se a consciência de que Ele é o Senhor que merece obediência e o Pai que é misericordioso. Chamar Deus de Abbá é para quem vive o cotidiano com Ele, é para quem está compromissado com a Cruz ensangüentada!

“2. As nossas necessidades. O termo "pão" em "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" (v.11) inclui tudo aquilo de que o nosso corpo necessita. Mas só hoje? E o futuro? Jesus nos ensina a sermos moderados em nossos desejos e pedidos (Pv 30.8,9). Isso remete também à confiança na provisão de Deus para a nossa vida (Mt 6.25-34). O perdão é outro ponto importante: "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores" (v.12). Já não fomos perdoados e já não somos filhos de Deus? É verdade, mas estamos sempre expostos ao pecado (1 Jo 1.8,9). Todavia, precisamos também perdoar aos que nos fazem o mal (Mt 18.32-35).[Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- A partir do verso 11, voltamos agora a nossa atenção para aquelas petições que interessam mais imediatamente a nós mesmos. O pão nosso de cada dia é uma lembrança do maná que Deus enviava diariamente para alimentar o povo de Israel no deserto. Esta petição pelo suprimento de necessidades corporais. “Matthew Henry assinalou perspicazmente que o motivo para esta petição pelo suprimento de nossas necessidades físicas encabeçar as quatro últimas petições é que “nosso [bem-estar] natural é necessário [para] nosso bem-estar espiritual neste mundo”. Em outras palavras, Deus nos concede as coisas físicas desta vida como auxílios ao cumprimento de nossos deveres espirituais. E, visto que são dados por Ele, eles devem ser empregados em Seu serviço. Que consideração graciosa Deus mostra para com a nossa fraqueza: somos incapazes e inaptos para cumprir nossos mais elevados deveres, se privados das coisas necessárias para o sustento da nossa existência corporal. Podemos também inferir corretamente que esta petição vem primeiro a fim de promover o crescimento e o fortalecimento constantes da nossa fé. Percebendo a bondade e fidelidade de Deus em suprir nossas necessidades físicas diárias, somos encorajados e estimulados a pedir bênçãos mais elevadas (cf. At 17:25-28).
 O pedido de perdão, que é explicado em Mateus 6.14,15, não se refere a como as pessoas são justificadas (compare com Rm 3.21-26; Ef 2.8-10), mas sobre como alguém que foi justificado deve andar todos os dias com Deus. Não se trata de um perdão posicional, forense (legal), mas de um preceito para preservar a comunhão familiar (1Jo 1.9). Então, devemos compreender que o perdão posicional foi adquirido no momento que passamos a fazer parte da família de Deus, e ao longo da nossa caminhada nessa família, necessitamos confessar sempre e rogar pelo perdão a fim de preservarmos a comunhão. Nossos pecados são vistos aqui, assim como em Lucas 11:4, sob a noção de dívidas, ou seja, obrigações não cumpridas ou fracassos em prestar a Deus o que Lhe é legitimamente devido. Paulo diz: “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne” (Rm 8:12), declarando assim o lado negativo. Mas, positivamente, somos devedores a Deus, para viver para Ele.


“3. O livramento dos perigos. Essa petição no Pai Nosso: “Não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal (v.13) se refere aos perigos diários a que estamos expostos num mundo sedutor e corrompido (Fp 2.15). É verdade que Deus não tenta as criaturas humanas (Tg 1.13), mas devemos pedir a Deus que não permita que voluntariamente venhamos a nos deparar com a tentação. A oração termina com a doxologia: "porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre" (v.13b), para ser um resumo de um trecho da oração de Davi (1 Cr 29.11-13). A expressão reflete o espírito das Escrituras Sagradas.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- A doxologia no final da oração vem de 1 Crónicas 29.11: “Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todo.”; alguns manuscritos antigos das Escrituras a omitem. “É importante entender que a palavra tentar possui um duplo significado na Escritura, embora nem sempre seja fácil determinar qual dos dois se aplica em uma passagem particular: (1) testar (a força de), por à prova; e (2) incitar a fazer o mal. Quando se diz que “Deus tentou a Abraão” (Gn 22:1), significa que Ele o provou, colocando à prova a sua fé e fidelidade. Mas, quando lemos que Satanás tentou a Cristo, significa que Satanás procurou produzir a Sua queda, embora fosse moralmente impossível. Tentar é fazer prova de uma pessoa, a fim de descobrir o que ela é e o que fará. Podemos tentar a Deus em um sentido legítimo e bom, pondo-O à prova em um sentido de dever, como quando aguardamos o cumprimento da Sua promessa em Malaquias 3:10. Mas, como está registrado para a nossa admoestação no Salmo 78:41, Israel tentou a Deus em um sentido de pecado, agindo de tal modo que provocasse o Seu descontentamento.” (MONERGISMO). Ao oramos “Não nos induzas à tentação”, estamos reconhecendo a soberania de Deus, que todas as criaturas estão à disposição soberana do seu Criador; Ele tem o mesmo controle absoluto sobre o mal que sobre o bem; Estamos clamando para que Deus nos ajude a enfrentar a tentação diária do pecado. Em Tiago 1.13,14, fica bem claro que Deus não nos tenta com o mal, mas, ao contrário, nós é que somos tentados pelas nossas próprias concupiscências. No entanto, Deus nos testa para nos dar a oportunidade de provarmos nossa fidelidade a Ele. O desejo de Deus jamais foi induzir-nos a fazer o mal. Sendo assim, se resistirmos ao diabo, temos a promessa de que ele fugirá de nós.
- “Livra-nos dos mal” - “Somos ensinados a orar por livramento de todos os tipos, graus e ocasiões do mal; da malícia, poder e sutileza dos poderes das trevas; deste mundo mau e todos os seus engodos, laços, índoles e enganos; do mal de nossos próprios corações, para que seja refreado, subjugado e finalmente extirpado; e do mal do sofrimento ...”” (Thomas Scott). Esta petição, então, expressa um desejo de sermos livrados de tudo o que seja realmente prejudicial a nós, e especialmente do pecado, o qual não tem bem algum em si mesmo.

CONCLUSÃO
Diante do exposto, concluímos que a oração deve ser uma prática contínua, e não ser recebida como um mandamento, mas como uma necessidade que temos da dependência de Deus. Note que Jesus não está mandando ninguém orar no discurso do Sermão do Monte. Ele disse: "quando orares" (v. 5); isso revela que a oração já era hábito do povo israelita, costume preservado desde o Antigo Testamento (Sl 55.17; Dn 6.10). Jesus estava corrigindo as distorções existentes. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]
- “A falta de oração demonstra a falta de fé e a falta de confiança na Palavra de Deus. Nós oramos para demonstrar nossa fé em Deus, que Ele fará assim como prometeu em Sua Palavra, e que abençoará nossas vidas abundantemente mais do que podemos pedir ou esperar (Efésios 3:20). A oração é nosso primeiro meio de ver a obra de Deus na vida de outros. Por ser nosso meio de nos “ligarmos” ao poder de Deus como se nos ligássemos em uma tomada, é nosso meio de derrotar nosso inimigo e seu exército (Satanás e seu exército) que, por nós mesmos, não teríamos forças para vencer. Por isto, que Deus nos encontre sempre perante Seu trono, pois temos um Sumo Sacerdote no céu que pode se identificar com tudo o que passamos (Hebreus 4:15-16). Temos Sua promessa de que “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5:16-18). Que Deus possa glorificar Seu nome em nossas vidas conforme creiamos Nele de forma suficiente para que venhamos sempre a Ele em oração”.(Why pray?, disponível em: https://www.gotquestions.org/why-pray.html. Acesso em: 24 Mar, 2019).

Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Março de 2019

PARA REFLETIR
A respeito de "Orando sem Cessar", responda:
• Como a Declaração de Fé das Assembleias de Deus define a oração?
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus define oração como "o ato consciente, pelo qual a pessoa dirige-se a Deus para se comunicar com Ele e buscar a sua ajuda por meio de palavra ou pensamento".
• Quem é o nosso maior exemplo de oração?
O Senhor Jesus Cristo.
• Qual o modo de orar que Jesus condenou?
Jesus condenou as vãs repetições.
• Qual a importância da oração do Pai Nosso?
Sua importância está no fato de ser uma oração modelo.
• Quantas e quais são as partes do Pai Nosso em nossa lição?
Podemos dividi-la em três partes, sobre o Deus que adoramos, sobre as nossas necessidades e sobre os nossos perigos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 13, 31 Mar, 2019]

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